04/10/2010

Padrinhos e Madrinhas



Quando li na minha caixa de correio o convite para colaborar no NUNC COEPI, não pude deixar de sentir algum orgulho por ombrear com duas pessoas que fazem das suas vidas a missão de levar Cristo tão empenhadamente aos outros e d’Ele darem permanente testemunho, com conhecimento e profundidade.

Se a um, Spe Deus, tenho como um bom amigo, (apesar de não o conhecer pessoalmente), e me habituei a admirar a sua constância e procura, (partilhada com todos), do Nosso Deus que está entre nós, ao outro, liga-me o sangue e toda uma vida em conjunto, separada às vezes pelas muitas circunstâncias da vida neste mundo.

Mas liga-me muito mais até do que isso, pois para além dos laços familiares de filhos dos mesmos pais, liga-me a unidade filial em Jesus Cristo e o laço por Ele abençoado, do António ser meu padrinho de Baptismo e também de Matrimónio.

E é aqui que é interessante reflectir, nesta coisa tão simples e ao mesmo tempo tão importante e séria, de se ser padrinho de Baptismo, de Crisma, de Matrimónio.

O que é isto de ser Padrinho de Baptismo?

Chegado aqui, pensei escrever um texto sobre este assunto, mas na minha procura nos documentos da Igreja, encontrei tanta riqueza e clarividência que me limito para já a transcrevê-los, deixando para outra vez aquilo que me seja dado escrever.

Assim, diz-nos o Catecismo da Igreja Católica sobre os padrinhos de Baptismo:

1255. Para que a graça baptismal possa desenvolver-se, é importante a ajuda dos pais. Esse é também o papel do padrinho ou da madrinha, que devem ser pessoas de fé sólida, capazes e preparados para ajudar o novo baptizado, criança ou adulto, no seu caminho de vida cristã (50). O seu múnus é um verdadeiro ofício eclesial (51). Toda a comunidade eclesial tem uma parte de responsabilidade no desenvolvimento e na defesa da graça recebida no Baptismo.

O Catecismo remete-nos depois para o Código de Direito Canónico, que é perfeitamente explícito:

Título I
Do BAPTISMO
Capítulo IV
DOS PADRINHOS

Cân. 872 Ao baptizando, enquanto possível, seja dado um padrinho, a quem cabe acompanhar o baptizando adulto na iniciação cristã e, junto com os pais, apresentar ao baptismo o baptizando criança. Cabe também a ele ajudar que o baptizado leve uma vida de acordo com o baptismo e cumpra com fidelidade as obrigações inerentes.
Cân. 873 Admite-se apenas um padrinho ou uma só madrinha, ou também um padrinho e uma madrinha.
Cân. 874 § 1. Para que alguém seja admitido para assumir o encargo de padrinho, é necessário que:
1° - seja designado pelo baptizando, por seus pais ou por quem lhes faz as vezes, ou, na falta deles, pelo próprio pároco ou ministro, e tenha aptidão e intenção de cumprir esse encargo;
2° - Tenha completado dezasseis anos de idade, a não ser que outra idade tenha sido determinada pelo Bispo diocesano, ou pareça ao pároco ou ministro que se deva admitir uma excepção por justa causa;
3° - seja católico, confirmado, já tenha recebido o santíssimo sacramento da Eucaristia e leve uma vida de acordo com a fé e o encargo que vai assumir;
4° - não tenha sido atingido por nenhuma pena canónica legitimamente aplicada ou declarada;
5° - não seja o pai ou a mãe do baptizando.
§ 2. O baptizado pertencente a uma comunidade eclesial não católica só seja admitido junto com um padrinho católico, o qual será apenas testemunha do baptismo.


Sobre os padrinhos de Baptismo diz-nos o Catecismo da Igreja Católica:


1311. Tanto para a Confirmação, como para o Baptismo, convém que os candidatos procurem a ajuda espiritual dum padrinho ou de uma madrinha. É conveniente que seja o mesmo do Baptismo, para marcar bem a unidade dos dois sacramentos (139).

