Publicações de hoje
Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
28/03/2014
Evangelho diário e comentário
Tempo de Quaresma Semana III |
28 Então aproximou-se um dos escribas, que os tinha
ouvido discutir. Vendo que Jesus lhes tinha respondido bem, perguntou-Lhe:
«Qual é o primeiro de todos os mandamentos?». 29 Jesus
respondeu-lhe: «O primeiro de todos os mandamentos é este: “Ouve, Israel! O Senhor
nosso Deus é o único Senhor. 30 Amarás o Senhor teu Deus com todo o
teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as
tuas forças”. 31 O segundo é este: “Amarás o teu próximo como a ti
mesmo”. Não há outro mandamento maior do que estes». 32 Então o
escriba disse-Lhe: «Mestre, disseste bem e com verdade que Deus é um só, e que
não há outro fora d'Ele; 33 e que amá-l'O com todo o coração, com
todo o entendimento, com toda a alma, e com todas as forças, e amar o próximo
como a si mesmo, vale mais que todos os holocaustos e sacrifícios». 34
Vendo Jesus que tinha respondido sabiamente, disse-lhe: «Não estás longe do
reino de Deus». Desde então ninguém mais ousava interrogá-l'O.
Comentário:
Levanta-se
uma questão a respeito deste trecho do Evangelho:
‘Quem
não ama Deus não ama o próximo, ou, se se ama o próximo tem de se amar a Deus?’
Parece
óbvio que o amor é um só: o amor de Deus pelos homens! De facto Deus não só
criou o homem por amor mas criou-o para amar.
Sendo
verdade que Deus ama todos os homens e que estes são o reflexo, a própria
imagem de Deus, não será possível haver como que uma “divisão” do amor entre o
amor a Deus e o amor ao próximo.
Assim,
aquele que ama o próximo, ama de facto a Deus embora, por qualquer razão, possa
não O conhecer.
Por
isso é tão importante o apostolado, que mais não é que um serviço para que
todos conheçam Deus.
(ama, comentário sobre Lc 14, 15-24, 2013.06.06)
Leitura espiritual para Mar 28
Evangelho: Lc 13, 31-35; 14, 1-14
31 No mesmo dia alguns dos fariseus
foram dizer-Lhe: «Sai e vai-Te daqui porque Herodes quer matar-Te». 32
Ele respondeu-lhes: «Ide dizer a essa raposa: Eis que Eu expulso os demónios e
faço curas hoje e amanhã, e ao terceiro dia atinjo o Meu termo. 33
Importa, contudo, que Eu caminhe ainda hoje, amanhã e no dia seguinte; porque
não convém que um profeta morra fora de Jerusalém. 34 «Jerusalém,
Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados, quantas
vezes quis juntar os teus filhos como a galinha recolhe os seus pintainhos
debaixo das asas, e tu não quiseste! 35 Eis que a vossa casa vos
será deixada deserta. Digo-vos que não Me vereis, até que venha o dia em que
digais: “Bendito O que vem em nome do Senhor”».
14 1 Entrando Jesus, um
sábado, em casa de um dos principais fariseus, para comer, eles estavam a
observá-l'O. 2 Encontrava-se diante d'Ele um homem hidrópico.3
Jesus, dirigindo a palavra aos doutores da lei e aos fariseus, disse-lhes: «É
lícito ou não fazer curas ao sábado?».4 Eles ficaram calados. Então
Jesus, pegando no homem pela mão, curou-o e mandou-o embora. 5
Dirigindo-se depois a eles, disse: «Qual de vós, se o seu filho ou seu boi cair
num poço, não o tirará imediatamente ainda que seja em dia de sábado?». 6
Eles não sabiam que replicar a isto. 7 Disse também uma parábola,
observando como os convidados escolhiam os primeiros lugares à mesa: 8
«Quando fores convidado para um banquete nupcial, não te coloques no primeiro
lugar, porque pode ser que outra pessoa de mais consideração do que tu tenha
sido convidada pelo dono da casa,9 e que venha quem te convidou a ti
e a ele e te diga: Cede o lugar a este; e tu, envergonhado, vás ocupar o último
lugar. 10 Mas, quando fores convidado, vai tomar o último lugar,
para que, quando vier quem te convidou, te diga: Amigo, vem mais para cima. Então
terás com isto glória na presença de todos os convidados;11 porque
todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado». 12
Dizia mais àquele que O tinha convidado: «Quando deres um almoço ou um jantar,
não convides os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem os
vizinhos ricos; para que não aconteça que também eles te convidem e te paguem
com isso. 13 Mas, quando deres algum banquete, convida os pobres, os
aleijados, os coxos, os cegos; 14 e serás bem-aventurado, porque
esses não têm com que retribuir-te; mas ser-te-á isso retribuído na
ressurreição dos justos».
