28/01/2018

A correcção fraterna

A prática da correcção fraterna – que tem tradição evangélica – é uma manifestação de carinho sobrenatural e de confiança. Agradece-a quando a receberes, e não deixes de praticá-la com quem convives. (Forja, 566)


Sede prudentes e actuai sempre com simplicidade, virtude tão própria dos bons filhos de Deus. Sede naturais na vossa linguagem e na vossa actuação. Chegai ao fundo dos problemas; não fiqueis à superfície. Reparai que é preciso contar antecipadamente com o sofrimento alheio e com o nosso, se desejamos deveras cumprir santamente e com honradez as nossas obrigações de cristãos.

Não vos oculto que, quando tenho que corrigir ou tomar uma decisão que fará sofrer alguém, padeço antes, durante e depois; e não sou um sentimental. Consola-me pensar que só os animais não choram; nós, os homens, filhos de Deus, choramos. Sei que em determinados momentos, também vós tereis que sofrer, se vos esforçardes por levar a cabo fielmente o vosso dever. Não vos esqueçais de que é mais cómodo – mas é um descaminho – evitar o sofrimento a todo o custo, com o pretexto de não magoar o próximo; frequentemente o que se esconde por trás desta omissão é uma vergonhosa fuga ao sofrimento próprio, porque normalmente não é agradável fazer uma advertência séria a alguém. Meus filhos, lembrai-vos de que o inferno está cheio de bocas fechadas.

(...) Para curar uma ferida, primeiro limpa-se esta muito bem e inclusivamente ao seu redor, desde bastante distância. O médico sabe perfeitamente que isso dói, mas se omitir essa operação, depois doerá ainda mais. A seguir, põe-se logo o desinfectante; arde – pica, como dizemos na minha terra – mortifica, mas não há outra solução para a ferida não infectar.


Se para a saúde corporal é óbvio que se têm de tomar estas medidas, mesmo que se trate de escoriações de pouca importância, nas coisas grandes da saúde da alma – nos pontos nevrálgicos da vida do ser humano – imaginai como será preciso lavar, como será preciso cortar, como será preciso limpar, como será preciso desinfectar, como será preciso sofrer! A prudência exige-nos intervir assim e não fugir ao dever, porque não o cumprir seria uma falta de consideração e inclusivamente um atentado grave, contra a justiça e contra a fortaleza. (Amigos de Deus, nn. 160–161)

Temas para reflectir e meditar

União com Cristo


Ele é suficiente para ti; fora d’Ele nenhuma coisa o é.

Bem o sabia Filipe quando Lhe dizia:

Senhor, mostra-nos o Pai e isso basta-nos.



(SANTO AGOSTINHO, Sermão 334 4)




Evangelho e comentário

Tempo Comum


Evangelho: Mc 1, 21-28

21 Entraram em Cafarnaúm. Chegado o sábado, veio à sinagoga e começou a ensinar. 22  E maravilhavam-se com o seu ensinamento, pois os ensinava como quem tem autoridade e não como os doutores da Lei. 23 Na sinagoga deles encontrava-se um homem com um espírito maligno, que começou a gritar: 24 «Que tens a ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos arruinar? Sei quem Tu és: o Santo de Deus.» 25 Jesus repreendeu-o, dizendo: «Cala-te e sai desse homem.» 26 Então, o espírito maligno, depois de o sacudir com força, saiu dele dando um grande grito. 27 Tão assombrados ficaram que perguntavam uns aos outros: «Que é isto? Eis um novo ensinamento, e feito com tal autoridade que até manda aos espíritos malignos e eles obedecem-lhe!» 28 E a sua fama logo se espalhou por toda a parte, em toda a região da Galileia.

Comentário:

Já o dissemos – mas voltamos a repetir – que o Senhor não podia consentir que alguém acreditasse nele devido a declarações de Satanás.

O Pai da Mentira, não merece qualquer credibilidade – nunca! – como poderia, pois, dizer algo verdadeiro acerca de Cristo?

Bom… de facto, diz a verdade, mas a sua intenção é malévola e falsa porque aos que acreditarem nele pelo que diz de Cristo há-de exigir que acreditem em tudo quanto lhes sugerir, por outras palavras, toma posse desses coitados que se deixam enganar.

(AMA, comentário sobre Mc 1, 21-28, 02.10.2017)







Leitura espiritual

CAPÍTULO V

O SUBLIME CONHECIMENTO DE CRISTO


1.       O encontro pessoal com Cristo.

…/3

Depois de termos reflectido, nos capítulos anteriores, sobre “Jesus verdadeiro Homem” e sobre “Jesus verdadeiro Deus”, vamos agora debruçar-nos sobre Jesus como “Pessoa”.
«Ensinamos – diz o concílio de Calcedónia – que Cristo deve ser reconhecido como uma Pessoa, ou hipóstase, não separado e dividido em duas pessoas, mas único e idêntico Filho unigénito, Verbo e Senhor nosso Jesus Cristo» [i].

