8 respuestas para proteger a los católicos ante el laberinto engañoso de la New Age
Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
14/11/2020
Novíssimos
INFERNO
Contemplar o mistério
Não vos esqueçais de que é mais cómodo - mas é um desSão
Josemaria, Caminho - evitar o sofrimento a todo o custo, com o pretexto de não
magoar o próximo; frequentemente o que se esconde por trás desta omissão é uma
vergonhosa fuga ao sofrimento próprio, porque normalmente não é agradável fazer
uma advertência séria a alguém. Meus filhos, lembrai-vos de que o inferno está
cheio de bocas fechadas.
Um discípulo de Cristo nunca poderá raciocinar assim:
"eu procuro ser bom, e os outros, se quiserem..., que vão para o
Inferno". Este comportamento não é humano, nem de acordo com o amor de
Deus, nem com a caridade que devemos ao próximo.
Amor verdadeiro é sair de si mesmo
A alegria cristã não é fisiológica: o seu fundamento é sobrenatural, e está por cima da doença e da contradição. Alegria não é alvoroço de guizos ou de baile popular. A verdadeira alegria é algo mais íntimo: algo que nos faz estar serenos, transbordantes de gozo, mesmo que, às vezes, o rosto permaneça grave. (Forja, 520)
Há quem viva amargurado todo o
dia. Tudo lhe causa desassossego. Dorme com uma obsessão física: a de que essa
única evasão possível lhe vai durar pouco. Acorda com a impressão hostil e
descorçoada de que já tem outra jornada pela frente...
Muitos esqueceram-se de que o
Senhor nos colocou neste mundo de passagem para a felicidade eterna; e não
pensam que só podem alcançá-la os que caminharem na Terra com a alegria dos
filhos de Deus. (Sulco, 305)
Amor verdadeiro é sair de si
mesmo, entregar-se. O amor traz consigo a alegria, mas é uma alegria que tem as
suas raízes em forma de cruz. Enquanto estivermos na terra e não tivermos
chegado à plenitude da vida futura, não pode haver amor verdadeiro sem a experiência
do sacrifício, da dor. Uma dor de que se gosta, amável, fonte de íntimo gozo,
mas dor real, porque significa vencer o nosso egoísmo e tomar o amor como regra
de todas e cada uma das nossas acções (Cristo que passa, 43).
Virtudes
Caridade 2
Felicidade
O nosso amor apoia-se na fé no amor divino. A
liberdade está integrada na fidelidade, posto que não há perseverança autêntica
sem amor. Só por esse amor se mantém a fidelidade: “enamora-te e não O
deixarás” (Caminho, 999). E com a fidelidade, a alegria, também quando surge o
sofrimento físico ou espiritual: com a fé no amor divino, um filho de Deus,
um cristão que viva vida de fé, pode sofrer e chorar: pode ter motivos para se
doer; mas, para estar triste, não (São Josemaria, “Las riquezas de la fe”, publicado em ABC,
2-XI-1969).
O nosso amor
apoia-se na fé no amor divino. A liberdade está integrada na fidelidade, posto
que não há perseverança autêntica sem amor.
A “primeira
canonização” foi a do bom ladrão. Umas poucas palavras do Senhor na cruz, a
partir de onde amava o mundo inteiro, dando a Sua vida para a salvação de todos
aqueles que aceitariam a graça, ensina-nos que fidelidade rima com felicidade. A
felicidade é fidelidade ao caminho cristão (Cfr. São
Josemaria, Amigos de Deus, 189). Com efeito, a fidelidade é um estar sempre com Jesus e nunca o deixar. No
Céu, viveremos esse grande mistério da nossa divinização, seremos mais
plenamente filhos no Filho. Dirigindo-se ao bom ladrão, profetiza nosso Senhor:
«hodie mecum eris in paradiso» (Lc 23,43): estará nesse mesmo dia com Jesus no paraíso.
Paraíso é uma
palavra de origem persa que significa jardim ou parque: está carregada de um
sentido de felicidade. Daqui que o Génesis fale do jardim do Éden (Cfr. Gn 2,8). Na boca de Jesus,
anunciar o paraíso ao bom ladrão é também um modo de lhe dizer que o espera, a Seu
lado e de modo imediato, a felicidade. “Com São José, o cristão aprende o
que é ser de Deus e estar plenamente entre os homens, santificando o mundo.
Tratai José e encontrareis Jesus. Tratai José e encontrareis Maria, que encheu
sempre de paz a amável oficina de Nazaré” (Cristo que passa,
56).
Guillaume Derville
FILOSOFIA, RELIGIÃO, VIDA HUMANA.