Documentos do
Concílio Vaticano II
CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA
LUMEN GENTIUM
SOBRE A IGREJA
CAPÍTULO
V
A VOCAÇÃO DE TODOS À
SANTIDADE NA IGREJA
Proémio: chamamento
universal à santidade
39.
A nossa fé crê que a Igreja, cujo mistério o sagrado Concílio expõe, é
indefectivelmente santa. Com efeito, Cristo, Filho de Deus, que é com o Pai e o
Espírito ao único Santo» (120), amou a Igreja como esposa, entregou-Se
por ela, para a santificar (cfr. Ef. 5, 25-26) e uniu-a a Si como Seu corpo,
cumulando-a com o dom do Espírito Santo, para glória de Deus. Por isso, todos
na Igreja, quer pertençam à Hierarquia quer por ela sejam pastoreados, são
chamados à santidade, segundo a palavra do Apóstolo: «esta é a vontade de Deus,
a vossa santificação» (1 Tess. 4,3, cfr. Ef. 1,4). Esta santidade da Igreja
incessantemente se manifesta, e deve manifestar-se, nos frutos da graça que o
Espírito Santo produz nos fiéis, exprime-se de muitas maneiras em cada um
daqueles que, no seu estado de vida, tendem à perfeição da caridade, com
edificação do próximo, aparece dum modo especial na prática dos conselhos
chamados evangélicos. A prática destes conselhos, abraçada sob a moção do Espírito
Santo por muitos cristãos, quer privadamente quer nas condições ou estados
aprovados pela Igreja, leva e deve levar ao mundo um admirável testemunho e
exemplo desta santidade.
Jesus,
mestre e modelo
40.
Jesus, mestre e modelo divino de toda a perfeição, pregou a santidade de vida,
de que Ele é autor e consumador, a todos e a cada um dos seus discípulos, de
qualquer condição: «sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito» (Mt.
5,48) (121). A todos enviou o Espírito Santo, que os move
interiormente a amarem a Deus com todo o coração, com toda a alma, com todo o
espírito e com todas as forças (cfr. Mc. 12,30) e a amarem-se uns aos outros
como Cristo os amou (cfr. Jo. 13,34, 15,12). Os seguidores de Cristo, chamados
por Deus e justificados no Senhor Jesus, não por merecimento próprio mas pela
vontade e graça de Deus, são feitos, pelo Baptismo da fé, verdadeiramente
filhos e participantes da natureza divina e, por conseguinte, realmente santos.
É necessário, portanto, que, com o auxílio divino, conservem e aperfeiçoem,
vivendo-a, esta santidade que receberam. O Apóstolo admoesta-os a que vivam
acorro convém a santos» (Ef. 5,3), acorro eleitos e amados de Deus, se revistam
de entranhas de misericórdia, benignidade, humildade, mansidão e paciência»
(Col. 3,12) e alcancem os frutos do Espírito para a santificação (cfr. Gál.
5,22, Rom. 6,22). E porque todos cometemos faltas em muitas ocasiões (Tg. 3,2),
precisamos constantemente. da misericórdia de Deus e todos os dias devemos
orar: «perdoai-nos as nossas ofensas» (Mt. 6,12) (122). É, pois,
claro a todos, que os cristãos de qualquer estado ou ordem, são chamados à
plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade (123). Na própria
sociedade terrena, esta santidade promove um modo de vida mais humano. Para alcançar
esta perfeição, empreguem os fiéis as forças recebidas segundo a medida em que
as dá Cristo, a fim de que, seguindo as Suas pisadas e conformados à Sua
imagem, obedecendo em tudo à vontade de Deus, se consagrem com toda a alma à
glória do Senhor e ao serviço do próximo. Assim crescerá em frutos abundantes a
santidade do Povo de Deus, como patentemente se manifesta na história da
Igreja, com a vida de tantos santos.
