21/06/2010

Textos de Reflexão para 21 de Junho

Evangelho: Mt 7, 1-5

«Não julgueis, para que não sejais julgados; 2 pois, segundo o juízo com que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós. 3 Porque olhas tu para a palha que está no olho de teu irmão, e não notas a trave no teu olho? 4 Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar-te do olho uma palha, tendo tu uma trave no teu? 5 Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás para tirar a palha do olho de teu irmão.

Meditação:

Ajuda-me Senhor, a conter-me no meu tão frequente julgamento dos outros. Intimamente e de viva voz. Põe na minha frente o espelho dos meus próprios defeitos e faltas de carácter, tudo aquilo que julgo ver nos outros. Não valho nada, não sei nada, não tenho nada, não sou nada.

(AMA, meditação sobre Mt 7, 1-5, Junho 2005)

Tema: Hipocrisia

Hipocrisia é pretensão ou fingimento de ser o que não é. Hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis ambos significando representar ou fingir (WKP). Os actores gregos usavam máscaras de acordo com o papel que representavam numa peça teatral. É daí que o termo hipócrita designa alguém que oculta a realidade atrás de uma máscara de aparência. Uma dos termos mais “fortes” empregues – pelo menos 19 vezes ([1]) - por Jesus foi exactamente “hipócritas” quando se refere à duplicidade de vida dos Fariseus e Escribas e as situações e referências que faz, não deixam de provocar em nós, um sentimento de repulsa por tais condutas. 

(ama, sobre a hipocrisia, a)


[1] Lc 12,1; 12, 56; 13, 15 – Mt 6, 2; 6, 5; 6, 16; 15, 7; 22, 18; 23, 13; 23, 14; 23, 15; 23, 23; 23, 25; 23, 27; 23, 28; 23, 29; 24, 51 – Mc 7, 6; 12, 15.

CAPITALISMO

A experiência mostra-nos, como regra geral, que um método deixa de ser qualquer coisa de puramente objectivo e inofensivo, e que necessariamente acaba por impor um carácter, uma determinada mentalidade a quem o utiliza: leva o homem a pensar como age. O exemplo mais claro a tal respeito é o do capitalismo. O capitalismo – se bem que inspirado na ideologia liberal – nunca se definiu como uma filosofia ou como um humanismo doutrinal, mas apenas como um método para produzir mais e melhor, um método cheio de boas intenções e promessas – porque fará ricos e felizes os homens – e que todos possam usar, independentemente da sua religião ou das suas ideologias. Todavia a história demonstrou, dolorosamente, até que ponto o uso deste simples meio de produção conseguiu impor a milhões de pessoas – digam-se elas teoricamente cristãs ou não – uma mesma mentalidade capitalista, ateia, anti-humana e manipuladora do homem e da sociedade, ao serviço do capital. Exactamente na mesma situação se encontram, em nosso parecer, aqueles que utilizam o método marxista de interpretação e acção histórica; isto é, encontram-se em sério perigo de chegar na prática – independentemente do que sugere a sua filosofia e o seu humanismo teórico – a uma visão igualmente economicista do homem e à consequente atitude manipuladora de quanto desta visão – queira-se ou não – deriva.

(Episcopado Chileno, Evangelho, Política e Socialismo, nr. 47, in Maestre della fede, nr. 43, Torino-Leuman, LDC, 1973) (coligido AMA)