22/09/2015

NUNC COEPI o que pode ver em 22 Set

Publicações em Set 22

São Josemaria – Textos

A. Veloso, BROTÉRIA (A. Veloso), d'Alembert, Diderot, Morte,Voltaire

Bento XVI - Pensamentos espirituais

AMA - Comentários ao Evangelho Lc 8 19-21, São Josemaria - Leitura espiritual (Cristo que passa)

Suma Teológica - Tratado da Vida de Cristo - Quest 35 - Art 1,São Tomás de Aquino


Agenda Terça-Feira

Temas para meditar - 508

Hora da morte



Voltaire escreveu um dia a Bayle, desconsolado e triste, a lamentar que os seus amigos se desonrassem, quase todos na morte, chamando o padre, confessando-se, comungando, e repudiando, como perigosa e falsa a sua antiga rebeldia anticristã, mais cómoda, ao que parece, para viver, do que para morrer! E é sabido que o mesmo Voltaire se teria desonrado - também, confessando-se e comungando, se lho tivessem consentido d'Alembert e Diderot.
D'Alembert, por seu turno, quando viu que a morte se avizinhava, mandou chamar, para se confessar, o pároco de Saint-Germmain, que Condorcet não deixou entrar, o mesmo sucedendo, a Diderot, que se teria confessado ao pároco de S. Sulpício, o bom Pde. Térsac, se os e amigos o não impedissem de o fazer.


(a. veloso, In BROTÉRIA, Vol. LIV, Fasc. 1, pag 1-2)

Evangelho, comentário, L. espiritual


Tempo comum XXV Semana


Evangelho: Lc 8, 19-21

19 Foram ter com Ele Sua mãe e Seus irmãos, e não podiam aproximar-se d'Ele por causa da multidão. 20 Foram dizer-Lhe: «Tua mãe e Teus irmãos estão lá fora e querem ver-Te». 21 Ele respondeu-lhes: «Minha mãe e Meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática».

Comentário:

Ser da família de Cristo!

Que extraordinária graça!

Uma família que só pode ser santa porque a sua Cabeça é o Santo de Deus.
Como em todas as famílias humanas o segredo da felicidade e da paz entre todos está em cumprir  exemplarmente a vontade do Chefe da Família que só pode querer o melhor para esta.

(ama, comentário sobre LC 8 19-21 2014.09.23)



Leitura espiritual



CRISTO QUE PASSA


169 
         
Evocámos há pouco o episódio de Naim.
Poderíamos citar ainda outros, porque os Evangelhos estão cheios de cenas semelhantes.
Esses relatos sempre comoveram e hão-de continuar a comover os corações dos homens.
Efectivamente, não incluem apenas o gesto sincero de um homem que se compadece dos seus semelhantes: são, essencialmente, a revelação da imensa caridade do Senhor.
O Coração de Jesus é o Coração de Deus Encarnado, do Emanuel - Deus connosco.

A Igreja, unida a Crista, nasce de um Coração ferido.
É desse Coração, aberto de par em par, que a vida nos é transmitida. Como não recordar aqui, embora de passagem, os sacramentos através dos quais Deus opera em nós e nos faz participantes da força redentora de Cristo?
Como não recordar com particular gratidão o Santíssimo Sacramento da Eucaristia, o Santo Sacrifício do Calvário e a sua constante renovação incruenta na nossa Missa?
É Jesus, que Se nos entrega como alimento; porque Jesus vem até nós, tudo muda e no nosso ser manifestam-se forças - a ajuda do Espírito Santo - que enchem a alma, que formam as nossas acções, o nosso modo de pensar e de sentir.
O coração de Cristo é paz para o cristão.

O fundamento da entrega que o Senhor nos pede não está só nos nossos desejos e nas nossas forças, tantas vezes limitados e impotentes: apoia-se, antes de tudo, nas graças que conquistou para nós o amor do Coração de Deus feito Homem.
Por isso, podemos e devemos perseverar na nossa vida interior de filhos do Pai que está nos Céus, sem darmos acolhimento ao desânimo e à desesperança.
Gosto de mostrar como o cristão, na sua existência habitual e corrente, nos mais simples pormenores, nas circunstâncias normais do seu dia-a-dia, exercita a Fé, a Esperança e a Caridade, porque aí é que reside a essência da conduta de uma alma que conta com o auxílio divino e que, na prática dessas virtudes teologais, encontra a alegria, a força e a serenidade.

