26/01/2015

Humildade de Jesus: em Belém, em Nazaré, no Calvário...

Humildade de Jesus: em Belém, em Nazaré, no Calvário... Porém, mais humilhação e mais aniquilamento na Hóstia Santíssima; mais que no estábulo, e que em Nazaré, e que na Cruz. Por isso, que obrigação tenho de amar a Missa! (A "nossa" Missa, Jesus...) (Caminho, 533)

Meus filhos, pasmai agradecidos ante este mistério e aprendei: todo o poder, toda a formosura, toda a majestade, toda a harmonia infinita de Deus, com as suas grandes e incomensuráveis riquezas – todo um Deus – ficou escondido na Humanidade de Cristo para nos servir. O Omnipotente apresenta-se decidido a ocultar por algum tempo a sua glória, para facilitar o encontro redentor com as suas criaturas.

Escreve o evangelista S. João: ninguém jamais viu Deus; o Filho Unigénito que está no seio do Pai é que o deu a conhecer, comparecendo ante o olhar atónito dos homens: primeiro, como um recém-nascido, em Belém; depois, como um menino igual aos outros; mais tarde, no Templo, como um adolescente, inteligente e vivo; e, por fim, com aquela figura amável e atraente do Mestre que movia os corações das multidões que o acompanhavam entusiasmadas. (Amigos de Deus, 111)

Paternidade responsável

O Papa Francisco disse esta segunda-feira que a Igreja Católica propõe uma “paternidade responsável”, com recurso aos “meios lícitos”, os métodos naturais de planeamento familiar.

“Alguns pensam que - desculpem a expressão - para ser bons católicos é preciso ser como os coelhos, não é? Não. Paternidade responsável: isso é claro e por isso há na Igreja grupos de casais, peritos nesta matéria”, declarou, no voo entre Manila e Roma, em conferência de imprensa.

Francisco mostrou-se preocupado com a quebra demográfica e sublinhou o trabalho feito pela Igreja Católica para travar o que denominou como “neomalthusianismo”, que “procurava um controlo da humanidade por parte das grandes potências”.

Neste sentido, referiu que para as pessoas mais pobres “um filho é um tesouro” e que “Deus sabe como ajudá-las”.

“Paternidade responsável, mas olhando também para a generosidade do pai e da mãe que vê em cada filho um tesouro”, prosseguiu.

Durante a viagem às Filipinas, o Papa evocou a "coragem" do Beato Paulo VI, autor da encíclica 'Humanae Vitae' (1968), sobre a regulação da natalidade, que rejeitava a contraceção artificial, "para defender a abertura à vida na família" e contrariar a "ameaça da destruição da família pela privação dos filhos".

No voo de regresso a Roma, Francisco sublinhou que a posição de Paulo VI rejeitava este “neomalthusianismo universal”, de controlo da população, que levou à crise demográfica em vários países ocidentais.

“Paulo VI não era um antiquado, alguém fechado. Não, foi um profeta que nos disse: tenham cuidado com o neomalthusianismo que está a chegar”, precisou.

O Papa recordou que, na Igreja Católica, a “abertura à vida” é condição para o Matrimónio, pelo que se um dos cônjuges se tiver casado com a intenção de não ter filhos, o sacramento é nulo.

“Isto não significa que os cristãos devem fazer filhos em série”, insistiu.

A conferência de imprensa, de quase uma hora, retomou ainda a questão da “colonização ideológica” sobre a família nos países mais pobres, denunciada em Manila.

Francisco deu como exemplo um caso que viveu em 1995, quando um ministro propôs como moeda de troca para as obras de melhoramentos nas escolas a introdução de um livro que ensinava a ideologia de género.

“Esta é a colonização ideológica: chegam junto de uma população com uma ideia que não tem nada a ver com o povo”, advertiu, e “colonizam o povo com uma ideia que muda ou quer mudar uma mentalidade”.

Segundo o Papa, isto é algo semelhante ao que fizeram “as ditaduras do último século”.

“Os povos não devem perder a sua liberdade. Cada povo tem a sua cultura, a sua história”, sublinhou.

