24/09/2015

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Publicações em Set 24

São Josemaria – Textos

AMA (Reflectindo - Aprender a dizer não)

AMA - Comentários ao Evangelho Lc 9 7-9, São Josemaria - Leitura espiritual (Cristo que passa)

Jesus Cristo e a Igreja


Agenda Quinta-Feira

Evangelho, comentário, L. espiritual


Tempo comum XXV Semana


Evangelho: Lc 9, 7-9

7 O tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que se passava, e não sabia que pensar, porque uns diziam: 8 «É João que ressuscitou dos mortos»; outros: «É Elias que apareceu»; outros: «É um dos antigos profetas que ressuscitou». 9 Herodes disse: «Eu mandei degolar João. Quem é, pois, Este de quem ouço tais coisas?». E buscava ocasião de O ver.

Comentário:

Todos procuram Jesus.
Pelos mais diversos motivos a Sua figura atrai todos os homens.
E, de facto, é natural que assim seja porque Ele é o Senhor da história presente em todas as circunstâncias da vida humana.

(ama, comentário sobre LC 9, 7-9 2014.09.25)


Leitura espiritual



CRISTO QUE PASSA

176
          
Uma única receita: santidade pessoal

O melhor caminho para nunca se perder a audácia apostólica, o afã eficaz de servir todos os homens, não é senão a plenitude da vida de fé, de esperança e de amor; numa palavra, a santidade.
Não conheço outra receita além desta: santidade pessoal.

Hoje, em união com a Igreja, celebramos o triunfo da Mãe, Filha e Esposa de Deus.
E assim como nos sentíamos contentes na Páscoa da Ressurreição do Senhor, três dias depois da sua morte, agora estamos alegres porque Maria, depois de acompanhar Jesus desde Belém até à Cruz, está junto dele em corpo e alma, gozando da sua glória por toda a eternidade.
Esta é a misteriosa economia divina: Nossa Senhora, participando plenamente na obra da nossa salvação, tinha de seguir de perto os passos de seu Filho - a pobreza de Belém, a vida oculta de trabalho ordinário em Nazaré, a manifestação da divindade em Caná da Galileia, as afrontas da Paixão, o Sacrifício divino da Cruz, e a bem-aventurança eterna do Paraíso.

Tudo isto nos afecta directamente, porque este itinerário sobrenatural há-de ser também o nosso caminho.
Maria mostra-nos que essa senda é factível, que é segura.
Ela precedeu-nos na via da imitação de Cristo e a glorificação da Nossa Mãe é a firme esperança da nossa salvarão.
Por isso lhe chamamos spes nostra e causa nostra laetitiae, esperança nossa e causa da nossa alegria.

Jamais podemos perder a esperança de chegar a ser santos, de aceitar os convites do Senhor, de ser perseverantes até ao final.
Deus, que em nós começou a obra da santificação, levá-la-á a cabo. Porque, se o Senhor é por nós, quem será contra nós?
Quem não poupou o seu próprio Filho, mas por nós todos O entregou à morte, como não nos dará também com Ele todas as coisas?

Nesta festa, tudo convida à alegria.
A firme esperança na nossa santificação pessoal é um dom de Deus, embora o homem não possa permanecer passivo.
Recordai as palavras de Cristo: se alguém quer vir após de mim, negue-se a si mesmo e tome a sua cruz de cada dia e siga-me. Vedes?
A cruz de cada dia.
Nulla dies sine cruce, nenhum dia sem Cruz: nenhum dia que não carreguemos com a Cruz do Senhor, em que não aceitemos o seu jugo.
Eis porque não quis deixar de vos recordar também que a alegria da Ressurreição é consequência da dor da Cruz.

Não temais, contudo, porque o próprio Senhor nos diz: vinde a Mim todos, os que trabalhais e vos achais carregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu peso leve.
Vinde - glosa S. João Crisóstomo - não para prestar contas, mas para serdes livres dos vossos pecados; vinde, podeis procurar-me, pois eu não tenho necessidade da vossa glória, mas da vossa salvação...
Não temais ao ouvir falar de jugo, porque é suave: não temais se falo de peso, porque é leve.

O caminho da nossa santificarão pessoal passa, quotidianamente, pela Cruz: esse caminho não é desgraçado, porque o próprio Cristo nos ajuda e com Ele não há lugar para a tristeza.
In laetitia, nulla dies sine cruce!, gosto eu de repetir.
Com a alma trespassada de alegria, nenhum dia sem Cruz!

