08/01/2020

Nota de AMA

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nunc coepi


Servir o Senhor no mundo


Repara bem: há muitos homens e mulheres no mundo, e nem a um só deles o Mestre deixa de chamar. Chama-os a uma vida cristã, a uma vida de santidade, a uma vida de eleição, a uma vida eterna. (Forja, 13)

Permiti-me que volte de novo à naturalidade, à simplicidade da vida de Jesus, que já vos tenho feito considerar tantas vezes. Esses anos ocultos do Senhor não são coisa sem significado, nem uma simples preparação dos anos que viriam depois, os da sua vida pública. Desde 1928 compreendi claramente que Deus deseja que os cristãos tomem exemplo de toda a vida do Senhor. Entendi especialmente a sua vida escondida, a sua vida de trabalho corrente no meio dos homens: o Senhor quer que muitas almas encontrem o seu caminho nos anos de vida calada e sem brilho. Obedecer à vontade de Deus, portanto, é sempre sair do nosso egoísmo; mas não tem por que se traduzir no afastamento das circunstâncias ordinárias da vida dos homens, iguais a nós pelo seu estado, pela sua profissão, pela sua situação na sociedade.

Sonho – e o sonho já se tornou realidade – com multidões de filhos de Deus santificando-se na sua vida de cidadãos correntes, compartilhando ideais, anseios e esforços com as outras pessoas. Preciso de lhes gritar esta verdade divina: se permaneceis no meio do mundo, não é porque Deus se tenha esquecido de vós; não é porque o Senhor vos não tenha chamado; convidou-vos a permanecer nas actividades e nas ansiedades da Terra, porque vos fez saber que a vossa vocação humana, a vossa profissão, as vossas qualidades não só não são alheias aos seus desígnios divinos, mas que Ele as santificou como oferenda gratíssima ao Pai! (Cristo que passa, 20)

THALITA KUM 64


THALITA KUM 64 

(Cfr. Lc 8, 49-56)




O lógico é que, quem tem olhos… veja. Não precise, para ver, mais que luz, claridade e, aqui, bate o ponto: como é possível ver no escuro?
Como pode descortinar-se o quer que seja, permanecendo na comodidade - e cobardia - do ensimesmamento, da clausura em si mesmo, recusando-se sistematicamente a tomar conhecimento do que a Igreja legisla, o Papa esclarece, Jesus Cristo adverte?
Ninguém pode dizer que não sabe se não quer ver, se recusa, pelo menos, tomar conhecimento.

«Eu sou a luz do mundo; aquele que me seguir não andará nas trevas» [1]

Aparentemente, estamos perante uma dificuldade:

Para se ter luz é preciso seguir Cristo e, só seguindo Cristo se andará na Luz.
Parece difícil de resolver, mas não é. Trata-se apenas de uma norma de conduta, de vida. Fazer o bem ou fazer o mal, nada mais que isto.
Com efeito, o próprio Jesus nos dá esta mesma razão:

«É que todo aquele que pratica más acções odeia a Luz e não se aproxima da Luz, para não serem expostas a descoberto as suas obras. Quem pratica a verdade aproxima-se da Luz, para se tornar bem claro que as suas obras estão realizadas em Deus.» [2]

Quem se esconde e desvia da luz, quem procura as sombras, a escuridão, quer passar despercebido, não quer ser visto, notado. Deseja refugiar-se num anonimato sem rosto nem nome pelo qual possa ser reconhecido ou chamado.

Antes de mais, é conduzido pela cobardia.
Não quer assumir uma responsabilidade, ter uma posição inequívoca, o seu desejo é estar de bem com tudo e com todos, transigir, condescender, não ter critério próprio.
Vive como que metido numa carapaça pretendendo uma identidade que não é a sua.
No fundo, não se conhece ou, pior, recusa conhecer-se e foge da luta para o conseguir.

«Ó Deus que me conheces perfeitamente tal como sou, ajuda-me a conhecer-me a mim mesmo, para que possa combater com eficácia os enormes defeitos do meu carácter, em particular...
Chamaste-me Senhor, pelo meu nome e eu aqui estou: com as minhas misérias, as minhas debilidades, com palavras maiores que os actos, intenções mais vastas que as obras e desejos que ultrapassam a vontade. Porque não sou nada, não valho nada, não sei nada e não posso nada, entrego-me totalmente nas Tuas mãos para que, por intercessão de minha Mãe, Maria Santíssima, de São José, meu pai e senhor, do Anjo da minha Guarda e de São Josemaria, possa adquirir um espírito de luta perseverante.» [3]


(AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)



