PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO
Segunda-Feira
(Coisas
muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Sorrir; ser amável; prestar serviço.
Senhor
que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros,
principalmente em minha casa, boa disposição.
Senhor
que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com
naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que
nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade”
ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando
graças pela oportunidade de ser útil.
Lembrar-me:
Sorrir,
ser amável.
LEITURA ESPIRITUAL
Evangelho
Mt VII, 1-29
1«Não julgueis,
para não serdes julgados; 2 pois, conforme o juízo com que julgardes, assim
sereis julgados; e, com a medida com que medirdes, assim sereis medidos. 3 Porque
reparas no argueiro que está na vista do teu irmão, e não vês a trave que está
na tua vista? 4 Como ousas dizer ao teu irmão: ‘Deixa-me tirar o argueiro da
tua vista’, tendo tu uma trave na tua? 5 Hipócrita, tira primeiro a trave da
tua vista e, então, verás melhor para tirar o argueiro da vista do teu irmão.» 6
«Não deis as coisas santas aos cães nem lanceis as vossas pérolas aos porcos,
para não acontecer que as pisem aos pés e, acometendo-vos, vos despedacem.» 7 «Pedi,
e ser-vos-á dado; procurai, e encontrareis; batei, e hão-de abrir-vos. 8 Pois,
quem pede, recebe; e quem procura, encontra; e ao que bate, hão-de abrir. 9 Qual
de vós, se o seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? 10 Ou, se lhe pedir
peixe, lhe dará uma serpente? 11 Ora bem, se vós, sendo maus, sabeis dar coisas
boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está no Céu dará coisas boas
àqueles que lhas pedirem.» 12 «Portanto, o que quiserdes que vos façam os
homens, fazei-o também a eles, porque isto é a Lei e os Profetas.» 13 «Entrai
pela porta estreita; porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à
perdição, e muitos são os que seguem por ele. 14 Como é estreita a porta e quão
apertado é o caminho que conduz à vida, e como são poucos os que o encontram!» 15
«Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados de
ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. 16 Pelos seus frutos, os
conhecereis. Porventura podem colher-se uvas dos espinheiros ou figos dos
abrolhos? 17 Toda a árvore boa dá bons frutos e toda a árvore má dá maus
frutos. 18 A árvore boa não pode dar maus frutos nem a árvore má, dar bons
frutos. 19 Toda a árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo. 20
Pelos frutos, pois, os conhecereis.» 21 «Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’
entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está
no Céu. 22 Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não foi em teu
nome que profetizámos, em teu nome que expulsámos os demónios e em teu nome que
fizemos muitos milagres?’ 23 E, então, dir-lhes-ei: ‘Nunca vos conheci;
afastai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.’» 24 «Todo aquele que escuta estas minhas palavras
e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a
rocha. 25 Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela
casa; mas não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. 26 Porém, todo aquele
que escuta estas minhas palavras e não as põe em prática poderá comparar-se ao
insensato que edificou a sua casa sobre a areia. 27 Caiu a chuva, engrossaram
os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se, e grande foi
a sua ruína.» 28 Quando Jesus acabou de falar, a multidão ficou vivamente
impressionada com os seus ensinamentos, 29 porque Ele ensinava-os como quem
possui autoridade e não como os doutores da Lei.
Comentário:
Faz parte da condição humana o exercer quase que de
forma automática pensamentos, obras e opiniões sobre os outros que se cruzam na
nossa vida.
Nem sempre, evidentemente, sob o aspecto da crítica e reprovação, também o
fazemos para louvar e de alguma forma sublinhar algo que achamos bem e até
invejamos.Pois seja qual for a intenção devemos abster-nos porque em caso algum
fomos constituídos juízes.
Normalmente somos levados a julgar, ou pelo menos,
avaliar, as atitudes e comportamentos outros.
Seria muito útil para nós pensar que esses outros
terão a mesma atitude connosco e tal deveria levar-nos a uma conduta
irrepreensível.
A hipocrisia merece de Jesus
Cristo veemente repúdio e, os Evangelhos, relatam várias ocasiões em que esse
repúdio constitui uma acusação claríssima.
De facto, o hipócrita age
como um actor, fingindo o que não é, oferecendo o que não tem, aconselhando o
que não pratica.
A hipocrisia pode
espalhar-se como uma praga sobretudo quando se quer alguma coisa ou atingir um
fim seja de que maneira for.
Ninguém
pode dar o que não tem ou aconselhar o que não sabe.
Ser
verdadeiro e honesto quer no procedimento quer nas intenções é o que deve
caracterizar o cristão.
Este,
além de merecer crédito no que diz, tem de convencer pelo exemplo do que faz.
O
são critério deve estar sempre presente quando se trata de falar de Deus aos
outros. É contraproducente falar Deus e de coisas santas - «as vossas pérolas»
- a pessoas que ou não sabem ou não têm qualquer interesse em saber e, nalguns
casos – bastantes infelizmente – as perguntas que possa fazer têm como intenção
encontrar argumentos de discussão e desafio. Porque que, se de facto quer ouvir
para entender e saber deve estar disposto desde logo a assumir as dificuldades,
obstáculos e eventuais renúncias que o seguimento de Cristo implica.
Transportar
a cruz de cada dia será sempre difícil pela «porta estreita» por isso mesmo
muitos preferem usar o caminho largo e fácil onde não são necessários nem
esforços ou sacrifícios.
A
prudência é uma virtude que devemos pedir com insistência sobretudo quando se
trata de responder a questões que, de algum modo, tenham a ver com a nossa
Santa Religião Cristã.
Já
referimos algumas vezes que nem todas as perguntas merecem resposta porque
feitas com espírito malévolo e intencionalmente crítico não devem ter resposta.
