Tempo comum XXXI Semana
Evangelho:
Lc 15, 1-10
1 Aproximavam-se d'Ele os publicanos e os pecadores para
O ouvir. 2 Os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: «Este
recebe os pecadores e come com eles». 3 Então propôs-lhes esta
parábola: 4 «Qual de vós, tendo cem ovelhas, se perde uma delas, não
deixa as noventa e nove no deserto, para ir procurar a que se tinha perdido,
até que a encontre? 5 E,
tendo-a encontrado, a põe sobre os ombros todo contente 6 e, indo
para casa, chama os seus amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo,
porque encontrei a minha ovelha que se tinha perdido. 7 Digo-vos
que, do mesmo modo, haverá maior alegria no céu por um pecador que fizer
penitência que por noventa e nove justos que não têm necessidade de penitência».
8 «Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, e perdendo uma, não
acende a candeia, não varre a casa, e não procura diligentemente até que a
encontre? 9 E que, depois de a achar, não convoca as amigas e vizinhas,
dizendo: Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma que tinha perdido. 10
Assim vos digo Eu que haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador
que faça penitência».
Comentário:
Parece talvez um exagero tanto trabalho e tanta alegria
por uma única ovelha que se perdeu. Acaso não havia ainda um numeroso rebanho:
noventa e nove ovelhas?
Talvez, até, alguém acabasse por encontrá-la e a
devolvesse ao dono ou, a própria ovelha sentindo o apelo irresistível do
aprisco, voltasse ao rebanho.
Talvez… mas o Pastor não se detém a considerar estas
possibilidades. Além disso existe sempre o perigo de qualquer animal feroz
encontrar a ovelha e a devorar perdendo-a para sempre.
Trata-se de um pastor competente, dedicado ao seu
rebanho e, para ele não há alternativa. Enquanto não encontrar a que está
perdida sente que o seu rebanho está incompleto e as contas que terá de dar ao
dono têm de ser justificadas: “Fiz tudo para encontrar a ovelha perdida”.
(ama, meditação sobre Lc 15, 1-10, 2010.07.26)
Leitura espiritual
São Josemaria Escrivá
Temas actuais do
cristianismo ([i])
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Ao
longo desta entrevista, tem havido ocasião de comentar aspectos importantes da
vida humana o especificamente da vida da mulher, e de reconhecer como o
espírito do Opus Dei os valoriza. Para terminar, poder-nos-ia dizer como
considera que se deve promove, o papel da mulher na vida da Igreja?
Não
posso ocultar que, ao responder a uma pergunta deste tipo, sinto a tentação -
contrária ao meu proceder habitual - de fazê-lo de um modo polémico, porque há
algumas pessoas que empregam essa linguagem de um modo clerical, usando a
palavra Igreja como sinónimo de algo que pertence ao clero, à Hierarquia
eclesiástica. E assim, por participação na vida da Igreja entendem, só ou
principalmente, a ajuda prestada à vida paroquial, a colaboração em associações
“com mandato” da Hierarquia, a assistência activa nas funções litúrgicas e
coisas semelhantes.
Quem
pensa assim esquece na prática - ainda que talvez o proclame na teoria - que a
Igreja é a totalidade do Povo de Deus, o conjunto de todos os cristãos, que,
portanto, onde estiver um cristão que se esforce por viver em nome de Jesus
Cristo, aí está presente a Igreja.
Com
isto não pretendo minimizar a importância da colaboração que a mulher pode
prestar à vida da estrutura eclesiástica. Pelo contrário, considero-a
imprescindível. Tenho dedicado a minha vida a defender a plenitude da vocação
cristã do laicado, dos homens e das mulheres que vivem no meio do mundo e, por
conseguinte, a procurar o pleno reconhecimento teológico e jurídico da sua
missão na Igreja e no mundo.
Só
quero fazer notar que há quem promova uma redução injustificada dessa
colaboração, e afirmar que o cristão comum, homem ou mulher, só pode cumprir a
sua missão específica, também a que lhe corresponde dentro da estrutura
eclesial, desde que não se clericalize, se continuar a ser secular, corrente,
pessoa que vive no mundo e que participa dos cuidados do mundo.
Compete
aos milhões de mulheres e de homens cristãos que enchem a Terra, levar Cristo a
todas as actividades humanas, anunciando com as suas vidas que Deus ama a todos
e quer salvar a todos. Por isso, a melhor maneira de participarem na vida da
Igreja, a mais importante e a que, pelo menos, tem de estar pressuposta em
todas as outras, é a de serem integralmente cristãos no lugar onde estão na
vida, onde a sua vocação humana os levou.