São estes os frutos da paz de Cristo, da paz que nos veio trazer o seu Coração Sagrado.
Porque - digamo-lo mais uma vez - o amor de Jesus pelos homens é uma das profundidades insondáveis do mistério divino, do amor do Filho ao Pai e ao Espírito Santo.
O Espírito Santo, laço de amor entre o Pai e o Filho, encontra no Verbo um coração humano.

Não é possível falar destas realidades centrais da nossa fé sem darmos pela limitação da nossa inteligência diante das grandezas da Revelação.
No entanto, embora a nossa razão se encha de pasmo, cremos nelas com humildade e firmeza.
Sabemos, apoiados no testemunho de Cristo, que essas realidades são assim mesmo.
Que o Amor, no seio da Trindade, se derrama sobre todos os homens por intermédio do amor do Coração de Jesus.

170
          
Viver no Coração de Jesus, unir-nos a Ele estreitamente é, portanto, convertermo-nos em morada de Deus.
Aquele que Me ama será amado pelo meu Pai, anunciou o Senhor. E Cristo e o Pai, no Espírito Santo, vêm à alma e fazem nela a sua morada.

Quando compreendemos - ainda que seja só um poucochinho - estas verdades fundamentais, a nossa maneira de ser transforma-se.
Passamos a ter fome de Deus e fazemos nossas as palavras do Salmo: Meu Deus, eu Te procuro solícito; sedenta de Ti está a minha alma; a minha carne deseja-Te, como terra árida, sem água.
E Jesus, que suscitou as nossas ansiedades, vem ao nosso encontro e diz-nos: se alguém tem sede, venha a Mim e beba.
E oferece-nos o seu Coração, para encontrarmos nele o nosso repouso e a nossa fortaleza.
Se aceitarmos o seu chamamento, veremos como as suas palavras são verdadeiras, e aumentará a nossa fome e a nossa sede, até desejarmos que Deus estabeleça no nosso coração o lugar do seu repouso e não afaste de nós o seu calor e a sua luz.

Ignem veni mittere in terram, et quid volo nisi ut accendatur?, vim trazer fogo à Terra, e que quero eu senão que se acenda?
Já que nos aproximámos um bocadinho do fogo do Amor de Deus, deixemos que o seu impulso mova as nossas vidas, sintamos o entusiasmo de levar o fogo divino de um extremo ao outro do mundo, de o dar a conhecer àqueles que nos rodeiam - para que também eles conheçam a paz de Cristo e, com ela, encontrem a felicidade.
Um cristão que viva unido ao Coração de Jesus não pode ter outros objectivos senão estes: a paz na sociedade, a paz na Igreja, a paz na própria alma, a paz de Deus, que se consumará quando vier a nós o seu Reino.

Maria, Regina pacis, Rainha da Paz, porque tiveste fé e acreditaste que se cumpriria o anúncio do Anjo, ajuda-nos a aumentar a Fé, a sermos firmes na Esperança, a aprofundar o Amor.
Porque é isso que quer hoje de nós o teu Filho, ao mostrar-nos o seu Sacratíssimo Coração.

171
          
Assumpta est Maria, in coelum, gaudent angeli
Maria foi levada por Deus, em corpo e alma, para os Céus.
Há alegria entre os anjos e os homens.
Qual a razão desta satisfação íntima que descobrimos hoje, com o coração que parece querer saltar dentro do peito e a alma cheia de paz?
Celebramos a glorificação da nossa Mãe e é natural que nós, seus filhos, sintamos um júbilo especial ao ver como é honrada pela Trindade Beatíssima.

