Mostrar mensagens com a etiqueta Anjos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Anjos. Mostrar todas as mensagens

29/12/2020

Reflexão

 



Tentações “teológicas”.

6

Anjos

  Os Anjos da Guarda formam uma categoria?

  Como humanos somos levados a catalagar e ordenar tudo segundo uma “ordem” que julgamos apropriada. Sabemos, contudo, que “no Céu há várias moradas”, donde não será descabido que também entre os Anjos haja “categorias”.

26/12/2020

Filosofia e Religião

 


Anjos

A acção dos anjos sobre os homens (IV)

  

         O anjo pode agir sobre os sentidos humanos?

    Parece que o anjo não pode agir sobre os sentidos humanos:

   1. Com efeito, a operação dos sentidos é vital, e tal operação não provém de um princípio extrínseco. Logo, não pode ser causada por um anjo.

   2. Além disso, a potência sensitiva é mais nobre que a nutritiva. Ora, parece que o anjo não pode agir sobre a potência nutritiva, nem sobre outras formas naturais. Logo, nem pode agir sobre a potência sensitiva.

   3. Ademais, os sentidos movem-se naturalmente pelas coisas sensíveis. Ora, o anjo não pode agir sobre a ordem da natureza, como acima foi dito (q. 110, a. 4). Logo, não pode agir sobre os sentidos, pois é o sensível que sempre age sobre os sentidos.

   EM SENTIDO CONTRÁRIO, os anjos que destruíram Sodoma “infligiram cegueira aos sodomitas (ou trevas) de modo que não pudessem achar a entrada da casa” (Gn 19, 11). Algo parecido se lê no livro dos Reis a respeito dos sírios conduzidos por Eliseu a Samaria (II Re 6, 18).

  


De duas maneiras se age sobre os sentidos: ou pelo exterior, como quando as coisas sensíveis agem sobre eles; ou pelo interior. Vemos de fato neste último caso que, espíritos e humores perturbados agem sobre os sentidos. Assim a língua do doente, cheia de bílis, tudo sente como amargo, e o mesmo acontece com os outros sentidos. O anjo pode agir sobre os sentidos do homem dessas duas maneiras, por sua potência natural. Com efeito, pode ele apresentar aos sentidos desde o exterior um objeto sensível já constituído pela natureza ou formando-o de novo, como quando assume um corpo, como acima foi dito (q. 51, a. 2). Pode também mover interiormente os espíritos e humores, como acima foi dito, provocando assim de diferentes maneiras alterações nos sentidos.

   Quanto às objecções iniciais, portanto, deve-se dizer que:

   1. O princípio da operação dos sentidos não pode ser sem o princípio interior que é a potência sensitiva. Contudo, esse princípio interior pode ser movido de diferentes maneiras pelo exterior, como se disse.

   2. Movendo interiormente os espíritos e humores, o anjo pode operar alguma coisa para agir sobre o ato da potência nutritiva e, igualmente, da potência apetitiva e sensitiva, e de qualquer outra potência corporal que se serve de um órgão.

   3. O anjo nada pode fazer fora da ordem total das criaturas, mas pode fazer fora da ordem de uma natureza particular, pois não está sujeito a essa ordem. E assim, pode ele, de maneira peculiar, agir sobre os sentidos fora do modo ordinário.

 

(São Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, 111, 4)

19/12/2020

Filosofia e Religião

 


Anjos

A acção dos anjos sobre os homens (II)

   Os anjos podem agir sobre a vontade do homem?

   Parece que os anjos podem agir sobre a vontade do homem:

   1. Com efeito, a propósito da passagem da Carta aos Hebreus: “Aquele que faz de seus anjos espíritos e de seus ministros chama de fogo” (1, 7), diz a Glosa: “São fogo porque têm o espírito ardente e queimam nossos vícios”. Ora, isso só é possível se podem agir sobre a vontade. Logo, os anjos podem agir sobre a vontade.

   2. Além disso, Beda diz que “o diabo não inspira os maus pensamentos, mas os excita”. Já Damasceno vai mais longe, dizendo que também eles os inspiram, e acrescenta: toda malícia e as paixões imundas foram imaginadas pelos demónios e lhes foi concedido inspirá-las aos homens. Pela mesma razão, os anjos bons também inspiram bons pensamentos e os excitam. Ora, isso é possível se agirem sobre a vontade. Logo, agem sobre a vontade.

