Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
27/02/2020
Quaresma
Ideias práticas e
básicas
Neste
período que começou na Quarta-Feira de Cinzas e termina na Quarta-Feira da
Semana Santa, somos convidados afazer o confronto especial entre as nossas
vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Este confronto deve
levar-nos a aprofundar a compreensão da Palavra de Deus e a intensificar a
prática dos princípios essenciais da fé.
É um
tempo de transformação, em que nos devemos exercitar espiritualmente para
podermos melhorar. É um tempo de alegria, em que devemos estar atentos às
oportunidades de mais amar.
Oração – para aprofundar e
melhorar a minha relação com Deus. Trata-se de dar mais tempo e tempo de
qualidade ao meu relacionamento com o Pai.
Esmola – para melhor amar e
melhorar a minha relação com os outros. Estar atento aos que me rodeiam
(Família, amigos, colegas de trabalho) e também aos que estão mais longe, mas
que têm algum tipo de necessidades.
Jejum – para adquirir
maior liberdade interior. Procurara as minhas dependências, aquelas que me
limitam, afastam os outros, e tentar combatê-las.
Oração
(como,
quanto tempo, de que maneira)
|
Esmola
(ir
ao encontro do outro de forma positiva)
|
Jejum
(libertar
de manias, preconceitos, vícios)
|
Meditação
|
Ajudar
financeiramente pessoas vítimas da actual crise
|
Abster-se
de beber ou comer o que nos dá maior prazer.
|
Exame
de consciência
|
Dar
atenção a alguém
|
Televisão
|
Eucaristia
|
Ajudar
instituições de cariz social
|
Determinado
tipo de conversas
|
Reconciliação
|
Agradecer
|
Show
off
|
Rezar
o terço
|
Dizer
coisas positivas
|
Comentar
ou fazer juízos de valor sobre o próximo
|
Rezar
pelos outros
|
Um
sorriso
|
Evitar
compras desnecessárias
|
Fazer
silêncio no meu dia
|
Visitar
um doente, um idoso.
|
Computador
|
E, no fim do dia, pensar em algo que fiz
bem e em algo que poderia ter feito melhor.
Se os cristãos soubessem servir!
Quando
te falo do "bom exemplo", quero indicar-te também que hás-de
compreender e desculpar, que hás-de encher o mundo de paz e de amor. (Forja,
560)
Se
os cristãos soubessem servir! Vamos confiar ao Senhor a nossa decisão de
aprender a realizar esta tarefa de serviço, porque só servindo é que poderemos
conhecer e amar Cristo e dá-Lo a conhecer e conseguir que os outros O amem
mais.
Como
o mostraremos às almas? Com o exemplo: que sejamos testemunho seu, com a nossa
voluntária servidão a Jesus Cristo em todas as nossas actividades, porque é o
Senhor de todas as realidades da nossa vida, porque é a única e a última razão
da nossa existência. Depois, quando já tivermos prestado esse testemunho do
exemplo, seremos capazes de instruir com a palavra, com a doutrina. Assim
procedeu Cristo: coepit facere et docere,
primeiro ensinou com obras, e só depois com a sua pregação divina.
Servir
os outros, por Cristo, exige que sejamos muito humanos. Se a nossa vida é
desumana, Deus nada edificará nela, porque habitualmente não constrói sobre a
desordem, sobre o egoísmo, sobre a prepotência. Precisamos de compreender todas
as pessoas, temos de conviver com todos, temos de desculpar todos, temos de
perdoar a todos. Não diremos que o injusto é o justo, que a ofensa a Deus não é
ofensa a Deus, que o mau é bom. Todavia, perante o mal, não responderemos com
outro mal, mas com a doutrina clara e com a boa acção; afogando o mal em
abundância de bem. (Cristo que passa, 182).
THALITA KUM 114
(Cfr. Lc 8, 49-56)
Tomando
as palavras do profeta Zacarias, São João diz:
Lá
se manifesta a plenitude do amor: o Pai, que dá o próprio Filho, e este, que
obedece à vontade do Pai, em mútua doação amorosa, derramada sobre a
humanidade: o dom do Espírito Santo.