177  
        
A alegria cristã

Recolhamos de novo o tema que a Igreja nos propõe: Maria subiu aos céus em corpo e alma: os anjos rejubilam!
Penso também no júbilo de S. José, seu Esposo castíssimo, que a aguardava no paraíso.
Mas voltemos à Terra.
A fé confirma-nos que aqui em baixo, na vida presente, estamos em tempo de viagem, pelo que não faltarão os sacrifícios, a dor e as privações.
Todavia, a alegria há-de ser sempre o contraponto do caminho.

Servi ao Senhor com alegria.
Não há outro modo de servi-Lo, Deus ama quem dá com alegria, quem se entrega totalmente num sacrifício gostoso porque não há motivo algum que justifique o desânimo!

Talvez julgueis que este optimismo é excessivo, porque todos os homens conhecem as suas insuficiências e os seus fracassos, experimentam o sofrimento, o cansaço, a ingratidão, talvez até o ódio.
Nós, os cristãos, se somos iguais aos outros, como poderemos estar livres dessas constantes da condição humaniza?

Seria ingénuo negar a reiterada presença da dor e do desânimo, da tristeza e da solidão, durante a nossa peregrinação por esta terra. Aprendemos pela fé com segurança que tudo isso não é produto do acaso e que o destino da criatura não é caminhar para a aniquilação dos seus desejos de felicidade.
A fé ensina-nos que tudo tem um sentido divino, pois esta é uma característica intrínseca e própria do caminho que nos leva à casa do Pai. Esta maneira sobrenatural de compreender a existência terrena do cristão, não simplifica a complexidade humana, mas assegura ao homem que essa complexidade pode ser penetrada pelo nervo do amor de Deus, pelo cabo forte e indestrutível, que liga a vida na Terra com a vida definitiva na Pátria.

A festa da Assunção de Nossa Senhora apresenta-nos a realidade dessa feliz esperança.
Somos ainda peregrinos, mas a Nossa Mãe precedeu-nos e aponta-nos já o termo do caminho.
Repete-nos que é possível lá chegar e que, se formos fiéis, lá chegaremos, pois a Santíssima Virgem não é só nosso exemplo, mas também auxílio dos cristãos.
E perante a nossa petição - Monstra te esse Matrem mostra que és Mãe - não pode nem quer negar-se a cuidar dos seus filhos com solicitude maternal.

178  
        
A alegria é um bem cristão.
Só desaparece com a ofensa a Deus, porque o pecado é fruto do egoísmo e o egoísmo é a causa da tristeza.
Mesmo então, essa alegria permanece no fundo da alma, pois sabemos que Deus e a sua Mãe nunca se esquecem dos homens. Se nos arrependemos no santo sacramento da penitência, Deus vem ao nosso encontro e perdoa-nos.
E já não há tristeza.
Na verdade, é muito justo que haja regozijo, porque o teu irmão estava morto e ressuscitou; tinha-se perdido e foi encontrado.

Estas palavras são o final maravilhoso da parábola do filho pródigo, que jamais nos cansaremos de meditar: eis que o Pai vem ao teu encontro; inclinar-se-á sobre o teu ombro e dar-te-á um beijo, penhor de amor e de ternura; fará que te entreguem um vestido, um anel, o calçado.
Tu receias ainda uma repreensão, e ele devolve-te a tua dignidade; temes um castigo, e dá-te um beijo; tens medo duma palavra irada, e prepara para ti um banquete.

O amor de Deus é insondável.
Se procede assim com quem O ofendeu, o que não fará para honrar a sua Mãe, imaculada, Virgo fidelis, Virgem Santíssima, sempre fiel?

Se o amor de Deus se manifesta tão grande quando o acolhimento que lhe dá o coração humano - tantas vezes traidor - é tão pouco, como não será no coração de Maria, que nunca levantou o mínimo obstáculo à vontade de Deus?

Vede como a liturgia da festa faz eco da impossibilidade de compreender a misericórdia infinita do Senhor com raciocínios humanos; mais do que explicar, canta; fere a imaginação, a fim de que todos se entusiasmem no louvor, pois ficaremos sempre muito aquém do que é merecido: apareceu no céu um grande sinal.
Uma mulher vestida de sol, e a lua debaixo de seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça.
E o rei cobiçará a tua beleza. A filha do rei entra toda formosa; tecidos de ouro são os seus vestidos.

