20/04/2021

NUNC COEPI: Publicações em Abril 20

PLANO DE VIDA: (Coisas muito simples, curtas, objectivas)

 

Propósito: Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

 

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

 

Leitura espiritual 

Evangelho

Jo I, 1-18

 

O Verbo é Deus

1 No princípio existia o Verbo; o Verbo estava em Deus; e o Verbo era Deus. 2 No princípio Ele estava em Deus. 3 Por Ele é que tudo começou a existir; e sem Ele nada veio à existência. 4 Nele é que estava a Vida de tudo o que veio a existir. E a Vida era a Luz dos homens. 5 A Luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam.

 

Missão de João Baptista

6 Apareceu um homem, enviado por Deus, que se chamava João. 7 Este vinha como testemunha, para dar testemunho da Luz e todos crerem por meio dele. 8 Ele não era a Luz, mas vinha para dar testemunho da Luz. 9 O Verbo era a Luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina. 10 Ele estava no mundo e por Ele o mundo veio à existência, mas o mundo não o reconheceu. 11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. 12 Mas, a quantos o receberam, aos que nele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. 13 Estes não nasceram de laços de sangue, nem de um impulso da carne, nem da vontade de um homem, mas sim de Deus.

 

Encarnação

14 E o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco. E nós contemplámos a sua glória, a glória que possui como Filho Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade. 15 João deu testemunho dele ao clamar: «Este era aquele de quem eu disse: ‘O que vem depois de mim passou-me à frente, porque existia antes de mim.’»16 Sim, todos nós participamos da sua plenitude, recebendo graças sobre graças. 17 É que a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram-nos por Jesus Cristo. 18 A Deus jamais alguém o viu. O Filho Unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer.

 

Considerações

 

São João com o estilo que lhe e próprio dá-nos as razões e motivos que enformam a nossa fé

Tudo parece resumir-se a luz e trevas, a luz que tudo ilumina e as trevas que tudo escondem e ocultam. O Menino é a luz que ilumina e atrai os homens irresistivelmente para o alto.

Ele afasta definitivamente as trevas onde tantos se deixam cair como mortos vivos.

Luz de luz, guia os meus passos para o supremo bem e felicidade eterna.

Este capítulo de S. João pode ser – é, de facto – uma declaração das principais razões para fazer-mos um profundo acto de fé na Redenção e no Redentor.

Explica-se porque devemos acreditar e, até, as ‘vantagens’ em acreditar no próprio testemunho do Precursor.

Porque acreditar em Jesus Cristo? Porque, Ele, é: «o Unigénito de Deus, que está no seio do Pai, Ele mesmo é que O deu a conhecer

Porque nos convém acreditar? Porque: «a todos os que O receberam, àqueles que crêm no Seu nome, deu poder de se tornarem filhos de Deus»

Quando deparamos com esta página do evangelho de São João, talvez sejamos tentados a ler apressadamente ou, até, passar adiante.

Mas pode dizer-se que ela é como que uma síntese da doutrina cristã, já que nela se contêm, os princípios e fundamentos da Fé.

Talvez o melhor seja, mesmo, ficar por aqui propondo uma segunda leitura, talvez mais interiorizada, destas palavras de São João.

São João dá-nos a exacta compreensão da Pessoa de Jesus Cristo: a Luz!

Mas trevas da morte da alma, do abismo dos desaires e dificuldades da vida corrente, no desânimo das missões por cumprir, na frustração da incapacidade de vencer o nosso orgulho que nos amarra a precon­ceitos e juízos temerários, enfim, na amálgama dos nossos defeitos e fraquezas, das faltas de confiança e coragem, a Luz de Cristo ilumina o nosso caminho, toda a nossa vida.

Muitas páginas da Sagrada Escritura atestam que os anjos existem...

Mas é pre­ciso saber que a palavra «anjo» designa a sua função: ser mensageiro.

E cha­mam-se «arcanjos» os que anunciam os acontecimentos mais importantes. É assim que o arcanjo Gabriel é enviado à Virgem Maria; para esta função, para anunciar o maior de todos os acontecimentos, impunha-se enviar um anjo da mais elevada categoria...

Semelhantemente, quando se trata de estender um poder extraordinário, é Mi­guel que é o enviado.

Com efeito, a sua acção como o seu nome, querem dizer: «Quem é como Deus?», fazem compreender aos homens que ninguém pode fazer o que pertence apenas a Deus realizar.

Seguir essa Luz é o bastante para alcançarmos a felicidade.

Nunca se esquece o momento em que a nossa vida deu como que uma revira­volta, conheceu um novo rumo, se alterou definitivamente!

 

CONFISSÃO SACRAMENTAL

O que é a confissão sacramental?

“O sacramento da Reconciliação é um sacramento de cura. Quando me confesso é para me curar, para curar a minha alma, o meu coração e algo de mal que cometi”. Francisco, Audiência geral, 19.II.2014.

Porquê confessar-se?

Explica o Papa Francisco que “o perdão dos nossos pecados não é algo que possamos dar a nós mesmos. Eu não posso dizer: perdoo os meus pecados. O perdão é pedido a outra pessoa e na Confissão pedimos o perdão a Jesus. O perdão não é fruto dos nossos esforços, mas uma dádiva, é um dom do Espírito Santo”. Idem

É complicado confessar-se?

