19/05/2020

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Que em cada um de vós esteja a alma de Maria


- Minha Mãe! As mães da terra olham com maior predilecção para o filho mais débil, o mais doente, o menos esperto, o pobre defeituoso... Senhora!, eu sei que tu és mais Mãe que todas as mães juntas... E como sou teu filho... E como sou débil, e doente..., e defeituoso..., e feio... (Forja, 234)


As mães não contabilizam os pormenores de carinho que os seus filhos lhes demonstram, não pesam nem medem com critérios mesquinhos. Uma pequena demonstração de amor, saboreiam-na como se fosse mel e acabam por conceder muito mais do que receberam. Se assim fazem as mães boas da terra, imaginai o que poderemos esperar da nossa Mãe, Santa Maria!

Agrada-me voltar, em pensamento, àqueles anos em que Jesus permaneceu junto de sua Mãe e que abarcam quase toda a vida de Nosso Senhor neste mundo. Vê-lo pequeno quando Maria cuida d'Ele e o beija e o entretém... Vê-lo crescer diante dos olhos enamorados de sua Mãe e de José, seu pai na terra... Com quanta ternura e com quanta delicadeza Maria e o Santo Patriarca se preocupariam com Jesus durante a sua infância! E, em silêncio, aprenderiam muito e constantemente d'Ele. As suas almas ir-se-iam afazendo à alma daquele Filho, Homem e Deus. Por isso, a Mãe e, depois dela, José, conhece como ninguém os sentimentos do coração de Cristo e os dois são o caminho melhor, diria até que o único, para chegar ao Salvador.

Que em cada um de vós, escrevia Santo Ambrósio, esteja a alma de Maria, para louvar o Senhor; que em cada um esteja o espírito de Maria, para se regozijar em Deus. (Amigos de Deus, 280-281)

Orações de Maio



"Salve, estrela da manhã"

Salve, estrela da manhã, venerável Mãe de Deus e sempre Virgem, feliz porta do céu.
Recebeste aquele "Salve" da boca de Gabriel:
Asseguraste-nos a paz, pois mudastes o castigo de Eva.

Solta as cadeias dos presos, dá luz aos cegos, livra-nos dos nossos males, alcança-nos todos os bens.
Mostra que és nossa Mãe e receba de ti as nossas preces Aquele que por nós nasceu e quis ser teu Filho.

Virgem singular, Entre todas, a mais humilde.
Faz que, limpos da culpa, sejamos humildes e sãos.
Concede-nos uma vida pura, prepara-nos um caminho seguro, para que vendo a Jesus sempre nos alegremos.

Glorificamos a Deus Pai, E a máxima honra a Cristo e ao Espírito Santo: Aos Três um mesmo louvor.
Ámen.


SANTO ROSÁRIO rezar com São João Paulo II


Rezar com São João Paulo II: 

SANTO ROSÁRIO Ladainha de Nossa Senhora

PAPA SÃO JOÃO PAULO II



Notas: 
1 - Em Latim
2 - Publicação diária durante Maio

Memórias de Fátima

As minhas memórias de Fátima - 19

O que me liga a Fátima - s

Pode dizer-se que nós tínhamos um “Capelão privativo” que era o Cónego Dr. José Gracias, primeiro Pároco da Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Lisboa e, depois, secretário privado do Cardeal Patriarca D. Manuel Gonçalves Cerejeira.

Era uma pessoa de uma cultura extraordinária que juntava as suas raízes goesas à sua formação académica em Direito e à sua espiritualidade intensamente vivida. Passava quase todo o mês de Setembro connosco.

Foi ele quem me deu a Primeira comunhão e, também aos meus irmãos mais novos.

Estava constantemente a falar de Fátima e de Nossa Senhora. Era um “apaixonado”.

(AMA, Memórias de Fátima)