A
santidade nos diversos estados
41.
Nos vários géneros e ocupações da vida, é sempre a mesma a santidade que é
cultivada por aqueles que são conduzidos pelo Espírito de Deus e, obedientes à
voz do Pai, adorando em espírito e verdade a Deus Pai, seguem a Cristo pobre,
humilde, e levando a cruz, a fim de merecerem ser participantes da Sua glória.
Cada um, segundo os próprios dons e funções, deve progredir sem desfalecimentos
pelo caminho da fé viva, que estimula a esperança e que actua pela caridade.
Em
primeiro lugar, os pastores do rebanho de Cristo, à semelhança do sumo e eterno
sacerdote, pastor e bispo das nossas almas, desempenhem o próprio ministério
santamente e com alegria, com humildade e fortaleza, assim cumprido, também
para eles será o seu ministério um sublime meio de santificação. Escolhidos
para a plenitude do sacerdócio, receberam a graça sacramental para que, orando,
sacrificando e pregando, com toda a espécie de cuidados e serviços episcopais,
realizem a tarefa perfeita da caridade pastoral (124), sem hesitarem
em oferecer a vida pelas ovelhas e, feitos modelos do rebanho (cfr. 1 Ped.
5,3), suscitem na Igreja, também com o seu exemplo, uma santidade cada vez
maior.
Os
presbíteros, à semelhança da ordem dos Bispos, de que são a coroa espiritual (125),
já que participam das suas funções por graça de Cristo, eterno e único
mediador, cresçam no amor de Deus e do próximo com o exercício do seu dever
quotidiano, guardem o vínculo da unidade sacerdotal, abundem em toda a espécie
de bens espirituais e deem a todos vivo testemunho de Deus (126),
tornando-se émulos daqueles sacerdotes que no decorrer dos séculos, em serviço
muitas vezes humilde e escondido, nos deixaram magnífico exemplo de santidade.
O seu louvor persevera na Igreja. Orando e oferecendo o sacrifício pelo próprio
rebanho e por todo o Povo de Deus, conforme é seu ofício, conscientes do que
fazem e imitando as realidades com que lidam (127), longe de serem
impedidos pelos cuidados, perigos e tribulações do apostolado, devem antes por
eles elevar-se a uma santidade mais alta, alimentando e afervorando a sua acção
com a abundância da contemplação, para alegria de toda a Igreja de Deus. Todos
os presbíteros, e especialmente aqueles que por título particular da sua
ordenação são chamados sacerdotes diocesanos, lembrem-se de quanto ajudam para
a sua santificação a união fiel e a cooperação generosa com o próprio Bispo.
Na
missão de graça do sumo-sacerdote, participam também de modo peculiar os
ministros de ordem inferior, e sobretudo os diáconos, servindo nos mistérios de
Cristo e da Igreja (128), devem conservar-se puros de todo o vício,
agradar a Deus, atender a toda a espécie de boas obras diante dos homens (cfr.
1 Tim. 3, 8-10. 12-13). Os clérigos que, chamados pelo Senhor e separados a fim
de ter parte com Ele, se preparam sob a vigilância dos pastores para desempenhar
os ofícios de ministros, procurem conformar o coração e o espírito com tão
magnífica eleição, sendo assíduos na oração e fervorosos no amor, ocupando o
pensamento com tudo o que é verdadeiro, justo e de boa reputação, fazendo tudo
para glória é honra de Deus. Destes se aproximam aqueles leigos, que,
escolhidos por Deus, são chamados pelos Bispos para se consagrarem totalmente
às actividades apostólicas e com muito fruto trabalham no campo do Senhor (129).