Conhece-se a importância central desta verdade que fala de uma união hipostática ou pessoal entre o homem e Deus, em Cristo.
Ela é o “nó” que une a Trindade e a cristologia, Cristo é uma Pessoa e esta Pessoa não é senão a Pessoa do Verbo, a segunda Pessoa da Trindade, aqual, tendo encarnado através de Maria, começou também a existir como homem no tempo.
Divindade e humanidade, para além de serem duas naturezas, aparecem, nesta luz, como duas fazes ou dois momentos de existir de uma mesma Pessoa; primeiramente fora do tempo e depois no tempo; antes sem carne e depois na carne.
É a intuição que faz depender, no modo mais estrito que se possa pensar, a nossa salvação pela intervenção gratuita de Deus; é a que melhor reflecte, na sua mesma raiz, a natureza profunda da religião cristã, que é ser a religião da graça e do dom, mais que da conquista e das obras; e a religião da descida de Deus até nós, mais do que a nossa subida para Deus.
«Ninguém – disse Jesus no evangelho de S. João – subiu ao céu, a não ser o Filho do Homem que desceu do céu» [ii], e isto quer dizer que não se pode subir até Deus, se Deus não descer primeiro para o meio de nós; quer dizer que nenhuma cristologia que parta radicalmente “de baixo” (de Jesus “Pessoa humana”) jamais poderá conseguir “subir ao céu”, isto é, elevar-se até atingir a fé na divindade ena preexistência de Cristo.
Isto foi o que demonstrou novamente a experiência recente.

2.   «Para que eu O possa conhecer a Ele…»

Mas não é isto que me interessa relevar.
Também este dogma da única pessoa de Cristo é uma “estrutura aberta”, isto é, capaz de nos falar hoje, de responder às novas necessidades da fé, que não são as mesmas do século quinto.
Hoje em dia ninguém nega que Cristo é “uma Pessoa”.
Como já vimos atrás, há quem negue que Ele seja uma “pessoa divina”, preferindo dizer que é uma “pessoa humana”.
Mas a unidade da Pessoa de Cristo não é contestada por ninguém.
Não é por isso sobre esta vertente tradicional que deve ser procurada a actualidade deste dogma.

No plano da vida vivida, a coisa mais importante hoje, no dogma de Cristo como “uma Pessoa” é menos importante o adjectivo “uma” do que o substantivo “pessoa”.
Descobrir e proclamar que Jesus Cristo não é uma ideia, um problema histórico e nem somente uma personagem, mas sim que é uma pessoa e uma pessoa viva!
É disto que precisamos hoje e de que temos extrema necessidade, para não deixarmos que o cristianismo se reduza a ideologia ou simplesmente a teologia.
Também esta verdade faz parte daquele castelo de fadas que é a terminologia dogmática da Igreja Antiga, no qual dormem, num sono profundo, os príncipes e as mais graciosas princesas, aquém só é preciso acordar para que se levantem de um pulo em toda a sua glória.
De acordo com o programa que nos propusemos – o de revitalizar o dogma, partindo da sua base bíblica – vamos debruçar-nos agora sobre a palavra de Deus.
E visto que aqui tratamos de tornar possível aos homens de hoje um encontro pessoal com o Cristo ressuscitado, vou começar precisamente pelo texto do Novo Testamento que nos fala do mais célebre “encontro pessoal” com Jesus ressuscitado, alguma vez acontecido sobre a Terra: é o encontro do Apóstolo Paulo.
«Saulo, Saulo… quem és Tu, Senhor? Eu sou Jesus!»
Foi assim que se deu aquele encontro, do qual brotaram tantas bênçãos para a Igreja nascente [iii].

Mas ouçamos como ele mesmo descreve este encontro que dividiu em duas partes a sua vida:
«Mas aquilo que poderia ser para mim um lucro (como o de ser circuncidado, da estirpe de Israel, fariseu, irrepreensível) reputei-as como perda por Cristo. Na verdade, tudo considero uma perda, perante a sublimidade do conhecimento de Jesus Cristo meu Senhor. Por causa d’Ele perdi tudo, e tudo considero como lixo, a fim de ganhar a Cristo e ser achado n’Ele. E isso não mediante a minha justiça que deriva da lei, mas da que nasce da fé em Cristo, isto é, aquela justiça que vem de Deus, baseada na fé. E isto para que eu O possa conhecer a Ele…» [iv].