O
Coração não é apenas um símbolo; é epifania da infinita misericórdia de Deus,
gesto profético que se cumpre, irrompendo na realidade humana. Esse Coração foi
despedaçado, para colocar tudo o que possuía à nossa disposição. Dele brotou a
nossa Salvação. Temos que olhar para Ele. O amor verdadeiro - essa sede que não
conseguimos estancar, a não ser ao contacto do próprio Coração de Cristo - foi,
certamente, a experiência que viveram os mártires e os grandes santos: morreram
de amor, num martírio de amor, como tanto o desejava Santa Teresinha de
Lisieux.
Lembro-me,
ainda hoje, do sermão que o Arcebispo de Aparecida, D. Geraldo Morais Penido,
fez quando a minha mãe foi sepultada. Ele convidou-me a olhar para aquele corpo
sofrido da Mãezinha, que chegara à idade de 90 anos, apesar de décadas de
sofrimento, devido, particularmente, a um cancro. E disse-me: ‘Olhe para a sua
mãe e veja o Coração de Cristo, pois este é o único gesto que irá consolá-lo’.
Tenho procurado honrar esse Coração, através da doação da minha vida, e
reconheço que somente o faço pelas graças especiais de que tenho sido cumulado.
Vendo em minha mãe o Cristo crucificado, compreendi que seu sofrimento se
transformara em abertura, em fonte inesgotável de felicidade eterna.
No
Coração de Cristo, e a Ele associado o Coração Imaculado de Maria, revela-se o
mistério de toda a obra da Salvação [2]: A
Eucaristia e os demais Sacramentos, o Sacerdócio e a própria Igreja nascem desse
gesto de doação do seu supremo amor. [3]
As
palavras do profeta Isaías, «tirareis
água com alegria das fontes da salvação» [4],
que dão início à encíclica com a qual Pio XII recordava o primeiro centenário
da extensão a toda a Igreja da festa do Sagrado Coração de Jesus, não perderam
nada do seu significado hoje, cinquenta anos depois.
Ao
promover o culto ao Coração de Jesus, a encíclica «Haurietis aquas» exortava aos crentes a abrir-se ao mistério de
Deus e de seu amor, deixando-se transformar por ele. Cinquenta anos depois, continua
em pé a tarefa sempre actual dos cristãos de continuar aprofundando em sua
relação com o Coração de Jesus para reavivar em si mesmos a fé no amor
salvífico de Deus, acolhendo-o cada vez melhor em sua própria vida.
O
Lado Trespassado do Redentor é o manancial ao qual nos convida a acudir a
encíclica «Haurietis aquas»: devemos
recorrer a este manancial para alcançar o verdadeiro conhecimento de Jesus
Cristo e experimentar mais profundamente o Seu amor. Deste modo, poderemos
compreender melhor o que significa conhecer em Jesus Cristo o Amor de Deus, experimentá-Lo,
mantendo o olhar N’ele, até viver completamente da experiência do Seu Amor,
para poder testemunhá-lo depois aos outros.
De
facto, retomando uma expressão de meu venerado predecessor, João Paulo II,
«junto ao Coração de Cristo, o coração humano aprende a conhecer o autêntico e
único sentido da vida e do seu próprio destino, a compreender o valor de uma
vida autenticamente cristã, a permanecer afastado de certas perversões do
coração, a unir o amor filial a Deus ao amor ao próximo.
Deste
modo – e esta é a verdadeira reparação exigida pelo Coração do Salvador – sobre
as ruínas acumuladas pelo ódio e a violência poderá edificar-se a civilização
do Coração de Cristo» [5]
(AMA, reflexões).
Evangelho e comentário
Tempo de Cinzas
Evangelho Fev 27
Evangelho: Lc 9, 22-25
Naquele tempo, disse Jesus aos seus
discípulos: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos,
pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar
ao terceiro dia». E, dirigindo-Se a todos, disse: «Se alguém quiser seguir-Me,
renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser
salvar a sua vida, tem de perdê-la; mas quem perder a vida por minha causa
salvá-la-á. Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier
a perder-se ou arruinar-se a si próprio?».
