16/10/2018

Temas para reflectir e meditar


Formação humana e cristã – 81 

Talvez cheguemos à conclusão que poderíamos ter aproveitado aquela ocasião que resolvemos ignorar para fazer algo de bom para essa pessoa e para nós próprios porque o bem ou o mal que fazemos aos outros tem sempre consequências para quem o prática.

Hoje em dia, se alguém que não conhecemos nos cumprimenta, por exemplo dizendo "bom-dia" ficamos admirados, o que não acontecia há anos atrás principalmente na província.

Isto tem importância?

Claro que tem. Revela pelo menos o crescendo da indiferença entre as pessoas.

E esta indiferença está a destruir a sociedade de tal forma que, por exemplo, já não somos considerados "pessoas" mas "indivíduos".

Como é possível que, por exemplo, numa família não sejamos tratados como pessoas pertencendo a um agregado consistente, real, com sentimentos que são comuns como, por exemplo, a defesa do bom-nome, das memórias, da unidade, mas como indivíduos agindo adrede sem qualquer preocupação por mínima que seja a respeito do núcleo familiar?

Ou seja, onde deveria existir amor, sincero, verdadeiro, em que a pessoa é amada por aquilo que é e não pelo que tem, passa a haver indiferença e uma ausência de sentimentos de solidariedade, respeito, amizade, amor.

E, evidentemente, isto reflecte-se inexoravelmente na vida social.

Depois, claro, esse individualismo atinge níveis de autêntico desprezo pela dignidade da pessoa humana e advoga-se, defende-se, propõe-se que a sua utilidade está na relação directa da sua capacidade física de contribuir para o todo e não traga custos nem despesas em que todos, de uma forma ou outra, terão de participar.
Daí a eutanásia, o aborto, o abandono dos mais débeis e incapacitados.
Considera-se que se pode legislar, decidir, se alguém deve morrer ou não, se será conveniente dar vida a uma criança não "programada".

AMA, reflexões.

Leitura espiritual

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Vida de São Francisco de Assis

CAPITULO 2

Conversão definitiva e restauração de três igrejas

1- O próprio Cristo era o único guia de Francisco em todo esse tempo.
Na sua bondade, interveio mais uma vez com a suave influência de sua graça.

Francisco saiu um dia da cidade para meditar.
Ao passar pela igreja de São Damião, que estava prestes a ruir de tão velha, sentiu-se atraído a entrar e rezar.
De joelhos diante do Crucificado, sentiu-se confortado imensamente no seu espírito e os seus olhos encheram-se de lágrimas ao contemplar a cruz.
Subitamente, ouviu uma voz que vinha da cruz e lhe falou por três vezes:
“Francisco, vai e restaura a minha casa. Vês que ela está em ruínas”.
Francisco encontrava-se sozinho na igreja e ficou amedrontado ao ouvir aquela voz, mas a força da sua mensagem penetrou profundamente no seu coração e ele, delirando, caiu em êxtase.
Por fim voltou a si e tratou de pôr em execução a ordem recebida.
Concentrou todas as forças na restauração daquela igreja material. Mas a igreja a que a visão se referia era aquela que “Cristo resgatara com o próprio sangue” (At 20,28).
O Espírito Santo mais tarde lho revelou e ele ensinou-o aos seus irmãos.
Levanta-se então, faz o sinal-da-cruz para ter coragem, pega na loja do pai alguns fardos de tecido, vai a galope até Foligno, vende a sua mercadoria juntamente com o cavalo que lhe servira de montaria. Volta a Assis, entra na igreja que se propusera restaurar. Encontra aí o pobre sacerdote capelão e saúda-o respeitosamente, oferece seu dinheiro para restaurar a igreja e distribuir aos pobres, pede-lhe enfim humildemente a permissão de viver algum tempo ao seu lado.
O capelão concorda em dar-lhe pousada, mas temendo a família recusa aceitar o dinheiro.
Com o seu total desinteresse pelo dinheiro, Francisco atira-o a um canto da janela com tanto desprezo como se fosse poeira.

2. Mas a permanência do servo de Deus junto ao capelão se prolongava-se; o seu pai acabou compreendendo o que estava a acontecer e correu furioso até a igreja.
Ao ouvir as ameaças daqueles que o procuravam e ao perceber que se estavam aproximando, Francisco escondeu-se numa caverna secreta; sendo ainda novo no serviço de Cristo, não quis enfrentar as iras do pai.
Permaneceu no esconderijo durante vários dias, implorando continuamente a Deus com muitas lágrimas que o livrasse das mãos dos seus perseguidores e lhe permitisse, na sua bondade, realizar os desejos que ele mesmo havia inspirado.
Enfim, sentiu-se inundado de alegria, começou a acusar-se de medroso e cobarde, saiu da sua gruta e dirigiu-se corajosamente a Assis.
Os seus concidadãos ao verem o seu rosto macilento e o espírito transformado, disseram que estava louco, perseguiram-no atirando-lhe pedras e lama, cobrindo-o de insultos, como um alienado, um lunático.
Mas o servo de Deus, insensível e inabalável, passava por cima de todas as injúrias como se nada houvesse escutado.
Ao ouvir aquele tumulto, o pai correu imediatamente até ele a fim de oprimi-lo ainda mais, não para protegê-lo.