Emoções
Sensibilidade afectiva
Muitos perigos reais vêm da má formação ou mutilação da
sensibilidade. Se não é alimentada, a fome de afecto vai-se acumulando e
recalcando, e a sensibilidade torna-se vulnerável. E assim, pretendendo
resguardá-la e defendê-la, estamos a prepará-la para graves desordens.
A afectividade só amadurece convenientemente quando desde
a infância cresce normalmente num
ambiente que lhe fornece os objectos de que vai precisando e a rodeia um clima
caloroso e pacificante. A pessoa que sobe para a vida, vai ganhando amor à vida
ao sentir-se amada, isto é, ao sentir que a sua existência é desejada por alguém: desejada, útil, necessária,
imprescindível mesmo. O amor e o apreço por nós, a consciência do nosso valor –
sentimentos-base de toda a personalidade – procedem em primeiro lugar
daq uelesque nos rodeiam nos primeiros anos de vida e até certo ponto em todo o
decurso da vida.
A afectividade não amadurecida fica atrasada com
características infantis ou adolescente, ou, então, bloqueia-se na dureza
reduzindo ao mínimo as suas funções. Sente-se então desamparada perante objectos
tentadores e a sua inexperiência leva-a a fazer construções fantásticas sobre
indícios banais.
(E. de Vasconcelos, Pessoa e Circunstância, Brotéria,
Julho 1969, pg. 31)
Leitura espiritual 14 Novembro
Jo XI, 21-37
Ressurreição de Lázaro
21 Marta disse, então, a Jesus: «Senhor,
se Tu cá estivesses, o meu irmão não teria morrido. 22 Mas, ainda agora, eu sei
que tudo o que pedires a Deus, Ele to concederá.» 23 Disse-lhe Jesus: «Teu
irmão ressuscitará.» 24 Marta respondeu-lhe: «Eu sei que ele há-de ressuscitar
na ressurreição do último dia.» 25 Disse-lhe Jesus: «Eu sou a Ressurreição e a
Vida. Quem crê em mim, mesmo que tenha morrido, viverá. 26 E todo aquele que
vive e crê em mim não morrerá para sempre. Crês nisto?» 27 Ela respondeu-lhe:
«Sim, ó Senhor; eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus que havia de vir
ao mundo.» 28 Dito isto, voltou a casa e foi chamar sua irmã, Maria,
dizendo-lhe em voz baixa: «Está cá o Mestre e chama por ti.» 29 Assim que ela
ouviu isto, levantou-se rapidamente e foi ter com Ele. 30 Jesus ainda não tinha
entrado na aldeia, mas permanecia no lugar onde Marta lhe viera ao encontro. 31
Então, os judeus que estavam com Maria, em casa, para lhe darem os pêsames, ao
verem-na levantar-se e sair à pressa, seguiram-na, pensando que se dirigia ao
túmulo para aí chorar. 32 Quando Maria chegou ao sítio onde estava Jesus, mal o
viu caiu-lhe aos pés e disse-lhe: «Senhor, se Tu cá estivesses, o meu irmão não
teria morrido.» 33 Ao vê-la a chorar e os judeus que a acompanhavam a chorar
também, Jesus suspirou profundamente e comoveu-se. 34 Depois, perguntou: «Onde
o pusestes?» Responderam-lhe: «Senhor, vem e verás.» 35 Então Jesus começou a
chorar. 36 Diziam os judeus: «Vede como era seu amigo!» 37 Mas alguns deles
murmuravam: «Então, este que deu a vista ao cego não podia também ter feito com
que Lázaro não morresse?»
Amar a Igreja
4
Alguns
afirmam que ficamos poucos na Igreja.
Eu
responder-lhes-ia que, se todos defendessem com lealdade a doutrina de Cristo,
depressa cresceria consideravelmente o número, porque Deus quer que se encha a
sua casa.
Na
Igreja descobrimos Cristo, que é o Amor dos nossos amores.
E
temos de desejar para todos esta vocação, este gozo íntimo que nos embriaga a
alma, a doçura luminosa do Coração misericordioso de Jesus.
Devemos
ser ecuménicos, ouve-se repetir.
Pois
sim.
No
entanto, temo que, por trás de algumas iniciativas auto-denominadas ecuménicas,
se oculte uma fraude, pois são actividades que não conduzem ao amor de Cristo,
à verdadeira vide.
Por
isso não dão fruto.
Eu
peço todos os dias ao Senhor que torne cada vez maior o meu coração, para que
continue a tornar sobrenatural este amor que pôs na minha alma a todos os
homens, sem distinção de raça, de povo, de condições culturais ou de fortuna.