Cristo, seu Filho Santíssimo, nosso irmão, deu-no-la por Mãe no Calvário, quando disse a S. João: eis aqui a tua Mãe.
E nós recebêmo-la, com o discípulo amado, naquele momento de imenso desconsolo.
Santa Maria acolheu-nos na dor, quando se cumpriu a antiga profecia: e uma espada trespassará a tua alma.
Todos somos seus filhos; ela é Mãe de toda a Humanidade.
E agora, a Humanidade comemora a sua inefável Assunção: Maria sobe aos céus, Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, Esposa de Deus Espírito Santo. Mais do que Ela, só Deus.

O mistério do amor

Mistério de amor é este.
A razão humana não consegue compreendê-lo.
Só a fé pode explicar como é que uma criatura foi elevada a tão grande dignidade, até se tornar o centro amoroso em que convergem as complacências da Trindade.
Sabemos que é um segredo divino. Mas, por se tratar da nossa Mãe, sentimo-nos capazes de o compreender melhor - se é possível falar assim - do que outras verdades da fé.

Como nos teríamos comportado se tivéssemos podido escolher a nossa mãe?
Julgo que teríamos escolhido a que temos, enchendo-a de todas as graças.
Foi o que Cristo fez, pois sendo Omnipotente, Sapientíssimo e o próprio Amor, seu poder realizou todo o seu querer.

Vede como os cristãos descobriram, há já bastante tempo, este raciocínio: convinha - escreve S. João Damasceno - que aquela que no parto tinha conservado íntegra a sua virgindade, conservasse depois da morte o seu corpo sem corrupção alguma. Convinha que aquela que tinha trazido no seu seio o Criador feito menino, habitasse na morada divina. Convinha que a Esposa de Deus entrasse na casa celestial. Convinha que aquela que tinha visto o seu Filho na Cruz, recebendo assim no seu coração a dor de que tinha sido isenta no parto, o contemplasse sentado à direita do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse o que corresponde a seu Filho, e que fosse honrada como Mãe e Escrava de Deus por todas as criaturas.

Os teólogos formularam com frequência um argumento semelhante, tentando compreender de algum modo o significado desse cúmulo de graças de que Maria se encontra revestida, e que culmina com a Assunção aos Céus.
Dizem convinha; Deus podia fazê-lo; e por isso o fez.
É a explicação mais clara das razões que levaram Cristo a conceder a sua Mãe todos os privilégios, desde o primeiro instante da sua Imaculada Conceição.
Ficou livre do poder de Satanás; é formosa - tota pulchra! - limpa, pura na alma e no corpo.

172
          
O mistério do sacrifício silencioso

Mas reparai: se Deus quis, por um lado exaltar a sua Mãe, por outro, durante a sua vida terrena, não foram poupados a Maria a experiência da dor, nem o cansaço do trabalho, nem o claro-escuro da fé. Àquela mulher do povo, que, certo dia, irrompe em louvores a Jesus, exclamando Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos a que foste amamentado, o Senhor responde: Antes bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus, e a põem em prática.
Era o elogio da sua Mãe, do seu fiat, do faça-se, sincero, entregue, cumprido até às últimas consequências, que não se manifestou em acções aparatosas, mas no sacrifício escondido e silencioso de cada dia.

Ao meditar nestas verdades, percebemos um pouco mais a lógica de Deus.
Compreendemos que o valor sobrenatural da nossa vida não depende de que se tornem realidade as grandes façanhas que por vezes forjamos com a imaginação, mas da aceitação fiel da vontade divina, da disposição generosa nos pequenos sacrifícios diários,

Para sermos divinos, para nos "endeusarmos", temos de começar por ser muito humanos, vivendo face a Deus dentro da nossa condição de homens correntes, santificando esta aparente pequenez.
Assim viveu Maria.
A cheia de graça, a que é objecto das complacências de Deus, a que está acima dos anjos e dos santos teve uma existência normal.
Maria é uma criatura como nós, com um coração como o nosso, capaz de gozo e de alegrias, de sofrimento e de lágrimas.
Antes de Gabriel lhe comunicar o querer de Deus, não sabe que tinha sido escolhida desde toda a eternidade para ser Mãe do Messias. Considera-se a si mesma cheia de baixeza; por isso, reconhece logo, com profunda humildade, que fez em mim grandes coisas Aquele que é Todo-poderoso.