OC

Lisboa, 20 Jan 2015 (Ecclesia)

Temas para meditar - 346


Vontade de Deus



Muitas tentações, muitos tropeços saem ao encontro dos que querem actuar em conformidade com Deus.




(orígenesHomílias sobre o Êxodo, 5, 3)

Tratado do verbo encarnado 102

Questão 15: Das fraquezas atinentes à alma que Cristo assumiu com a natureza humana

Art. 9 — Se em Cristo havia a ira.

O nono discute-se assim. — Parece que em Cristo não havia a ira.

1. — Pois, diz a Escritura: A ira do homem não compõe a justiça de Deus. Ora, tudo o que havia em Cristo estava compreendido na justiça de Deus, pois, ele nos foi feito justiça por Deus. Logo, parece que em Cristo não houve ira.

2. Demais. — A ira opõe-se à mansidão, como se lê em Aristóteles. Ora, Cristo foi manso por excelência. Logo, nele não houve ira.

3. Demais. — Gregório diz: A ira, como pecado, cega os olhos da alma, mas, como zelo, ela perturba-os. Ora, em Cristo os olhos da alma nem ficaram cegos nem perturbados. Logo, em Cristo não houve ira, nem como pedado nem como zelo.

Mas, em contrário, o Evangelho diz que nele se cumpriu aquela palavra da Escritura: O zelo da tua casa me devora.

Como dissemos na Segunda Parte, a ira é o efeito da tristeza. Pois, a tristeza que sofremos provoca-nos o apetite sensitivo a repelir a ofensa causada a nós ou a outrem. E assim a ira é uma paixão composta da tristeza e do desejo da vindicta. Ora, dissemos que em Cristo podia haver tristeza. Quanto ao desejo da vindicta, ele é às vezes acompanhado do pecado, quando procuramos vingar-nos contrariamente à ordem da razão. E então não podia haver ira em Cristo, pois, é essa ira pecaminosa. Mas outras vezes esse desejo não só é isento de pecado, mas até é louvável, como quando exercemos a vindicta segundo a ordem da justiça. E essa chama-se a ira do zelo, Assim, diz Agostinho: É devorado pelo zelo da casa de Deus quem procura emendar todos os males que vê, e quando não pode emendá-los, tolera-os e geme sobre eles. E tal foi a ira de Cristo.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Como ensina Gregório, pode o homem ceder a ira de dois modos. — Às vezes ela previne a razão e a arrasta ao seu acto. Então a ira é propriamente uma operação, e esta se atribui ao agente principal. E neste sentido se diz que a ira do homem não cumpre a justiça de Deus. — Mas, outras vezes a ira é consequência do acto da razão e quase seu instrumento. E então o acto da justiça não se atribui à ira, mas, à razão.

RESPOSTA À SEGUNDA. — A ira, que transgride a ordem da razão opõe-se à mansidão, não porém a ira moderada e conservada no meio-termo, pela razão. Pois, a mansidão mantém o meio-termo da ira.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Em nós, pela ordem natural, as potências da alma podem ser obstáculo umas às outras. Assim, a operação intensa de uma potência enfraquece a de outra. Donde vem que o movimento da ira, mesmo quando moderado pela razão, de certo modo impede aos olhos da alma a contemplação. Mas, em Cristo, por força do poder divino, a cada potência lhe era garantida a sua acção própria, de modo que uma não oferecia obstáculo a outra. Donde, assim como o prazer da contemplação da mente não impedia a tristeza ou a dor da parte inferior, assim também e inversamente, as paixões da parte inferior em nada impediam o acto da razão.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.