Sem nenhuma compaixão, arrastou-o para casa, censurou-o o mais que pôde, bateu-lhe e por fim colocou-o na prisão.
Tudo isso, porém, fez com que ele se tornasse mais resoluto e decidido a levar a cabo os seus planos, repetindo a frase do Evangelho: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos céus(Mt 5,10).

3. Pouco depois, no entanto, aproveitando uma viagem que o pai fizera, a mãe, que não aprovava o procedimento do seu marido e não esperava mais poder dobrar a coragem a toda prova do seu filho, livrou-o da prisão e permitiu que ele se fosse embora; Francisco deu graças a Deus e voltou à solidão.

Mas ao regressar o pai e não o encontrando em casa, destratou a mulher e em seguida foi à procura do filho, cheio de cólera, disposto a traze-lo, se possível, para casa, ou ao menos a expulsá-lo da sua terra.
Francisco, a quem Deus dava toda a coragem, indo ao encontro do pai furioso, disse-lhe com firmeza que lhe eram indiferentes a prisão e as pancadas e acrescentou solenemente que por amor de Cristo estava disposto a enfrentar alegremente todas as provações.
Vendo que não conseguia traze-lo de volta à casa paterna, tentou recuperar o dinheiro.
E quando, enfim, o encontrou atirado num canto da janela da igreja, satisfez a sua cobiça e acalmou-se um pouco.


4. Não contente com ter recuperado o seu dinheiro, tratou de fazer com que Francisco fosse levado até ao bispo da diocese, onde ele deveria renunciar a toda a sua herança e devolver-lhe tudo que tinha.
No seu autêntico amor à pobreza, Francisco nada opunha a essa cerimónia e apresenta-se de boa mente diante do bispo e sem esperar um minuto nem hesitar de qualquer forma, sem aguardar qualquer ordem nem pedir qualquer explicação, tira imediatamente todas as suas vestes e entrega-as ao pai.
Todos viram então que, sob as vestes finas, o homem de Deus levava um cilício.
Despiu mesmo os calções, em seu fervor e entusiasmo, e ficou nu diante de todos.
Então disse ao pai: “Até agora chamei-te meu pai, mas de agora em diante posso dizer sem qualquer reserva: ‘Pai nosso que estais no céu’, pois foi a ele que confiei meu tesouro e nele depositei minha fé”.
O bispo, que era um homem santo e muito digno, chorava de admiração ao ver os excessos a que o levava seu amor a Deus; levantou-se, abraçou-o e envolveu-o no seu manto, ordenando que trouxessem alguma roupa para cobri-lo.
Deram-lhe um pobre manto que pertencia a um dos camponeses a serviço do bispo; Francisco recebeu-o agradecido e, depois, tendo encontrado um pedaço de giz no caminho, traçou uma cruz sobre o manto.
Muito expressiva era semelhante veste neste homem crucificado, neste pobre seminu.
Dessa forma, o servo do Grande Rei foi deixado nu para seguir as pegadas do seu Senhor atado nu à cruz e foi assim também que ele adoptou essa cruz como emblema, a fim de confiar a sua alma ao madeiro que nos salvou e por meio dele escapar são e salvo do naufrágio do mundo.

5. Estando agora livre dos laços que o prendiam aos desejos terrenos, em seu desprezo pelo mundo, Francisco abandonou a cidade natal e procurou fora um lugar onde pudesse ficar a sós, alegre e despreocupado.
Aí na solidão e no silêncio poderia ouvir as revelações secretas de Deus.
Ia dessa forma pela floresta, alegre e cantando em francês os louvores do Senhor, quando dois ladrões surgiram do cerrado e caíram sobre ele. Ameaçaram-no e perguntaram quem ele era, mas ele respondeu corajosamente com as palavras proféticas:
“Sou o arauto do Grande Rei”.
Bateram-lhe e e lançaram-no numa fossa cheia de neve, dizendo-lhe: “Fica por aí, miserável arauto de Deus”.
Francisco esperou que se fossem embora, saiu da fossa, alegre, recomeçando com mais ânimo ainda sua canção em honra do Senhor.

São Boaventura

(cont)


(revisão da versão portuguesa por AMA)

Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?





