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Chamas-me para ir ter contigo,
e eu vou!
Salto para a água,
e consigo caminhar,
sobre ela.
Sinto-me exultante,
vejo-me forte,
capaz de tudo.
Um orgulho gritante,
toma conta de mim,
e já não me vejo caminho,
vejo-me mais …
como um fim.
Parece que já não preciso de Ti,
para caminhar sobre as águas,
porque sou capaz,
porque o consigo fazer,
apenas e só por mim.
E de repente!
De repente,
começo a afundar,
não tenho pé,
não consigo nadar,
percebo o meu orgulho,
no fundo das águas,
sempre a puxar,
sempre a puxar.
Olho-Te nos olhos,
imploro-Te,
de mão estendida:
Perdoa-me,
Senhor,
salva-me,
com o teu amor!
Seguras-me a mão,
retiras-me da água,
levantas-me do chão,
e dizes-me com ternura:
«Homem de pouca fé,
porque duvidaste?»
E eu respondo-Te,
envergonhado:
Porque sou fraco,
Senhor,
e ainda não entendi,
que a minha vida,
é o teu amor,
que da tua entrega total,
por tua graça,
a todos e a mim foi dado!
Marinha Grande, 7 de Agosto de 2018
Joaquim Mexia Alves
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