Ser
prudentes no que dizemos e também no que escrevemos e, em caso de dúvida, pedir
conselho.
Sim,
algumas vezes o que escrevemos pode ou não ser adequado ou pela forma poderá
ser deficientemente interpretado.
Nós,
cristãos, não somos mestres em coisa nenhuma, «um só é o Nosso Mestre» como muito bem frisou Jesus Cristo.
(cfr. Mt 2 3-8)
Guardar a fé como um Tesouro, Pérolas preciosas, é um
dever de qualquer cristão, como guardião fiel e Depósito seguro das verdades
reveladas por Cristo Nosso Senhor.
A nossa Santa religião tem de ser preservada dos que a
combatem usando por vezes as próprias fraquezas dos que deviam protegê-la e actuando,
por isso mesmo, com eficácia.
Tenhamos a coragem e desassombro necessários para
mantermos com firmeza as nossas convicções alicerçadas nas verdades da nossa
Santa Fé.
Por
vezes na nossa vida surgem momentos em que estas palavras de Jesus Cristo nos
levantam algumas dúvidas.
Com
efeito aquilo que vimos pedindo há tanto tempo parece não ser atendido como se
o Senhor estivesse desinteressado.
Pensemos
bem: será que na verdade não nos concede o que pedimos?
Talvez
o faça de outra forma e não exactamente como pedimos como, por exemplo, a cura
de uma doença persistente que nos aflige.
Podemos,
é verdade, continuar na mesma situação e essa cura não surgir, mas,
consideremos, se não recebemos graça para suportar a doença, se os méritos que
possamos obter com o nosso sofrimento não serão “aplicados” onde ou em quem
esteja mais necessitado, se, no fim e ao cabo, a nossa doença não é caminho da
nossa salvação?
Pedir,
pedir... parece ser esta a atitude da criatura em relação ao seu Criador.
E
não é nem demais nem ousadia porque foi O próprio Jesus Cristo Quem nos
instruiu para que o fizéssemos e, mais, pedíssemos perseverantemente, sem
descanso.
De
que precisamos?
De
tudo, absolutamente porque por nós mesmos não podemos nada.
Não
tenhamos medo de pedir ou receio de pedirmos demais.
O
Senhor sabe muito bem o que realmente precisamos e, na Sua Infinita Sabedoria
nos dará o que entender que realmente nos faz falta.
(AMA, 2017)
FILOSOFIA E RELIGIÃO,
VIDA HUMANA
A
existência de Deus é evidente por si mesma?”
Uma
proposição é evidente por si se o predicado está incluído na razão do sujeito.
Exemplo:
o homem é um animal, porque animal faz parte da razão do homem.
Algo
pode ser evidente por si de duas maneiras:
Evidente
em si mesmo e para nós, quando a definição do sujeito e a do predicado são
conhecidas de todos.
Exemplo:
com relação aos primeiros princípios de demonstração, cujos termos são tão
gerais que ninguém os ignora, como ente e não-ente, todo e parte, etc.
Se
alguém ignorar a definição do predicado e a do sujeito, a proposição será
evidente por si em si mesma, mas não para quem ignora o sujeito e o predicado
da proposição: existem conceitos comuns do espírito evidentes por si apenas
para os que as conhecem (as definições), como esta: “as coisas imateriais não
ocupam lugar“.
Evidente
em si mesmo e não para nós: A proposição Deus existe é evidente por si, porque
nela o predicado é idêntico ao sujeito (Deus é seu próprio ser).
Mas
como não conhecemos a essência de Deus, esta proposição não é evidente para
nós, mas precisa ser demonstrada por meio do que é mais conhecido para nós,
isto é, pelos efeitos.
REFLEXÃO
Anjos
Os
anjos não aparecem aos homens tal como são, mas manifestando-se nas formas que
Deus dispõe para que possam ser vistos por aqueles a quem os envia.
(São
João Damasceno, De Fide Orthodoxa, 2,
3)
SÃO JOSEMARIA - textos
O santo não nasce: forja-se
Tudo aquilo em que intervimos nós, os pobrezitos dos homens, mesmo a santidade, é um tecido
de pequenas coisas que segundo a intenção com que se fazem podem formar uma
tapeçaria esplêndida de
heroísmo ou de baixeza, de virtudes ou de pecados. As gestas relatam sempre
aventuras gigantescas, mas misturadas com pormenores caseiros do herói. Oxalá tenhas sempre em muito
apreço é a linha recta as coisas pequenas. (Caminho, 826)
O principal requisito que nos é pedido bem conforme com a nossa
natureza consiste em amar: a caridade é o vínculo da perfeição; caridade que
devemos praticar de acordo com as orientações explícitas que o próprio Senhor
estabelece: amarás o Senhor teu Deus com todo o
teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente, sem reservarmos nada
para nós. A santidade consiste nisto.
É bem certo que se trata de um objectivo elevado e árduo. Mas não
se esqueçam de que o santo não nasce: forja-se no jogo contínuo da graça divina
e da correspondência humana. Um dos escritores cristãos dos primeiros séculos
adverte, referindo-se à união com Deus: Tudo o que se desenvolve começa por ser
pequeno. Ao alimentar-se gradualmente, com constantes progressos, é que chega a
ser grande. Por isso te digo que, se quiseres portar-te como um cristão
coerente sei que estás disposto a isso,
embora te custe tantas vezes vencer-te ou puxar por esse pobre corpo deves ter
muito cuidado com os mais pequenos
pormenores, porque a santidade que Nosso Senhor te exige atinge-se realizando
com amor de Deus o trabalho e as obrigações de cada dia, que se compõem quase
sempre de pequenas realidades.
(Amigos de Deus, nn 6–7)