LEITURA ESPIRITUAL

COMENTANDO OS EVANGELHOS

São Lucas

Cap. XIX



1 Tendo entrado em Jericó, Jesus atravessava a cidade. 2 Vivia ali um homem rico, chamado Zaqueu, que era chefe de cobradores de impostos. 3 Procurava ver Jesus e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura. 4 Correndo à frente, subiu a um sicómoro para o ver, porque Ele devia passar por ali. 5 Quando chegou àquele local, Jesus levantou os olhos e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, pois hoje tenho de ficar em tua casa.» 6 Ele desceu imediatamente e acolheu Jesus, cheio de alegria. 7 Ao verem aquilo, murmuravam todos entre si, dizendo que tinha ido hospedar-se em casa de um pecador. 8 Zaqueu, de pé, disse ao Senhor: «Senhor, vou dar metade dos meus bens aos pobres e, se defraudei alguém em qualquer coisa, vou restituir-lhe quatro vezes mais.» 9 Jesus disse-lhe: «Hoje veio a salvação a esta casa, por este ser também filho de Abraão; 10 pois, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.» 11 Estando eles a ouvir estas coisas, Jesus acrescentou uma parábola, por estar perto de Jerusalém e por eles pensarem que o Reino de Deus ia manifestar-se imediatamente. 12 Disse, pois: «Um homem nobre partiu para uma região longínqua, a fim de tomar posse de um reino e em seguida voltar. 13 Chamando dez dos seus servos, entregou-lhes dez minas e disse-lhes: ‘Fazei render a mina até que eu volte.’ 14 Mas os seus concidadãos odiavam-no e enviaram uma embaixada atrás dele, para dizer: ‘Não queremos que ele seja nosso rei.’ 15 Quando voltou, depois de tomar posse do reino, mandou chamar os servos a quem entregara o dinheiro, para saber o que tinha ganho cada um deles. 16 O primeiro apresentou-se e disse: ‘Senhor, a tua mina rendeu dez minas.’ 17 Respondeu-lhe: ‘Muito bem, bom servo; já que foste fiel no pouco, receberás o governo de dez cidades.’ 18 O segundo veio e disse: ‘Senhor, a tua mina rendeu cinco minas.’ 19 Respondeu igualmente a este: ‘Recebe, também tu, o governo de cinco cidades.’ 20 Veio outro e disse: ‘Senhor, aqui tens a tua mina que eu tinha guardado num lenço, 21 pois tinha medo de ti, que és homem severo, levantas o que não depositaste e colhes o que não semeaste.’ 22 Disse-lhe ele: ‘Pela tua própria boca te condeno, mau servo! Sabias que sou um homem severo, que levanto o que não depositei e colho o que não semeei; 23 então, porque não entregaste o meu dinheiro ao banco? Ao regressar, tê-lo-ia recuperado com juros.’ 24 E disse aos presentes: ‘Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dez minas.’ 25 Responderam-lhe: ‘Senhor, ele já tem dez minas!’ 26 Digo-vos Eu: A todo aquele que tem, há-de ser dado, mas àquele que não tem, mesmo aquilo que tem lhe será tirado. 27 Quanto a esses meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os cá e degolai-os na minha presença.» 28 Dito isto, Jesus seguiu para diante, em direcção a Jerusalém. 29 Ao aproximar-se de Betfagé e de Betânia, junto do chamado Monte das Oliveiras, Jesus enviou dois dos seus discípulos, 30 dizendo: «Ide à aldeia em frente e, ao entrardes nela, encontrareis um jumentinho preso, que ninguém montou ainda; soltai-o e trazei-mo. 31 E se alguém vos perguntar: ‘Porque o soltais?’, respondereis assim: ‘O Senhor precisa dele.’» 32 Os enviados partiram, e tudo se lhes deparou como Ele tinha dito. 33 Quando estavam a soltar o jumentinho, os donos disseram-lhes: «Porque soltais o jumentinho?» 34 Responderam-lhes: «Porque o Senhor precisa dele.» 35 Levaram-no a Jesus e, deitando as capas sobre o jumentinho, ajudaram Jesus a montar. 36 Enquanto caminhava, estendiam as capas no caminho. 37 Estando já próximo da descida do Monte das Oliveiras, o grupo dos discípulos começou a louvar alegremente a Deus, em alta voz, por todos os milagres que tinham visto. 3 8E diziam: «Bendito seja o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no Céu e glória nas Alturas!» 39 Alguns fariseus disseram-lhe, do meio da multidão: «Mestre, repreende os teus discípulos.» 40 Jesus retorquiu: «Digo-vos que, se eles se calarem, gritarão as pedras.» 41 Quando se aproximou, ao ver a cidade, Jesus chorou sobre ela e disse: 42 «Se neste dia também tu tivesses conhecido o que te pode trazer a paz! Mas agora isto está oculto aos teus olhos. 43 Virão dias para ti, em que os teus inimigos te hão-de cercar de trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados; 44 hão-de esmagar-te contra o solo, assim como aos teus filhos que estiverem dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada.» 45 Depois, entrando no templo, começou a expulsar os vendedores. 46 E dizia-lhes: «Está escrito: A minha casa será casa de oração; mas vós fizestes dela um covil de ladrões.» 47 Ensinava todos os dias no templo, e os sumos sacerdotes e os doutores da Lei, assim como os chefes do povo, procuravam matá-lo. 48 Não sabiam, porém, como proceder, pois todo o povo, ao ouvi-lo, ficava suspenso dos seus lábios.

