05/01/2021

São José

     CARTA APOSTÓLICA PATRIS CORDE 

DO PAPA FRANCISCO

POR OCASIÃO DO 150º ANIVERSÁRIO DA DECLARAÇÃO 

DE SÃO JOSÉ COMO PADROEIRO UNIVERSAL DA IGREJA

 

5. Pai com coragem criativa

 

O Evangelho não dá informações relativas ao tempo que Maria, José e o Menino permaneceram no Egito. Mas certamente tiveram de comer, encontrar uma casa, um emprego. Não é preciso muita imaginação para colmatar o silêncio do Evangelho a tal respeito. A Sagrada Família teve que enfrentar problemas concretos, como todas as outras famílias, como muitos dos nossos irmãos migrantes que ainda hoje arriscam a vida acossados pelas desventuras e a fome. Neste sentido, creio que São José seja verdadeiramente um padroeiro especial para quantos têm que deixar a sua terra por causa das guerras, do ódio, da perseguição e da miséria.

 

No fim de cada acontecimento que tem José como protagonista, o Evangelho observa que ele se levanta, toma consigo o Menino e sua mãe e faz o que Deus lhe ordenou (cf. Mt 1, 24; 2, 14.21). Com efeito, Jesus e Maria, sua mãe, são o tesouro mais precioso da nossa fé. (Cf.Sacra Congr. dos Ritos, Quemadmodum Deus (8 de dezembro de 1870): ASS 6 (1870-71), 193; Beato Pio IX, Carta ap. Inclytum Patriarcham (7 de julho de 1871): ASS 6 (1870-71), 324-327.)

 

No plano da salvação, o Filho não pode ser separado da Mãe, d’Aquela que «avançou pelo caminho da fé, mantendo fielmente a união com seu Filho até à cruz». (Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, 58)

 

Sempre nos devemos interrogar se estamos a proteger com todas as nossas forças Jesus e Maria, que misteriosamente estão confiados à nossa responsabilidade, ao nosso cuidado, à nossa guarda. O Filho do Todo-Poderoso vem ao mundo, assumindo uma condição de grande fragilidade. Necessita de José para ser defendido, protegido, cuidado e criado. Deus confia neste homem, e o mesmo faz Maria que encontra em José aquele que não só Lhe quer salvar a vida, mas sempre A sustentará a Ela e ao Menino. Neste sentido, São José não pode deixar de ser o Guardião da Igreja, porque a Igreja é o prolongamento do Corpo de Cristo na história e ao mesmo tempo, na maternidade da Igreja, espelha-se a maternidade de Maria. (Cf. Catecismo da Igreja Católica, 963-970).José, continuando a proteger a Igreja, continua a proteger o Menino e sua mãe; e também nós, amando a Igreja, continuamos a amar o Menino e sua mãe.

 

Este Menino é Aquele que dirá: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40). Assim, todo o necessitado, pobre, atribulado, moribundo, forasteiro, recluso, doente são «o Menino» que José continua a guardar. Por isso mesmo, São José é invocado como protetor dos miseráveis, necessitados, exilados, aflitos, pobres, moribundos. E pela mesma razão a Igreja não pode deixar de amar em primeiro lugar os últimos, porque Jesus conferiu-lhes a preferência ao identificar-Se pessoalmente com eles. De José, devemos aprender o mesmo cuidado e responsabilidade: amar o Menino e sua mãe; amar os Sacramentos e a caridade; amar a Igreja e os pobres. Cada uma destas realidades é sempre o Menino e sua mãe.