   3. Ademais, já foi dito que o anjo ilumina o intelecto do homem por meio de representações imaginárias. Ora, assim como o anjo pode agir sobre a imaginação, que está a serviço do intelecto, semelhantemente sobre o apetite sensível que está a serviço da vontade, pois é ele mesmo uma potência ligada a um órgão corporal. Logo, se o anjo ilumina o intelecto, pode também agir sobre a vontade.

   EM SENTIDO CONTRÁRIO, é próprio de Deus agir sobre a vontade, conforme diz o  livro dos Provérbios: “O coração do rei nas mãos do Senhor; ele o dirige para tudo o que quer” (21, 1).

  


Pode-se agir sobre a vontade de duas maneiras. Primeiro, desde o interior. Como o movimento da vontade nada mais é que sua inclinação à coisa querida, pertence só a Deus agir sobre a vontade, ele que dá à natureza intelectual a potência de tal inclinação. Assim como a inclinação natural só pode provir de Deus como criador da natureza, assim também a inclinação da vontade só pode provir de Deus, que é causa da vontade.

   Segundo, desde o exterior. No anjo isso acontece apenas de um modo, a saber, pelo bem que o intelecto apreende. Ora, na medida em que alguém é causa de que algo é apreendido como um bem desejável, nessa medida move a vontade. Somente Deus pode mover assim eficazmente uma vontade; o homem e o anjo, pela persuasão, como acima foi dito. Mas há ainda outro modo de mover a vontade humana desde o exterior, ou seja, por uma paixão existente no apetite sensível. Por exemplo, pela concupiscência ou ira, a vontade é inclinada a querer alguma coisa. Os anjos, na medida em que são capazes de excitar tais paixões, podem mover a vontade. Entretanto, não necessariamente, pois a vontade sempre permanece livre para consentir ou resistir à paixão.

   Nota: São Tomás pensa aqui na acção dos anjos maus, que não é iluminação, mas incitação jamais absolutamente coercitiva.

   Portanto, quanto às objeções iniciais, deve-se dizer que:

   1. Os ministros de Deus, homens ou anjos, consomem os vícios e inflamam para a virtude por meio da persuasão.

   2. Os demónios não podem insinuar pensamentos causando-os no interior, uma vez que o uso da potência cogitativa depende da vontade. Entretanto, diz-se que o diabo excita os pensamentos porque incita a pensar ou a desejar o que foi pensado, mediante persuasão, ou despertando uma paixão. E essa maneira de excitar, Damasceno chama inspirar, dado que essa ação se dá no interior. Contudo, os bons pensamentos são atribuídos a um princípio mais elevado, a Deus, embora se sirva do serviço dos anjos.

  3. O intelecto humano, no presente estado, não pode conhecer a não ser voltando-se para as representações imaginárias, mas a vontade humana pode querer alguma coisa segundo o juízo da razão e sem seguir uma paixão do apetite sensível. Portanto, não há semelhança entre eles.

(São Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, 111, 2)

12/12/2020

Filosofia e Religião

 


 

Anjos

A ação dos anjos sobre os homens (I)

   O anjo pode iluminar o homem?

   Parece que o anjo não pode iluminar o homem:

   1. Com efeito, o homem é iluminado pela fé, tanto que Dionísio atribui a iluminação ao batismo, o sacramento da fé. Ora, a fé vem diretamente de Deus, como se diz na Carta aos Efésios: “É pela graça que vós sois salvos por meio da fé; e isso não depende de vós, é dom de Deus” (2, 8). Logo, o homem não é iluminado pelo anjo, mas imediatamente por Deus.

   2. Além disso, a passagem da Carta aos Romanos que diz: “Deus lhes manifestou” (1, 19), a Glosa diz: “Não somente a razão natural foi útil manifestando aos homens as coisas divinas, mas ainda o próprio Deus lhes revelou por meio de sua obra”, ou seja, por meio das criaturas. Ora, tanto a razão natural como as criaturas, vêm imediatamente de Deus. Logo, Deus ilumina o homem de modo imediato.

   3. Ademais, o que é iluminado conhece sua iluminação. Ora, os homens não percebem que são iluminados pelos anjos. Logo, não o são.