Comentários:

1-10 -
Como sempre, são Lucas descreve, como só ele sabe, este momento entranhável. De facto, Zaqueu procura ver Jesus e vai ao Seu encontro não obstante as dificuldades. Mas, Jesus vai ao encontro de Zaqueu como que por acaso - embora saibamos muito bem que o Senhor não faz nada por acaso - e, assim, o Seu objectivo é premiar a perseverança de Zaqueu e de forma insuspeita: hospeda-Se em sua casa, numa demonstração de intimidade que tem como consequência o qu a seguir o Evangelista relata. E, por tudo isto, Zaqueu alcança o que talvez não julgasse possível: a própria salvação.

Este episódio de Zaqueu não pode deixar de comover-nos. Um homem rico, pecador público – como consideravam os cobradores de impostos – tem ânsias de conhecer Jesus Cristo. A força deste desejo é tal que arrosta com todas as possíveis críticas e incompreensões e, inclusivamente, com o ridículo de, um homem da sua posição, trepar a uma árvore. Comove-nos e deve, também, envergonhar-nos, pelas vezes – talvez muitas – em que nos deixámos levar pelos respeitos humanos, o temor do “que dirão”, a vergonha da exposição pública. Mas… deixemos a comoção e a vergonha e decidamo-nos a actuar – sempre – como Zaqueu.
Com o seu estilo brilhante e metódico, São Lucas apresenta-nos com vivíssimas cores um quadro admirável. Nada falta: o desejo de Zaqueu de conhecer Jesus, desejo tão forte e genuíno - que não é simples curiosidade -, que ultrapassa o “respeito humano” que possa sentir pela sua a sua baixa estatura, levando-o a trepar a uma árvore às claras, à vista de todos; não falta também a atenção de Jesus quando Se detem exactamente onde Zaqueu O espera e “Se faz convidado para sua casa”; o banquete, as críticas e reparos dos que não entendem nada para além do que os olhos vêm e, finalmente, o discurso de Zaqueu, sincero, simples, tocante, o discurso que retrata a transformação completa de um homem a sua escolha e decisão de mudar de vida. Seria muito bom que nos dedicássemos a ler este evangelho muitas vezes ao longo do ano, aproveitando bem as lições e inspirações que o mesmo nos traz.

8-26 -
Haverá quem queira seguir Jesus? Com este “programa”, com estas condições! A verdade é que, ao longo dois tempos, têm sido muitos milhares e, destes, não poucos pagaram com a própria vida a sua escolha. São loucos? Bem ao contrário, o prémio excede em muito, todo o sacrifício.

9-24 -
Jesus faz uma pergunta porquê? Então Ele não sabe tudo! As perguntas fazem-se, muitas vezes, para que a resposta possa ser motivo de esclarecimento, de correcção. É exactamente este caso. Cristo deseja que os Seus mais próximos tenham bem claras as suas ideias a Seu respeito, e, por isso, esclarece, explica, diz como. O Seu “papel”, a Sua preocupação, é ensinar de forma segura e cabal para que não haja nem dúvidas nem falsas interpretações.

11-28 -
São Lucas conta-nos esta parábola de Jesus com a riqueza de pormenores habitual. Estamos na presença de um Evangelista que, inspirado pelo Espírito Santo, revela qualidades de escritor – ou se se quiser: repórter – nos deixa autênticos quadros vivos das várias passagens e acontecimentos na vida pública de Jesus. E é tão bom que assim seja porque, com muito mais facilidade, nos sentimos como que “dentro” dos acontecimentos que relata e deixamos de ser simples “leitores” para passarmos a “expectadores”. Assim, e seguindo o conselho de São Josemaria, vivemos por dentro as cenas do Evangelho “como um personagem mais(Amigos de Deus, 251).
Por várias vezes ao longo do ano, mas particularmente neste tempo de reconvenção que é a Quaresma, a liturgia vai apresentando este tema que versa sobre as contas que teremos de dar sobre o uso que demos aos dons e graças que ao longo da vida fomos recebendo. É a vinha pronta e preparada para produzir, são os talentos, as minas... O Criador entrega-nos em plena confiança o necessário e, se repararmos bem, muito mais do que precisamos. Não esqueçamos que, por exemplo, uma Mina corresponderia ao valor de cinquenta kilos de prata. O que recebeu dez Minas ficou, portanto, na posse de meia tonelada de prata, quantia astronómica a que o Senhor chama "coisa pouca". E, de facto, considerando a omnipotente grandeza do Senhor… O que se compreende é que o valor intrínseco das coisas pouco conta para Deus, mas, antes, o que é feito com amor e vontade de servir, aplicando todas as nossas capacidades e dotes.
São Lucas faz constar no Evangelho que escreveu as palavras de Jesus: «Quanto a esses meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os cá e degolai-os na minha presença.». São palavras duras e, talvez, difíceis de aceitar vindas de Quem vêm. Mas, temos de considerar, pelo menos, duas coisas: A primeira é ter presente que naquele tempo era normal os detentores do poder procederem com violência sem piedade. A segunda é uma imagem, que o Senhor quer dar, de que o castigo eterno para os que não aceitam Deus será terrível e sem remissão.