Francisco

 

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Temos de ser humildes

Não ponhas o teu "eu" na tua saúde, no teu nome, na tua carreira, na tua ocupação, em cada passo que dás... Que coisa tão maçadora! Parece que te esqueceste que "tu" não tens nada, é tudo d'Ele. Quando ao longo do dia te sentires, talvez sem razão, humilhado; quando pensares que o teu critério deveria prevalecer; quando notares que a cada instante borbota o teu "eu", o teu, o teu, o teu..., convence-te de que estás a matar o tempo e que estás a precisar que "matem" o teu egoísmo. (Forja, 1050)

Pertransiit benefaciendo... Que fez Jesus para derramar tanto bem, e só bem, por onde quer que passou? Os Santos Evangelhos transmitiram-nos outra biografia de Jesus, resumida em três palavras latinas, que nos dá a resposta: erat subditus illis, obedecia. Hoje, que o ambiente está cheio de desobediência, de murmuração, de desunião, havemos de estimar especialmente a obediência.

Sou muito amigo da liberdade e precisamente por isso amo tanto essa virtude cristã. Devemos sentir-nos filhos de Deus e viver com o empenho de cumprir a vontade do nosso Pai, de realizar tudo segundo o querer de Deus, porque nos dá na gana, que é a razão mais sobrenatural.

O espírito do Opus Dei, que tenho procurado praticar e ensinar desde há mais de trinta e cinco anos, fez-me compreender e amar a liberdade pessoal. Quando Deus Nosso Senhor concede a sua graça aos homens, quando os chama com uma vocação específica, é como se lhes estendesse a mão, uma mão paternal, cheia de fortaleza, repleta sobretudo de amor, porque nos busca um a um, como filhas e filhos seus, e porque conhece a nossa debilidade. O Senhor espera que façamos o esforço de agarrar a sua mão, essa mão que Ele nos estende. Deus pede-nos um esforço, prova da nossa liberdade. E para conseguirmos isso, temos de ser humildes, temos de sentir-nos filhos pequenos e amar a bendita obediência com que respondemos à bendita paternidade de Deus. (Cristo que passa, 17)

 


LEITURA ESPIRITUAL Janeiro 5

 

Evangelho

 

Mt XXI 18 - 32

 

A figueira seca

 

18 Logo de manhã cedo, ao voltar para a cidade, teve fome. 19 Vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela, mas não encontrou senão folhas. Disse então: «Nunca mais nascerá fruto de ti!» E, naquele mesmo instante, a figueira secou. 20 Vendo isto, os discípulos disseram admirados: «Como é que a figueira secou subitamente?» 21 Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: Se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que Eu fiz a esta figueira, mas, se disserdes a este monte: ‘Tira-te daí e lança-te ao mar’, assim acontecerá. 22 Tudo quanto pedirdes com fé, na oração, haveis de recebê-lo.»

 

A autoridade de Jesus

 

23 Em seguida, entrou no templo. Quando estava a ensinar, foram ter com Ele os sumos sacerdotes e os anciãos do povo e disseram-lhe: «Com que autoridade fazes isto? E quem te deu tal poder?» 24 Jesus respondeu-lhes: «Também Eu vou fazer-vos uma pergunta. Se me responderdes, digo-vos com que autoridade faço isto. 25 De onde provinha o baptismo de João: do Céu ou dos homens?» Mas eles começaram a pensar entre si: «Se respondermos: ‘Do Céu’, vai dizer-nos: ‘Porque não lhe destes crédito?’ 26 E, se respondermos: ‘Dos homens’, ficamos com receio da multidão, pois todos têm João por um profeta.» 27 E responderam a Jesus: «Não sabemos.» Disse-lhes Ele, por seu turno: «Também Eu vos não digo com que autoridade faço isto.»

 

A parábola dos dois filhos

 

28 «Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: ‘Filho, vai hoje trabalhar na vinha.’ 29 Mas ele respondeu: ‘Não quero.’ Mais tarde, porém, arrependeu-se e foi. 30 Dirigindo-se ao segundo, falou-lhe do mesmo modo e ele respondeu: ‘Vou sim, senhor.’ Mas não foi. 31 Qual dos dois fez a vontade ao pai?» Responderam eles: «O primeiro.» Jesus disse-lhes: «Em verdade vos digo: Os cobradores de impostos e as meretrizes vão preceder-vos no Reino de Deus. 32 João veio até vós, ensinando-vos o caminho da justiça, e não acreditastes nele; mas os cobradores de impostos e as meretrizes acreditaram nele. E vós, nem depois de verdes isto, vos arrependestes para acreditar nele.»

