30/11/2006

Deixaram tudo e seguiram-No

Pedro e o seu irmão, André, cuja festa se comemora hoje. Deixaram tudo!...diz Mateus.

Ambos hão-de entregar também as suas vidas na Cruz.

Ambos se consideraram indignos ser crucificados como o Rabi por Quem tinham abandonado tudo, naquele dia, nas margens do mar da Galileia: Pedro quer ser crucificado de cabeça para baixo; André escolhe uma cruz em X.

Ambos quiseram deixar bem claro quem era o Mestre e quem eram os discípulos.

E eu? O que é que eu tenho deixado, ao longo da minha vida, pelo meu Mestre? Umas poucas coisitas de pouca monta e, mesmo assim, sempre relutante, a contra-gosto.

Fico-me para aqui, agarrado ás minhas redes, encostado ao meu barco e não avanço mar dentro à pesca com é meu dever. Ah! Porque o tempo não está favorável; talvez amanhã; porque estou cansado; porque chove; está frio; faz muito calor; não me apetece; ainda ontem fui e não apanhei nada!

Tantas razões sem razão nenhuma!

Vá! Nunc coepi! Agora...agora começo. Com o que tenho, com as minhas misérias e pouca coisa, com os meus enormes defeitos e pequenas virtudes mas de ouvidos bem atentos á voz de quem chama: Tu...! Vem e segue-me!

29/11/2006

Paciência

A paciência é uma virtude bem diferente da mera passividade ante o sofrimento; não é um não reagir, nem um simples "aguentar-se": é parte da virtude da Fortaleza, e leva a aceitar com serenidade a dor e as provas da vida, grandes ou pequenas, como vindas do amor de Deus.
Identificamos então, a nossa vontade com a do Senhor, e isso permite-nos manter a fidelidade no meio das provas, sejam quais forem, e é o fundamento da grandeza de ânimo e da alegria de quem está seguro de receber uns bens futuros maiores.

(Francisco Fernández Carvajal, Hablar con Diós, Tiempo ordinario, 34ª Semana, Miércoles)

26/11/2006

CRISTO REI

«A atitude do cristão não pode ser passiva ante o reinado de Cristo no mundo. Nós desejamos ardentemente esse reinado: Oportet illum regnare...! É necessário que reine, em primeiro lugar na nossa inteligência, mediante o conhecimento da Sua doutrina e do acatamento amoroso dessas verdades reveladas; é necessário que reine na nossa vontade, para que obedeça e se identifique cada vez mais plenamente com a vontade divina; é preciso que reine no nosso coração, para que nenhum amor se interponha ao amor a Deus; é necessário que reine no nosso corpo, templo do Espírito Santo (1) ; no nosso trabalho, caminho de santidade.» (2)

«Maria, a Mãe santa do nosso Rei, a Rainha do nosso coração, cuida de nós como só Ela sabe fazer. Mãe compassiva, trono da graça: pedimos-te que saibamos compor na nossa vida e na vida dos que nos rodeiam, verso a verso, o poema simples da caridade, quasi fluvium pacis (Is 66, 12), como um rio de paz. Porque tu és mar de inesgotável misericórdia.»(3)


1 cfr Pio XI, Quas primas, 11-12.1925
2 Francisco Fernández Carvajal, Hablar con Dios, Tiempo Ordinario, ultimo Domingo
3 S. Josemaría Escrivá, Cristo que Passa, 183

21/11/2006

HUMILDADE

Deixa-me que te recorde, entre outros, alguns sinais evidentes de falta de humildade:

* Pensar que o que fazes ou dizes está mais bem feito ou melhor dito do que o dos
outros;
* Querer levar sempre a tua ávante;
* Discutir sem razão ou - quando a tens - insistir com teimosia ou maus modos;
* Dar a tua opinião sem ta pedirem ou sem a caridade o exigir;
* Desprezar ponto de vista dos outros;
* Não encarar todos os teus dons e qualidades como emprestados;
* Não reconhecer que és indigno de toda a honra e estima, inclusive da terra que
pisas e das coisas que possuis;
* Citar-te a ti mesmo como exemplo nas conversas;
* Falar mal de ti próprio, para que façam bom juízo de ti ou te contradigam;
* Desculpar-te quando te repreendem;
* Ocultar ao teu Director algumas faltas humilhantes para que não perca o conceito
que faz de ti;
* Ouvir com complacência que te louvem, ou alegrar-te por terem falado bem de ti;
* Doer-te por outros serem mais estimados que tu;
* Negar-te a desempenhar ofícios inferiores;
* Procurar ou desejar sigularizar-te
* Insinuar na conversa palavras de louvor próprio ou que dão a entender a tua
honradez, o teu engenho ou destreza, o teu préstígio profissional;
* Envergonhares-te porque careces de certos bens.

(S. Josemaría, Sulco, 263)

20/11/2006

MORRER 1

Fazem hoje seis anos que o meu irmão Manuel José partiu para casa do Pai.