Estimo
sinceramente a todos, católicos e não católicos, aos que crêem em alguma coisa
e aos não crentes, que me dão tristeza.
Mas
Cristo fundou uma única Igreja, tem uma única Esposa.
A
união dos cristãos?
Sim.
Mais
ainda: a união de todos os que crêem em Deus.
Mas
só existe uma Igreja verdadeira.
Não
é preciso reconstruí-la com pedaços disperses por todo o mundo. E não necessita
de passar por nenhum tipo de purificação para depois se encontrar finalmente
limpa.
A
Esposa de Cristo não pode ser adúltera, porque é incorruptível e pura. Só uma
casa conhece, guarda a inviolabilidade de um único tálamo com pudor casto.
Ela
conserva-nos para Deus, ela destina para o Reino os filhos que engendrou.
Todo
aquele que se separa da Igreja une-se a uma adúltera, afasta-se das promessas
da Igreja:
não
conseguirá as recompensas de Cristo quem abandona a Igreja de Cristo.
Amar a Igreja
5
A Igreja é Santa
Agora
compreenderemos melhor como a unidade da Igreja leva à santidade, como um dos
aspectos capitais da sua santidade é essa unidade centrada no mistério de Deus
Uno e Trino:
Há
um só corpo e um só espírito, como também vós fostes chamados a uma só
esperança pela vossa vocação.
Há
um só Senhor, uma só fé, um só baptismo.
Há
um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, e governa todas as coisas e
habita em todos nós.
Santidade
rigorosamente não significa senão união com Deus. A uma maior intimidade com o
Senhor corresponderá, portanto, maior santidade.
A
Igreja foi querida e fundada por Cristo, que cumpre assim a vontade do Pai; a
Esposa do Filho está assistida pelo Espírito Santo.
A
Igreja é a obra da Santíssima Trindade; é Santa e Mãe, a Nossa Santa Mãe
Igreja.
Podemos
admirar na Igreja uma perfeição a que chamaríamos original e outra final,
escatológica.
Às
duas se refere São Paulo na Epistola aos Efésios:
Cristo
amou a sua Igreja, e por ela se entregou a si mesmo, para a santificar,
purificando-a no baptismo da água pela palavra da vida, para apresentar a si
mesmo esta Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, ou coisa semelhante, mas
santa e imaculada.
A
santidade original e constitutiva da Igreja pode ficar velada - mas nunca
destruída, porque é indefectível: as portas do inferno não prevalecerão contra
ela -, pode ficar encoberta aos olhos humanos, dizia, em certos momentos de
obscuridade pouco menos que colectiva.
Mas
São Pedro aplica aos cristãos o título de gens
sancta, povo santo.
E,
sendo membros dum povo santo, todos os fiéis receberam essa vocação para a
santidade e hão-de esforçar-se por corresponder à graça e ser pessoalmente
santos.
Ao
longo de toda a história, e também na actualidade, tem havido tantos católicos
que se santificaram efectivamente:
jovens
e velhos, solteiros e casados, sacerdotes e leigos, homens e mulheres.
Mas
acontece que a santidade pessoal de tantos fiéis - dantes e de agora - não é
uma coisa aparatosa.
É
frequente que não a descubramos nas pessoas normais, correntes e santas, que
trabalham e convivem no meio de nós.
Para
um olhar terreno o pecado e as faltas de fidelidade ressaltam mais; chamam mais
a atenção.
Amar a Igreja
Gens
Sancta,
povo santo, composto por criaturas com misérias.
Esta aparente contradição marca um
aspecto do mistério da Igreja.
A Igreja, que é divina, é também humana,
porque está formada por homens e os homens têm defeitos: omnes homines terra et Cinis, todos somos pó e cinza.
Nosso Senhor Jesus Cristo, que funda a
Santa Igreja, espera que os membros deste povo se empenhem continuamente em
adquirir a santidade.
Nem todos respondem com lealdade à Sua
chamada.
Por isso, na Esposa de Cristo pode
encontrar-se, ao mesmo tempo, a maravilha do caminho de salvação e as misérias
daqueles que o percorrem.
O Divino Redentor dispôs que a
comunidade por Ele fundada, fosse uma sociedade perfeita no seu género e dotada
de todos os elementos jurídicos e sociais, para perpetuar neste mundo a obra da
Redenção...