Não o é tanto: no Catecismo, a Igreja propõe-nos quatro passos para uma boa confissão. Cfr. Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, 303.:

1) Exame de consciência;

2) Contrição (ou arrependimento), que inclui o propósito de não voltar a pecar;

3) Confissão;

4) Satisfação (ou cumprir a penitência).

São quatro passos que damos para poder receber o grande abraço de amor que Deus nosso Pai nos quer dar com este sacramento: “Deus espera-nos, como o pai da parábola, de braços estendidos, ainda que não o mereçamos. Não importa a nossa dívida. Como no caso do filho pródigo, apenas é preciso que abramos o coração”. São Josemaría, Cristo que passa, n. 64.

1. Exame de consciência

O exame de consciência consiste em refletir sobretudo aquilo que nos tenha podido afastar de Deus

“Que conselhos daria a um penitente para fazer uma boa confissão? – pergunta-se ao Papa Francisco – Que pense na verdade da sua vida frente a Deus, o que sente, o que pensa. Que saiba olhar com sinceridade para si mesmo e para o seu pecado. E que se sinta pecador, que se deixe surpreender, surpreendido por Deus”. Francisco, O nome de Deus é misericórdia.

O exame de consciência consiste em refletir sobre aquelas ações, pensamentos ou palavras que nos tenham podido afastar de Deus, ofender os outros ou causar-nos dano interiormente.

É o momento de ser sinceros consigo próprio e com Deus, sabendo que Ele não quer que os nossos pecados passados nos oprimam, antes deseja libertar-nos deles para podermos viver como bons filhos seus.

3. Confessar os pecados.

Uma boa confissão é dizer os pecados ao sacerdote de forma clara, concreta, concisa e completa.

A confissão consiste na acusação dos pecados feita diante do sacerdote.

Costuma dizer-se que uma boa confissão tem “4 C”:

3.1. Clara: indicar qual foi a falta específica, sem acrescentar desculpas.

3.2. Concreta: referir o acto ou pensamento preciso, não usar frases genéricas.

3.3. Concisa: evitar dar explicações o descrições desnecessárias.

3.4. Completa: sem calar nenhum pecado grave, vencendo a vergonha.

4. Cumprir a penitência

O sacerdote indica uma penitência para reparar o dano causado.

A satisfação consiste no cumprimento de certos actos de penitência (orações, alguma mortificação, etc.), que o confessor indica ao penitente para reparar o dano causado pelo pecado.

É uma ocasião também para dar graças a Deus pelo perdão recebido e renovar o propósito de não voltar a pecar.

 

REFLEXÃO

Regras morais

 

Moral rules must be obeyed when it doesn't suit us. Otherwise, why would we need rules? [1]

Esta "sentença" parece-me muito feliz e adequada ao que me proponho reflectir.

O conceito de "regra moral" não tem várias interpretações consoante conveniências ou circunstâncias, é apenas um: os limites em que a moral se move e actua.

Pode definir-se moral desta forma: Moral é o conjunto de regras adquiridas através da cultura, da educação, da tradição e do quotidiano, e que orientam o comportamento humano dentro de uma sociedade.

Etimologicamente, o termo moral tem origem no latim morales, cujo significado é “relativo aos costumes”.

As regras definidas pela moral regulam o modo de agir das pessoas, sendo uma palavra relacionada com a moralidade e com os bons costumes.

Está associada aos valores e convenções estabelecidos colectivamente por cada cultura ou por cada sociedade a partir da consciência individual, que distingue o bem do mal, ou a violência dos actos de paz e harmonia.

Os princípios morais como a honestidade, a bondade, o respeito, a virtude, e etc., determinam o sentido moral de cada indivíduo. São valores universais que regem a conduta humana e as relações saudáveis e harmoniosas.

Não pode alguém dizer, por exemplo, 'a minha moral é esta!
Tal não faz nenhum sentido, não quer dizer outra coisa que: 'eu próprio restabeleço o que é ou não a moral'.

Pode também definir-se moral como o comportamento correcto e impecável do homem nas diversas actividades que desenvolve na sua vida. A correcção e impecabilidade não oferecem várias interpretações, estão ao abrigo de qualquer reparo, crítica ou correcção por parte de outros.
Tem, além do mais, uma característica muito própria: a moral é a base do comportamento, por isso é comum dizer-se de alguém cujos actos se caracterizam pela sua maldade ou irregularidade, fora dos padrões considerados aceitáveis pela sociedade em geral, que tal pessoa é amoral, isto é, não tem moral.

Mas o que vêm a ser os actos moralmente aceites pela sociedade?

Lembremos do Antigo Testamento o que se passava na cidade de Sodoma.

A ausência de critérios de pureza, respeito pelo corpo - próprio e alheio - eram um hábito adquirido e, portanto, aqui não cabiam conceitos de prevaricação moral social. Mas nem por isso deixavam de ser reprováveis porque se tratava de abusos indecorosos, contranatura e de aviltamento da dignidade humana.

 



[1] Ken Follet, Edge of eternity