17/03/2021

São Josemaria – Textos

 


Deus está aqui

Humildade de Jesus: em Belém, em Nazaré, no Calvário...Porém, mais humilhação e mais aniquilamento na Hóstia Santíssima: mais que no estábulo, e que em Nazaré e que na Cruz. Por isso, que obrigação tenho de amar a Missa! (A «nossa» Missa, Jesus...). (Caminho, 533)

Por vezes, talvez nos perguntemos como será possível corresponder a tanto amor de Deus e até desejaríamos, para o conseguir, que nos pusessem com toda a clareza diante dos nossos olhos um programa de vida cristã. A solução é fácil e está ao alcance de todos os fiéis: participar amorosamente na Santa Missa, aprender a conviver e a ganhar intimidade com Deus na Missa, porque neste Sacrifício se encerra tudo aquilo que o Senhor quer de nós.

Permiti que aqui vos recorde o desenrolar das cerimónias litúrgicas, que já observámos em tantas e tantas ocasiões. Seguindo-as passo a passo é muito possível que o Senhor nos faça descobrir em que pontos devemos melhorar, que defeitos precisamos de extirpar e como há-de ser o nosso convívio, íntimo e fraterno, com todos os homens. O sacerdote dirige-se para o altar de Deus, do Deus que alegra a nossa juventude. A Santa Missa inicia-se com um cântico de alegria, porque Deus está presente. É esta alegria que, juntamente com o reconhecimento e o amor, se manifesta no beijo que se dá na mesa do altar, símbolo de Cristo e memória dos santos, um espaço pequeno e santificado, porque nesta ara se confecciona o Sacramento de eficácia infinita. (Cristo que passa, 88)

Leitura espiritual Mar 17



Novo Testamento

 

Evangelho


Lc IX, 23-43

 

Abnegação

23 Depois, dirigindo-se a todos, disse: «Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-me. 24 Pois, quem quiser salvar a sua vida há-de perdê-la; mas, quem perder a sua vida por minha causa há-de salvá-la. 25 Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, perdendo-se ou condenando-se a si mesmo? 26 Porque, se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória e na glória do Pai e dos santos anjos. 27 E Eu vos asseguro: Alguns dos que estão aqui presentes não experimentarão a morte, enquanto não virem o Reino de Deus.»

 

Transfiguração

28 Uns oito dias depois destas palavras, levando consigo Pedro, João e Tiago, Jesus subiu ao monte para orar. 29 Enquanto orava, o aspecto do seu rosto modificou-se, e as suas vestes tornaram-se de uma brancura fulgurante. 30 E dois homens conversavam com Ele: Moisés e Elias, 31 os quais, aparecendo rodeados de glória, falavam da sua morte, que ia acontecer em Jerusalém. 32 Pedro e os companheiros estavam a cair de sono; mas, despertando, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele. 33 Quando eles iam separar-se de Jesus, Pedro disse-lhe: «Mestre, é bom estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias.» Não sabia o que estava a dizer. 34 Enquanto dizia isto, surgiu uma nuvem que os cobriu e, quando entraram na nuvem, ficaram atemorizados. 35 E da nuvem veio uma voz que disse: «Este é o meu Filho predilecto. Escutai-o.» 36 Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou só. Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles dias, nada contaram a ninguém do que tinham visto.

 

Cura do menino possesso

37 No dia seguinte, ao descerem do monte, veio ao encontro de Jesus uma grande multidão. 38 E, de entre a multidão, um homem gritou: «Mestre, peço-te que olhes para o meu filho, porque é o meu filho único. 39 Um espírito apodera-se dele e, subitamente, começa a gritar e a sacudi-lo com violência, fazendo-o espumar. Só a custo se retira dele, deixando-o num estado miserável. 40 Pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não puderam.» 41 Jesus respondeu: «Ó geração incrédula e pervertida! Até quando estarei convosco e terei de vos suportar? Traz cá o teu filho.» 42 E, quando ele se aproximava, o demónio atirou-o ao chão e sacudiu-o violentamente. Jesus, porém, ameaçou o espírito maligno, curou o menino e entregou-o ao pai. 43 E todos estavam maravilhados com a grandeza de Deus.

 

Texto

 


MENSAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II

PARA A QUARESMA DE 1982

 

Queridos irmãos e irmãs:

 

«Quem é o meu próximo?» (Lc 10, 29).