41-44 -
Ficamos sem palavras perante esta cena que São Lucas relata. Um homem que é nosso Deus e Senhor, comovido até às lágrimas perante a realidade que conhece do que irá acontecer à Cidade Santa. A Santíssima Humanidade de Cristo revela-se em toda a plenitude na preocupação, dor, pena pelas consequências do comportamento dos homens Seus irmãos. E nós? Não nos causa pena e dor quando ofendemos tão excelente Deus e Senhor?
A dor que Jesus sente ao ver Jerusalém e quanto se abaterá sobre a Cidade de David é de tal modo concreta e real que não pode conter as lágrimas. Comparamos esta passagem ao transe sofrido no Horto das Oliveiras, aí, tão intenso que o Seu sangue aflui como suor. No mistério das nossas relações com Cristo haverá sempre latente no nosso coração esse desejo de possuirmos esse Dom do Santo Temor de Deus que nos leve sempre a afastar decididamente qualquer ocasião de O ofender.
Quem chora? Jesus Cristo Homem ou, Jesus Cristo Deus? É Ele mesmo, Perfeito Homem e Deus Perfeito, Quem chora sobre a cidade santa! Impressiona, comove, quase que sentimos alguma revolta interior por quem faz sofrer assim o nosso Deus e Senhor! E… nós? Nunca provocámos lágrimas de dor e pena a este mesmo Jesus Cristo, nosso irmão, que deu a vida por nós? Ah! Cada vez que nos deixamos vencer pela tentação afastamo-nos d’Ele e, seguramente, provocamos na Sua alma uma tristeza e uma dor que só passarão quando, profunda e sinceramente arrependidos, nos ajoelharmos aos pés do Sacerdote e pedimos perdão contrito e completo.

45-48 -
Muitas vezes nos interrogamos sobre a autêntica sanha que movia os chefes do povo, sumos-sacerdotes e doutores da lei contra Jesus Cristo. Talvez que – como pura hipótese – tivessem medo que o povo que, cada vez mais numeroso, seguia o Senhor, acabasse por se voltar contra eles ou, quando muito, deixasse de prestar-lhes a atenção e observância dos numerosos preceitos que eles impunham com rigor e determinação. É possível, também, que ao escutarem pessoas da sua categoria e estatuto – como Nicodemos, Galamiel e outros - vissem o erro em que se deixavam envolver e, por respeito humano, vergonha ou orgulho, fossem incapazes de retroceder na sua posição. Nem, de facto, conhecer isso nos interessa muito bastando-nos tirar a lição do que o orgulho desmedido e o auto-convencimento podem fazer de uma pessoa!
De repente, perante os nossos olhos – talvez atónitos – a figura de Jesus como que Se transforma e Aquele Homem afável e comunicativo, assume uma postura de intransigente repúdio pelo espectáculo da casa de Deus convertida em zona de comércio de toda a espécie. De facto, Jesus defende a Sua casa, como qualquer um de nós defenderia a sua se a mesma fosse alvo de profanação ou abuso por parte de outros. O Templo – e este é o ensinamento que Jesus quer sublinhar – é casa de oração, de encontro com Deus e só esse é o fim para que existe.








Temas para reflectir e meditar


Ninguém pode servir dois Senhores 1

Penso que esta “máxima” se pode aplicar especificamente aos políticos nomeadamente os que desempenham cargos de governo ou elaboração de legislação.

Os “dois Senhores, são nestes casos, o bem comum e os interesses próprios.

Quem, por opção livremente assumida, desempenha estes ofícios, terá de observar estritamente este princípio e ter bem ordenada a escala de valores.

Raras vezes o interesse comum coincide com o próprio interesse e, portanto, este nunca deverá ser considerado.