Os
esposos e pais cristãos devem, seguindo o seu caminho peculiar, amparar-se
mutuamente na graça, com amor fiel, durante a vida inteira, e imbuir com a
doutrina cristã e as virtudes evangélicas a prole que amorosamente receberam de
Deus. Dão assim a todos exemplo de amor incansável e generoso, edificam a
comunidade fraterna e são testemunhas e cooperadores da fecundidade da Igreja,
nossa mãe, em sinal e participação daquele amor, com que Cristo amou a Sua
esposa e por ela Se entregou (130). Exemplo semelhante é dado, mas
de outro modo, pelas pessoas viúvas ou celibatárias, que muito podem concorrer
para a santidade e acção da Igreja. Aqueles que se ocupam em trabalhos muitas
vezes duros, devem, através das tarefas humanas, aperfeiçoar-se a si mesmos,
ajudar os seus concidadãos, fazer progredir a sociedade e toda a criação, e,
ainda, imitando com operosa caridade a Cristo, cujas mãos se exercitaram em
trabalhos de operário e, em união com o Pai, continuamente actua para a
salvação de todos, alegres na esperança, levando os fardos uns dos outros,
subam com o próprio trabalho quotidiano a uma santidade mais alta, também ela
apostólica.
Todos
quantos se veem oprimidos pela pobreza, pela fraqueza, pela doença ou
tribulações várias, e os que sofrem perseguição por amor da justiça, saibam que
estão unidos, de modo especial, a Cristo nos seus sofrimentos pela salvação do
mundo, o Senhor, no Evangelho, proclamou-os bem-aventurados e «o Deus... de
toda a graça, que nos chamou à Sua eterna glória em Cristo Jesus, depois de
sofrerem um pouco, os há-de restabelecer, confirmar e consolidar» (1 Ped.
5,10).
Todos
os fiéis se santificarão cada dia mais nas condições, tarefas e circunstâncias
da própria vida e através de todas elas, se receberem tudo com fé da mão do Pai
celeste e cooperarem com a divina vontade, manifestando a todos, na própria
actividade temporal, a caridade com que Deus amou o mundo.
A
caridade. O martírio.
Os
conselhos evangélicos.
A
santidade no próprio estado
42.
«Deus é caridade e quem permanece na caridade, permanece em Deus e Deus nele»
(1 Jo. 4,16). Ora, Deus difundiu a sua caridade nos nossos corações, por meio
do Espírito Santo, que nos foi dado (cfr. Rom. 5,5). Sendo assim, o primeiro e
mais necessário dom é a caridade, com que amamos a Deus sobre todas as coisas e
ao próximo por amor d'Ele. Para que esta caridade, como boa semente, cresça e
frutifique na alma, cada fiel deve ouvir de bom grado a palavra de Deus, e
cumprir, com a ajuda da graça, a Sua vontade, participar frequentemente nos
sacramentos, sobretudo na Eucaristia, e nas funções sagrarias, dando-se
continuamente à oração, à abnegação de si mesmo, ao serviço efectivo de seus
irmãos e a toda a espécie de virtude, pois a caridade, vínculo da perfeição e
plenitude da lei (cfr. Col. 3,14, Rom. 13,10), é que dirige todos os meios de
santificação, os informa e leva a seu fim (131). E, pois, pela
caridade para com Deus e o próximo que se caracteriza o verdadeiro discípulo de
Cristo.
Como
Jesus, Filho de Deus, manifestou o Seu amor dando a vida por nós, assim ninguém
dá maior prova de amor do que aquele que oferece a própria vida por Ele e por
seus irmãos (cfr. 1 Jo. 3,16, Jo. 15,13). Desde os primeiros tempos, e sempre
assim continuará a suceder, alguns cristãos foram chamados a dar este máximo
testemunho de amor diante de todos, e especialmente perante os perseguidores.
Por esta razão, o martírio, pelo qual o discípulo se torna semelhante ao
mestre, que livremente aceitou a morte para salvação do mundo, e a Ele se
conforma no derramamento do sangue, é considerado pela Igreja como um dom insigne
e prova suprema de amor. E embora seja concedido a poucos, todos, porém, devem
estar dispostos a confessar a Cristo diante dos homens e a segui-l'O no caminho
da cruz em meio das perseguições que nunca faltarão à Igreja.