   EM SENTIDO CONTRÁRIO, Dionísio prova que as revelações das coisas divinas chegam aos homens mediante os anjos. Essas revelações são iluminações. Portanto, os homens são iluminados pelos anjos.

Pela ordem da divina providência os inferiores se submetem às ações dos superiores. Assim como os anjos inferiores são iluminados pelos superiores, assim os homens, inferiores aos anjos, são por eles iluminados.

   Contudo, o modo de uma e outra iluminação às vezes é semelhante e às vezes diferente. Acima se disse [em outro artigo] que a iluminação que é a manifestação da verdade divina pode ser considerada segundo dois aspectos: enquanto o intelecto inferior é reforçado pela ação do intelecto superior, e enquanto o superior propõe ao inferior as espécies inteligíveis que possui, a fim de que ele possa captá-las. Assim se passa com os anjos, quando um anjo superior partilha uma verdade universal concebida segundo a capacidade de um anjo inferior. Todavia, o intelecto humano não pode receber uma verdade inteligível pura, posto que sua natureza exige que conheça voltando-se para as representações imaginárias [tema interessantíssimo que espero também postar aqui]. Por isso os anjos comunicam aos homens a verdade inteligível por intermédio das imagens sensíveis. Como diz Dionísio: “É impossível que brilhe para nós um raio divino a não ser envolto por diversos véus sagrados”. Por outro lado, o intelecto humano, enquanto inferior, é fortalecido pela ação do intelecto angélico. Portanto, por essas duas maneiras se considera a iluminação pela qual o homem é iluminado pelo anjo.

   Quanto às objeções iniciais, deve-se dizer, portanto, que:

   1. São dois os requisitos para a fé. Primeiro, um habitus [ver Vocabulário dos termos utilizados por Sto. Tomás na Suma Teológica] do intelecto pelo qual se dispõe a obedecer à vontade que se inclina para a verdade divina. Com efeito, o intelecto dá seu assentimento à verdade da fé não por ser convencido pela razão, mas por ser obrigado pela vontade. Como diz Agostinho: “Ninguém crê a não ser porque quer”. Com respeito a isso, a fé vem exclusivamente de Deus. Segundo, que as verdades a serem cridas sejam propostas ao crente. E isso se faz pelo homem, pois “a fé vem pelo ouvido”, como diz a Carta aos Romanos (10, 17), mas principalmente pelos anjos, por meio de quem são reveladas aos homens as coisas de Deus. Portanto, os anjos realizam algo na iluminação da fé. Ademais, os homens são iluminados pelos anjos não somente a respeito do que crer, mas também do que agir.

   2. A razão natural, que vem imediatamente de Deus, pode ser fortalecida pelo anjo, como foi dito. E igualmente, a verdade inteligível que resulta das espécies recebidas das criaturas é tanto mais elevada quanto mais forte for o intelecto humano. Desse modo o homem é ajudado pelo anjo para alcançar um conhecimento mais perfeito de Deus por meio das criaturas.

   3. A operação intelectual e a iluminação podem ser consideradas de duas maneiras. Primeiro, da parte da coisa conhecida. Sob esse aspecto, aquele que conhece ou é iluminado, conhece que conhece ou que é iluminado, porque conhece que a coisa lhe é manifestada. Segundo, da parte do princípio: neste caso, nem todo o que conhece alguma verdade conhece o que é o intelecto, princípio da atividade intelectual. De modo semelhante, nem todo o que é iluminado por um anjo conhece que é iluminado pelo anjo (Nota: Explicação que não vale apenas para o papel dos anjos na Revelação, mas para todas as “iluminações” que podem deles provir, sem que o saibamos de modo algum).

 

(São Tomás de Aquino, Suma Teológica I, q. 113, a. 8)

 

29/09/2017

Perguntas e respostas

OS ANJOS

1. Quem são os anjos? São espíritos criados por Deus com grande inteligência e vontade. Vivem felizes no céu louvando e servindo Deus.