Remetendo-nos também para o Código de Direito Canónico:


Título II
DO SACRAMENTO DA CONFIRMAÇÃO
CAPÍTULO IV
DOS PADRINHOS

Cân. 892 - Enquanto possível, assista ao confirmando um padrinho, a quem cabe cuidar que o confirmado se comporte como verdadeira testemunha de Cristo e cumpra com fidelidade as obrigações inerentes a esse sacramento.
Cân. 893 - § 1. Para que alguém desempenhe o encargo de padrinho, é necessário que preencha as condições mencionadas no cân. 874.
§ 2. É conveniente que se assuma como padrinho o mesmo que assumiu esse encargo no baptismo.


Saliento da leitura destes documentos da Igreja, o conselho, (que não conhecia), de que o padrinho do Sacramento da Confirmação, seja tanto quanto possível, aquela ou aquele que foi o padrinho de Baptismo.

Assim vamos aprendendo a conhecer melhor a Fé que nos une, a Doutrina que desejamos assumir, a vida em Cristo que nos é dada por Sua graça, para, em Igreja, melhor vivermos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
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Bom Dia! Outubro 04, 2010






Vem à memória, inevitavelmente, a cena evangélica da viúva pobre e das duas moedas que deitou no cofre do Templo.
Sabia que era pobre, tinha a noção que as duas moedas lhe fariam falta para a sua vida corrente e, no entanto, deu-as sem hesitar porque terá pensado que haveria alguém a quem aquelas duas moeditas fariam um grande bem.
De facto o bem que se faz diariamente pelo mundo fora é constituído, na sua maior parte, por muitas dádivas de “duas moedas”, de actos de generosidade de escasso valor mas que, somados formam um rio caudaloso que alimenta e torna mais felizes os muitos necessitados que vivem com terríveis carências e que dependem dessas duas moedas para viver.
O carácter desta viúva era riquíssimo, não vivia isolada e conformada com a sua pobreza e a escassez de bens, ao contrário, via uma “nesga” de felicidade em poder “fazer bem sem saber a quem”, tinha uma visão de conjunto da vida própria e alheia, sabia-se fazendo parte de uma sociedade em que, não obstante ocupar uma posição discretíssima, tinha um papel a cumprir e que, só ela, o podia fazer.

Na vida profissional de cada um, tem de existir o desejo de melhoria sob pena de que, o que se faz, não satisfaça nem o próprio nem os outros que têm direito a que faça o melhor que sabe.
E, como fará o melhor que sabe se, o que sabe, é pouco e desactualizado?
E se não estuda, não se interessa por conhecer o que há de novo na sua profissão como pode aspirar a um melhor desempenho da mesma?
O conhecimento não seria possível se não houvesse esta atitude de procura constante do ser humano, orientado para a descoberta de novos métodos, meios e soluções para os variados problemas e situações da vida corrente. Nada surge por acaso, alguém teve de o descobrir, trabalhando, dedicando a suas capacidades à descoberta do novo. 


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Tema para breve reflexão - 2010.10.04

Procurar Jesus

Procuráveis-Me por motivos da carne, não do espírito. Quantos há que procuram Jesus, guiados só por interesses materiais! (...) Apenas se procura Jesus por Jesus.

(Stº Agostinho, Comentário ao Evangelho de S. João, 25, 10)

Textos de Reflexão para 04 de Otubro

Evangelho: Lc 10, 25-37

25 Eis que se levantou um doutor da lei, e disse-lhe para o experimentar: «Mestre, que devo eu fazer para alcançar a vida eterna?». 26 Jesus respondeu-lhe: «O que é que está escrito na Lei? Como lês tu?». 27 Ele respondeu: «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento, e o teu próximo como a ti mesmo». 28 Jesus disse-lhe: «Respondeste bem: faz isso e viverás». 29 Mas ele, querendo justificar-se, disse a Jesus: «E quem é o meu próximo?». 30 Jesus, retomando a palavra, disse: «Um homem descia de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos ladrões, que o despojaram, o espancaram e retiraram-se, deixando-o meio morto. 31 Ora aconteceu que descia pelo mesmo caminho um sacerdote que, quando o viu, passou de largo.32 Igualmente um levita, chegando perto daquele lugar e vendo-o, passou adiante. 33 Um samaritano, porém, que ia de viagem, chegou perto dele e, quando o viu, encheu-se de compaixão. 34 Aproximou-se, ligou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu jumento, levou-o a uma estalagem e cuidou dele. 35 No dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao estalajadeiro e disse-lhe: Cuida dele; quanto gastares a mais, eu to pagarei quando voltar. 36 Qual destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões?». 37 Ele respondeu: «O que usou de misericórdia com ele». Então Jesus disse-lhe: «Vai e faz tu o mesmo».