Comentário:
Parece
um “plano” catastrófico este discurso do Senhor.
Tem
de ser rejeitado e morto e, só
depois, há-de ressuscitar em plena glória para, assim completar a Sua obra da
salvação da humanidade.
Quanto
aos que O querem acompanhar, nada mais natural que se disponham a segui-Lo em
tudo nesta vida para poderem, enfim, segui-Lo também na Vida eterna.
Disse
“plano catastrófico” mas, de facto, é um plano de Amor supremo, completo,
total:
O
Senhor Jesus Cristo, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade oferece a Sua vida
pela salvação de todos nós, a minha também e mesmo daqueles que não O aceitam
ou seguem.
(AMA,
comentário sobre Lc 9, 22-25, 11.12.2018)
Leitura espiritual
Carta de Tiago
Tg 2
Caridade para com todos –
1 Meus irmãos, não tenteis
conciliar a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo glorioso com a acepção de pessoas.
2 Suponhamos que entra na vossa assembleia um homem com anéis de ouro e bem
trajado, e entra também um pobre muito mal vestido, 3 e, dirigindo-vos ao que
está magnificamente vestido, lhe dizeis: «Senta-te tu aqui, num bom lugar», e
dizeis ao pobre: «Tu, fica aí de pé»; ou «Senta-te no chão, abaixo do meu
estrado.» 4 Não é verdade que, então, fazeis distinções entre vós mesmos e
julgais com critérios perversos? 5 Ouvi, meus amados irmãos: porventura não escolheu
Deus os pobres segundo o mundo para serem ricos na fé e herdeiros do reino que
prometeu aos que o amam? 6 Mas vós desonrais o pobre. Porventura não são os
ricos que vos oprimem e vos arrastam aos tribunais? 7 Não são eles os que
blasfemam o belo nome que sobre vós foi invocado? 8 Se cumpris a lei do Reino,
de acordo com a Escritura: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, procedeis bem;
9 mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis um pecado e a lei condena-vos
como transgressores. 10 Porque quem observa toda a lei mas falta num só
mandamento torna-se réu de todos os outros. 11 Pois aquele que disse: Não
cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se, pois, não cometeres
adultério, mas matares, tornas-te transgressor da lei. 12 Falai e procedei como
pessoas que hão-de ser julgadas segundo a lei da liberdade. 13 Porque quem não
pratica a misericórdia será julgado sem misericórdia. Mas a misericórdia não
teme o julgamento.
Fé com obras (Rm 3,28;
4,1-12) –
14 De que aproveita,
irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé
poderá salvá-lo? 15 Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de
alimento quotidiano, 16 e um de vós lhes disser: «Ide em paz, tratai de vos
aquecer e de matar a fome», mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de
que lhes aproveitará? 17 Assim também a fé: se ela não tiver obras, está
completamente morta. 18 Mais ainda: poderá alguém alegar sensatamente: «Tu tens
a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas
minhas obras, te mostrarei a minha fé. 19 Tu crês que há um só Deus? Fazes bem.
Também o crêem os demónios, mas enchem-se de terror.» 20 Queres tu saber, ó
homem insensato, como é que a fé sem obras é estéril? 21 Não foi porventura
pelas obras que Abraão, nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o
altar o seu filho Isaac? 22 Repara que a fé cooperava com as suas obras e que,
pelas obras, a sua fé se tornou perfeita. 23 E assim se cumpriu a Escritura que
diz: Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe contado como justiça, e foi
chamado amigo de Deus. 24 Vedes, pois, como o homem fica justificado pelas
obras e não somente pela fé. 25 Do mesmo modo, a prostituta Raab não foi ela
também justificada pelas suas obras, ao receber os mensageiros e ao fazê-los
sair por outro caminho? 26 Assim como o corpo sem alma está morto, assim também
a fé sem obras está morta.
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Participar na Santa Missa.
Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.
Lembrar-me:
Comunhões espirituais.
Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
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