 

Vós recordais, certamente: foi com a parábola do Bom Samaritano que Jesus respondeu a esta pergunta de um doutor da Lei, que acabava de referir o que tinha lido na mesma Lei: «Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com toda a tua mente, e ao teu próximo, como a ti mesmo».

 

O Bom Samaritano é, antes de mais nada, Cristo: foi ele que, primeiro, se aproximou de nós, fez de nós o Seu próximo, para nos ajudar, nos curar e nos salvar: «despojou-Se a Si mesmo, tomando a condição de servo, tornando-Se semelhante aos homens e, reconhecido como homem por todo o Seu exterior, humilhou-Se, fazendo-Se obediente até à morte, e à morte de cruz» (Flp 2, 7-8).

 

Se alguma distância existe ainda entre Deus e nós, esta não pode provir senão de nós, dos obstáculos que nós mesmos pomos à aproximação: o pecado que está no nosso coração, as injustiças que cometemos, o ódio e as desuniões que mantemos, enfim, tudo aquilo que faz com que nós não amemos ainda a Deus com toda a nossa alma e com todas as nossas forças. O tempo da Quaresma é o tempo favorável para a purificação e para a Penitência, a fim de nos abrirmos, para o Salvador fazer de nós o Seu próximo e nos salvar pelo Seu Amor.

 

O segundo mandamento e semelhante ao primeiro (cf. Mt 22, 39) e é inseparável dele. Nós amamos os outros com o mesmo Amor que Deus derrama nos nossos corações e com o qual Ele próprio os ama. E, também aqui, quantos e quantos obstáculos para fazermos de outrem o nosso próximo: nós não amamos bastante a Deus e aos nossos irmãos. Porque havemos de ter ainda tantas dificuldades em sair do estádio – importante sim, mas insuficiente – da reflexão, das declarações e dos protestos, para nos tornarmos verdadeiramente imigrados com os imigrados, refugiados com os refugiados e pobres com aqueles que estão desprovidos de tudo?

 

O tempo litúrgico da Quaresma é-nos proporcionado, em Igreja e pela Igreja, para nos purificarmos dos resíduos de egoísmo, de apego excessivo a certos bens, materiais ou de outra espécie, que nos retêm à distância daqueles que têm direitos que nos dizem respeito: principalmente aqueles que, fisicamente próximos ou afastados de nós, não dispõem da possibilidade de viver com dignidade a sua vida de homens e de mulheres, criados por Deus à Sua imagem e semelhança.

 

Deixai-vos, pois, impregnar do espírito de penitência e de conversão, que é aliás o espírito de amor e de partilha; à imitação de Cristo, tornai-vos próximos dos despojados e dos feridos, daqueles que o mundo ignora ou rejeita. Tomai parte em tudo aquilo que, na vossa Igreja local, se faz com o intuito de os cristãos e todos os demais homens de boa vontade proporcionarem a cada um dos seus irmãos os meios, incluindo os meios materiais, para eles poderem viver dignamente e assumir, eles próprios, a tarefa da sua promoção humana e espiritual, bem como a da sua família.

 

Que as colectas da Quaresma, mesmo nos países pobres, vos possam permitir, mediante a partilha de bens, ajudar as Igrejas locais de outros países ainda mais desfavorecidos a desempenhar a sua missão de Bons Samaritanos, junto daqueles por quem elas são directamente responsáveis: os pobres das suas comunidades, aqueles que não têm com que alimentar-se, os que são vítimas de denegação da justiça e os que ainda não podem ser responsáveis pelo próprio desenvolvimento e pelo dos demais membros das suas comunidades humanas.

 

Penitência e conversão: é este o caminho, não triste, de maneira nenhuma, mas sim libertador, a percorrer no nosso tempo da Quaresma.

 

E se vos fizerdes novamente a pergunta - «quem é o meu próximo?» - vós podereis ler a resposta no rosto do Ressuscitado e ouvi-la dos seus próprios lábios: «Em verdade vos digo que tudo o que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes» (Mt 25,40).

 

IOANNES PAULUS PP. II

 

 

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Reflexão na Quaresma

 


Santificação

Já que a tarefa de nos santificar (que é própria do Amor divino) se atribui ao Espírito Santo por apropriação, é Ele quem nós designamos por alma da Igreja, desta Igreja cuja cabeça é Cristo.

 

(Leo J. Trese, A Fé Explicada, Edições Quadrante, (SÃO Paulo, 4ª Ed., nr. 114)

Pequena agenda do cristão

  

Quarta-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?