Comentário:

Decorreram uns três anos sobre o meu contacto directo, no hospital, com mais espantosa falta de atenção ao próximo que me foi dado enfrentar na minha já não curta vida. (vd meditação 2010 XV Semana T. Comum)
Em vez de centrar a minha meditação deste trecho evangélico sobre as figuras do sacerdote, do levita ou do samaritano vou antes chamar para a primeira fila do meu pensamento o pobre abandonado pelos salteadores.
Imagino um viajante com aspecto próspero, - senão que interesse teriam os salteadores -; depois penso que de facto seria portador de bens consideráveis que terá procurado salvaguardar e, isto explica a violência de que foi alvo, ter ficado coberto de feridas e abandonado quase morto.
Quase imediatamente me vem ao pensamento que esse viajante é o próprio Cristo que caminha pelo mundo sendo frequente vítima de assaltos e violências inauditas por parte de alguns - muitos, infelizmente - que procuram despojá-lo dos tesouros de é portador o mais valioso dos quais é a Salvação da humanidade.
E atacam-no, violentam-no e, se não O matam, outra vez, numa Cruz, abandonam-no na vera do caminho como coisa sem interesse ou préstimo algum.
Das pessoas que passam e constatam esta duríssima realidade, eu, sou uma delas.
Detenho-me ao Seu lado aterrado com o que vejo e fico sem saber o que fazer. Isto é, parece-me que o que posso fazer é muito pouco, indigno, insuficiente.
Não obstante dedico-me de todo o coração e com todas as minhas potências a ajudar aquele Jesus que sofre se encontra semi-morto com os ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que foi - é - ofendido.
Digo-lhe que O amo, peço-lhe perdão, insisto que me acompanhe para que eu, embora fraco como infelizmente sou, O proteja e salvaguarde.

(ama, meditação sobre Lc 10, 25-37, 2010.07.10)

Tema: Virtudes – Obediência 2

A obediência torna meritórios os nossos actos e sofrimentos, de tal modo que, inúteis que estes últimos possam parecer, podem chegar a ser muito fecundos. Uma das maravilhas realizadas por Nosso Senhor é ter feito com que se tornasse proveitosa a coisa mais inútil, como é a dor. Ele glorificou-a mediante a obediência e o amor. 

(R. Garrigou-Lagrange, Las três edades de la vida interior, vol. II, nr. 683, trad por ama)

Doutrina: CCIC – 419:  Qual o lugar da antiga Lei, no plano da salvação?
                   CIC 1963-1964; 1982

A Antiga Lei permite conhecer muitas verdades acessíveis à razão, indica o que se deve e o que se não deve fazer, e sobretudo, como um sábio pedagogo, prepara e dispõe à conversão e ao acolhimento do Evangelho. Todavia, embora santa, espiritual e boa, a Lei antiga é ainda imperfeita, pois, por si, não dá a força e a graça do Espírito para a cumprir.

Festa: São Francisco de Assis

                                                                                                                                                                Nota Histórica
Nasceu em Assis, no ano 1182. Depois de uma juventude leviana, converteu se a Cristo, renunciou a todos os bens paternos e entregou se inteiramente a Deus. Abraçou a pobreza para seguir mais perfeitamente o exemplo de Cristo e pregava a todos o amor de Deus. Formou os seus companheiros com normas excelentes, inspiradas no Evangelho, que foram aprovadas pela Sé Apostólica. Fundou também uma Ordem de religiosas e uma Ordem Terceira para seculares; e promoveu a pregação da fé entre os infiéis. Morreu em 1226. (snl)