Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
01/01/2020
A oculta maravilha da vida interior
Até agora não tinhas compreendido a
mensagem que nós, os cristãos, trazemos aos outros homens: a oculta maravilha
da vida interior. Que mundo novo lhes estás pondo diante dos olhos! (Sulco, 654)
Quantas coisas novas descobriste! No
entanto, às vezes és um ingénuo, e pensas que já viste tudo, que já sabes
tudo... Depois, tocas com as tuas mãos a riqueza única e insondável dos
tesouros do Senhor, que sempre te mostrará "coisas novas" se tu
responderes com amor e delicadeza; e então compreendes que estás no princípio
do caminho, porque a santidade consiste na identificação com Deus, com este
nosso Deus, que é infinito, inesgotável! (Sulco,
655)
Deixemos de enganar-nos: Deus não é
uma sombra, um ser longínquo, que nos cria e depois nos abandona; não é um amo
que vai e depois não volta. Ainda que não o percebamos com os nossos sentidos,
a sua existência é muito mais verdadeira que a de todas as realidades que
tocamos e vemos. Deus está aqui connosco, presente, vivo! Vê-nos, ouve-nos,
dirige-nos, e contempla as nossas menores acções, as nossas intenções mais
ocultas.
Acreditamos nisto... mas vivemos como
se Deus não existisse! Porque não temos para Ele um pensamento sequer, nem uma
palavra; porque não Lhe obedecemos, nem procuramos dominar as nossas paixões;
porque não Lhe manifestamos amor, nem O desagravamos...
Havemos de continuar a viver com uma fé morta? (Sulco, 658)
THALITA KUM 57
(Cfr. Lc 8, 49-56)
«Acompanhava-o grande multidão, que o
apertava».
A multidão
segue, sem hesitar, Jesus que caminha.
Há à Sua
volta como que um ar de mistério, algo grande, extraordinário, fora do comum.
As pessoas estão ansiosas, não obtêm respostas para as suas preocupações, não
só o futuro, mas também o imediato é difícil, problemático.
A ocupação
romana é um peso insuportável e a cada momento surgem paladinos mais ou menos
exaltados que procuram nas multidões a força que lhes falta. Uns têm carisma e
conseguem arrastar durante algum tempo alguns seguidores, outros, nem isso, são
apenas uns ladinos em busca de apoios e sustento. Destes todos, nenhum se enfrenta
com os Fariseus ou os Príncipes dos Sacerdotes que, supostamente, estarão do
seu lado. Vituperam contra o povo que os domina e explora e, que, na sua
exaltada apreciação, representa todo o mal sobre a terra. E, a verdade é que o
conquistador romano os deixa bastante à vontade. Não se preocupa com as suas
disputas estéreis sobre problemas duma religião que, de resto, não entende. As
coisas parecem-lhe muito complicadas, com leis contraditórias que, numa grande
parte, apenas servem para sobrecarregar ainda mais o povo anónimo com regras e
mais regras muitas das quais tocam o ridículo e absurdo.
De vez em
quando, se a agitação for maior e houver sedição, atiram para os calabouços com
dois ou três dos mais notórios, castigam-nos para “dar exemplo” e, depois, devolvem-nos
às ruas.
Mas as
gentes continuam a seguir estas luminárias, sempre na esperança de algo melhor.
Há séculos que lhes dizem que há-de vir um Salvador, alguém que, empunhando um
facho de luz irresistível, guiará o povo rompendo as trevas do cativeiro,
devolvendo a honra, o orgulho, a alegria à população espezinhada.
Com o passar dos séculos, este personagem anunciado pelos profetas foi-se
transformando num ser fantástico, mítico, com poderes e capacidades
extraordinárias, um guerreiro imbatível capaz de levar de vencida o maior e
mais poderoso império da terra. Foram-se desvanecendo os sinais anunciados como
prenúncio da chegada deste salvador, esqueceram-se a maior parte das profecias
que falavam de morte, sacrifício, imolação.
O Salvador será um vencedor, um atleta, um líder de atracção irresistível.
