02/11/2020

Novíssimos

 


O que são os Novíssimos?

O céu, a morte, o purgatório...

O CÉU

 

1. O que há depois da morte? Deus julga cada pessoa pela sua vida?

 

O Catecismo da Igreja Católica ensina que «a morte põe termo à vida do homem, enquanto tempo aberto à aceitação ou à rejeição da graça divina, manifestada em Jesus Cristo» «Ao morrer, cada homem recebe na sua alma imortal a retribuição eterna, num juízo particular que põe a sua vida em referência a Cristo, quer através de uma purificação, quer para entrar imediatamente na felicidade do céu, quer para se condenar imediatamente para sempre».

 

Neste sentido São João da Cruz fala do juízo particular de cada um dizendo que «ao entardecer desta vida, examinar-te-ão no amor».

Leitura espiritual Novembro 02

 


 Evangelho 

São João 6 35 a 51

Jesus é o Pão da Vida -

 

35 Jesus respondeu-lhes: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a Mim não terá jamais fome, e aquele que crê em Mim não  terá jamais sede. 36 Porém, já vos disse que vós Me vistes e não credes. 37 Tudo o que O Pai me dá virá a Mim; e aquele que vema  Mim não o lançarei fora. 38 Porque descido Céu não para fazer a Minha vontade mas avontade daqueLe que Me enviou. 39 Ora a vontade dequele que Me enviou é que Eu não perca nada  do que Me deu, mas que o ressuscite no último dia. 40 A vontade de Meu Pai que Me enviou é que todo o que vê O Filho e crê nEle tenha a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia. 41 Murmuravam  então dEle os judeus, porque dissera: Eu sou o pão que desceu do Céu. 42 Diziam: Porventura não é este, aquele Jesus filho de José, cujo Pai e Mãe nós conhecemos? Como, pois, diz Ele: Desci do Céu? 43 Jesus, replicando, disse-lhes: Não murmureis entre vós. 44 Ninguém pode vir a Mim se O Pai que Me enviou não o atrair e Eu o ressuscitarei no último dia. 45 Está escrito no Profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto,todo aquele que ouve e aprende do Pai vem a Mim. 46 Não porque alguém tenha visto o Pai; excepto Aquele que vem de Deus; Esse viu o Pai. 47 Em verdade,em verdade vos digo: O que crêem Mim tem a vida eterna. 48 Eu sou o pão da vida. 49 Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. 50 Este é o pão que desceu do Céu para que aquele que dele comer não morra. 51 Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente; e o pão que Eu darei é a minha Carne para salvação do mundo.

 


Cristo que passa

 

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Apostolado, co-redenção

 

Com a maravilhosa normalidade do divino, a alma contemplativa derrama-se em afã apostólico: ardia-me o coração dentro do peito, ateava-se o fogo na minha meditação.

 Que fogo é esse senão aquele de que fala Cristo: «Vim trazer fogo (do amor divino) à Terra: e que quero eu senão que se acenda?»

Fogo de apostolado que se robustece na oração: não há meio melhor do que este para desenvolver através de todo o mundo, essa batalha pacífica em que cada cristão está chamado a participar: cumprir o que resta padecer a Cristo.

 

Jesus subiu aos céus, dizíamos.

Mas o cristão pode, na oração e na Eucaristia, conviver com Ele nos mesmos moldes dos primeiros doze, abrasar-se no seu zelo apostólico, para com Ele fazer um serviço de co-redenção, que é semear a paz e a alegria.

Servir, pois o apostolado não é outra coisa.

Se contarmos exclusivamente com as nossas próprias forças, nada conseguiremos no terreno sobrenatural; sendo instrumentos de Deus, conseguiremos tudo: “tudo posso n'Aquele que me conforta”.

Deus, pela, Sua infinita bondade, dispôs-Se a utilizar estes instrumentos ineptos.

Daí que o Apóstolo não tenha outro fim senão deixar agir o Senhor, mostrar-se inteiramente disponível, para que Deus realize - através das Suas criaturas, através da alma escolhida - a Sua obra salvadora.