Quero lembrar também aqui o momento em que este texto se tornou “realidade activa” para mim, porque a Palavra de Deus não se conhece verdadeiramente, na sua mais profunda natureza, senão pelos frutos, isto é, por aquilo que ela uma vez produziu na vida de cada um de nós.
No estudo do cristianismo, eu tinha procedido a várias investigações sobre a origem do conceito de “pessoa” em teologia, sobre as suas definições e diversas interpretações.
Eu tinha tomado conhecimento das intermináveis discussões à volta da pessoa única ou hipóstase de Cristo durante o período bizantino, bem como dos progressos modernos sobre a dimensão psicológica da pessoa, com o consequente problema do “eu” de Cristo…
De certo modo posso dizer que eu estava a par de tudo sobre a pessoa de Cristo.
Porém, a certo momento, eis que chegou esta desconcertante descoberta: sim, eu conhecia tudo sobre a pessoa de Jesus, mas não conhecia Jesus em pessoa!
Eu conhecia a noção de pessoa, mais que a pessoa em si.

(cont)
rainiero cantalamessa, Pregador da Casa Pontifícia.





[i] Denzinger, Schonmetzer, 302
[ii] Jo 3,13
[iii] Cfr. Act. 9,4-5
[iv] Fl 3,7-10

Tratado da vida de Cristo 188

Os sacramentos em geral 

Questão 60: Dos Sacramentos

Art. 4 — Se um sacramento é sempre uma realidade sensível.

O quarto discute-se assim. — Parece que um sacramento nem sempre é uma realidade sensível.

1. Porque, segundo o Filósofo, todo efeito é sinal da sua causa. Ora, como há alguns efeitos sensíveis, há também alguns inteligíveis; assim a ciência, efeito da demonstração. Logo, nem todo o sinal é sensível. Ora, para um sacramento existir basta que seja o sinal de uma coisa sagrada pela qual o homem se santifique, conforme se disse. Logo, não é necessário que um sacramento seja nenhuma realidade sensível.

2. Demais. — Os sacramentos dizem respeito ao culto ou ao reino de Deus. Ora, as coisas sensíveis não respeitam ao culto de Deus, segundo o Evangelho: Deus é espírito e em espírito e verdade é que o devem adorar os que o adoram. E o Apóstolo: O reino de Deus não é comida nem bebida. Logo, não é necessário que o sacramento seja uma realidade sensível.

3. Demais. — Agostinho diz, que as coisas sensíveis são os mínimos bens, sem os quais o homem pode viver rectamente. Ora, os sacramentos são necessários à salvação do homem como a seguir se dirá, e, portanto, não pode o homem viver bem sem eles. Logo, não é preciso que os sacramentos sejam realidades sensíveis.

Mas, em contrário, Agostinho diz: Acrescenta-se a palavra ao elemento e nasce o sacramento. E refere-se nesse lugar à água, elemento sensível. Logo, os sacramentos supõem coisas sensíveis.

A sabedoria divina provê a cada coisa conforme à natureza desta; por isso diz a Escritura, que dispõe tudo com suavidade. Donde a expressão do Evangelho: Deu a cada um segundo a sua capacidade. Ora, é conatural ao homem chegar, por meio das coisas sensíveis ao conhecimento das inteligíveis. Ora, o sinal é o meio de chegarmos a um conhecimento ulterior. E assim, sendo as coisas sagradas, significadas pelos salvamentos, uns bens espirituais e inteligíveis pelos quais o homem se santifica, resulta por consequência, que a significação do sacramento se manifesta completamente mediante certas coisas sensíveis. Assim também é pela semelhança das coisas sensíveis que a divina Escritura nos descreve as coisas espirituais. Por isso é que os sacramentos requerem as coisas sensíveis, como também o prova Dionísio.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Um ser é denominado e definido principalmente pelo que lhe convém primária e essencialmente e não pelo que acidentalmente lhe convém. Ora, a essência do efeito sensível, como sendo o que o homem conhece primária e essencialmente, é levá-lo a um conhecimento ulterior, pois, todo o nosso conhecimento nasce dos sentidos. Ora, nos efeitos inteligíveis não está o poderem conduzir a um conhecimento ulterior senão enquanto manifestados por outros meios, que são as realidades sensíveis. Donde vem que primária e principalmente se chamam sinais os que nos afetam os sentidos; por isso diz Agostinho que sinal é aquilo que sugere ao nosso pensamento uma realidade diferente da apreendida pelos sentidos. Ora, os efeitos inteligíveis não têm a natureza de sinal, senão enquanto manifestados por certos sinais. E também deste modo certas coisas que não são sensíveis se chamam de algum modo sacramentos, enquanto significados por meio de realidades sensíveis, do que mais adiante se tratará.

RESPOSTA À SEGUNDA. — As coisas sensíveis, consideradas em sua natureza, não concernem ao culto ou ao reino de Deus; mas só enquanto sinais das coisas espirituais, nas quais consiste o reino de Deus.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Agostinho refere-se às coisas sensíveis consideradas na natureza delas; não porém quando assumidas a significar as coisas espirituais, que são os máximos bens.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.



Devoción a la Virgen


Otro vínculo más entre Padre Pío y Fátima: la gran devoción de la familia de los pastorcitos por el santo de los estigmas

Pequena agenda do cristão

DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?