A
santidade da Igreja é também especialmente favorecida pelos múltiplos conselhos
que o Senhor propõe no Evangelho aos Seus discípulos (132). Entre
eles sobressai o de, com o coração mais facilmente indiviso (cfr. 1 Cor. 7,
32-34), se consagrarem só a Deus, na virgindade ou no celibato, dom da graça
divina que o Pai concede a alguns (cfr. Mt. 19,11, 1 Cor. 7,7) (133). Esta
continência perfeita, abraçada pelo reino dos céus, foi sempre tida em grande
estima pela Igreja, como sinal e incentivo do amor e ainda como fonte
privilegiada de fecundidade espiritual no mundo.
A
Igreja recorda-se também da recomendação com que o Apóstolo, incitando os fiéis
à caridade, os exorta a ter sentimentos semelhantes aos de Jesus Cristo, o qual
«Se despojou a Si próprio, tomando a condição de escravo... feito obediente até
à morte (Fil. 2, 7-8) e, «sendo rico, por nós Se fez pobre» (2 Cor. 8,9). Sendo
necessário que sempre e em todo o tempo os discípulos imitem esta caridade e
humildade de Cristo, e delas deem testemunho, a mãe Igreja alegra-se de encontrar
no seu seio muitos homens e mulheres que seguem mais de perto o abatimento do
Salvador e mais claramente o manifestam, abraçando a pobreza na liberdade dos
filhos de Deus e renunciando às próprias vontades: em matéria de perfeição,
sujeitam-se, por amor de Deus, ao homem, para além do que é de obrigação, a fim
de mais plenamente se conformarem a Cristo obediente (134).
Todos
os cristãos são, pois, chamados e obrigados a tender à santidade e perfeição do
próprio estado. Procurem, por isso, ordenar rectamente os próprios afectos,
para não serem impedidos de avançar na perfeição da caridade pelo uso das
coisas terrenas e pelo apego às riquezas, em oposição ao espírito da pobreza
evangélica, segundo o conselho do Apóstolo: os que usam no mundo, façam-no como
se dele não usassem, pois é transitório o cenário deste mundo (1 Cor. 7,31 gr.)
(135).
Nota:
Revisão da versão portuguesa por ama.
_____________________________________________
Notas:
120.
Missale Romanum, Gloria in excelsis. Cfr. Lc. 1,35, Mc, 1,24, Lc. 4,34, Io.
6,69 (ho hagios tou Theou), Act. 3,14, 4,27 e 30, Hebr. 7,26, 1 Io. 2,20: Apoc.
3,7.
121.
Cfr. Orígenes, Comm Rom. 7, 7: PG 14, 1122 B. Ps. - Macário, De Oratione, 11: PG 34, 861 AB. S. Tomás, Summa
Theol. II-II q. 184, a. 3.
122.
Cfr. S. Agostinho, Retract. II, 18: PL 32, 637 s. Pio XII, Encícl. Mystici
Corporis, 29 jun. 1943: AAS 35 (1943) p. 225.
123.
Cfr. Pio XI, Encícl. Rerum omnium, 26 jan. 1923: AAS 15 (1923) p. 50 e pp.
59-60. Encicl. Casti Connubii, 31 dez. 1930: AAS 22 (1930) p. 548. Pio XII,
Const. Apost. Provida Mater, 2 fev. 1947: AAS 39 (1947) p. 117. Aloc. Annus
sacer, 8 dez. 1950: AAS 43 (1951) pp. 27-28. Aloc. Nel darvi, 1 jul. 1956: AAS
48 (1956) p. 574 s.
124.
Cfr. S. Tomás, Summa Theol. II-II, q. 184, a. 5 e 6. De perf. vitae spir. c. 18,
Orígenes, In Is. Hom. 6, 1: PG 13, 239.
125.
Cfr. S. Inácio M., Magn. 13, 1: ed. Funk, I, p. 241.
126.
Cfr. S. Pio X, Exort. Haerent
animo, 4 ago. 1908: ASS 41 (1908) p. 560 s. Cod. Iur. Can., can. 124. Pio
XI, Encicl. Ad catholici sacerdotii, 20 dez. 1935: AAS 28 (1936) p. 22 s.
127.
Cfr. Pontificale romanum, De Ordinatione presbyterorum, na exortação inicial.
128.
Cfr. S. Inácio M., Trall. 2, 3: ed. Funk, p. 244.
129.
Cfr. Pio XII, Aloc. Sous Ia maternelle protection, 9 dez. 1957: AAS 50 (1958)
p. 36.