 

Apóstolo é o cristão que se sente inserido em Cristo, identificado com Cristo, pelo Baptismo; habilitado a lutar por Cristo pela Confirmação; chamado a servir a Deus com a sua acção no mundo, pelo sacerdócio comum dos fiéis, que confere uma certa participação no sacerdócio de Cristo, a qual - sendo essencialmente diferente da que constitui o sacerdócio ministerial - o torna capaz de tomar parte no culto da Igreja e de ajudar os homens no seu caminho para Deus, com o testemunho da palavra e do exemplo, com a oração e a expiação.

 

Cada um de nós há-de ser ipse Christus, o próprio Cristo.

Ele é o único mediador entre Deus e os homens; e nós unimo-nos a Ele para oferecer, com Ele, todas as coisas ao Pai.

A nossa vocação de filhos de Deus, no meio do mundo, exige-nos que não procuremos apenas a nossa santidade pessoal, mas que vamos pelos caminhos da terra, para convertê-los em atalhos que, através dos obstáculos, levem as almas ao Senhor; que participemos, como cidadãos normais e correntes, em todas as actividades temporais, para sermos levedura que há-de informar toda a massa.

 

Cristo subiu aos céus, mas transmitiu a tudo o que é honestamente humano a possibilidade concreta de ser redimido.

São Gregório Magno trata este grande tema cristão com palavras incisivas: “Partia assim Jesus para o lugar de onde era e voltava do lugar em que continuava a morar. Efectivamente, no momento em que subia ao Céu, unia com a sua divindade o Céu e a Terra. Na festa de hoje convém destacar solenemente o facto de que tenha sido suprimido o decreto que nos condenava, o juízo que nos tornava sujeitos à corrupção.

A natureza a que se dirigiam as palavras "tu és pó e em pó te hás-de tornar" (Gen. 3, 19), essa mesma natureza subiu hoje ao Céu com Cristo”.

 

Não me cansarei de repetir, portanto, que o mundo é santificável e que a nós, cristãos, nos toca especialmente essa tarefa, purificando-o das ocasiões de pecado com que os homens o tornam feio e oferecendo-o ao Senhor como Hóstia espiritual, apresentada e dignificada com a graça de Deus e o nosso esforço.

Em rigor, não se pode dizer que haja nobres realidades exclusivamente profanas, uma vez que o Verbo se dignou assumir uma natureza humana íntegra e consagrar a Terra com a sua presença e com o trabalho das suas mãos.

A grande missão que recebemos, no Baptismo, é a co-redenção. Urge-nos a caridade de Cristo para tomarmos sobre os nossos ombros uma parte dessa tarefa divina de resgatar as almas.

 

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Olhai: “a Redenção, que ficou consumada quando Jesus morreu na vergonha e na glória da Cruz, escândalo para os judeus, loucura para os gentios, por vontade de Deus continuará a fazer-se até que chegue a hora do Senhor”.

Não é compatível viver de acordo com o Coração de Jesus Cristo e não nos sentirmos enviados como Ele, peccatores salvos facere, a salvar todos os pecadores, convencidos de que nós mesmos precisamos de confiar cada dia mais na misericórdia de Deus.

Daí, o desejo veemente de nos considerarmos corredentores com Cristo, de salvar com Ele todas as almas, porque somos, queremos ser, ipse Christus, o próprio Jesus Cristo e Ele deu-Se a Si mesmo em resgate de todos.

 

Temos uma grande tarefa à nossa frente.

Não é possível a atitude de ficarmos passivos porque o Senhor declarou expressamente: «negociai até eu vir».

Enquanto esperamos o regresso do Senhor que voltará a tomar posse plena do Seu Reino, não podemos estar de braços cruzados.

A extensão do Reino de Deus não é só tarefa oficial dos membros da Igreja que representam Cristo, por d'Ele terem recebido os poderes sagrados.

“Vos autem estis corpus Christi, vós também sois Corpo de Cristo”, ensina-nos o Apóstolo, com o mandato concreto de negociar até ao fim.

 

Ainda está tanta coisa por fazer!

Será que em vinte séculos não se fez nada?

Em vinte séculos trabalhou-se muito.