Tenho sempre presente, no seu leito de morte, o seu olhar doce e profundo onde se espelhava uma serenidade que não consigo esquecer.

Sem dúvida, a serenidade de um homem bom, pronto a entregar a alma ao Criador, numa atitude de despojamento total!

O que vinha clamando há bastante tempo: «In hora mortis mea voca me, et iube me venire ad Te» (Na hora da minha morte, chamai-me, e mandai-me ir ter conVosco), estava prestes a consumar-se. O Senhor, misericordioso, estendia-lhe a Sua mão de Pai amoroso, para o levar conSigo para a Vida.

Peço-te Manel, que me guardes um lugar, mesmo que não seja ao pé de ti, mas donde possa ver Deus Cara a Cara.

HUMILHAÇÕES 1

Será que o Senhor se regozija com a nossa humilhação?

Não.

Que lucraria com o nosso abatimento Aquele que tudo criou, e mantém e governa tudo o que existe? Deus só deseja a nossa humildade, que nos esvaziemos de nós próprios para Ele nos poder encher; pretende que não Lhe levantemos obstáculos, a fim de que – falando ao modo humano – caiba mais graça Sua no nosso pobre coração. Porque o Deus que nos inspira a ser humildes é o mesmo que transformará o nosso corpo de miséria, fazendo-o semelhante ao seu corpo glorioso, com aquele poder com que pode também sujeitar a si todas as coisas. Nosso Senhor faz-nos seus, endeusa-nos com um endeusamento bom.

(S. Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, nn. 97–98)

13/11/2006

Graças 1

Agradece com todo o coração a Nosso Senhor as potências admiráveis... e terríveis, da inteligência e da vontade com que quis criar-te. Admiráveis, porque te fazem semelhante a Ele; terríveis, porque há homens que as põem contra o seu Criador.

A mim, como síntese do nosso agradecimento de filhos de Deus, ocorre-me dizer a este Pai nosso, agora e sempre: "Serviam!" – Servir-te-ei! (Forja, 891)

Samaritano 1

Dos hombres, ambos muy enfermos, ocupaban la misma habitación de un hospital. A uno se le permitía sentarse en su cama cada tarde, durante una hora, para ayudarle a drenar el líquido de sus pulmones. Su cama daba a la única ventana de la habitación. El otro hombre tenia que estar todo el tiempo boca arriba. Los dos charlaban durante horas.
Hablaban de sus mujeres y sus familias, sus hogares, sus trabajos, su estancia en el servicio militar, donde habían estado de vacaciones. Y cada tarde, cuando el hombre de la cama junto a la ventana podía sentarse, pasaba el tiempo describiendo a su vecino todas las cosas que podía ver desde la ventana. El hombre de la otra cama empezó a desear que llegaran esas horas, en que su mundo se ensanchaba y cobraba vida con todas las actividades, colores del mundo exterior.
La ventana daba a un parque con un precioso lago. Patos y cisnes jugaban en el agua, mientras los niños lo hacían con sus cometas. Los jóvenes enamorados paseaban de la mano, entre flores de todos los colores del arco iris. Grandes árboles adornaban el paisaje, y se podía ver en la distancia una bella vista de la línea de la ciudad. El hombre de la ventana describía todo esto con un detalle exquisito, el del otro lado de la habitación cerraba los ojos e imaginaba la idílica escena.
Una tarde calurosa, el hombre de la ventana describió un desfile que estaba pasando. Aunque el otro hombre no podía oír a la banda, podía verlo, con los ojos de su mente, exactamente como lo describía el hombre de la ventana con sus mágicas palabras.
Pasaron días y semanas. Una mañana, la enfermera de día entró con el agua para bañarles, encontrándose el cuerpo sin vida del hombre de la ventana, que había muerto plácidamente mientras dormía. Se llenó de pesar y llamó a los ayudantes del hospital, para llevarse el cuerpo. Tan pronto como lo consideró apropiado, el otro hombre pidió ser trasladado a la cama al lado de la ventana. La enfermera le cambió encantada y, tras asegurarse de que estaba cómodo, salió de la habitación.
Lentamente, y con dificultad, el hombre se irguió sobre el codo, para lanzar su primera mirada al mundo exterior; por fin tendría la alegría de verlo el mismo. Se esforzó para girarse despacio y mirar por la ventana al lado de la cama... y se encontró con una pared blanca.
El hombre preguntó a la enfermera que podría haber motivado a su compañero muerto para describir cosas tan maravillosas a través de la ventana. La enfermera le dijo que el hombre era ciego y que no habría podido ver ni la pared, y le indico:

"Quizás sólo quería animarle a usted"

Epilogo:
Es una tremenda felicidad el hacer felices a los demás, sea cual sea la propia situación. El dolor compartido es la mitad de pena, pero la felicidad, cuando se comparte, es doble. Si quiere sentirse rico, solo cuente todas las cosas que tiene y que el dinero no puede comprar. "Hoy es un regalo, por eso se le llama el presente"