 


Fidelidade

 

  A finalidade superior de, por exemplo, comer é alimentar-se e não degustar algo que dá prazer ou contentamento.

Se esse prazer e contentamento existem tanto melhor, mas ninguém, de bom senso, deixará de comer porque o único alimento disponível não lhe agrada.

Nisto se diferencia o ser humano do animal.

Aquele come para se alimentar, este come para se saciar.

Daí que devamos comer o que de facto necessitamos, e não mais o que implica um acto da nossa vontade, um controlo sobre o apetite ou o desejo.

De tal forma assim é – deve ser – que quando verificamos que o nosso corpo mostra as consequências de uma alimentação desregrada ou exagerada, começamos uma dieta que, mais não é, que uma contenção forçada pela vontade.

  A luta interior que o ser humano trava durante toda a sua vida consciente é a consequência necessária de uma atracção para a perfeição.

Conduzir a vida como se esta fosse constituída por uma série de actos inevitáveis, aguardando sem expectativa o que se sucede no tempo, não é próprio de um ser inteligente.

Alguns chamam-lhe ''destino'' e fazem-no deixando transparecer uma inevitabilidade.

  Estão absolutamente errados.

De facto, no próprio momento da concepção, Deus cria e atribui a esse novo ser uma alma.

Sendo espiritual e directamente criada por Deus, a alma tem essa marca divina que a torna imortal.

O humano tem características próprias - o ADN - que lhe vêm dos seus pais biológicos. Estas têm a ver apenas e somente com questões de ordem física e, evidentemente, podem ser cultivadas, rejeitadas, até manipuladas.

A alma, que é a chama da vida que só se manterá enquanto habitar no corpo, tem o “ADN” divino, que não sofre mutação em nenhum caso ou circunstâncias.

  A luta interior é exactamente o confronto entre estas duas “estruturas” do ser humano.

A primeira evolui à medida que a vida vai avançando no tempo, trazendo à tona as suas características dominantes, criando, quase sempre, à segunda, uma necessidade de domínio, de controlo.

As potências espirituais da alma, tendem, naturalmente, a controlar as potências físicas.

  Entre as potências espirituais da alma contam-se a inteligência que permite a aquisição de conhecimento, as qualidades, as tendências boas, as emoções, a capacidade de distinção do bom do mau.

  Diria que há, contudo, uma necessidade comum às duas “estruturas” e que é a sua “alimentação”.

 

Na primeira parece óbvia a necessidade de crescimento, a manutenção em boas condições da sua existência o que o homem faz, normalmente, á medida do tempo que vai decorrendo.

Pois, de modo similar, a estrutura espiritual, a alma e as suas potências, também carecem de alimento de manutenção.

Mas, neste caso, o homem não pode consegui-lo sem a participação activa de Deus.

  Deus não tem porque o fazer e, o que é certo é que, só o fará a instâncias do homem.

  (Senhor aumenta a minha fé, dá-me um coração puro, ajuda-me nas minhas fraquezas, etc.)

  Isto é o que normalmente se conhece por oração.

 

 

Reflexão

 


Deus não manda impossíveis, mas ao mandar avisa para que faças o que podes e ajuda para que possas.