[1] Jo 8, 12.
[2] Cfr. Jo 21.
[3] AMA, orações pessoais

Evangelho e comentário


TEMPO DE NATAL



Evangelho: Mc 6, 45-52

45 Jesus obrigou logo os seus discípulos a subirem para o barco e a irem à frente, para o outro lado, rumo a Betsaida, enquanto Ele próprio despedia a multidão. 46 Depois de os ter despedido, foi orar para o monte. 47 Era já noite, o barco estava no meio do mar e Ele sozinho em terra.48 Vendo-os cansados de remar, porque o vento lhes era contrário, foi ter com eles de madrugada, andando sobre o mar; e fez menção de passar adiante. 49 Mas, vendo-o andar sobre o mar, julgaram que fosse um fantasma e começaram a gritar, 50 pois todos o viram e se assustaram. Mas Ele logo lhes falou: «Tranquilizai-vos, sou Eu: não temais!» 51 A seguir, subiu para o barco, para junto deles, e o vento amainou. E sentiram um enorme espanto, 52 pois ainda não tinham entendido o que se dera com os pães: tinham o coração endurecido.

Comentário:

Na sequência do Evangelho de ontem são Marcos quer referir algo que, neste Evangelista, é muito comum: a fragilidade dos discípulos de Jesus.

Naturalmente que o faz por inspiração do Espírito Santo – sem qualquer dúvida – mas, talvez também por influência de São Pedro de quem recolhe a maior parte do que escreve.

Deseja que fique bem patente a sua fé ainda débil, a sua humanidade fraca e volúvel, enfim, que embora seguissem Jesus estavam ainda muito longe de compreender totalmente Aquele a Quem seguiam.

De tal forma a humildade do Evangelista é patente que refere expressamente «ainda não tinham entendido o que se dera com os pães: tinham o coração endurecido.»

(AMA, comentário sobre Mc 6,45-52, 09.11.2018)

Leitura espiritual


Carta a Tito

Tito foi, juntamente com Timóteo, um dos principais colaboradores de Paulo. De origem grega, aderiu à fé, provavelmente através de Paulo, durante a primeira viagem missionária deste. Certo é que o acompanhou a Jerusalém, para a assembleia apostólica, constituindo um exemplo vivo da decisão tomada de não impor os costumes judaicos aos cristãos oriundos do mundo pagão, pois, embora sendo grego, não foi obrigado a circuncidar-se (Gl 2,1.3).

ACÇÃO DE TITO

Na sua colaboração com Paulo, foram-lhe confiadas tarefas delicadas como a organização da colecta em favor das igrejas da Judeia (2 Cor 8,6-17) e, provavelmente, a pacificação da comunidade de Corinto e a reconciliação entre esta e o próprio Paulo (2 Cor 2,1-13). Paulo refere-se a ele sempre em termos muito elogiosos (2 Cor 7,6-7.13-16; 12,18). Segundo 2 Tm 4,10, foi-lhe ainda confiada uma missão na Dalmácia. A presente Carta dá-o como “bispo” de Creta (Tt 1,5), onde, segundo a tradição, exerceu o ministério até ao fim dos seus dias. É estranho que os Actos dos Apóstolos, que mencionam várias vezes Timóteo, não façam nenhuma referência a Tito. Nunca foi apresentada uma explicação convincente para o facto, sugerindo alguns que Tito é o redactor das passagens “nós” dos Actos (Act 16,10-17; 20,5-21,18; 27,1-28,16).

AUTENTICIDADE

A maioria dos exegetas contesta a autenticidade paulina da Carta a Tito, quer pelo vocabulário utilizado, que se afasta bastante do que encontramos nas autênticas Cartas de Paulo, quer pelos problemas tratados, que fazem supor uma fase de desenvolvimento da Igreja posterior à época apostólica.
Além disso, a Carta encontra-se redigida num tom muito impessoal, com excepção do título de «meu verdadeiro filho» que se encontra na saudação (1,4), longe, pois, das afectuosas referências de Paulo a Tito noutras Cartas.

DIVISÃO E CONTEÚDO

A Carta pode estruturar-se do modo seguinte:

Saudação inicial (1,1-4);
Orientações a Tito sobre os critérios de escolha dos responsáveis das comunidades (1,5-9);
Aviso contra os falsos mestres (1,10-16);
Ensinamentos sobre o modo de comportamento de várias categorias de crentes (2,1-15);
Elenco de deveres sociais (3,1-11);
Recomendações de carácter pessoal (3,12-14);
Saudação final (3,15).




Diálogos com o Senhor Deus -18



Pequena agenda do cristão

Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?