AMA, reflexões, Carvide, 19.08.2019

FILOSOFIA E RELIGIÃO




MAÇONARIA

        A maçonaria, que é a encarnação satânica do ódio a Cristo, no mundo, tem ultimamente desenvolvido; nas suas lojas, uma actividade desesperada, em França (a sua grande vítima) e em todo o mundo.  Os processos são sempre os mesmos: caluniar a Igreja, laicizar o ensino, e expulsar as Congregações religiosas, para melhor expulsarem a Deus das consciências.  [1]

(A. Veloso, BROTÉRIA, Vol. LVI, Fasc. 4, 1953, pag. 278) 



[1] Vale a pena ler os documentos das  lojas, publicados em Documentation catholique, n2. 1124 (29 de Junho de 19.52) e nr. 149 (14 de Junho de I953)

Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Orações sugeridas:

salmo ii

Regnum eius regnum sempiternum est et omnes reges servient et obedient. 
Quare fremerunt gentes et populi meditati sunt inania?
Astiterum reges terrae et principes convenerunt in unum adversus Dominum et adversus christum eius.
Dirumpamus vincula eorum et proiciamos a nobis iugum ipsorum.
Qui habitabit in caelis, irridebit eos, Dominus subsanabit eos.
Ego autem constitui regem meum super sion montem sanctum meum.
Praedicabo decretum eius Dominus dixit ad me: filius meus es tu; ego hodie genui te.
Postula a me, et dabo tibi gentes hereditatem tuam et possessionem tuam terminos terrae.
Reges eos in virga ferrea et tamquam vas figuli confringes eos.
Et nunc, reges, intelegite, erudimini, qui indicatis terram.
Servite Domino in timore et exultate ei cum tremore.
Apprehendite disciplinam ne quando irascatur et pereatis via, cum exarcerit in brevi ira eius.
Beati omnes qui confident in eo.
Gloria Patri...
Regnum eius regnum sempiternum est et omnes reges servient et obedient.
Oremus:
Omnipotens et sempiterne Deus qui in dilecto Filio Tuo universorum rege omnia instaurare voluisti concede propitius ut cunctae familiae gentium pecati vulnere disgregatae eius suavissimo subdantur imperio: Qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum.

Exame Pessoal

Sabes Senhor, qual é, talvez a minha maior fraqueza? É pensar em demasiado mim, nos meus problemas, nas minhas tristezas, naquilo que me acontece e no que gostaria me acontecesse. Nas voltas e reviravoltas que dou sobre mim mesmo, sobre a minha vida.
E os outros? Sim, os outros que rezam por mim, que se interessam por mim, que têm paciência para comigo, que me desculpam as minhas faltas e as minhas fraquezas, que estão sempre prontos a ouvir-me a atender-me, que não se importam de esperar que eu os compense pelo bem que me fazem, que não me pressionam para que pague o que me emprestam, que não me criticam nem julgam com a severidade que mereço.
Ajuda-me Senhor, a ser, pelo menos reconhecido e a devolver o bem que recebo e, além disso a não julgar, a não emitir opinião, critica ou conceito, vendo nos outros, a maior parte das vezes, os defeitos e fraquezas que eu próprio possuo.[i]

Senhor, ajuda-me a pensar nos outros em vez de estar aqui, mergulhado nos meus problemas, girando à volta de mim mesmo, concentrado apenas no que me diz respeito. Os outros! Todos os outros. Os que conheço, de quem sou amigo ou familiar e aqueles que me são desconhecidos. São Teus filhos como eu, logo, todos são meus irmãos. Se somos irmãos somos também herdeiros, convém, portanto que me preocupe com aqueles que vão partilhar a herança comigo.[ii]

Noverim me

Oh Deus que me conheces perfeitamente tal como sou, ajuda-me a conhecer-me a mim mesmo, para que possa combater com eficácia os enormes defeitos do meu carácter, em particular...
Chamaste-me, Senhor, pelo meu nome e eu aqui estou: com as minhas misérias, as minhas debilidades, com palavras maiores que os actos, intenções mais vastas que as obras e desejos que ultrapassam a vontade.
Porque não sou nada, não valho nada, não sei nada e não posso nada, entrego-me totalmente nas Tuas mãos para que, por intercessão de minha Mãe, Maria Santíssima, de São José, meu Pai e Senhor, do Anjo da Minha Guarda e de São Josemaria, possa adquirir um espírito de luta perseverante.[iii]
   
Meu Senhor e meu Deus, tira-me tudo o que me afaste de Ti.
Meu Senhor e meu Deus, dá-me tudo o que me aproxime de Ti
Meu Senhor e meu Deus, desapega-me de mim mesmo, para que eu me dê todo a ti.
Eu sei que podeis tudo e que, para Vós, nenhum projecto é impossível.[iv]

Faz-me santo, meu Deus, ainda que seja à força.[v]

Nada te perturbe / nada te atemorize Tudo passa / Deus não muda A paciência tudo alcança / Quem a Deus tem Nada falta / só Deus basta.[vi]



[i] AMA orações pessoais
[ii] AMA orações pessoais
[iii] AMA orações pessoais
[iv] AMA orações pessoais
[v] AMA orações pessoais
[vi] Santa Teresa de Jesus