130.
Pio XI, Encicl. Casti Connubii, 31 dez. 1930: AAS 22 (1930) p. 548 s. S. João
Crisóstomo, In Ephes. Hom. 20, 2: PG 62, 136 ss.
131.
Cfr. S. Agostinho, Enchir. 121, 32: PL 40, 288. S. Tomás, Summa Theol. II-II,
q. 184, a. 1. Pio XII, Exort. Apost. Menti nostrae, 23 set. 1950: AAS 42 (1950)
p. 660.
132.
Acerca dos conselhos em geral, cfr. Orígenes, Comm. Rom. X, 14: PG 14, 1275 B.
S. Agostinho De S. Virginitate, 15, 15: PL 40, 403. S. Tomás, Summa Theol.
I-II, q. 100, a. 2 C. (no fim), I-II, q. 44, a. 4, ad 3.
133.
Acerca da superioridade da sagrada virgindade, cfr. Tertuliano, Exhort. Cast.
10: PL 2, 925 C. S. Cipriano, Hab. Virg. 3 e 22: PL 4, 433 B e 461 A s. S.
Atanásio, De Virg.: PG 28, 252, ss. S. João Crisóstomo, De Virg.: PG 48, 533 ss.
134.
Sobre a pobreza espiritual, cfr. Mt. 5,3 e 19-21, Mc. 10,21, Lc. 18,22, sobre a
obediência, aduz o exemplo de Cristo Jo. 4,34 e 6,38, Fil. 2, 8-10, Hebr. 10,
5-7. Os Padres e fundadores de Ordens abundam em referências.
135.
Acerca da prática efectiva dos conselhos, que não se impõe a todos, cfr. S.
João Crisóstomo, In Matth. Hom. 7, 7: PG 57, 81 s. S. Ambrósio, De Viduis, 4,
23: PL 16, 241 s.
Tratado dos vícios e pecados 42
Art. 2 — Se todo o que
peca por hábito peca por malícia intencional.
(II
Sent., dist. XLIII, a. 2).
O
segundo discute-se assim. — Parece que nem todos os que pecam por hábito pecam
por malícia intencional.
1.
— Pois, o pecado por malícia é considerado gravíssimo. Ora, às vezes cometem um
pecado leve, por hábito, como quando dizemos alguma palavra ociosa. Logo, nem
todo pecado por hábito é de malícia intencional.
2.
— Demais. — Os actos praticados por hábito são semelhantes aos que geram os
hábitos, como diz Aristóteles. Ora, os actos precedentes ao hábito vicioso não
procedem de malícia intencional. Logo, também os pecados provenientes do hábito
não procedem dessa malícia.
3.
Demais. — Nós regozijamo-nos com o que praticamos com malícia intencional,
conforme diz a Escritura (Pr 2): Os que se alegram depois de terem feito o mal,
e triunfam de prazer nas piores coisas. E isto por nos ser agradável conseguir
o que intencionamos e nos é, de certo modo, habitualmente conatural. Ora, os
que pecam por hábito doem-se do pecado cometido, pois, os maus, i. é, os de
hábito vicioso, enchem-se de arrependimento, como diz Aristóteles. Logo, os
pecados habituais não são de malícia intencional.
Mas
em contrário. — Chama-se pecado de malícia intencional o proveniente da eleição
do mal. Ora, cada qual elege segundo o hábito próprio o inclina, como diz
Aristóteles, a respeito do hábito virtuoso. Logo, o pecado habitual procede de
malícia intencional.
Não é a mesma coisa pecar, tendo um hábito, e pecar por hábito. Pois, como o
hábito depende da vontade do sujeito, este não é arrastado a agir levado por
ele. Sendo por isso o hábito definido como aquilo de que usamos quando
queremos. E, portanto, como é possível praticarmos um acto virtuoso, embora
tenhamos um hábito vicioso, que não trava totalmente a razão, mas lhe deixa um
certo discernimento íntegro, permitindo ao pecador praticar alguma obra boa,
assim também é possível, embora com um hábito vicioso, obrarmos às vezes, não
levados por ele, mas pela paixão em revolta, ou mesmo pela ignorância. Mas,
levados pelo hábito vicioso, sempre e necessariamente pecamos por malícia
intencional. Pois, quem tem um hábito ama, em si mesmo, o que lhe convém, de
acordo com esse hábito, que se lhe torna de certo modo conatural, por o costume
e o hábito se converterem em a natureza. Ora, o que nos convém, por um hábito
vicioso, exclui o bem espiritual. Donde resulta o elegermos o mal espiritual,
para alcançarmos o bem conveniente, de acordo com o hábito. E isto é pecar com
malícia intencional. Donde é manifesto, que quem peca por hábito peca com
malícia intencional.