 

(Santo Agostinho, Sobre a natureza e a graça, 43)

Pequena agenda do cristão Agenda Terça-Feira

 

TeRÇa-Feira

Pequena agenda do cristão 

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Orações sugeridas:

Salmo II

Regnum eius regnum sempiternum est et omnes reges servient et obedient. 
Quare fremerunt gentes et populi meditati sunt inania?
Astiterum reges terrae et principes convenerunt in unum adversus Dominum et adversus christum eius.
Dirumpamus vincula eorum et proiciamos a nobis iugum ipsorum.
Qui habitabit in caelis, irridebit eos, Dominus subsanabit eos.
Ego autem constitui regem meum super sion montem sanctum meum.
Praedicabo decretum eius Dominus dixit ad me: filius meus es tu; ego hodie genui te.
Postula a me, et dabo tibi gentes hereditatem tuam et possessionem tuam terminos terrae.
Reges eos in virga ferrea et tamquam vas figuli confringes eos.
Et nunc, reges, intelegite, erudimini, qui indicatis terram.
Servite Domino in timore et exultate ei cum tremore.
Apprehendite disciplinam ne quando irascatur et pereatis via, cum exarcerit in brevi ira eius.
Beati omnes qui confident in eo.
Gloria Patri...
Regnum eius regnum sempiternum est et omnes reges servient et obedient.
Oremus:
Omnipotens et sempiterne Deus qui in dilecto Filio Tuo universorum rege omnia instaurare voluisti concede propitius ut cunctae familiae gentium pecati vulnere disgregatae eius suavissimo subdantur imperio: Qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum.

Exame Pessoal

Sabes Senhor, qual é, talvez a minha maior fraqueza? É pensar em demasiado mim, nos meus problemas, nas minhas tristezas, naquilo que me acontece e no que gostaria me acontecesse. Nas voltas e reviravoltas que dou sobre mim mesmo, sobre a minha vida.
E os outros? Sim, os outros que rezam por mim, que se interessam por mim, que têm paciência para comigo, que me desculpam as minhas faltas e as minhas fraquezas, que estão sempre prontos a ouvir-me a atender-me, que não se importam de esperar que eu os compense pelo bem que me fazem, que não me pressionam para que pague o que me emprestam, que não me criticam nem julgam com a severidade que mereço.
Ajuda-me Senhor, a ser, pelo menos reconhecido e a devolver o bem que recebo e, além disso a não julgar, a não emitir opinião, critica ou conceito, vendo nos outros, a maior parte das vezes, os defeitos e fraquezas que eu próprio possuo.

Senhor, ajuda-me a pensar nos outros em vez de estar aqui, mergulhado nos meus problemas, girando à volta de mim mesmo, concentrado apenas no que me diz respeito. Os outros! Todos os outros. Os que conheço, de quem sou amigo ou familiar e aqueles que me são desconhecidos. São Teus filhos como eu, logo, todos são meus irmãos. Se somos irmãos somos também herdeiros, convém, portanto que me preocupe com aqueles que vão partilhar a herança comigo.

Noverim me

Oh Deus que me conheces perfeitamente tal como sou, ajuda-me a conhecer-me a mim mesmo, para que possa combater com eficácia os enormes defeitos do meu carácter, em particular...
Chamaste-me, Senhor, pelo meu nome e eu aqui estou: com as minhas misérias, as minhas debilidades, com palavras maiores que os actos, intenções mais vastas que as obras e desejos que ultrapassam a vontade.
Porque não sou nada, não valho nada, não sei nada e não posso nada, entrego-me totalmente nas Tuas mãos para que, por intercessão de minha Mãe, Maria Santíssima, de São José, meu Pai e Senhor, do Anjo da Minha Guarda e de São Josemaria, possa adquirir um espírito de luta perseverante.
   
Meu Senhor e meu Deus, tira-me tudo o que me afaste de Ti.
Meu Senhor e meu Deus, dá-me tudo o que me aproxime de Ti
Meu Senhor e meu Deus, desapega-me de mim mesmo, para que eu me dê todo a ti.
Eu sei que podeis tudo e que, para Vós, nenhum projecto é impossível.
Faz-me santo, meu Deus, ainda que seja à força.

Nada te perturbe / nada te atemorize Tudo passa / Deus não muda A paciência tudo alcança / Quem a Deus tem Nada falta / só Deus basta. (Santa Teresa de Jesus)