A pureza, a humildade e a generosidade de Maria contrastam com a nossa miséria, com o nosso egoísmo.
É razoável que, depois de nos apercebermos disso, nos sintamos movidos a imitá-la.
Somos criaturas de Deus, como Ela, e basta que nos esforcemos por ser fiéis para que também em nós o Senhor faça grandes coisas.
Não será obstáculo a nossa pequenez, porque Deus escolhe o que vale pouco, para que assim brilhe melhor a potência do seu amor.

(cont)



Devemos também contar com quedas e derrotas

Se fores fiel, poderás chamar-te vencedor. Na tua vida, mesmo que percas alguns combates, não conhecerás derrotas. Não existem fracassos – convence-te –, se actuares com rectidão de intenção e com desejo de cumprir a Vontade de Deus. Nesse caso, com êxito ou sem ele, triunfarás sempre, porque terás feito o trabalho com Amor. (Forja, 199)

Somos criaturas e estamos repletos de defeitos. Eu diria até que tem de os haver sempre, pois são a sombra que faz com que se destaquem mais, por contraste, na nossa alma, a graça de Deus e o esforço por correspondermos ao favor divino. E esse claro-escuro tornar-nos-á humanos, humildes, compreensivos, generosos.

Não nos enganemos: na nossa vida, se contamos com brio e com vitórias, devemos também contar com quedas e derrotas. Essa foi sempre a peregrinação terrena do cristão, incluindo a daqueles que veneramos nos altares. Recordais-vos de Pedro, de Agostinho, de Francisco? Nunca me agradaram as biografias dos santos em que, com ingenuidade, mas também com falta de doutrina, nos apresentam as façanhas desses homens, como se estivessem confirmados na graça desde o seio materno. Não. As verdadeiras biografias dos heróis cristãos são como as nossas vidas: lutavam e ganhavam, lutavam e perdiam. E então, contritos, voltavam à luta.

Não nos cause estranheza o facto de sermos derrotados com relativa frequência, habitualmente ou até talvez sempre, em matérias de pouca importância, que nos ferem como se tivessem muita. Se há amor de Deus, se há humildade, se há perseverança e tenacidade na nossa milícia, essas derrotas não terão demasiada importância, porque virão as vitórias a seu tempo, que serão glórias aos olhos de Deus. Não existem os fracassos, se agimos com rectidão de intenção e queremos cumprir a vontade de saber vencer-se todos os dias”

Não é espírito de penitência fazer uns dias grandes mortificações e abandoná-las noutros. Espírito de penitência significa saber vencer-se todos os dias, oferecendo coisas – grandes e pequenas – por amor e sem espectáculo. (Forja, 784)

Mas ronda à nossa volta um potente inimigo, que se opõe ao nosso desejo de encarnar dum modo acabado a doutrina de Cristo: o orgulho que cresce quando não procuramos descobrir, depois dos fracassos e das derrotas, a mão benfeitora e misericordiosa do Senhor. Então a alma enche-se de penumbra – de triste obscuridade – crendo-se perdida. E a imaginação inventa obstáculos que não são reais, que desapareceriam se os encarássemos com um pouco de humildade. Com o orgulho e a imaginação, a alma mete-se por vezes em tortuosos calvários; mas nesses calvários não está Cristo, porque onde está o Senhor goza-se de paz e de alegria, mesmo que a alma esteja em carne viva e rodeada de trevas.

Outro inimigo hipócrita da nossa santificação: pensar que esta batalha interior tem de dirigir-se contra obstáculos extraordinários, contra dragões que respiram fogo. É outra manifestação de orgulho. Queremos lutar, mas estrondosamente, com clamores de trombetas e tremular de estandartes.


Temos de nos convencer de que o maior inimigo da pedra não é o picão ou o machado, nem o golpe de qualquer outro instrumento, por mais contundente que seja: é essa água miúda, que se mete, gota a gota, entre as gretas da fraga, até arruinar a sua estrutura. (Cristo que passa, 77)

Tratado da vida de Cristo 37

Questão 35: Da natividade de Cristo

Em seguida devemos tratar da natividade de Cristo, depois de termos tratado da sua concepção. E primeiro, da natividade em si mesma. Segundo, da manifestação da sua natividade.

