12/12/2021

Publicações em Dezembro 12

 


Mais uma vez abordo este tema: A VIDA ETERNA.

Penso nos muitos que nos hospitais ou em casa esperam um "desfecho inevitável" e que não têm ninguém que lhes "abra a porta" para o enfrentar. Não têm um familiar, um amigo que os ajude nessa "passagem". A maior parte das vezes, talvez, porque nem lhes ocorre, outras... porque não se dispõem a sugerir algo tão delicado e, pensam, constrangedor.

Eu tenho "algumas experiências" pessoais sobre este assunto. A primeira que refiro é o indescritível rosto da minha Querida Fernandinha,  momentos antes de partir para a Eternidade, depois de ter recebido os três Sacramentos: a Absolvição, a Comunhão Eucarística e a Unção dos Doentes. Espelhava uma serenidade tão profunda que parecia irreal. Percebi que contemplava a Face de Deus. Uma segunda que refiro foi no "velório" de uma grande amiga nossa. O mesmo rosto espelhando serenidade, tranquilidade, paz. Soube, depois, que uma amiga comum lhe tinha proporcionado  receber os mesmos Sacramentos administrados por um Sacerdote amigo comum. Que maior prova de amizade se pode prestar! Aflige-me pensar que muitos Médicos e outros profissionais hospitalares não estejam preparados para estas situações. Mas, aflige-me mais o saber que muitos destes profissionais são cristãos mas como que põem de lado essa condição, como se aduzissem: sou um profissional de saúde não sou um Sacerdote! Sinceramente penso que, hoje em dia, dificilmente se poderia esperar outra coisa. A vida humana e, sobretudo a sua dignidade intrínseca, não é uma preocupação dos que gerem a política e aprovam as leis. Os seus olhos baços não distinguem o importante do acessório, a sua mentalidade quadriculada só lhes permite equacionar números e tabelas estatísticas. Falta humanismo, consideração pelo outro seja quem for e, talvez pior, falta honestidade intelectual, pessoal, que os conduza a não opinar e, muito menos legislar, sobre o que não sabem, não estão em condições de entender. Claro que admito que essa gente ocupa lugares porque outros os elegeram, daí que o voto eleitoral é muito mais que um dever cívico, é uma obrigação moral. Não me interessa escrever sobre política mas, todavia, não posso ignorar que o o ser humano tem a política como que incrustada no seu ser essencial, daí que, abstrair-se dela seja como que uma fuga inadmissível. Conheci pessoas que, quase liminarmente se escusavam a ser "políticos" mas que postos perante o dever de aceitar um cargo qualquer nessa área, o aceitaram pondo como condição a quem os convidava para esse cargo, o agir segundo a sua própria consciência e nunca pelo considerado "políticamente correcto" ou as orientações dos Chefes, fossem quem fossem. Ou seja... aceito servir mas recuso a servir-me. Destas pessoas que referi, avulta o meu Querido Pai, que, quase obrigado aceitou ser Governador Civil de um dos maiores Distritos do País. Serviu tal qual impôs como condição: desempenhar o seu encargo como quem era e, nunca, de outra forma qualquer. Esta postura teve "custos" para a sua vida pessoal, a sua família, deixou de ter tempo para assistir à sua empresa pessoal sempre em evolução, ao acompanhamento mais próximo da sua numerosa família. Mas... cumpriu a tarefa que tinha aceite, durante 12 anos, até que, exausto disse BASTA! Deixo de ser eu próprio a falar para deixar que muitos outros o façam muito melhor que eu o faria, até porque poderei parecer "suspeito", as honras, condecorações, referências com que foi comulado atestam quanto digo. Nunca vi lá em sua casa nenhum "quadro" com estas honrarias ou condecorações. Estava tudo guardado numa gaveta do seu escritório pessoal. Penso, estou convicto, que nunca a deve ter aberto para "se comprazer" com tais provas de admiração. O meu Querido Pai é um exemplo daquilo que repetia sem cessar: 'um homem, só é homem se for igual a si mesmo'. "Igual a si mesmo"... esta é a minha verdadeira herança que o meu Querido Pai me deixou: ser, sempre e em qualquer circunstância igual a mim mesmo! Comparo tal com as palavras de Jesus: "Sede homens de uma só palavra: sim... si, não... não, o que vá além disto...".

Volto ao princípio: A Vida Eterna. O tema é tão vasto e, para mim, tão importante, que não posso mais que tentar discorrer sobre ele. Na verdade sinto-me como que impotente para tal, que sei eu sobre a Vida Eterna? Mas, no entanto... deveria - devo fazer o possível - saber. Jesus Cristo nas Suas pregações, discursos e conversas mais circunscritas aos Seus mais próximos seguidores, abordava constantemente o tema... A Vida Eterna. Se o fazia era porque, seguramente, o considerava de extrema importância. Ao longo dos quase três anos de convívio assíduo com os Doze, foi repetidamente falando sobre o tema. Concluo que o faria porque era, de facto importante que tivessem presente a Verdade Absoluta. A Vida Eterna, naquele tempo, era um conceito algo indefenido e, para muitos, insustentável. Por exemplo, os Saduceus, não acreditavam que existisse. Isto dever-se-á, principalmente, aos Chefes do Povo, muito mais preocupados com a vida presente, com os seus negócios e oportunidades que com a salvação eterna. É sempre assim que acontece quando o ser humano resolve ignorar a visão sobrenatural considerando apenas o presente, imediato, expectável. Triste decisão! Quando o homem, eu, decido optar por esta, perco uma como que "vantagem ou dom" únicos que unicamente possuo: Fui criado, existo... para sempre! Inestimável conclusão: Fui criado, existo... para sempre! O que tenho de considerar que realmente importa que deixe como herança aos que de mim vierem a herdar, é esta certeza absoluta: Fui criado, existo... para sempre! Os "meus herdeiros" terão de reconhecer que esta herança é  consistente, real, verdadeira porque ao herdar reconhecerão que a herança existe realmente, tem razão de ser. Como? Pelo exemplo que dei. Talvez que, ao considerar o que acabo de escrever, me assuste... eu... exemplo!?! Sim... tenho forçosamente de ser exemplo se não... que pode aproveitar aos "herdeiros"? Daqui extraio a minha responsabilidade, a minha obrigação e dever: Ser exemplo! Que nunca alguém possa dizer que fiz o que não disse, que pratiquei o que combati, que, em suma, não fui "igual a mim mesmo".

 

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