Pedir a fé e aprofundar
nesta virtude
30.
Ao longo destes meses – oxalá consigamos criar esse ânimo para sempre –, ao
rezar o Credo na Missa e noutros momentos, esforcemo-nos por professar a fé da
Igreja, com mais consciência, com uma atenção mais imediata às palavras e ao
seu significado. Também suporia uma grande ajuda o estudo e a frequente
meditação dos diversos artigos que compõem o Símbolo. Entre os meios que Bento
XVI sugere para dar relevo e verdadeira eficácia a esse tempo, um de primordial
importância concretiza-se no estudo do Catecismo da Igreja Católica, ou também
do seu Compêndio, como preciosa herança do Concílio Vaticano II, onde se
recolhem, de modo tão completo, orgânico e ordenado, todas as verdades da
doutrina católica.
«Existe
uma unidade profunda entre o ato com que se crê e os conteúdos a que damos o
nosso assentimento» [54]. O conhecimento dos conteúdos da fé é
essencial para lhes podermos dar o próprio assentimento, para aderirmos
plenamente com a inteligência e a vontade ao que a Igreja propõe; tal aceitação
implica, portanto, que, quando se crê, se acolhe livremente todo o mistério da
fé, já que o próprio Deus garante a sua verdade ao revelar-se e oferecer à
nossa razão o seu mistério de amor.
«Por
outro lado, prossegue o Papa, não podemos esquecer que, no nosso contexto
cultural, há muitas pessoas que, embora não reconhecendo em si mesmas o dom da
fé, todavia vivem uma busca sincera do sentido último e da verdade definitiva
acerca da sua existência e do mundo. Esta busca é um verdadeiro “preâmbulo” da
fé, porque move as pessoas pela estrada que conduz ao mistério de Deus» [55].
Não
desfaleçamos na estupenda tentativa de pôr a descoberto as inquietações
espirituais que se ocultam em todas as almas, para lhes oferecer a formação
oportuna que sacie a sua sede da Verdade. Especialmente nos tempos actuais, tem
muita importância ensinar ou recordar àqueles com quem nos damos por um motivo
ou outro, que a vida terrena é uma etapa transitória da existência humana. Deus
criou-nos para a vida eterna, destinou-nos a participar da sua própria Vida
divina, alcançando assim uma felicidade completa e sem fim. Este dom da
Santíssima Trindade só se consegue em plenitude depois da morte corporal, mas
começa já aqui em baixo. Ora, a vida eterna consiste em que Te conheçam a Ti,
um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste (Jo 17, 3). Quem come a
minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no
último dia (Jo 6, 54).
Copyright © Prælatura Sanctæ Crucis et
Operis Dei
Nota: Publicação devidamente
autorizada
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Notas:
[54]
Bento XVI, Carta Apost. Porta fídei, 11-X-2011, n. 10.
[55]
Bento XVI, Carta Apost. Porta fídei, 11-X-2011, n. 10.