2. Que missão têm os anjos no que se refere aos homens?

Os anjos prestam-nos favores espirituais e materiais. Protegem-nos e guiam-nos para o céu. Cada pessoa tem designado um anjo da guarda.
Os anjos transportam mensagens de Deus aos homens e destes a Deus. O Senhor fala-nos, por vezes, directamente, mas com frequência utiliza os seus anjos. Por exemplo, o anjo Gabriel foi a Nazaré onde anunciou à Virgem Maria que ia ser a Mãe de Deus.

3. Como falar com os anjos? Só Deus lê a nossa inteligência. Se queremos falar com os anjos é necessário que nos dirijamos a eles. Basta simplesmente falar-lhe com o pensamento.

4. É conveniente falar com os anjos? Interessa muito conversar e travar amizade com as pessoas do céu - anjos e santos-. Também é bom pedir-lhes favores e agradecer-lhos. Na vida espiritual convém andar sempre acompanhados.

5. Como escutar a voz dos anjos? A voz dos seres espirituais não soa aos ouvidos como as palavras dos seres materiais. Os anjos falam ao pensamento e a sua voz se reconhece nos bons propósitos que nos ocorrem. Estas boas ideias podem ser a voz de Deus ou os nossos próprios pensamentos - às vezes um juízo de consciência -, mas também a voz dos anjos.


6. Os anjos da guarda protegem-nos de tudo? Não, não. Principalmente tentam ajudar-nos na vida espiritual e nas tentações. Mas não podem impedir-nos os pecados pois têm de respeitar a liberdade humana. No que se refere aos males físicos, de vez em quando podem livrar-nos de alguns, mas não podem suprimir todos pois tal seria alterar a ordem do mundo. Chegamos assim ao problema do mal.

15/11/2014

Temas para meditar - 272


Anjos


As primeiras obras da criação divina que conhecemos são os Anjos. Um anjo é um espírito, quer dizer, um ser com inteligência e vontade, mas sem corpo, sem dependência alguma da matéria. (...) Um anjo sem corpo é uma criatura completa (...) um anjo é muito superior ao ser humano (...) a beleza deslumbrante, a inteligência poderosa e o formidável poder de um anjo. Se isto é assim na ordem inferior das hostes celestiais - na ordem dos propriamente chamados anjos -, que não dizer das ordens ascendentes de espíritos puros que se encontram acima dos anjos? (...) É muito possível, as virtudes, as dominações que um arcanjo esteja a tanta distância de um anjo, em perfeição, como este de um homem.


(leo j. treseA Fé Explicada, Edições Quadrante, SÃO Paulo, 4ª Ed., nr. 31-38)

04/11/2012

Seremos como anjos? 4



A fé é tão apreciada por Deus, que basta abrir os Evangelhos para se dar conta que até o próprio Deus às vezes se admira da fé das suas criaturas. Remeto-me para a passajem do Evangelho de São Mateus: “E eis que uma mulher cananeia, que viera daqueles arredores, gritou: «Senhor, Filho de David, tem piedade de mim! Minha filha está cruelmente atormentada pelo demónio». 23 Ele, porém, não lhe respondeu palavra. Aproximando-se Seus discípulos, pediram-Lhe: «Despede-a, porque vem gritando atrás de nós».24 Ele respondeu: «Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel». 25 Ela, porém, veio e prostrou-se diante d'Ele, dizendo: «Senhor, valei-me». 26 Ele respondeu: «Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cães».27 Ela replicou: «Assim é, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos». 28 Então Jesus disse-lhe: «Ó mulher, grande é a tua fé! Seja-te feito como queres». E, desde aquela hora, a sua filha ficou curada. (Mt 15,22-27).

A fé é um dom maravilhoso, que está ao alcance de todo o mundo. Aida não se acredite, basta somente pedir ao Senhor este dom, e pelo simples facto de a pedir, sem se dar conta começa-se a tê-la, é uma fé pequenita, um simples rebento, mas se se persevera nela, pode chegar a converter-se numa Sequóia gigantesca de dezenas de metros de altura.

(juan do carmelo, [i] trad. ama)


[i] Juan do Carmelo não é quien dice ser. O mejor dicho, é quien é, mas prefiere presentarse en su alter ego Juan do Carmelo que não é más que um seglar que, a finales de los años 80, experimentó a llamada de Deus e se vinculó al Carmelo Teresiano. Ha publicado libros de espiritualidad como «Mosaico espiritual», «Santidad no Pontificado», o «En as manos de Deus» Como o cortés não quita o valiente é, además, um empresario de éxito. E nos acompaña, com sencillez e hondura, desde «O blog de Juan do Carmelo».