A liturgia acabará com algumas palavras de Maria, nas quais a maior humildade se conjuga com a maior glória: eis que, de hoje em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque fez em mim grandes coisas aquele que é todo poderoso.

Cor Mariae Dulcissimum, iter para tutum: Coração Dulcíssimo de Maria, dá força e segurança ao nosso caminho na Terra.
Sê tu mesma o nosso caminho, porque tu conheces as vias e os atalhos certos que, através do teu amor, levam ao amor de Jesus Cristo.

179 
         
Acaba o ano litúrgico e no Santo Sacrifício do Altar renovamos ao Pai o oferecimento da Vitima, Cristo, Rei de santidade e de graça, rei de justiça, de amor e de paz, como leremos dentro de pouco tempo no Prefácio.
Todos sentis nas vossas almas uma alegria imensa, ao considerar a santa Humanidade de Nosso Senhor, por saberdes que se trata dum Rei com um coração de carne como o nosso, que é o autor do universo e de todas as criaturas e que não se impõe pelo domínio, mas mendigando um pouco de amor, ao mesmo tempo que nos mostra, em silêncio, as suas mãos chagadas.

Como é possível, então, que tantos O ignorem?
Porque se ouve ainda esse protesto cruel: nolumus hunc regnare super nos, não queremos que este reine sobre nós?
Na terra há milhões de homens que se enfrentam assim com Jesus Cristo, ou melhor, com a sombra de Jesus Cristo, porque não O conhecem, nem viram a beleza do seu rosto, nem se aperceberam da maravilha da sua doutrina.

Diante deste triste espectáculo, sinto-me movido a desagravar o Senhor. Ao ouvir o clamor que não cessa e que se constrói mais com obras pouco nobres do que com palavras, sinto a necessidade de gritar bem alto: oportet illum regnare!, convém que Ele reine.

(cont)



Precisas de um bom exame diário de consciência

Repara na tua conduta com vagar. Verás que estás cheio de erros, que te prejudicam a ti e talvez também aos que te rodeiam. – Lembra-te, filho, que não são menos importantes os micróbios do que as feras. E tu cultivas esses erros, esses enganos – como se cultivam os micróbios no laboratório –, com a tua falta de humildade, com a tua falta de oração, com a tua falta de cumprimento do dever, com a tua falta de conhecimento próprio... E, depois, esses focos infectam o ambiente. Precisas de um bom exame diário de consciência, que te conduza a propósitos concretos de melhora, por sentires verdadeira dor das tuas faltas, das tuas omissões e pecados. (Sulco, 481)

A conversão é coisa de um instante; a santificação é tarefa para toda a vida. A semente divina da caridade, que Deus pôs nas nossas almas, aspira a crescer, a manifestar-se em obras, a dar frutos que correspondam em cada momento ao que é agradável ao Senhor. Por isso, é indispensável estarmos dispostos a recomeçar, a reencontrar – nas novas situações da nossa vida – a luz, o impulso da primeira conversão. E essa é a razão pela qual havemos de nos preparar com um exame profundo, pedindo ajuda ao Senhor para podermos conhecê-Lo melhor e conhecer-nos melhor a nós mesmos. Não há outro caminho para nos convertermos de novo. (Cristo que passa, 58)


Reflectindo - 114

Aprender a dizer não

…/6

Não se distingue muito bem o que separa o "coração de pedra" que tem o Não na ponta da língua do "simpático" que a tudo responde SIM!

Se quisermos contrapor ao "coração de pedra" teríamos de apelidar este de "coração de geleia".

Num e noutro caso trata-se de corações que não se recomendam, não interessam, são dispensáveis.

(cont)

Pequena agenda do cristão


Quinta-Feira

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Cristo e a Igreja – 81

A novidade em Cristo

…/15


Os cristãos vivem no mundo conscientes dos pecados próprios e alheios, mas convencidos de que o melhor modo de aproveitar o tempo é servir a Deus, para melhorar o mundo que nos confiou.

De algum modo, o tempo é plasmado pelo homem, é humanizado.

A tensão escatológica torna-se patente na Providencia divina, sempre presente na vida da Igreja e de cada cristão.


(cont)
(p. o'callaghan, CRISTO, 5 de Diciembre de 2008, trad. ama)