DONDE
A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Os pecados veniais não excluem o bem
espiritual, que é a graça de Deus ou a caridade, por isso consideram-se maus,
não absoluta, mas relativamente. E por isso também os seus hábitos não podem
ser considerados maus absoluta, mas só, relativamente.
RESPOSTA
À SEGUNDA. — Os actos procedentes dos hábitos são semelhantes especificamente
aos actos de que se os hábitos geram. Deles diferem, porém, como o perfeito, do
imperfeito. E tal é a diferença entre o pecado cometido com malícia intencional
e o praticado por paixão.
RESPOSTA
À TERCEIRA. — Quem peca por hábito compraz-se sempre no seu acto, desde que
obedece a um hábito. Mas como pode obedecer não a ele, mas, meditando noutro acto,
à razão, ainda não de todo obnubilada, é possível não se deixando levar pelo
hábito, doer-se do acto cometido orientado por este. No mais das vezes, porém,
os que assim procedem arrependem-se do pecado, não por este, em si mesmo, lhes
desagradar, mas por algum mal que, por causa do pecado, sofrem. [1]
Revisão da tradução portuguesa por ama
[1]
Nota de ama: Não concordo
totalmente com o último parágrafo desta resposta. O arrependimento pode ser
gerado, única e principalmente pela dor de ter ofendido a Deus.
Jesus Cristo e a Igreja - 8
Dois evangelistas, Mateus e Lucas dizem-nos que Jesus nasceu em Belém.[i] Mateus indica-nos o lugar, mas Lucas acrescenta que Maria, depois de dar à luz o seu filho, “reclinou-O numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria”
(Lc
2, 7). A “manjedoura” indica que no sítio onde nasceu Jesus se guardava gado.
Lucas assinala também que o menino no presépio será, para os pastores, o sinal
de que ali tinha nascido o Salvador (Lc 2, 12.16). A palavra grega que emprega
para “hospedaria” é katáàvua. Designa um lugar espaçoso
das casas, que podia servir de salão ou quarto de hóspedes. No Novo Testamento
utiliza-se outras duas vezes (Lc 22, 11 e Mc 14, 14) para indicar a sala onde
Jesus celebrou a última ceia com os seus discípulos. Possivelmente, o
evangelista quer assinalar com as suas palavras que o lugar não permitia preservar
a intimidade do acontecimento.
Justino (Diálogo com Trifão 78) afirma que nasceu numa gruta e Orígenes (Proto-Evangelho de Tiago 20; Evangelho árabe
da infância 2, Pseudo-Mateus 13), e os evangelhos apócrifos referem o mesmo
A
tradição da Igreja transmitiu desde muito cedo o carácter sobrenatural do
nascimento de Jesus. Santo Inácio de Antioquia, por volta do ano 100, afirma-o
dizendo que “ ao príncipe deste mundo foram ocultados: a virgindade de Maria e
o seu parto, bem como a morte do Senhor. Três mistérios portentosos realizados
no silêncio de Deus” Ad Ephesios 19, 1).
Nos
finais do século II, Santo Ireneu assinala que o parto foi sem dor (Demonstratio Evangelica 54) e Clemente
de Alexandria, conhecendo já os apócrifos, afirma que o nascimento de Jesus foi
virginal (Stromata 7,16). Num texto
do século IV atribuído a São Gregório Taumaturgo diz-se claramente: “ao nascer
(Cristo) conservou o seio e a virgindade imaculados, para que a inaudita
natureza deste parto fosse para nós o sinal de um grande mistério” (Pitra,
“Analecta Sacra”, IV, 391). Os evangelhos apócrifos mais antigos, apesar do seu
carácter extravagante, preservam tradições populares que coincidem com os
testemunhos acima assinalados. A Odes de
Salomão (Ode 19), a Ascensão de
Isaías (cap. 14), o Proto Evangelho
de Tiago (cap. 20-21) e o Pseudo-Mateus
(cap. 13) referem que o nascimento de Jesus esteve revestido de um carácter
milagroso.