Não me parece, nem objectivo nem honrado o afã de alguns em menosprezar a tarefa daqueles que nos precederam.

Em vinte séculos realizou-se um grande trabalho e, com frequência, foi muito bem realizado.

Outras vezes houve desacertos, regressões, como também há agora retrocessos, medo, timidez, ao mesmo tempo que não falta valentia, generosidade.

Mas a família humana renova-se constantemente; em cada geração é preciso continuar com o empenho de ajudar o homem a descobrir a grandeza da sua vocação de filho de Deus e é necessário inculcar o mandamento do amor ao Criador e ao nosso próximo.

 

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Cristo ensinou-nos, definitivamente, o caminho desse amor a Deus: o apostolado é o amor de Deus, que transborda, dando-se aos outros. A vida interior supõe crescimento na união com Cristo, pelo Pão, e pela Palavra.

E o afã de apostolado é a manifestação exacta, adequada, necessária à vida interior.

Quando se saboreia o amor de Deus sente-se o peso das almas.

Não se pode dissociar a vida interior do apostolado, como não é possível separar em Cristo o seu ser de Deus-Homem e a sua função de Redentor.

O Verbo quis encarnar para salvar os homens, para fazê-los com Ele uma só coisa.

Esta é a razão da sua vinda ao mundo: por nós e pela nossa salvação, desceu do Céu, rezamos no Credo.

 

Para o cristão, o apostolado resulta conatural; não é algo que se acrescente, que se justaponha, alheio à sua actividade diária, à sua ocupação profissional.

Tenho-o dito sem cessar, desde que o Senhor dispôs que surgisse o Opus Dei!

Trata-se de santificar o trabalho vulgar, de santificar-se nessas ocupações e de santificar os outros com o exercício da profissão, cada um no seu próprio estado.

 

O apostolado é como a respiração do cristão: um filho de Deus não pode viver sem esse pulsar espiritual.

A festa de hoje recorda-nos que o zelo pelas almas é um mandato amoroso do Senhor, que, ao subir para a sua glória, nos envia como testemunhas suas pelo mundo inteiro.

Grande é a nossa responsabilidade, porque ser testemunha de Cristo significa, antes de mais nada, procurarmos comportar-nos segundo a Sua doutrina, lutar para que a nossa conduta faça recordar Jesus e evoque a sua figura amabilíssima. Precisamos de conduzir-nos de tal maneira, que os outros ao ver-nos possam dizer: este é cristão, porque não odeia, porque sabe compreender, porque não é fanático, porque está acima dos instintos, porque é sacrificado, porque manifesta sentimentos de paz, porque ama.

 

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O trigo e o joio

 

Tracei-vos, com a doutrina de Cristo, não com as minhas ideias, um caminho ideal para o cristão.

Concordais que é elevado, sublime, atractivo. Mas talvez nos interroguemos: será possível viver assim na sociedade de hoje?

 

É certo que o Senhor nos chamou em momentos em que muito se fala de paz e não há paz: nem nas almas, nem nas instituições, nem na vida social, nem entre os povos.

Fala-se continuamente de igualdade e de democracia e abundam as castas: fechadas, impenetráveis.

Chamou-nos num tempo em que se clama pela compreensão e a compreensão brilha pela sua ausência, inclusivamente entre pessoas que agem de boa-fé e querem praticar a caridade, porque - não esqueçais - a caridade, mais do que em dar, está em compreender.

 

Atravessamos uma época em que os fanáticos e os intransigentes - incapazes de admitir as razões dos outros - se põem a salvo, tachando de violentos e agressivos os que são as suas vítimas.

Chamou-nos, enfim, quando se ouve tagarelar muito sobre unidade e talvez seja difícil conceber que possa tolerar-se maior desunião entre os próprios católicos, para não falar já dos homens em geral.

 

Eu nunca faço considerações políticas, porque esse não é o meu ofício. Para descrever sacerdotalmente a situação do mundo actual, é suficiente que pensemos de novo numa parábola do Senhor: a do trigo e do joio.

O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo.

Porém, enquanto os trabalhadores dormiam, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e foi-se embora.