Ev. diário L. Esp. (Temas actuais do cristianismo)

Tempo Comum III Semana

Evangelho: Lc 10 1-9

1 Depois disto, o Senhor escolheu outros setenta e dois, e mandou-os dois a dois à Sua frente por todas as cidades e lugares onde havia de ir. 2 Disse-lhes: «Grande é na verdade a messe, mas os operários poucos. Rogai, pois, ao dono da messe que mande operários para a Sua messe. 3 Ide; eis que Eu vos envio como cordeiros entre lobos. 4 Não leveis bolsa, nem alforge, nem calçado, e não saudeis ninguém pelo caminho. 5 Na casa em que entrardes, dizei primeiro: A paz seja nesta casa. 6 Se ali houver algum filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; senão, tornará para vós. 7 Permanecei na mesma casa, comendo e bebendo do que tiverem, porque o operário é digno da sua recompensa. Não andeis de casa em casa. 8 Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei o que vos puserem diante; 9 curai os enfermos que nela houver, e dizei-lhes: Está próximo de vós o reino de Deus.

Comentário

A nossa missão – a de todo o cristão – é muito clara:
Ir à frente de Jesus Cristo a preparar o Seu encontro com as almas.

Como?

Falando dele e do Seu Reino, da Sua Palavra e da Sua Vida, enfim, da salvação que nos mereceu com a Sua Morte e Ressurreição.

(ama, comentário sobre Lc 10, 1-12, 2013.10.03)


Leitura espiritual


São Josemaria Escrivá

Temas actuais do cristianismo [i]

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Em sua opinião, porque estão em más relações com o Opus Dei numerosas Ordens religiosas, tais como a Companhia de Jesus?

Conheço muitíssimos religiosos que sabem que nós não somos religiosos, mas que nos retribuem o afecto que lhes temos e oferecem orações e sacrifícios a Deus pelos apostolados do Opus Dei. Quanto à Companhia de Jesus, conheço e mantenho relações com o seu Geral, o Padre Arrupe. Posso assegurar-lhe que as nossas relações são de estima e afecto mútuo.

Talvez Você tenha encontrado algum religioso que não compreenda a nossa Obra; se assim é, o facto dever-se-á a um equívoco ou a uma falta de conhecimento da realidade do nosso trabalho, que é especialmente laical e secular e em nada interfere com o terreno próprio dos religiosos. Por todos os religiosos não temos senão veneração e carinho e pedimos ao Senhor que cada dia torne mais eficaz o seu serviço à Igreja e à humanidade inteira. Não haverá nunca luta entre o Opus Dei e um religioso, porque para lutar são precisos dois e nós não queremos lutar com ninguém.

55             
A que atribui a crescente importância que se dá ao Opus Dei? É devida só ao atractivo da sua doutrina ou é também um reflexo das ansiedades da idade moderna?

O Senhor suscitou o Opus Dei em 1928 para ajudar a recordar aos cristãos que, como conta o livro do Génesis, Deus criou o homem para trabalhar. Viemos chamar de novo a atenção para o exemplo de Jesus, que durante trinta anos permaneceu em Nazaré trabalhando, desempenhando um ofício. Nas mãos de Jesus, o trabalho - e um trabalho profissional, semelhante ao que milhões de homens realizam, em todo o mundo - converte-se em tarefa divina, em actividade redentora, em caminho de salvação.

O espírito do Opus Dei recolhe a formosíssima verdade, esquecida durante séculos por muitos cristãos, de que qualquer trabalho, humanamente digno e nobre, se pode converter numa tarefa divina. No serviço de Deus não há ofícios de menos categoria: todos são de muita importância.

Para amar a Deus e servi-Lo, não é preciso fazer coisas extravagantes. A todos os homens, sem excepção, Cristo pede que sejam perfeitos como o seu Pai celeste é perfeito (Mat. 5, 48). Na sua grande maioria, os homens, para serem santos, devem santificar o seu trabalho, santificar-se no seu trabalho e santificar os outros com o seu trabalho, encontrando assim Deus no caminho das suas vidas.

As condições da sociedade contemporânea, que valoriza cada vez mais o trabalho, facilitam evidentemente que os homens do nosso tempo possam compreender este aspecto da mensagem cristã que o espírito do Opus Dei veio sublinhar. Mas mais importante ainda é o influxo do Espírito Santo, que na sua acção vivificadora quis que o nosso tempo fosse testemunha de um grande movimento de renovação em todo o Cristianismo. Lendo os documentos do Concílio Vaticano II vê-se claramente que parte importante dessa renovação foi precisamente a revalorização do trabalho quotidiano e da dignidade da vocação do cristão que vive e trabalha no mundo.