Como
me emociona pensar em tantos cristãos, homens e mulheres, que, talvez sem se
proporem fazê-lo de maneira específica, vivem com simplicidade a sua vida de
cada dia, procurando encarnar nela a Vontade de Deus! Fazer-lhes tomar
consciência da sublimidade da sua vida, revelar-lhes que isso, que parece sem
importância, tem um valor de eternidade, ensinar-lhes a escutar mais
atentamente a voz de Deus, que lhes fala através de acontecimentos e situações,
é do que a Igreja tem hoje premente necessidade, porque é nesse sentido que
Deus a está urgindo.
Cristianizar
o mundo inteiro a partir de dentro, mostrando que Jesus Cristo redimiu toda a
humanidade - essa é a missão do cristão. E a mulher participará nela da maneira
que lhe é própria, tanto no lar como nas tarefas que desempenhe, realizando as
suas virtualidades peculiares.
O
principal é, pois, que, como Santa Maria - mulher, Virgem e Mãe - vivam
voltadas para Deus, pronunciando esse fiat mihi secundum verbum tuum (Luc. 1,
38), faça-se em mim segundo a tua palavra, do qual depende a fidelidade à
vocação pessoal, única e intransferível em cada caso, que nos fará cooperadores
da obra de salvação que Deus realiza em nós e no mundo inteiro.
Acabais
de ouvir a leitura solene dos dois textos da Sagrada Escritura correspondentes
à Missa do XXI Domingo depois de Pentecostes. Tendo ouvido a palavra de Deus,
já estais situados no âmbito em que se hão-de mover as palavras que agora vos
dirijo: palavras de sacerdote, pronunciadas perante uma grande família de
filhos de Deus na sua Santa Igreja. Palavras, pois, que desejam ser
sobrenaturais, pregoeiras da grandeza de Deus e das suas misericórdias para com
os homens; palavras que vos disponham para a impressionante Eucaristia que hoje
celebramos aqui no campus da Universidade de Navarra.
Considerai
por uns instantes o facto que acabo de mencionar. Celebramos a Sagrada
Eucaristia, o sacrifício sacramental do corpo e do sangue de Nosso Senhor, esse
mistério de fé que reúne em si todos os mistérios do Cristianismo. Celebramos,
portanto, a acção mais sagrada e transcendente que o homem, por graça de Deus,
pode realizar nesta vida. Comungar o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor é, de
certo modo, desligar-nos dos laços de terra e de tempo, para estar já com Deus
no Céu, onde o próprio Cristo enxugará as lágrimas dos nossos olhos e onde não
haverá morte, nem pranto, nem gritos de fadiga, porque o mundo velho já terá
passado [Cfr Ap. XXI, 4].
Esta
verdade tão consoladora e profunda, esta significação escatológica da
Eucaristia, como costumam denominá-la os teólogos, poderia, no entanto, ser mal
entendida; e de facto tem-no sido, sempre que se tem pretendido apresentar a
existência cristã como algo de exclusivamente espiritual - espiritualista,
quero dizer - próprio da gente pura, extraordinária, que não se mistura com as
coisas desprezíveis deste mundo, ou que, quando muito, as tolera como realidade
necessariamente justaposta ao espírito, enquanto aqui vivemos.
Quando
se vêem as coisas deste modo, o lugar por excelência da vida cristã passa a ser
o templo; e ser cristão, nesse caso, consiste em ir ao templo, participar em
cerimónias sagradas, incrustar-se numa sociologia eclesiástica, numa espécie de
mundo segregado, que se apresenta a si mesmo como a antecâmara do Céu, enquanto
o mundo comum segue o seu próprio caminho. A doutrina do Cristianismo e a vida
da graça passariam, por conseguinte, como que roçando o atribulado avançar da
história humana, mas sem se encontrarem com ele.
Nesta
manhã de Outubro, enquanto nos dispomos a penetrar no memorial da Páscoa do
Senhor, respondemos simplesmente que não a essa visão deformada do
Cristianismo. Reflecti um momento no enquadramento da nossa Eucaristia, da
nossa Acção de Graças: encontramo-nos num templo singular; poderíamos dizer que
a nave é o campus universitário; o retábulo, a Biblioteca da Universidade; além
a maquinaria que levanta novos edifícios; e por cima, o céu de Navarra...
Esta
enumeração não vos confirma, de uma forma palpável e inesquecível, que o
verdadeiro lugar da vossa existência cristã é a vida corrente? Meus filhos,
onde estiverem os homens, vossos irmãos; onde estiverem as vossas aspirações, o
vosso TRABALHO, os vossos amores, é aí que está o sítio do vosso encontro
quotidiano com Cristo. É no meio das coisas mais materiais da Terra que devemos
santificar-nos, servindo Deus e todos os homens.