Está claro: o campo é fértil e a semente é boa; o Senhor do campo lançou às mãos cheias a semente no momento propicio e com arte consumada; além disso, preparou toda uma vigilância para proteger a recente sementeira.

Se depois apareceu o joio, é porque não houve correspondência, já que os homens - os cristãos especialmente - adormeceram e permitiram que o inimigo se aproximasse.

 

Quando os servidores irresponsáveis perguntam ao Senhor porque cresceu o joio no seu campo, a explicação salta aos olhos: inimicus homo hoc fecit, foi o inimigo!

Nós, os cristãos, que devíamos estar vigilantes para que as coisas boas, postas pelo Criador no mundo, se desenvolvessem ao serviço da verdade e do bem, adormecemos - triste preguiça, esse sono! -, enquanto o inimigo e todos os que o servem se moviam sem descanso.

Bem vedes como cresceu o joio: que sementeira tão abundante espalhada por todos os sítios!

 

Não tenho vocação de profeta de desgraças.

Não desejo com as minhas palavras apresentar-vos um panorama desolador, sem esperança.

Não pretendo queixar-me destes tempos em que vivemos pela providência do Senhor.

Amamos esta nossa época, porque é o âmbito em que temos de alcançar a nossa santificação pessoal.

Não admitimos nostalgias ingénuas e estéreis; o mundo nunca esteve melhor.

Desde sempre, desde os princípios da Igreja, quando mal se acabava de ouvir a pregação dos primeiros doze, já surgiram violentas perseguições, começaram as heresias, propalou-se a mentira e desencadeou-se o ódio.

 

Mas não é lógico negar que o mal parece ter prosperado.

Dentro de todo este campo de Deus, que é a Terra, herança de Cristo, irrompeu o joio: Não apenas joio, mas abundância de joio!

Não podemos deixar enganar-nos pelo mito do progresso perene e irreversível.

O progresso rectamente ordenado é bom e Deus quere-o.

Contudo, tem-se mais em conta o outro falso progresso que cega os olhos a tanta gente, porque com frequência não percebe que a Humanidade, nalguns dos seus passos, volta atrás e perde o que tinha conquistado antes.

 

O Senhor - repito - deu-nos o mundo por herança.

Temos de ter a alma e a inteligência despertas; temos de ser realistas, sem derrotismos.

Só uma consciência cauterizada, só a insensibilidade produzida pela rotina, só o estouvamento frívolo podem permitir que se contemple o mundo sem ver o mal, a ofensa a Deus, o dano por vezes irreparável para as almas.

É preciso sermos optimistas, mas com um optimismo que nasça da fé no poder de Deus - Deus não perde batalhas - com um optimismo que não proceda da satisfação humana, duma complacência néscia e presunçosa.

 

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Sementeira de paz e de alegria

 

Que fazer?

Dizia-vos que não procurei descrever crises sociais ou políticas, derrocadas ou doenças culturais.

Centrado sobre a fé cristã, tenho-me referindo ao mal no sentido preciso da ofensa a Deus.

O apostolado cristão não é um programa político, nem uma alternativa cultural: significa a difusão do bem, o contágio do desejo de amar, uma sementeira concreta de paz e de alegria.

Desse apostolado, sem dúvida, derivarão benefícios espirituais para todos: mais justiça, mais compreensão, mais respeito do homem pelo homem.

 

Há muitas almas à nossa volta, e não temos o direito de sermos obstáculo para o seu bem eterno.

Estamos obrigados a ser plenamente cristãos, a ser santos, a não defraudar Deus nem todas as pessoas que esperam do cristão o exemplo, a doutrina.

 

O nosso apostolado tem de basear-se na compreensão.

Insisto novamente: a caridade, mais do que em dar, está em compreender.

Não vos escondo como aprendi, na minha própria carne, o que custa não ser compreendido.

Esforcei-me sempre por fazer-me compreender, mas há quem se empenhe em não me entender: eis outra razão, prática e viva, para que eu deseje compreender a todos.

Mas não é um impulso circunstancial que há-de obrigar-nos a ter esse coração amplo, universal, católico.