Se na Igreja se descobre alguma coisa
que manifeste a debilidade da nossa condição humana, não deve atribuir-se à sua
constituição jurídica, mas antes à deplorável inclinação dos indivíduos para o
mal; inclinação que o seu Divino Fundador permite mesmo nos mais altos membros
do Corpo Místico, para que seja provada a virtude das ovelhas e dos pastores, e
para que em todos aumentem os méritos da fé cristã.
Essa é a realidade da Igreja, agora e
aqui.
Por isso, é compatível a santidade da
Esposa de Cristo com a existência de pessoas com defeitos no seu seio.
Cristo não excluiu os pecadores da
sociedade por Ele fundada.
Se, portanto, alguns membros se
encontram achacados com doenças espirituais, nem por isso deve diminuir o nosso
amor à Igreja.
Pelo contrário, há-de até aumentar a
nossa compaixão pelos seus membros.
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Demonstraria pouca maturidade aquele
que, na presença de defeitos e misérias que encontrasse em alguma pessoa
pertencente à Igreja - por mais alto que estivesse colocada em virtude da sua
função -, sentisse diminuir a sua fé na Igreja e em Cristo.
A Igreja não é governada por Pedro, João
ou Paulo; é governada pelo Espírito Santo e o Senhor prometeu que permanecerá a
seu lado todos os dias, até à consumação dos séculos.
Escutai o que diz São Tomás, que tanto
se debruçou sobre este ponto, a respeito da recepção dos Sacramentos, que são
causa e sinal da graça santificante: “o que se abeira dos Sacramentos,
recebe-os certamente do ministro da Igreja, não enquanto é tal pessoa, mas
enquanto ministro da Igreja”.
Por isso, enquanto a Igreja lhe permitir
exercer o seu ministério, o que receber das suas mãos o Sacramento, não
participa do pecado do ministro indigno, mas comunica com a Igreja, que o tem
por ministro.
Quando o Senhor permitir que a fraqueza
humana apareça, a nossa reacção há-de ser a mesma que teríamos se víssemos a
nossa mãe doente ou tratada com frieza.
Amá-la mais, ter para com ela mais
manifestações externas e internas de carinho.
Se amamos a Igreja, nunca aparecerá em
nós o interesse mórbido de pôr à mostra, como culpa da Mãe, as misérias de
alguns dos seus filhos.
A Igreja, Esposa de Cristo, não tem por
que entoar nenhum mea culpa.
Nós sim: mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa!
Este é o verdadeiro meaculpismo, o
pessoal, e não o que ataca a Igreja, apontando e exagerando os defeitos
humanos, que, na Mãe Santa, são uma consequência da acção n'Ela exercida pelos
homens.
Acção que, aliás, só vai até onde os
homens podem, porque nunca chegarão a destruir - nem sequer a tocar - aquilo a
que chamávamos a santidade original e constitutiva da Igreja.
Por isso, Deus Nosso Senhor comparou,
com toda a propriedade, a Igreja à eira onde se amontoa a palha e o trigo, de
que sairá o pão para a mesa e para o altar; comparou-a também a uma rede
varredeira ex omni genere piscium
congreganti, capaz de apanhar peixes bons e maus que depois serão
separados.
Vida de Maria
Os anos de Nazaré
Jesus entre os doutores
Que angústia a da Virgem
quando se apercebeu de que se tinha perdido o Menino! Encontrou-O em Jerusalém,
como se contempla neste novo artigo sobre a vida de Nossa Senhora.
A Lei de Moisés obrigava os
varões israelitas a apresentarem-se diante do Senhor três vezes por ano: na
Páscoa, no Pentecostes e na festa dos Tabernáculos. Esse dever não afectava as
mulheres nem os meninos antes de completarem 13 anos, idade em que ficavam
sujeitos em tudo aos ditames da Lei. No entanto, entre os israelitas piedosos,
era frequente que também as mulheres subissem a Jerusalém para adorar a Deus,
por vezes na companhia dos filhos.
No tempo de Jesus, era
costume que apenas os que residiam a menos de um dia de viagem fizessem essa
peregrinação, que além disso se costumava limitar à festa da Páscoa. Como
Nazaré distava de Jerusalém vários dias de caminho, também José não estava estritamente
obrigado pelo preceito. No entanto, tanto ele como Maria «iam todos os anos
a Jerusalém pela festa da Páscoa» (Lc 2, 41). O
evangelista não diz se Jesus os acompanhava nessas ocasiões, como era frequente
nas famílias piedosas. Só agora fala expressamente desta viagem, talvez para
fixar cronologicamente o episódio que se dispõe a relatar, talvez porque o
Menino, entrado já no décimo terceiro ano de vida, podia considerar-se obrigado
ao preceito. E assim, quando chegou aos doze anos, «foram a Jerusalém
segundo o costume daquela festa» (Lc 2, 42).