Que a tua vida não seja uma vida estéril


S. Josemaria proclamou que a santidade está ao alcance de todo o cristão. Publicamos alguns textos nos que fala dessa chamada divina à qual ele respondeu.
Que a tua vida não seja uma vida estéril. – Sê útil. – Deixa rasto. – Ilumina, com o resplendor da tua fé e do teu amor.
Apaga, com a tua vida de apóstolo, o rasto viscoso e sujo que deixaram os semeadores impuros do ódio. – E incendeia todos os caminhos da Terra com o fogo de Cristo que levas no coração. (Caminho, 1)

Todos os que aqui estamos fazemos parte da família de Cristo, porque Ele mesmo nos escolheu antes da criação do mundo, por amor, para sermos santos e imaculados diante dele, o qual nos predestinou para sermos seus filhos adoptivos por meio de Jesus Cristo para sua glória, por sua livre vontade. Esta escolha gratuita de que Nosso Senhor nos fez objecto, marca-nos um fim bem determinado: a santidade pessoal, como S. Paulo nos repete insistentemente: haec est voluntas Dei: sanctificatio vestra, esta é a vontade de Deus: a vossa santificação. Portanto, não nos esqueçamos: estamos no redil do Mestre, para alcançar esse fim. (Amigos de Deus, 2)

A meta que proponho – ou melhor, a que Deus indica a todos – não é uma miragem ou um ideal inatingível: podia contar-vos tantos exemplos concretos de mulheres e de homens correntes, como vocês e como eu, que encontraram Jesus que passa quasi in occulto pelas encruzilhadas aparentemente mais vulgares e decidiram segui-lo, abraçando com amor a cruz de cada dia. Nesta época de desmoronamento geral, de concessões e de desânimos, ou de libertinagem e de anarquia, parece-me ainda mais actual aquela convicção simples e profunda que, no princípio da minha actividade sacerdotal e sempre, me consumiu em desejos de comunicar à humanidade inteira: estas crises mundiais são crises de santos. (Amigos de Deus, 4)

Estamos decididos a procurar que a nossa vida sirva de modelo e de ensinamento aos nossos irmãos, aos nossos iguais, os homens? Estamos decididos a ser outros Cristos? Não basta dizê-lo com a boca. Tu – pergunto-o a cada um de vós e pergunto-o a mim mesmo – tu, que por seres cristão estás chamado a ser outro Cristo, mereces que se repita de ti que vieste facere et docere, fazer tudo como um filho de Deus, atento à vontade de seu Pai, para que deste modo possas levar todas as almas a participar das coisas boas, nobres, divinas e humanas, da Redenção? Estás a viver a vida de Cristo na tua vida de cada dia no meio do mundo?
Fazer as obras de Deus não é um bonito jogo de palavras, mas um convite a gastar-se por Amor. Temos de morrer para nós mesmos a fim de renascermos para uma vida nova. Porque assim obedeceu Jesus, até à morte de Cruz, mortem autem crucis. Propter quod et Deus exaltavit illum. Por isso Deus O exaltou. Se obedecermos à vontade de Deus, a Cruz será também Ressurreição, exaltação. Cumprir-se-á em nós, passo a passo, a vida de Cristo; poder-se-á afirmar que vivemos procurando ser bons filhos de Deus, que passamos fazendo o bem, apesar da nossa fraqueza e dos nossos erros pessoais, por mais numerosos que sejam. (Cristo que passa, 21)

Asseguro-vos, meus filhos, que, quando um cristão realiza com amor a mais intranscendente das acções diárias, ela transborda da transcendência de Deus. Por isso vos tenho repetido, com insistente martelar, que a vocação cristã consiste em fazer poesia heróica da prosa de cada dia. Na linha do horizonte, meus filhos, parecem unir-se o céu e a terra. Mas não; onde se juntam deveras é nos vossos corações, quando viveis santamente a vida de cada dia... (Temas actuais do cristianismo, 116)

Evangelho e comentário


Tempo comum


Evangelho: Lc 11, 37-41

37 Mal Jesus tinha acabado de falar, um fariseu convidou-o para almoçar na sua casa; Ele entrou e pôs-se à mesa. 38 O fariseu admirou-se de que Ele não se tivesse lavado antes da refeição. 39 O Senhor disse-lhe: «Vós, os fariseus, limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e de maldade. 40 Insensatos! Aquele que fez o exterior não fez também o interior? 41 Antes, dai esmola do que possuís, e para vós tudo ficará limpo

Comentário:

Talvez nunca nos tenhamos dado conta da importância da esmola.

Segundo o Senhor, a esmola purifica!

Quem de nós não precisa de purificação?


(AMA, comentário sobre Lc 11, 37-41, 13.10,2015)