O espírito de compreensão é expressão da caridade cristã do bom filho de Deus: porque o Senhor quer que estejamos presentes em todos os caminhos rectos da terra, para estender a semente da fraternidade - não do joio -, da desculpa, do perdão, da caridade, da paz.

 

Nunca vos sintais inimigos de ninguém.

 

O cristão há-de mostrar-se sempre disposto a conviver com todos, a dar a todos - pela maneira de lidar com os outros - a possibilidade de se aproximarem de Cristo Jesus.

Há-de sacrificar-se gostosamente por todos, sem distinções, sem dividir as almas em departamentos estanques, sem lhes pôr etiquetas como se fossem mercadorias ou insectos dissecados.

O cristão não pode separar-se dos outros, porque a sua vida seria miserável e egoísta: deve fazer-se tudo para todos, para salvar a todos.

Se vivêssemos assim, se soubéssemos impregnar a nossa conduta com esta sementeira de generosidade, com este desejo de convivência, de paz, fomentar-se-ia a legítima independência pessoal dos homens, cada um assumiria a sua responsabilidade e responderia pelos afazeres que lhe competem nos trabalhos temporais.

Além disso, o cristão saberia defender, em primeiro lugar, a liberdade alheia, para poder depois defender a sua própria; teria a caridade de aceitar os outros como são - porque cada um, sem excepção, traz consigo misérias e comete erros -, ajudando-os com a graça de Deus e com delicadeza humana a superar o mal, a arrancar o joio, a fim de que todos possamos ajudar-nos mutuamente e conduzir com dignidade a nossa condição de homens e de cristãos.

 

 

Os filhos são o que há de mais importante

 



Há dois pontos capitais na vida dos povos: as leis acerca do matrimónio e as leis acerca do ensino; e aí têm de estar firmes os filhos de Deus, lutando bem e com nobreza, por amor a todas as criaturas. (Forja, 104)

 

A paternidade e a maternidade não terminam com o nascimento; essa participação no poder de Deus, que é a faculdade de gerar, há-de prolongar-se na cooperação com o Espírito Santo, para que culmine com a formação de autênticos homens cristãos e autênticas mulheres cristãs.

 

Os pais são os principais educadores dos seus filhos, tanto no aspecto humano como no sobrenatural, e hão-de sentir a responsabilidade dessa missão, que exige deles compreensão, prudência, saber ensinar e, sobretudo, saber amar; e devem preocupar-se por dar bom exemplo. A imposição autoritária e violenta não é caminho acertado para a educação. O ideal para os pais é chegarem a ser amigos dos filhos; amigos a quem se confiam as inquietações, a quem se consulta sobre os problemas, de quem se espera uma ajuda eficaz e amável.

É necessário que os pais arranjem tempo para estar com os filhos e falar com eles. Os filhos são o que há de mais importante; mais importante do que os negócios, do que o trabalho, do que o descanso. Nessas conversas, convém escutá-los com atenção, esforçar-se por compreendê-los, saber reconhecer a parte de verdade - ou a verdade inteira - que possa haver em algumas das suas rebeldias. E, ao mesmo tempo, apoiar as suas aspirações, ensiná-los a ponderar as coisas e a raciocinar; não lhes impor uma conduta, mas mostrar-lhes os motivos, sobrenaturais e humanos, que a aconselham. Numa palavra, respeitar a sua liberdade, já que não há verdadeira educação sem responsabilidade pessoal, nem responsabilidade sem liberdade. (Cristo que passa, 27)

 

Reflexão

 



Sinceridade

A pessoa cuja vida não esteja regulada pela sinceridade, por uma disposição habitual em se enfrentar com a verdade ou com as exigências da consciência – por incómodas ou duras que sejam -, afasta-se rotundamente de toda a possibilidade de comunicação divina.

O que tem medo de enfrentar a sua consciência tem medo de enfrentar Deus, e só os que enfrentam estar face a face com Deus podem ter um verdadeiro trato com Ele.

 

(C Burke, Conciencia y libertad, Rialp, Madrid 1976, pg. 51, nota 7)

Pequena agenda do cristão

 

SeGUNDa-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?