03/11/2012

Seremos como anjos? 3


Nós nascemos com o legado da concupiscência, que e Adão e Eva, nos legaram como consequência do pecado original, pois perderam a sua pureza e como ninguém dá o que não tem, não puderam legar-nos um estado de pureza e legaram-nos a concupiscência que nos obriga a lutar para poder amar a Deus. Nós somos um espírito ou alma directamente criada por Deus mas encerrada num corpo material concupiscente, que nos impede ver directamente a Deus. Nós estamos submetidos segundo o teólogo dominicano Royo Marín, às três fontes donde procedem as tentações malignas que são: “A nossa própria natureza ferida pelo pecado original e viciada com taras pessoais; os maus exemplos e a influência do mundo que nos rodeia; e sobretudo, a malícia do maligno, nosso mortal inimigo”.

Nós temos uma alma directamente criada e amada por Deus, pois Ele ama tudo aquilo que criou e aceita o seu amor não o ofendendo. Esta alma a temo-la unida a um corpo material, criado por Deus só indirectamente e directamente pelos nossos pais, o qual permite ao homem a sua auto reprodução, faculdade esta de que os anjos não dispõem, pois eles não se auto reproduzem. Mas precisamente o facto de ter corpo material e Adão e Eva terem perdido a pureza prístina, impede-nos ver o Senhor por meio dos olhos do nosso corpo, e isto solo nos é possível por meio da fé que utiliza os olhos da nossa alma, através dos sentidos sensoriais desta pode chegar-se a ver Deus, em função do desenvolvimento espiritual da nossa alma.

A fé, é um extraordinário dom que o Senhor nos fez, ainda que muitos pensem que prefeririam ver directamente a Deus. No dia de amanhã se formos dignos de alcançar o céu, dar-nos-emos conta do tremendo mérito que a fé tem. Os anjos, por exemplo nunca tiveram fé porque sempre tiveram e têm é evidência, tanto os glorificados como os caídos no poço de ódio e trevas, que é o inferno.

(juan do carmelo, [i] trad. ama)


[i] Juan do Carmelo não é quien dice ser. O mejor dicho, é quien é, mas prefiere presentarse en su alter ego Juan do Carmelo que não é más que um seglar que, a finales de los años 80, experimentó a llamada de Deus e se vinculó al Carmelo Teresiano. Ha publicado libros de espiritualidad como «Mosaico espiritual», «Santidad no Pontificado», o «En as manos de Deus» Como o cortés não quita o valiente é, además, um empresario de éxito. E nos acompaña, com sencillez e hondura, desde «O blog de Juan do Carmelo».

02/11/2012

Seremos como anjos? 2



Existe uma grande diferença entre os anjos e nós quanto á atitude do Senhor, no que respeita às ofensas que lhe fazemos. A diferença consiste em que o Senhor exerce a misericórdia connosco, mas não é, ou não foi, misericordioso com os anjos. E isto por quê? Simplesmente, porque os anjos que caíram pecaram com malícia, e nós quando pecamos, pecamos por estultícia. Blosio escreveu na sua época: “Porque a tua malícia não pode ser tão grande, nem tão grave a tua doença, que se sobreponha à misericórdia de Deus, que não conhece nem termo nem medida”. A nossa malícia é, digamo-lo assim, certamente limitada, não é malícia, é simplesmente estupidez humana, fruto do tentador e do nosso desconhecimento do que é Deus, a sua grandeza e o que representa. «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem». (Lc 23,34)

Os anjos são criaturas directamente criadas por Deus e espíritos puros, que desde o momento da sua criação, vêm o rosto e a luz de Deus e têm um conhecimento muito maior que nós de quem é Deus, da sua grandeza, e da sua própria pequenez com respeito a Deus. Adão     e Eva, antes de ofender o Senhor, eram espíritos puros mas com corpo e como tal podiam ver a Deus, tal como constantemente o estão contemplando os anjos triunfantes, já que eles estavam num estado de pureza pristino. O converso irlandês C. S. Lewis, escreve sobre este tema dizendo-nos: “O homem no paraíso não se sentia tentado, no sentido actual do termo tentação, nem tinha paixões ou inclinações que o levassem nessa direcção. Até esse momento o espírito humano tinha controlado completamente o organismo e esperava totalmente, reter o controlo uma vez que tivesse deixado de obedecer a Deus. Mas como a sua autoridade sobre o organismo era delegada, perdeu-a quando ele próprio deixou de ser delegado de Deus. Ao separar-se até onde pôde da fonte do seu ser, afastou-se também da fonte do poder”.