56             
Como se vai desenvolvendo o Opus Dei noutros países, fora de Espanha? Qual é a sua influência nos Estados Unidos, Inglaterra, Itália, etc.?

Pertencem actualmente ao Opus Dei pessoas de sessenta e oito nacionalidades, que trabalham em todos os países da América e da Europa Ocidental e em alguns da África, Ásia e Oceania.

A influência do Opus Dei em todos esses países é uma influência espiritual. Consiste essencialmente em ajudar as pessoas que se aproximam do nosso trabalho a viver mais plenamente o espírito evangélico na sua vida corrente. Estas pessoas trabalham nos sítios mais variados, desde camponeses, que cultivam a terra em longínquas aldeias da serra andina, até banqueiros de Wall Street. A todos o Opus Dei ensina que o seu trabalho quotidiano, seja humanamente humilde ou brilhante, é de grande valor e pode ser um meio eficacíssimo para amar e servir a Deus e aos outros homens. Ensina-lhes a amar todos os homens, a respeitar a sua liberdade, a trabalhar - com plena autonomia, do modo que lhes parecer melhor - para apagar as incompreensões e as intolerâncias entre os homens e para que a sociedade seja mais justa. Esta é a única influência do Opus Dei em qualquer dos lugares onde trabalha.

Referindo-me às actividades sociais e educativas que a Obra como tal costuma promover, dir-lhe-ei que correspondem, em cada lugar, às condições concretas e às necessidades da sociedade. Não disponho de dados pormenorizados sobre todas essas actividades, porque, como comentava antes, a nossa organização está muito descentralizada. Poderia mencionar, como um exemplo entre muitos outros possíveis, o Midtown Sports and Cultural Center, no Near West Side de Chicago, que proporciona programas educativos e desportivos aos habitantes do bairro. Parte importante do seu trabalho consiste em promover a convivência e a amizade entre os diversos grupos étnicos que o compõem. Outro trabalho interessante, nos Estados Unidos, é o que se realiza em The Heights, em Washington, onde funcionam cursos de orientação profissional, programas especiais para estudantes particularmente dotados, etc.

Na Inglaterra, poder-se-ia destacar o trabalho de residências universitárias, que oferecem aos estudantes alojamento e diversos programas para completar a sua formação cultural, humana e espiritual. Netherhall House, em Londres, é talvez especialmente interessante pelo seu carácter internacional. Têm convivido nessa residência universitários de mais de cinquenta países. Muitos deles não são cristãos, porque as casas do Opus Dei estão abertas a todas as pessoas, sem discriminação de raça ou religião.

Para não me alongar demasiado, apenas mencionarei ainda o Centro Internazionale della Gioventú Lavoratríce, em Roma. Este centro, destinado à formação profissional de operários jovens, foi confiado ao Opus Dei pelo Papa João XXIII e inaugurado por Paulo VI há menos de um ano.

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Como vê V. Rev.ª o futuro do Opus Dei nos anos que se seguirão?

O Opus Dei é ainda muito novo. Trinta e nove anos para uma instituição é apenas o começo. A nossa tarefa é colaborar com todos os outros cristãos na grande missão de ser testemunha do Evangelho de Cristo; é recordar que essa boa nova pode vivificar qualquer situação humana. A tarefa que nos espera é ingente. É um mar sem limites, porque, enquanto houver homens na Terra, por muito que se alterem as formas técnicas da produção, terão um TRABALHO que podem oferecer a Deus, que podem santificar. Com a graça de Deus, a Obra quer ensinar-lhes a fazer desse trabalho um serviço a todos os homens de qualquer condição, raça ou religião. E servindo assim os homens, servirão a Deus.

(cont)








[i] Entrevista realizada por Tad Szulc, correspondente do New York Times, em 7 de Outubro de 1966.



Pequena agenda do cristão


SeGUNDa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça ‘boa cara’, que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?