27/06/2022

Publicações em Junho 27

  


Dentro do Evangelho –  (cfr: São Josemaria, Sulco 253)

 

(Re Mt XVIII)

 

Sentados sobre a erva tenra escutavamos Jesus nas Suas respostas ás perguntas que os circunstantes Lhe faziam, destas, uma pergunta feita por Pedro chamou particularmente a minha atenção:

- "Senhor, até quantas vezes o meu irmão poderá pecar contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? E Jesus respondeu-lhe: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete" (cfr Mt XVIII, 23- 22).

Estranhei a pergunta de Pedro, porquê sete vezes? Desde logo, Pedro é mais generoso que os Rabinos que perdoavam até três vezes e assim ensinavam; mas porquê sete vezes?

Verifico que Jesus entendeu perfeitamente a pergunta e, por isso a Sua resposta encerra definitivamente a questão. Sete vezes é uma expressão vaga, sem grande significado quando se pretende expressar um conceito. Considerar Uma, Duas, Três vezes parecem-me suficientes para decidir eleger uma opção sobre o que fazer, o mais, julgo que será como que um (truque) para evitar escolher.

Quando responde :"não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete", Jesus quer dizer que o perdão não tem limites, deve ser constante. Que seria de mim se o Senhor limitasse o Seu Perdão a sete vezes! Na minha já longa vida, este número estaria há muito esgotado, e... agora... esgotou-se o Perdão de Deus?

A "contabilidade divina" é infinitamente diferente da minha e, por isso, sei, acredito firmemente que Ele nunca Se detém a considerar as vezes que me concedeu o Seu Perdão, se Lho peço do fundo do meu ser... Senhor, perdoa-me , Ele... perdoa e, não só... esquece...!

Volto ao princípio para considerar que à pergunta de Pedro, talvez falte acrescentar: "Quantas vezes posso pecar contra o meu irmão para que ele me perdoe".

Esta hipotética pergunta talvez mereça consideração porque me preocupo mais em ser perdoado que perdoar. De facto, tenho de considerar o que terei eu que perdoar? O que disseram a meu respeito... algo grave, mentira, falsassidades, alguém me acusou do que fosse sem nenhuma razão, denegriu intencionalmente o meu carácter, apreciou malévolamente as minhas acções ou atitudes?

Ah... se sim... porque o terá feito? Não terá sido para me "pagar na mesma moeda"? E... que fazer? Eternizar o assunto ou pôr-lhe um ponto final?

Ressentimentos arrastados tempos sem fim só trazem desconforto e mais ressentimentos e tornam-se autênticas obsseções.

A resposta de Jesus parece-me "válida" para as duas perguntas, a de Pedro e a minha "hipotética"; o Perdão Divino não tem nem limites nem tempo, está disponível em qualquer momento quando Lho solicito, além do mais, tem uma qualidade "superior": o perdoado é esquecido.

Ai Senhor! Se todos me perdoassem assim!!!

 

Reflexão

 

Posso amar-Te mais

Na Tua presença no sacrário elevo o meu pensamento e formulo uma pergunta: Como posso amar-Te mais?

Bem sei a resposta: Amar-Te nas grandes coisas como nas de escasso valor.

Deixa essa miragem das grandes coisas, dos momentos marcantes, das ocasiões soberanas.

Vive a vida simples de todos os dias, agradece e segue em frente para lá onde Ele te espera de braços abertos.

Reclina a cabeça no Seu peito e diz-Lhe simplesmente: Senhor ajuda-me a amar-Te mais.

 

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