09/07/2021

NUNC COEPI: Publicações em Julho 9

 


 

Sexta-Feira 

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

 

PLANO DE VIDA:  (Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Pequena mortificação

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

 


VIRTUDES

Prudência e confiança em Deus: audácia

Já vimos a parte humana da virtude da prudência. Deve acrescentar-se que, quando confrontados com uma tarefa difícil, mesmo que aparentemente irrealizável, devemos também descobrir qual é a Vontade de Deus. Isso significa agir com uma total fé e confiança na ajuda divina. Se se está convencido de que se Deus nos pede pedia uma coisa, mesmo que humanamente possa parecer uma imprudência, é preciso lançar-se à acção, pois Deus dará os meios.



LEITURA ESPIRITUAL

 

Evangelho

Mat IV, 1-25

1 Então, o Espírito conduziu Jesus ao deserto, a fim de ser tentado pelo diabo. 2 Jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome. 3 O tentador aproximou-se e disse-lhe: «Se Tu és o Filho de Deus, ordena que estas pedras se convertam em pães.» 4 Respondeu-lhe Jesus: «Está escrito: Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.» 5 Então, o diabo conduziu-o à cidade santa e, colocando-o sobre o pináculo do templo, 6 disse-lhe: «Se Tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, pois está escrito: Dará a teu respeito ordens aos seus anjos; eles suster-te-ão nas suas mãos para que os teus pés não se firam nalguma pedra.» 7 Disse-lhe Jesus: «Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus!» 8 Em seguida, o diabo conduziu-o a um monte muito alto e, mostrando-lhe todos os reinos do mundo com a sua glória, 9 disse-lhe: «Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares.» 10 Respondeu-lhe Jesus: «Vai-te, Satanás, pois está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele prestarás culto.» 11 Então, o diabo deixou-o e chegaram os anjos e serviram-no. 12 Tendo ouvido dizer que João fora preso, Jesus retirou-se para a Galileia. 13 Depois, abandonando Nazaré, foi habitar em Cafarnaúm, cidade situada à beira-mar, na região de Zabulão e Neftali, 14 para que se cumprisse o que o profeta Isaías anunciara: 15 Terra de Zabulão e Neftali, caminho do mar, região de além do Jordão, Galileia dos gentios. 16 O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz; e aos que jaziam na sombria região da morte surgiu uma luz. 17 A partir desse momento, Jesus começou a pregar, dizendo: «Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu.»  18 Caminhando ao longo do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. 19 Disse-lhes: «Vinde comigo e Eu farei de vós pescadores de homens.» 20 E eles deixaram as redes imediatamente e seguiram-no. 21 Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, os quais, com seu pai, Zebedeu, consertavam as redes, dentro do barco. Chamou-os, e 22 eles, deixando no mesmo instante o barco e o pai, seguiram-no.19 Disse-lhes: «Vinde comigo e Eu farei de vós pescadores de homens.» 20 E eles deixaram as redes imediatamente e seguiram-no. 21 Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, os quais, com seu pai, Zebedeu, consertavam as redes, dentro do barco. Chamou-os, e 22 eles, deixando no mesmo instante o barco e o pai, seguiram-no. 23 Depois, começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando entre o povo todas as doenças e enfermidades. 24 A sua fama estendeu-se por toda a Síria e trouxeram-lhe todos os que sofriam de qualquer mal, os que padeciam doenças e tormentos, os possessos, os epilépticos e os paralíticos; e Ele curou-os. 25 E seguiram-no grandes multidões, vindas da Galileia, da Decápole, de Jerusalém, da Judeia e de além do Jordão.