Jerusalém era uma massa fervilhante de peregrinos e
comerciantes. Tinham chegado caravanas das regiões mais remotas: dos desertos
da Arábia, das margens do Nilo, das montanhas da Síria, das cultas cidades da
Grécia... Reinava a confusão por todo o lado: burros, camelos e bagagem enchiam
as ruas e os arredores da cidade. E no Templo, os fiéis aglomeravam-se para
oferecer os seus sacrifícios e fazer as suas orações.
Com não menos confusão se
preparavam para o regresso para o lugar da procedência, homens e mulheres em
separado; as crianças, de acordo com a idade, podiam juntar-se a um ou a outro
grupo. Não havia uma organização férrea; bastava saber o lugar e a hora
aproximada da partida. Não é estranho que, acabados os dias que ela (a festa)
durava, «quando voltaram, o Menino ficou em Jerusalém, sem que os Seus pais
o advertissem» (Lc 2, 43).
Maria e José não se
aperceberam até que, ao cair a tarde do primeiro dia de viagem, as caravanas da
Galileia fizeram uma paragem no caminho para passar a noite. Que angústia a
sua, quando notaram a falta de Jesus! Gastaram as horas que restavam do dia «procurando-O
entre os parentes e conhecidos» (Lc 2, 44). A
toda a pressa, talvez nessa mesma noite, regressaram a Jerusalém à Sua procura.
Encaminharam-se para o local onde tinham comido o cordeiro pascal, foram ao
Templo, perguntaram aos amigos e conhecidos que encontravam pelas ruas. Tudo em
vão, ninguém tinha visto Jesus. Podemos imaginar os pensamentos de Nossa
Senhora: seria esta a espada de dor, predita por Simeão, que lhe ia atravessar
o coração?
Assim decorreu o segundo
dia, com ansiedade e dor. Voltaram uma e outra vez a percorrer os locais onde
tinham estado, até que ao terceiro dia de buscas O encontraram no Templo,
seguramente num dos salões, situados junto aos átrios, que os escribas
utilizavam para dar as suas lições. Era uma cena frequente nos dias de festa: o
mestre, num assento de cerimónia em local elevado, para ser bem visto e ouvido,
com um rolo do livro sagrado nas mãos, explicava alguma passagem da Escritura
aos ouvintes, que escutavam sentados no chão. De vez em quando, o escriba fazia
alguma pergunta ao auditório, à qual respondiam os alunos mais adiantados. Foi
assim que José e Maria encontraram Jesus: «sentado no meio dos doutores,
ouvindo-os e interrogando-os. E todos os O ouviam estavam maravilhados da Sua
sabedoria e das Suas respostas» (Lc 2, 46-47).
Também a Nossa Senhora e o
seu Esposo, quando O viram, «admiraram-se» (Lc
2, 48). Mas o seu assombro não se devia à sabedoria das
respostas, mas ao facto de ser a primeira vez que sucedia algo semelhante:
Jesus, o filho obedientíssimo, tinha ficado em Jerusalém sem os avisar. Não se
tinha perdido; tinha-os abandonado voluntariamente.
«- Filho, porque
procedeste assim connosco? Eis que teu pai e eu Te procurávamos cheios de
aflição. Ele disse-lhes: Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-Me
nas coisas de Meu Pai? Eles, porém, não entenderam o que lhes disse» (Lc
2, 48-50).
Ao receber essa resposta,
sem a compreender, Maria e José acataram os planos de Deus, com uma humildade e
uma docilidade plenas. É uma lição para todos os cristãos, que nos convida a
aceitar com amor as manifestações da Providência divina, ainda que por vezes
não as entendamos.
J. A. Loarte
Pequena agenda do cristão
FILOSOFIA, RELIGIÃO, VIDA HUMANA.
Sabedoria
A natureza espiritual da pessoa humana encontra e deve
encontrar a sua perfeição na sabedoria, que suavemente atrai o espírito do
homem à busca e amor da verdade e do bem, e graças à qual é levado por meio das
coisas visíveis até às invisíveis.
Mais que os séculos passados, o nosso tempo precisa de
uma tal sabedoria, para que se humanizem as novas descobertas dos homens.
(Enc Gaudium et Spes, 15)
Reflexão
Humor
O distanciamento em relação aos outros e a nós próprios,
obtido graças ao sentido de humor, permite-nos assim viver mais segundo o
Evangelho.
(Tadeus Dajczer,
Meditações sobre a Fé, Paulus, 4ª Ed., pg. 110)