Na primeira questão discutem-se oito artigos:

Art. 1 — Se a natividade deve ser atribuída, antes, à natureza que à Pessoa.
Art. 2 — Se a Cristo deve atribuir-se uma natividade temporal.
Art. 3 — Se pela natividade temporal de Cristo, a Santa Virgem possa ser considerada sua mãe.
Art. 4 — Se a Santa Virgem deve chamar-se Mãe de Deus.
Art. 5 — Se Cristo teve duas filiações.
Art. 6 — Se Cristo nasceu sem sua mãe sofrer dores.
Art. 7 — Se Cristo devia ter nascido em Belém.
Art. 8 — Se Cristo nasceu no tempo conveniente.

Art. 1 — Se a natividade deve ser atribuída, antes, à natureza que à Pessoa.

 O primeiro discute-se assim. — Parece que a natividade deve ser atribuída, antes, à natureza que à Pessoa.

1. — Pois, diz Agostinho (Fulgêncio): Uma natureza eterna e divina não poderia ser concebida e nascer da natureza humana, se não tivesse realmente assumido a natureza humana. Se, pois, à natureza divina convém o ser concebida e nascer, em razão da natureza humana, muito mais o convém a natureza humana.

2. Demais. — Segundo o Filósofo, o nome de natureza é derivado de nascer. Ora, as denominações fundam-se na conveniência de semelhança. Logo, parece que a natividade deve ser atribuída antes à natureza que à Pessoa.

3. Demais. — Propriamente nasce o que começa a existir, pela natividade. Ora, pela sua natividade Cristo não começou a existir, na sua Pessoa; mas sim, na sua natureza humana. Logo, parece que a natividade pertence propriamente à natureza e não à Pessoa.

Mas, em contrário, Damasceno: A natividade é da hipóstase e não da natureza.

A natividade pode ser atribuída a um ser de dois modos: como ao sujeito e como ao termo. - Como ao sujeito, é atribuída ao ser nascido. Ora, este propriamente é hipóstase e não natureza. Pois, nascer é um modo de ser gerado; porque, como um ser é gerado para existir, assim também para existir é que nasce. Ora, a existência é própria do ser subsistente; e por isso da forma não subsistente dizemos que existe só por ser o princípio da existência de algum ser. Ora, a pessoa ou hipóstase significa uma subsistência; ao passo que a natureza é a expressão da forma, que é princípio da subsistência. Por isso, a natividade é propriamente atribuída à pessoa ou à hipóstase, como ao sujeito que nasce, e não à natureza. — Mas, como ao termo a natividade é atribuída à natureza. Pois, o termo da geração e de qualquer natividade é a forma. Ora, a natureza é a expressão da forma. Donde, como diz Aristóteles, a natividade é chamada via para a natureza; pois a tendência da natureza tem como seu termo a forma ou a natureza da espécie.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Por causa da identidade existente em Deus entre a natureza e a hipóstase, às vezes a natureza é tomada pela pessoa ou pela hipóstase. E, assim, Agostinho diz que a natureza divina foi concebida e nascida; porque a pessoa do Filho, pela sua natureza humana, foi concebida e nasceu.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Nenhum movimento ou mudança tira a sua denominação do sujeito movido: mas, do termo do movimento, que o especifica. Por isso a natividade não recebe a sua denominação da pessoa nascida mas da natureza que é o seu termo.

RESPOSTA À TERCEIRA. — A natureza, propriamente falando, não começa a existir: mas, antes a pessoa é que começa numa determinada natureza. Pois, como dissemos, a natureza exprime o princípio da existência de um ser; ao passo que a pessoa exprime um ser subsistente.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.



Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Bento XVI – Pensamentos espirituais 70

Palavra e testemunho



A missão da Igreja consiste em testemunhar a verdade de Jesus Cristo, o Verbo Encarnado.

Palavra e testemunho andam a par: a Palavra exige e dá a conhecer o testemunho.

O testemunho retira a sua autenticidade da fidelidade total à Palavra.

Discurso aos representantes da Federação Mundial Luterana, (7.Nov.05)


(in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, Lucerna 2006)