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Tenho
ensinado constantemente com palavras da Sagrada Escritura: o mundo não é mau
porque saiu das mãos de Deus, porque é uma criatura Sua, porque Iavé olhou para
ele e viu que era bom [Cfr. Gen. 1, 7 e ss.]. Nós, os homens, é que o tornamos
mau e feio, com os nossos pecados e as nossas infidelidades. Não duvideis, meus
filhos: qualquer forma de evasão das honestas realidades diárias é, para vós,
homens e mulheres do mundo, coisa oposta à vontade de Deus.
Pelo
contrário, deveis compreender agora - com uma nova clareza - que Deus vos chama
a servi-Lo em e a partir das ocupações civis, materiais, seculares da vida
humana: Deus espera-nos todos os dias no laboratório, no bloco operatório, no
quartel, na cátedra universitária, na fábrica, na oficina, no campo, no lar e
em todo o imenso panorama do TRABALHO. Ficai a saber: escondido nas situações
mais comuns há um quê de santo, de divino, que toca a cada um de vós descobrir.
Eu
costumava dizer àqueles universitários e àqueles operários que vinham ter
comigo por volta de 1930 que tinham que saber materializar a vida espiritual.
Queria afastá-los assim da tentação, tão frequente então como agora, de viver
uma vida dupla: a vida interior, a vida de relação com Deus, por um lado; e por
outro, diferente e separada, a vida familiar, profissional e social, cheia de
pequenas realidades terrenas.
Não,
meus filhos! Não pode haver uma vida dupla; se queremos ser cristãos, não
podemos ser esquizofrénicos. Há uma única vida, feita de carne e espírito, e
essa é que tem de ser - na alma e no corpo - santa e cheia de Deus, deste Deus
invisível que encontramos nas coisas mais visíveis e materiais.
Não
há outro caminho, meus filhos: ou sabemos encontrar Nosso Senhor na nossa vida
corrente ou nunca O encontraremos Por isso posso dizer-vos que a nossa época
precisa de restituir à matéria e às situações que parecem mais vulgares o seu
sentido nobre e original, colocá-las ao serviço do Reino de Deus,
espiritualizá-las, fazendo delas o meio e a ocasião do nosso encontro
permanente com Jesus Cristo.
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O
sentido cristão autêntico - que professa a ressurreição de toda a carne -
sempre combateu, como é lógico, a desencarnação, sem receio de ser julgado
materialista. É lícito, portanto, falar de um materialismo cristão, que se opõe
audazmente aos materialismos fechados ao espírito.
Que
são os sacramentos - vestígios da Encarnação do Verbo, como afirmaram os
antigos - senão a mais clara manifestação deste caminho que Deus escolheu para
nos santificar e levar para o Céu? Não vedes que cada sacramento é o amor de
Deus, com toda a sua força criadora e redentora, que se nos dá servindo-se de
meios materiais? O que é esta Eucaristia - já iminente - senão o Corpo e o
Sangue adoráveis do nosso Redentor, que Se nos oferece através da humilda
matéria deste mundo - vinho e pão - através dos elementos da natureza
cultivados pelo homem, como o último Concílio Ecuménico quis recordar? [Cfr.
Gaudium et Spes, nº 38]
Compreende-se,
meus filhos, que o Apóstolo pudesse escrever: todas as coisas são vossas; vós
sois de Cristo e Cristo de Deus [I Cor III 22-23]. Trata-se de um movimento
ascendente que o Espírito Santo, difundido nos nossos corações, quer provocar
no mundo: da terra até à glória de Nosso Senhor. E para que ficasse claro que
nesse movimento se incluía até o que parece mais prosaico, S. Paulo escreveu
também: quer comais, quer bebais, fazei tudo para glória de Deus [I Cor X, 31].
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Esta
doutrina da Sagrada Escritura, que se encontra, como sabeis, no próprio cerne
do espírito do Opus Dei, há-de levar-vos a realizar o vosso trabalho com
perfeição, a amar a Deus e os homens fazendo com amor as pequenas coisas da
vossa jornada habitual, descobrindo esse quê divino que está encerrado nos
pormenores. Que bem se enquadram aqui aqueles versos do poeta de Castela:
Devagar, e boa letra;/que fazer as coisas bem/ importa mais que fazê-las [A.
MACHADO, Poesias Completas. CLXI - Proverbios y cantares XXIV, Espasa-Calpe,
Madrid, 1940].
Asseguro-vos,
meus filhos, que, quando um cristão realiza com amor a mais intranscendente das
acções diárias, ela transborda da transcendência de Deus. Por isso vos tenho
repetido, com insistente martelar, que a vocação cristã consiste em fazer
poesia heróica da prosa de cada dia. Na linha do horizonte, meus filhos,
parecem unir-se o céu e a terra. Mas não; onde se juntam deveras é nos vossos
corações, quando viveis santamente a vida de cada dia...