 

 

Comentário:

Este trecho do Evangelho que São Mateus escreveu encerra a descrição de algo que, poderíamos pensar, um pouco insólito. Porquê Jesus Cristo Se sujeitou a tal? «O Espírito conduziu-O ao deserto, a fim de ser tentado pelo Diabo.» A resposta está em que a Pessoa humana do Salvador não quer eximir-Se a nada a que os Seus irmãos – os homens – estão sujeitos e, isto, principalmente, para dar exemplo. Parece evidente que este episódio foi revelado aos Apóstolos pelo próprio Mestre, pois não haveria outra forma de dele tomarem conhecimento. Como poderia o demónio tentar o Senhor que não tinha nem defeito nem pecado algum? Só o pode fazer porque o próprio Jesus - propositadamente - lhe deu o ensejo para tal: «Jejuou quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome.» Fica, pois, claro que a tentação aparece pelos sinais que damos de fraqueza ou desejo. Atenção, pois!

 

(AMA, 2016)

 


     

REFLEXÃO

Anjos

As primeiras obras da criação divina que conhecemos são os Anjos. Um anjo é um espírito, quer dizer, um ser com inteligência e vontade, mas sem corpo, sem dependência alguma da matéria. (...) Um anjo sem corpo é uma criatura completa (...) um anjo é muito superior ao ser humano (...) a beleza deslumbrante, a inteligência poderosa e o formidável poder de um anjo. Se isto é assim na ordem inferior das hostes celestiais - na ordem dos propriamente chamados anjos -, que não dizer das ordens ascendentes de espíritos puros que se encontram acima dos anjos? (...) É muito possível, as virtudes, as dominações que um arcanjo esteja a tanta distância de um anjo, em perfeição, como este de um homem.

 

(Leo J. Trese, A Fé Explicada, Edições Quadrante, S. Paulo, 4ª Ed., nr. 31-38)


 

SÃO JOSEMARIA – textos

Não recusemos a obrigação de viver

Ficaste muito sério ao ouvir-me: aceito a morte quando Ele quiser, como Ele quiser e onde Ele quiser; e, ao mesmo tempo, penso que é "um comodismo" morrer cedo, porque temos de desejar trabalhar muitos anos para Ele e, por Ele, ao serviço dos outros. (Forja, 1039)

Libertar-vos-ei do cativeiro, onde quer que estiverdes. Livramo-nos da escravidão com a oração: sabemo-nos livres, voando num epitalâmio de alma enamorada, num cântico de amor, que nos leva a desejar não nos afastarmos de Deus... Um novo modo de andar na terra, um modo divino, sobrenatural, maravilhoso! Recordando tantos escritores quinhentistas castelhanos, talvez nos agrade saborear frases como esta: Eu vivo, porque não vivo; é Cristo que vive em mim. Aceita-se com todo o gosto a necessidade de trabalhar neste mundo, durante muitos anos, porque Jesus tem poucos amigos cá em baixo. Não recusemos a obrigação de viver, de nos gastarmos – bem espremidos– ao serviço de Deus e da Igreja. Desta maneira, em liberdade: in libertatem gloriae filiorum Dei, qua libertate Christus nos liberavit; com a liberdade dos filhos de Deus, que Jesus Cristo nos alcançou morrendo no madeiro da Cruz. É possível que logo desde o princípio se levantem nuvens de poeira e que, ao mesmo tempo, os inimigos da nossa santificação empreguem uma técnica de terrorismo psicológico – de abuso de poder – tão veemente e bem orquestrada, que arrastem na sua absurda direcção inclusivamente aqueles que durante muito tempo mantinham uma conduta mais lógica e mais recta. E apesar de a sua voz soar a sino rachado, não fundido em bom metal e bem diferente do assobio do pastor, rebaixam a palavra, que é um dos dons mais preciosos que o homem recebeu de Deus, presente belíssimo destinado a manifestar altos pensamentos de amor e de amizade ao Senhor e às suas criaturas, até fazer com que se entenda por que motivo disse São Tiago que a língua é um mundo de iniquidade. Tantos danos pode, realmente produzir! Mentiras, difamações, desonras, intrigas, insultos, murmurações tortuosas... (Amigos de Deus, 297–298)