(juan do carmelo, [i] trad. ama)


[i] Juan do Carmelo não é quien dice ser. O mejor dicho, é quien é, mas prefiere presentarse en su alter ego Juan do Carmelo que não é más que um seglar que, a finales de los años 80, experimentó a llamada de Deus e se vinculó al Carmelo Teresiano. Ha publicado libros de espiritualidad como «Mosaico espiritual», «Santidad no Pontificado», o «En as manos de Deus» Como o cortés não quita o valiente é, además, um empresario de éxito. E nos acompaña, com sencillez e hondura, desde «O blog de Juan do Carmelo».

01/11/2012

Seremos como anjos? 1


Desde logo sim…, como anjos serão aqueles que no fim da prova de amor a que estamos submetidos, aceitando o amor que o Senhor nos oferece constantemente. Ele próprio assim no-lo disse, quando um grupo de saduceus quis estender-lhe uma de suas acostumadas armadilhas. Os saduceus não acreditavam na ressurreição e perguntaram-lhe, que de quem seria a mulher de sete irmãos que tinham estado casados com ela, o Senhor respondeu-lhes: “Quando os mortos ressuscitarem de quem será esposa, já que os sete a tiveram por mulher? Não será que andais equivocados por não compreender as Escrituras nem o poder de Deus? Quando mortos ressuscitarem, nem os homens nem as mulheres se casarão, mas serão como anjos no céu”.

Esta passajem evangélica, levou-me a reflectir sobre uma série de temas, acerca das nossas semelhanças e diferenças com os anjos. Os anjos como sabemos tal como nós, são criaturas criadas por Deus e tão amadas por Deus como nós o somos, mas com uma diferença enquanto ao amor de Deus que é que eles como já passaram a sua prova de amor, não há nenhum que viva ou exista à margem do amor de Deus, porque os que se levantaram ao grito de ‘non serviam’, não serviremos, foram esmagados pelo arcanjo São Miguel e enviados pela eternidade no inferno, ainda que alguns deles tenha uma espécie de suspensão de pena, pois o Senhor serve-se deles para que nós podamos demonstrar nosso amor a Ele. Em troca nós, vivemos em pleno período de prova, como uma lógica da qualidade de reciprocidade que o amor tem, o Senhor, ama más ao que mais O ama, ama com a esperança, de que voltem para Ele os que não vivem na sua graça.

Dito isto noutros termos, e com respeito aos anjos, exactamente não sabemos que é se passou e como se passou pois enquanto ao factor tempo, este não se aplica a eles, só a nós enquanto estivermos neste mundo. Deus criou a os anjos por razão de amor, tal como também todos nós fomos criados por razão de amor. Mas quando esse amor divino é repudiado, coisa que os anjos caídos fizeram ou demónios, Deus retira seu amor, porque a essência de Deus é o amor e esse vazio que se produz, imediatamente é repleto pela antítese do amor que é o ódio e também como Deus é Luz de amor, também se produz outro vazio por falta de luz, que é repleto imediatamente pelas trevas. Daqui que o inferno seja o reino do ódio e das trevas.

Isto é exactamente o que também se passará, com as criaturas humanas, que no decisivo momento final, não aceitem o amor que o Senhor esteve constantemente oferecendo-nos ao longo das nossas vidas.

(juan do carmelo, [i] trad. ama)


[i] Juan do Carmelo não é quien dice ser. O mejor dicho, é quien é, mas prefiere presentarse en su alter ego Juan do Carmelo que não é más que um seglar que, a finales de los años 80, experimentó a llamada de Deus e se vinculó al Carmelo Teresiano. Ha publicado libros de espiritualidad como «Mosaico espiritual», «Santidad no Pontificado», o «En as manos de Deus» Como o cortés não quita o valiente é, además, um empresario de éxito. E nos acompaña, com sencillez e hondura, desde «O blog de Juan do Carmelo».