(AMA,
reflexões sobre o Evangelho, 2006)
Evangelho e comentário
Baptismo
do Senhor
Evangelho: Mt 3, 13-17
13 Então, veio Jesus da Galileia ao
Jordão ter com João, para ser baptizado por ele. 14João opunha-se, dizendo: «Eu
é que tenho necessidade de ser baptizado por ti, e Tu vens a mim?» 15 Jesus, porém,
respondeu-lhe: «Deixa por agora. Convém que cumpramos assim toda a justiça.»
João, então, concordou. 16 Uma vez baptizado, Jesus saiu da água e eis que se
rasgaram os céus, e viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e vir sobre
Ele. 17 E uma voz vinda do Céu dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual
pus todo o meu agrado.»
Comentário:
O Baptismo é como sabemos o sacramento da iniciação da
vida cristã.
Abre-nos as portas da vida com Deus e, ao tornar-nos
Seus filhos outorga-nos essa extraordinária categoria e grandeza.
Nunca é demais salientar a importância deste
sacramento, negá-lo a qualquer pessoa adulta ou adiá-lo nos primeiros dias de
vida é uma violência sem explicação nem justificação alguma.
Nunca se poderão imaginar sequer as consequências que
tal comportamento trará para a pessoa.
(AMA, comentário sobre Mt 3, 13-17, 09.01.2017)
Leitura espiritual
1Ts 5
O Dia do Senhor -
1 Irmãos, quanto aos
tempos e aos momentos, não precisais que vos escreva. 2 Com efeito, vós
próprios sabeis perfeitamente que o Dia do Senhor chega de noite como um
ladrão. 3 Quando disserem: «Paz e segurança», então se abaterá repentinamente
sobre eles a ruína, como as dores de parto sobre a mulher grávida, e não
escaparão a isso. 4 Mas vós, irmãos, não estais nas trevas, de modo que esse
dia vos surpreenda como um ladrão. 5 Na verdade, todos vós sois filhos da luz e
filhos do dia. Não somos nem da noite nem das trevas. 6 Não durmamos, pois,
como os outros, mas vigiemos e sejamos sóbrios. 7 Os que dormem, dormem de
noite e os que se embriagam, embriagam-se de noite. 8 Ao contrário, nós que
somos do dia, sejamos sóbrios, revestidos com a couraça da fé e da caridade e
com o elmo da esperança da salvação. 9 De facto, Deus não nos destinou à ira
mas à posse da salvação por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo 10 que morreu por
nós, a fim de que, quer durmamos, quer estejamos vigilantes, com Ele vivamos
unidos. 11 Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente,
como já o fazeis.
Vida eclesial –
12 Pedimo-vos, irmãos, que
sejais reconhecidos para com aqueles que se afadigam entre vós, que vos
governam no Senhor e que vos instruem; 13 dedicai-lhes uma caridade acrescida devido
à sua obra. Vivei em paz entre vós. 14 Exortamo-vos, irmãos: corrigi os indisciplinados,
encorajai os desanimados, amparai os fracos, sede pacientes com todos. 15 Prestai
atenção a que ninguém pague o mal com o mal; procurai, antes, fazer sempre o
bem uns para com os outros e para com todos. 16 Sede sempre alegres. 17 Orai
sem cessar. 18 Em tudo dai graças. Esta é, de facto, a vontade de Deus a vosso
respeito em Jesus Cristo. 19 Não apagueis o Espírito. 20 Não desprezeis as profecias.
21 Examinai tudo, guardai o que é bom. 22 Afastai-vos de toda a espécie de mal.
Voto final –
23 Que o Deus da paz vos
santifique totalmente, e todo o vosso ser - espírito, alma e corpo - se
conserve irrepreensível para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. 24 Fiel é
aquele que vos chama: Ele há-de realizá-lo.
Últimas recomendações –
25 Irmãos, orai também por
nós. 26 Saudai todos os irmãos com o ósculo santo. 27 Advirto-vos no Senhor que
esta Carta seja lida a todos os irmãos. 28 A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo
esteja convosco.
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Simplicidade e modéstia.
Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.
Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.
Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.
Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
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