Todos
estes testemunhos reflectem uma tradição de fé que foi sancionada pelos ensinamentos
da Igreja e que afirma que Maria foi virgem antes do parto, no parto e depois
do parto: “O profundamento da fé na maternidade virginal levou a Igreja a
confessar a virgindade real e perpétua de Maria (cf. DS 427), mesmo no parto do
Filho de Deus feito homem (cf. DS 291; 294; 442; 503; 571; 1880). Com efeito, o
nascimento de Cristo «não diminuiu, antes consagrou a integridade virginal» da
sua Mãe (LG 57). A Liturgia da Igreja celebra Maria como a «sempre Virgem» (cf.
LG 52) (Catecismo da Igreja Católica,
n. 499).
©
www.opusdei.org - Textos elaborados
por uma equipa de professores de Teologia da Universidade de Navarra, dirigida
por Francisco Varo.
Temas para meditar 56
Pequena agenda do cristão
Sexta-Feira
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Contenção; alguma privação; ser humilde.
Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.
Lembrar-me: Filiação divina.
Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.
Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?
|
Eu confio em Ti, sei que és meu Pai
Jesus ora no horto: Pater mi (Mt XXVI, 39),
Abba, Pater (Mc XIV, 36)! Deus é meu Pai, ainda que me envie sofrimento. Ama-me
com ternura, mesmo quando me bate. Jesus sofre, para cumprir a Vontade do
Pai... E eu, que também quero cumprir a Santíssima Vontade de Deus, seguindo os
passos do Mestre, poderei queixar-me, se encontro por companheiro de caminho o
sofrimento? Constituirá um sinal certo da minha filiação, porque me trata como
ao Seu Divino Filho. E, então, como Ele, poderei gemer e chorar sozinho no meu
Getsemani; mas, prostrado por terra, reconhecendo O meu nada, subirá ao Senhor
um grito saído do íntimo da minha alma: Pater mi, Abba, Pater, ... fiat! (Via Sacra, 1ª Estação, n. 1)
Por motivos que não vem a propósito referir –
mas que são bem conhecidos de Jesus, que aqui temos a presidir no Sacrário – a
vida tem-me levado a sentir-me de um modo muito especial filho de Deus. Tenho
saboreado a alegria de me meter no coração de meu Pai, para rectificar, para me
purificar, para o servir, para compreender e desculpar a todos, tendo como base
o seu amor e a minha humilhação.
Por isso, desejo agora insistir na necessidade
de nos renovarmos, vós e eu, de despertarmos do sono da tibieza que tão
facilmente nos amodorra e de voltarmos a entender, de maneira mais profunda e
ao mesmo tempo mais imediata, a nossa condição de filhos de Deus.
O exemplo de Jesus, toda a vida de Cristo por
aquelas terras do Oriente ajuda-nos a deixarmo-nos penetrar por essa verdade.
Se admitimos o testemunho dos homens – lemos na Epístola – de maior autoridade
é o testemunho de Deus. E em que consiste o testemunho de Deus? De novo fala S.
João: Considerai o amor que nos mostrou o Pai em querer que nos chamemos filhos
de Deus, e que o sejamos... Caríssimos, agora já somos filhos de Deus.
Ao longo dos anos, tenho procurado apoiar-me
sem desfalecimento nesta feliz realidade. Em todas as circunstâncias, a minha
oração tem sido a mesma com tonalidades diferentes. Tenho-lhe dito: Senhor, Tu
colocaste-me aqui; Tu confiaste-me isto ou aquilo, e eu confio em Ti. Sei que
és meu Pai e tenho visto sempre que as crianças confiam absolutamente nos pais.
A minha experiência sacerdotal tem-me confirmado que este abandono nas mãos de
Deus leva as almas a adquirir uma piedade forte, profunda e serena, que impele
a trabalhar constantemente com rectidão de intenção. (Amigos de Deus, 143)
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