LEITURA ESPIRITUAL

COMENTANDO OS EVANGELHOS

São João

Cap. X



1 «Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no redil das ovelhas, mas sobe por outro lado, é um ladrão e salteador. 2 Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas. 3 A esse o porteiro abre-a e as ovelhas escutam a sua voz. E ele chama as suas ovelhas uma a uma pelos seus nomes e fá-las sair. 4 Depois de tirar todas as que são suas, vai à frente delas, e as ovelhas seguem-no, porque reconhecem a sua voz. 5 Mas, a um estranho, jamais o seguiriam; pelo contrário, fugiriam dele, porque não reconhecem a voz dos estranhos.» 6 Jesus propôs-lhes esta comparação, mas eles não compreenderam o que lhes dizia. 7 Então, Jesus retomou a palavra: «Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas. 8 Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e salteadores, mas as ovelhas não lhes prestaram atenção. 9 Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim estará salvo; há-de entrar e sair e achará pastagem. 10 O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. 11 Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. 12 O mercenário, e o que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo e abandona as ovelhas e foge e o lobo arrebata-as e espanta-as, 13 porque é mercenário e não lhe importam as ovelhas. 14 Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-me, 15 assim como o Pai me conhece e Eu conheço o Pai; e ofereço a minha vida pelas ovelhas. 16 Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil. Também estas Eu preciso de as trazer e hão-de ouvir a minha voz; e haverá um só rebanho e um só pastor. 17 É por isto que meu Pai me tem amor: por Eu oferecer a minha vida, para a retomar depois. 18 Ninguém ma tira, mas sou Eu que a ofereço livremente. Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar. Tal é o encargo que recebi de meu Pai.» 19 Estas palavras tornaram a provocar desentendimento entre os judeus. 20 Muitos deles comentavam: «Ele tem demónio e está louco. Porque lhe dais ouvidos?» 21 Outros diziam: «Estas palavras não são dum possesso. Como é que um demónio pode dar vista aos cegos?» 22 Em Jerusalém celebrava-se, então, a festa da Dedicação do templo. Era Inverno. 23 Jesus passeava pelo templo, debaixo do pórtico de Salomão. 24 Rodearam-no, então, os judeus e começaram a perguntar-lhe: «Até quando nos deixarás na incerteza? Se és o Messias, di-lo claramente.» 25 Jesus respondeu-lhes: «Já vo-lo disse, mas não credes. As obras que Eu faço em nome de meu Pai, essas dão testemunho a meu favor; 26 mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. 27 As minhas ovelhas escutam a minha voz: Eu conheço-as e elas seguem-me. 28 Dou-lhes a vida eterna, e nem elas hão-de perecer jamais, nem ninguém as arrancará da minha mão. 29 O que o meu Pai me deu vale mais que tudo e ninguém o pode arrancar da mão do Pai. 30 Eu e o Pai somos Um.» 31 Então, os judeus voltaram a pegar em pedras para o apedrejarem. 32 Jesus replicou-lhes: «Mostrei-vos muitas obras boas da parte do Pai; por qual dessas obras me quereis apedrejar?» 33 Responderam-lhe os judeus: «Não te queremos apedrejar por qualquer obra boa, mas por uma blasfémia: é que Tu, sendo um homem, a ti próprio te fazes Deus.» 34 Jesus respondeu-lhes: «Não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses’? 35 Se ela chamou deuses àqueles a quem se dirigiu a palavra de Deus - e a Escritura não se pode pôr em dúvida – 36 a mim, a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo, como é que dizeis: ‘Tu blasfemas’, por Eu ter dito: ‘Sou Filho de Deus’? 37 Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim; 38 mas se as faço, embora não queirais acreditar em mim, acreditai nas obras, e assim vireis a saber e ficareis a compreender que o Pai está em mim e Eu no Pai.» 39 Por isso procuravam de novo prendê-lo, mas Ele escapou-se-lhes das mãos. 40 Depois, Jesus voltou a retirar-se para a margem de além-Jordão, para o lugar onde ao princípio João tinha estado a baptizar, e ali se demorou. 41 Muitos vieram ter com Ele e comentavam: «Realmente João não realizou nenhum sinal milagroso, mas tudo quanto disse deste homem era verdade.» 42 E muitos ali creram nele.