Viver
santamente a vida de cada dia, acabo de dizer-vos. E com estas palavras
refiro-me a todo o programa da vossa vida cristã. Deixai-vos, pois, de sonhos,
de falsos idealismos, de fantasias, daquilo a que costumo chamar mística do
oxalá - oxalá não me tivesse casado; oxalá não tivesse esta profissão; oxalá
tivesse mais saúde; oxalá fosse mais novo; oxalá fosse velho!... - e cingi-vos,
pelo contrário, sobriamente, à realidade mais material e imediata, que é onde
Nosso Senhor está: vede as minhas mãos e os meus pés, disse Jesus ressuscitado;
sou Eu mesmo. Tocai-Me e vede que um espírito não tem carne e ossos como vedes
que Eu tenho [Lc 24, 39].
São
muitos os aspectos do ambiente secular em que vos moveis, que se iluminam a
partir destas verdades. Pensai, por exemplo, na vossa actuação de cidadãos na
vida civil. Um homem sabedor de que o mundo - e não só o templo - é o lugar do
seu encontro com Cristo, ama esse mundo, procura adquirir uma boa preparação
intelectual e profissional, vai formando - com plena liberdade - os seus
próprios critérios sobre os problemas do meio em que vive; e toma, como
consequência, as suas próprias decisões que, por serem decisões de um cristão,
procedem também de uma reflexão pessoal que tenta humildemente captar a vontade
de Deus nesses aspectos, pequenos e grandes, da vida.
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Mas
esse cristão não se lembra nunca de pensar ou de dizer que desce do templo ao
mundo para representar a Igreja, e que as suas soluções são as soluções
católicas daqueles problemas. Isso não pode ser, meus filhos! Isso seria clericalismo,
catolicismo oficial, ou como quiserdes chamar-lhe. De qualquer modo, seria
violentar a natureza das coisas. Tendes de difundir por toda a parte uma
verdadeira mentalidade laical, que há-de levar os cristãos a três
consequências:
-
a serem suficientemente honrados para arcarem com a sua responsabilidade
pessoal;
-
a serem suficientemente cristãos para respeitarem os seus irmãos na fé que
proponham - em matérias discutíveis - soluções diversas das suas
-
e a serem suficientemente católicos para não se servirem da Igreja, nossa Mãe,
misturando-a com partidarismos humanos.
Vê-se
claramente que, neste terreno como em todos, não poderíeis realizar o programa
de viver santamente a vida diária se não gozásseis de toda a liberdade que vos
é reconhecida - simultaneamente - pela Igreja e pela vossa dignidade de homens
e de mulheres criados à imagem de Deus. A liberdade pessoal é essencial para a
vida cristã. Mas não vos esqueçais, meus filhos, de que falo sempre de uma
liberdade responsável.
Interpretai,
portanto, as minhas palavras como o que são: um chamamento a exercerdes -
diariamente!, não apenas em situações de emergência - os vossos direitos; e a
cumprirdes nobremente as vossas obrigações como cidadãos - na vida política, na
vida económica, na vida universitária, na vida profissional -, assumindo com
coragem todas as consequências das vossas decisões, arcando com a independência
pessoal que vos corresponde. E essa mentalidade laical cristã permitir-vos-á
fugir de toda a intolerância, de todo o fanatismo. Di-lo-ei de um modo
positivo: far-vos-á conviver em paz com todos os vossos concidadãos e fomentar
também a convivência nos diversos sectores da vida social.
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Sei
que não tenho necessidade de recordar o que ao longo de tantos anos venho
repetindo. Esta doutrina de liberdade civil, de convivência e de compreensão é
uma parte muito importante da mensagem que o Opus Dei difunde. Terei que voltar
a afirmar que os homens e as mulheres que querem servir Jesus Cristo na Obra de
Deus são simplesmente cidadãos iguais aos outros que se esforçam por viver com
responsabilidade séria - até às últimas consequências - a sua vocação cristã?
Nada
distingue os meus filhos dos seus concidadãos. Por outro lado, exceptuando a
Fé, nada têm de comum com os membros das congregações religiosas. Amo os
religiosos e venero e admiro as suas clausuras, os seus apostolados, o seu
afastamento do mundo - o seu contemptus mundi -, que são outros sinais de
santidade na Igreja. Mas Nosso Senhor não me deu vocação religiosa, e desejá-la
para mim seria uma desordem. Nenhuma autoridade na terra poderá obrigar-me a
ser religioso, como nenhuma autoridade pode forçar-me a contrair matrimónio.
Sou sacerdote secular: sacerdote de Jesus Cristo, que ama apaixonadamente o
mundo.
(cont)
[i]
Entrevista
realizada por Pilar Salcedo, publicada em Telva (Madrid), em 1 de Fevereiro de
1968 e reproduzida em Mundo Cristiano (Madrid) em 1 de Março do mesmo ano.
[ii]
Homilia
pronunciada no campus da Universidade de Navarra, em 8 de Outubro de 1967.