Questão 43: Da missão das Pessoas divinas.
Em seguida, vamos tratar da missão das Pessoas divinas. E nesta questão discutem-se oito artigos:
Art. 1 – Se a alguma das Pessoas divinas é próprio o ser enviada.
Art. 2 – Se a missão pode ser eterna.
Art. 3 – Se a missão invisível da Pessoa divina é somente quanto ao Dom da graça santificante.
Art. 4 – Se também ao Pai convém ser enviado.
Art. 5 – Se ao Filho convém ser enviado invisivelmente.
Art. 6 – Se a missão invisível se realiza em todos os que participam da graça.
Art. 7 – Se convém ao Espírito Santo ser enviado visivelmente.
Art. 8 – Se nenhuma Pessoa é enviada senão por aquela da qual procede eternamente.
Art. 1 – Se a alguma das Pessoas divinas é próprio o ser enviada.
(I Sent., dist. XV, q. 1, a. 1; IV Cont. Gent., cap. XXIII; Contra errors Graec., cap. XIV).
O primeiro discute-se assim. – Parece que não é próprio a nenhuma das Pessoas divinas o ser enviada.
1. – Pois, o enviado é menor que quem envia. Ora, uma Pessoa divina não é menor que outra. Logo, uma não é enviada por outra.
2. Demais. – Tudo o que é enviado é separado de quem o envia. Por isso diz Jerónimo: O que está preso e unido a um corpo não pode ser enviado . Ora, das divinas Pessoas, nada é separável, como diz Hilário . Logo, uma Pessoa não é enviada por outra.
3. Demais. – Quem é enviado parte de um lugar e vai de novo a outro, onde não estava. Ora, isto não é possível a uma Pessoa divina, que está em toda parte. Logo, à Pessoa divina não convém o ser enviada.
Mas, em contrário, a Escritura (Jo 8, 16): Eu não sou só, mas eu e o Pai que me enviou.
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