Comentários:


         A porta serve fundamentalmente para franquear a passagem e, também, para ga­rantir que só entra ou sai quem a ela tem acesso.
Jesus Cristo dá de Si próprio esta imagem da porta que se abre a quem 0 seguir ou, melhor, a quem desejar percorrer o caminho da salvação que é Ele próprio. «Eu sou o caminho, e não há outro que conduza ao Pai.» Ele vai à nossa frente como guia e pastor e o Seu passo é igual ao nosso porque não tem pressa e, frequentemente, quando por qualquer motivo paramos, espera com infinita paciência que retomemos a marcha sem desfalecimentos
.
         As relações entre Deus e os homens podem resumir-se numa palavra: Amor! Para amar a Deus é preciso conhece-Lo e, conhecendo-O, não é possível não O amar. A medida do nosso amor a Deus depende de quanto O conhecemos. Deus, que nos conhece intimamente ama-nos sem limite, por isso mesmo temos de conhecer Deus pondo todas as nossas capacidades neste objectivo, assim, conhecendo-O mais poderemos ama-Lo melhor.
         Continua o discurso do Bom Pastor. Jesus quer que todos entendam bem o Seu papel, a Sua missão. Assumindo-Se claramente como guia e chefe dos homens também deixa claro que É O único em Quem se pode e deve confiar. O alerta repetido dos que ao longo dos tempos hão-de tentar assumir esse papel tem absoluta razão de ser porque sabemos e constatamos que assim tem acontecido e sempre acontecerá. A exploração dos crédulos e pouco instruídos, muitas vezes desesperados e sem rumo, é campo fértil para esses lobos vestidos de cordeiros.
         Este Pastor e este rebanho são, como dizer, ”feitos Um para o outro”. De facto, o rebanho foi criado e é pertença absoluta do Pastor e é Ele Quem conduz, comanda, governa, alimenta. Poderia ser um pastor qualquer – como há muitos, infelizmente – que se limitasse a gozar a sua posse, a usufruir dos frutos. Mas não! Este Pastor é mais servo que senhor porque, se necessário for – como foi – chega ao ponto de dar a própria vida por cada uma das Suas ovelhas.
         Fica bem claro, pelas palavras de Cristo, Quem verdadeiramente tem poder sobre a vida e sobre a morte. Convém, portanto, que Lhe agradeçamos o dom da vida e, ao vivê-la como Ele quer que vivamos, alcancemos dele a graça de uma boa morte.
         Este trecho do Evangelho vem lembrar-nos a necessidade de rezar por todos aqueles (e, infelizmente, são muitos) que na busca de consolo e solução para as suas aflições, seguem com ilusão falsos pastores que enganam e mistificam a Única Verdade, que és Tu, Senhor. Pobre gente, iludida e cega, onde acabará? Sabemos de Fonte Segura, que é o próprio Jesus Cristo, que haverá um «só rebanho e um só pastor», mas, entretanto…
         Cristo deu a Sua vida pela humanidade inteira, não por uns quantos escolhidos e privilegiados mas por todos os homens sem excepção. Por isso mesmo, quer que todos os homens se salvem e, a única forma de tal acon­tecer é segui-Lo no caminho que nos deixou: A Sua Santa Igreja de que é a Cabeça. O Seu Vigário, o Papa, tem esse encargo de conduzir – todos – pelo caminho que leva à verdadeira felicidade na Vida Eterna. Seguir o Papa é seguir Cristo, ouvir a sua voz é ouvir Cristo, obedecer-lhe é obedecer a Cristo, amá-lo é amar Cristo.
        O Evangelista São João - já o dissemos – tem como “lema” no Evangelho que escre­veu, salientar de forma clara e iniludível a figura salvífica de Jesus Cristo. Ele é O enviado pelo Pai para salvar a humanidade, o guia seguro para a conduzir pelos caminhos de salvação. A figura do Pastor que conduz diligentemente o seu rebanho não como uma “massa amorfa” mas como seres individuais que respeita e ama com um amor de tal dimen­são que é capaz – e fá-lo-á – de dar a vida por todos e cada um dos que Lhe confiou.

