Muitas
vezes nos defrontamos com opiniões pessoais que de alguma forma entram em
conflito com as atitudes de compromisso que assumimos – livremente, é claro –
porque por variadíssimas razões – sempre assentes nalguma razão pessoal – consideramos
que aquilo que nos diz respeito está ultrapassado e, até, já não tem razão de
ser.
E
encontramos sempre uma “justificação” para tal: se fulano que instituiu estes
preceitos fosse vivo seguramente já o teria alterado no sentido – que pensamos
seria o adequado –“às realidades do nosso tempo.”
Esta
é, frequentemente, uma reacção que não deixa por isso de ser válida e até
lógica, de quem ao longo dos anos se habituou a práticas e costumes que, a
partir de um determinado momento, começa a pôr em causa.
Tenho
para mim que, um Fundador de alguma ordem ou regra religiosa, escreveu o que
escreveu, instituiu o que instituiu em circunstâncias determinadas no temo e na
sociedade do momento.
Vou
mais longe – talvez – nunca lhe terá ocorrido o estabelecer regras ou
princípios, “para todo o sempre”, mas, repito, em circunstâncias e tempos
determinados.
Costumamos
chamar –e com inteira razão São Josemaria Escrivá “um Santo dos nossos dias”,
mas para estar de acordo com essa “qualificação” não se pode, não se deve,
manter o que foi escrito, instituído por esse santo excepcional, imóvel,
imutável, sem alterar uma vírgula que seja.
O
OPUS DEI é uma realidade activa, do dia-a-dia de milhares de pessoas de todas
as classes sociais e vidas particulares.
Não
é, longe disso, uma classe se indivíduos que resolveu, um dia, por vocação, que
esse seria o melhor caminho par alcançar a santidade pessoal, objectivo e
determinação e quem pretende alcançar a salvação eterna.
Ser
santo – na vida corrente – não é um exclusivo do OPUS DEI, mas apenas um
caminho.
A
Igreja é como todos sabemos, constituída por todos os filhos de Deus, que somos
todos os homens.
Nosso
Senhor e Criador, quer a todos os Seus filhos por igual e não distingue –
porque a Sua exclusiva e única observância da liberdade de cada um – quem
pertence a esta ou aquela regra ou filiação nos institutos da Sua Igreja, isto
seria uma injustiça de que Deus Nosso Senhor é incapaz.
Mas,
quando a pessoa por sua exclusiva e única decisão, adere a uma instituição - ou
o que for - que faz parte das organizações reconhecidas pela Santa Igreja,
assume determinados compromissos e, porque o faz, livremente, por sua vontade e
decisão – correspondendo a uma vocação específica, - esses compromissos têm,
acarretam consigo, uma responsabilidade pessoal que não pode ser descartável.
Ora
bem, tentemos pôr as coisas no seu devido lugar.
Um
compromisso livremente assumido tem um valor intrínseco que não pode ser
ignorado.
Honrar
um compromisso é o que se espera de alguém de são critério e vontade
esclarecida.
Faltar
a esse compromisso é uma falta mais ou menos grave consoante o compromisso que
se assumiu.
A
gravidade da falta só pode medir-se pelo comportamento pessoal, se se obedeceu
ou aceitou uma vocação ou se, - “de ânimo leve” -, se assentiu em algo que não
se conhecia bem ou que, de qualquer modo não correspondia a uma vocação
específica.
Parece-me
não haver grandes dúvidas: trata-se de uma questão de querer, esclarecido,
informado suficientemente claro para decidir.
“Já
não quero! Não me interessa! Sinto-me defraudado nas minhas expectativas”.
Pode acontecer, não é nada estranho!
Mas,
se há confiança, - e é imprescindível que haja – deve expor-se o assunto
exactamente porque, os outros, têm confiança em nós e no nosso compromisso.
Outra
atitude qualquer é inadmissível e imprópria de uma pessoa de bem!
AMA,
reflexões, 2018