TEMA 18. O Baptismo e a
Confirmação 2
Baptismo 2
2. A justificação e os
efeitos do Baptismo
Lê-se
na Epístola aos Romanos (Rm 6, 3-4): «Ou ignorais que todos nós, que
fomos baptizados em Cristo Jesus, fomos baptizados na sua morte? Pelo Baptismo
fomos, pois, sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi
ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa
vida nova». O Baptismo, que reproduz no fiel a passagem de Jesus Cristo pela
Terra e a sua acção salvadora, outorga ao cristão a justificação. Para isto
mesmo aponta Cl 2, 12: «Sepultados com Ele no Baptismo, foi também com Ele que
fostes ressuscitados, pela fé que tendes no poder de Deus, que o ressuscitou
dos mortos». Acrescente-se agora a incidência da fé que, com o rito da água,
nos «revestimos de Cristo», como afirma Gl 3, 26-27: «É que todos vós sois
filhos de Deus em Cristo Jesus, mediante a fé; pois todos os que fostes
baptizados em Cristo, revestistes-vos de Cristo mediante a fé».
Esta
realidade de justificação pelo Baptismo traduz-se em efeitos concretos na alma
do cristão, que a teologia apresenta como efeitos curativos e santificantes. Os
primeiros referem-se ao perdão dos pecados, como sublinha a pregação petrina:
«Pedro respondeu-lhes: “Convertei-vos e peça cada um o baptismo em nome de
Jesus Cristo, para a remissão dos seus pecados; recebereis, então, o dom do
Espírito Santo”» (Act 2, 38). Isto inclui o pecado original e, nos
adultos, todos os pecados pessoais. Ocorre também a remissão da totalidade da
pena temporal e eterna. No entanto, permanecem no baptizado «certas
consequências temporais do pecado, como os sofrimentos, a doença, a morte, ou
as fragilidades inerentes à vida, como as fraquezas de carácter, etc., assim
como uma inclinação para o pecado a que a Tradição chama concupiscência ou,
metaforicamente, a “isca” ou “aguilhão” do pecado (“fomes peccati”)» (Catecismo,
1264).
O
aspecto santificante consiste na efusão do Espírito Santo; com efeito, «num só
Espírito, fomos todos baptizados» (1 Cor 12, 13). Porque se trata do
próprio «Espírito de Cristo» (Rm 8, 9), recebemos «um Espírito que
faz de vós filhos adoptivos» (Rm 8, 15), como filhos no Filho. Deus
concede ao baptizado a graça santificante, as virtudes teologais e morais e os
dons do Espírito Santo.
Com
esta realidade de graça «o Baptismo marca o cristão com um selo espiritual
indelével («charactere») da sua pertença a Cristo. Esta marca não é apagada por
nenhum pecado, embora o pecado impeça o Baptismo de produzir frutos de
salvação» (Catecismo, 1272).
Como
fomos baptizados num só Espírito «para formar um só corpo» (1 Cor 12, 13),
a incorporação em Cristo é contemporaneamente incorporação na Igreja, e nela
ficamos vinculados com todos os cristãos, também com aqueles que não estão em
comunhão plena com a Igreja Católica.
Finalmente,
recordemos que os baptizados são «linhagem escolhida, sacerdócio régio, nação
santa, povo adquirido em propriedade, a fim de proclamarem as maravilhas
daquele que os chamou das trevas para a sua luz admirável» (1 Pe 2, 9):
participam do sacerdócio comum dos fiéis, «”devem confessar diante dos homens a
fé que de Deus receberam por meio da Igreja” (LG 11) e participar na
actividade apostólica e missionária do povo de Deus» (Catecismo, 1270).
philip goyret
Bibliografia
básica:
Catecismo
da Igreja Católica, 1212-1321.
Compêndio
do Catecismo da Igreja Católica 251-270.
(Resumos da Fé cristã: © 2013,
Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)