18/03/2011

Considerando o Amor


Duc in altum
Deus é amor, essencialmente amor, um amor tão grande de tal dimensão que extravasou para fora de Si mesmo gerando a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. 

Logo, o Filho sendo gerado pelo amor é, Ele próprio, amor. 

O amor do Pai e do Filho geram ainda uma Terceira Pessoa, o Espírito Santo. Temos aqui um único amor constituído por Três pessoas distintas e iguais entre si. 
Parece-me que, sendo eterno, Omnipotente e sem dimensão, este Amor tem forçosamente de gerar actos de amor que se concretizam na Criação inteira. Ou seja, a Criação é um reflexo do próprio amor de Deus, uma emanação do mesmo. Logo esta, é também amor. 

Amor com diferentes graus de perfeição, ou “volume”. 
Os espíritos puros, os Anjos, têm um grau de amor mais próximo de Deus. 
Os homens têm esse amor em graus diferentes. 

Penso que no caso do homem este é antes um espelho que reflecte o Amor de que Deus tem intrinsecamente por si. 

Este amor de Deus pelo homem é inevitável, primeiro pela própria essência de Deus, que não pode fazer outra coisa que amar, segundo porque, ao criar o homem como um ser completo - corpo e alma - entrega-lhe a “chispa” divina sem a qual essa capacidade de reflectir o Amor de Deus por si não seria possível. 
Ou seja, Deus ama no homem a Sua própria imagem, repetindo de alguma forma o que acontece entre as Três pessoas da Santíssima Trindade: Deus ama-se a Si mesmo. Isto porque a alma sendo espírito é criada directamente por Deus em estado puro. Logo quando o homem perdeu esta faculdade, Deus apressou-se a reparar o dano – só Ele o poderia fazer – de uma forma pessoal e definitiva: enviou a Segunda Pessoa, o Filho, para efectuar essa reparação. 

O Filho, gerado pelo amor, não pôde fazer mais que amar da única forma que Deus sabe amar: total e definitivamente (não há maior amor que dar a vida pelos seus amigos). 
Não seria pois “natural”, para empregar uma expressão humana, que um acto divino fosse algo diferente de um acto de amor, e um acto divino de transcendência incomensurável como é a salvação do homem não podia ser feita de outro modo que por um acto de amor de transcendência incomensurável. 

São Tomás de Aquino diz no seu Adoro Te Devote, que uma só gota do sangue de Cristo seria mais que suficiente para salvar a humanidade inteira, o que é verdade porque o amor de Deus tem a própria dimensão divina, ou seja absoluta, (não há “um bocadinho” de Deus), mas derramar só uma gota de sangue não seria um acto “próprio” de Deus, neste caso, da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, digamos, que “não estaria na Sua natureza fazê-lo” já que o amor, Deus, é, em si mesmo, total, completo, absoluto. 
Que esta “reflexão” do amor de Deus não é igual em todos os seres criados, especialmente no homem, parece evidente: “Em casa de Meu Pai, há várias moradas”. 

Haverá pois, uma “hierarquia” do amor, não mais ou menos amor, porque este é o mesmo, mas o grau de reflexão é que será diferente. Mas esta hierarquia não significará proximidade de Deus, quer dizer, estarão uns mais próximos que outros, uma vez que, no Céu e em Deus, não há dimensões, nem planos, nem escalas, penso que a diferença estará na visão de Deus. 
Haverá “graus” de visão diferentes para cada um, daqui que o gozo inefável da contemplação de Deus seja também gradativo. Mas será total para cada um, quer dizer, a contemplação de Deus preencherá totalmente cada homem que a ela tenha acesso. 
Como se um jarro com um litro de capacidade ficará totalmente cheio com um litro de água, assim como outro jarro com cinco litros de capacidade ficará totalmente cheio com cinco litros de água. 

O prémio, pois, da contemplação de Deus, é total, porque é à medida de cada homem. 

A felicidade será, portanto, total. 

Os últimos que só trabalharam na vinha as últimas horas receberam a mesma paga que os que nela trabalharam todo o dia, e o Senhor acha isto absolutamente justo, como na verdade é.

AMA, 2000