         A Igreja celebra o Domingo do Bom-Pastor. Em plena Páscoa quando os corações dos cristãos ainda exultam com a Ressurreição de Cristo fica bem lembrar esta figura tantas vezes utilizada por Jesus Cristo. O rebanho e o pastor, a vide e os sarmentos, são exemplo que O Senhor dá para vincar bem a necessidade, que todos os homens temos, de estarmos bem unidos a Ele. Sem esta união, será difícil viver uma vida cristã como deve de ser, não recebemos a seiva alimentadora da “vide” onde estamos enxertados nem teremos um guia seguro que nos conduza pelos caminhos da terra. Em suma, sem esta união bem estreita e constante, será muito difícil alcançar a Vida Eterna nosso principal objectivo.
         Proliferam por todo o lado rebanhos que seguem falsos pastores, alguns com uma autêntica devoção dedicada e disposta a tudo. Causa admiração constatar esta realidade. Vastíssimo campo de apostolado se estende à nossa frente! Peçamos ao nosso Pastor que nos guie e conduza de tal forma que o nosso comportamento seja exemplo e atraia.
         Com que alegria lemos estas palavras de Jesus Cristo: «Eu dou-lhes a vida eterna; elas jamais hão-de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão». Que ventura extraordinária pertencer ao rebanho do Salvador! Quem mais nos poderia garantir tal futuro? Evidentemente que depende de cada um fazer o que lhe compete e que, em suma, é seguir o Pastor Divino, escutar a Sua voz e fazer como Ele manda. Se houver sacrifício - e quase sempre há - renúncia e escolha, aí estará Ele para nos ajudar nessas dificuldades e - tenhamos sempre presente - o prémio que nos tem reservado merece bem todo o esforço, luta e empenho que pusermos da nossa parte.
         «Até quando nos deixarás na incerteza? Se és o Messias, di-lo claramente.» Temos alguma dificuldade em entender estes contemporâneos de Jesus e a sua insistência no mesmo tema e, ao mesmo tempo, admiramos a paciência do Senhor em responder sempre mesmo sabendo que a Sua resposta de pouco servirá pelo menos para alguns. Mas nem Se cansa nem deixa de responder – doutrinando – porque poderá haver alguém – talvez um só dos que perguntaram – compreenda e aceite e, se assim acontecer, cumpre-se o Mandato Divino que, em suma é: Querer que todos se salvem.
         A declaração de Jesus Cristo: «Eu e o Pai somos Um» é de tal forma clara e conclusiva não admite interpretações. Da mesma forma se dissesse: ‘Eu sou Deus!’. Porém, deixa essa “conclusão” aos que O escutam pois quer evitar susceptibilidades que bem sabemos tal afirmação levantaria. Fala das Suas ovelhas que Lhe pertencem porque são de Deus e têm a vida eterna assegurada exactamente por isso mesmo. O Seu desejo – tantas vezes expresso – é que haja um só rebanho e um só Pastor – Ele próprio – porque todos, absolutamente, fomos e somos criados à imagem e semelhança de Deus. Como nas famílias humanas também na Família Divina não pode haver dissensões porque, a existirem, nem umas nem Outra podem subsistir.
         Em boa verdade temos de reconhecer que as dúvidas – e até escândalo – dos judeus, tem alguma razão de ser. Até então, Deus era de tal forma distante e inatingível, que nem sequer o Seu nome se podia pronunciar. O que não percebem, ainda, é que Jesus Cristo vem exactamente para ensinar que Deus não é nem distante e, muito menos, inatingível; está com os homens, quer os homens perto de Si, deseja “conviver” com eles como um Pai convive com os seus filhos. Este ensinamento – anúncio – é de tal forma contraditório com séculos da história das relações de Israel com Deus, que nem lhes ocorre que, de facto, Deus sempre falou com os homens, os profetas – a começar por Abraão, nosso Pai na Fé – intervindo pessoalmente nas suas vidas como, por exemplo, guiando – por meio de uma nuvem - o povo durante a travessia do deserto a caminho da terra prometida. Os homens sim, foram gradualmente afastando-se da convivência divina assumindo eles próprios o “direito” de interpretar a Lei como de facto o faziam. Acontece que, uma Lei, não se interpreta a belprazer, ou se aceita e se cumpre ou, não a aceitando, não se tem o direito de falar em nome dela

         Temos sempre muita dificuldade em compreender - e portanto, aceitar - a posição dos chefes de Israel a respeito de Jesus. Mas não nos compete tal tarefa nem temos que assumir-nos como "juízes", basta seguir o exemplo do Próprio Senhor que, embora contestando e respondendo, aproveitou sempre o ensejo para doutrinar, ensinar, dizendo a verdade. Sigamos, nós os cristãos, o exemplo de Cristo e, em lugar de criticar, peçamos antes por todos aqueles que não sabem - ou não querem - ver onde reside a verdade, onde está o que vale a pena acreditar.
         Jesus Cristo responde usando os mesmos argumentos dos que O interpelam tentando fazer-lhes ver o anacronismo entre o que afirmam seguir o que dizem. «a Escritura não pode abolir-se», como Cristo confirma, mas não é, de modo nenhum, de interpretação livre conforme conveniências ou eventuais "pontos de vista". O que está escrito ou anunciado pelos profetas pode ser interpretado ao longo dos tempos, retirando o simbolismo, mas conservando o espírito que esteve na sua base. E, atenção, o que deveria ser válido nos tempos de Cristo na terra, continua - tal qual - a sê-lo nos dias de hoje. As homilias - sobretudo - destinam-se a conduzir os fiéis nos caminhos da Fé e não a provocar-lhes dúvidas nem interrogações. O púlpito de uma Igreja é de onde deve emanar a palavra de Deus e não um local para "aulas" de interpretação ou teorias teológicas.