05/10/2020

Reflexão - Coragem

Mas o que é Coragem?

O que me ocorre: Coragem é a disposição interior que leva a praticar algo que sai fora do comum, do trivial ou que, de alguma forma, possa envolver algum risco.

Coragem é sempre acção, o contrário de passividade ou cobardia ou, muito pior, abulismo.

Em termos gerais, Coragem significará: Ânimo? Audácia? Arrojo? Ou "Stamina".

Vejamos: Ânimo -

Ter Ânimo é ter coragem?
O sentido parece bastante lato. Uma pessoa animosa, normalmente está disposta a actos corajosos que envolvem sempre decisão.
Ânimo só faz sentido se for constante, permanentemente. Não concebe nem hiatos nem variações: É estável.
Concluo: Para ter Coragem é fundamental ter Ânimo.

Audácia:
Pode confundir-se Audácia com Intemeridade; é um erro básicamente porque Intemeridade é um defeito e Audácia é uma virtude.
Posso concluir que, Audácia, significará ter a disposição de "seguir em frente" quando depois de exame, se tem razoável certeza que é o que mais convém.

Arrojo?
Sim... Parece-me que Coragem tem muito a ver com Arrojo, considerando que sem este, difícilmente existirá a aquela.

Stamina?
Bom... a "definição" de "Stamina" será: A disposição interior para "encarar" o que se apresenta… seja o que for.
É, para mim, claro que, "encarar" não significa "aceitar" mas, antes, avaliar, examinar e concluir.
Stamina tem, no meu entender, um sentido tão abrangente que, concluo, se pode equiparar a Carácter ou, melhor, Idiossincrasia.
A Coragem não se mostra necessária apenas quando algo exterior nos “faz pensar duas vezes” se devemos ou não levar a cabo o que nos é sugerido.
Talvez que, a necessidade de coragem se imponha quando devemos examinar-nos pessoalmente. 
A consideração dos erros, das faltas, dos equívocos, deslizes e, de um modo geral, permessividade, tem de ser séria, exaustiva, desapiedada e, para tal, é preciso coragem para “despir” as roupagens de desculpas, ou minimizações da responsabilidade pessoal.

Concluo, portanto, que a Coragem é fundamental para a completa formação do Carácter pessoal.

(AMA, reflexão, 2020)

Outubro - Mês do Rosário




Santo Rosário - Mistérios Gozosos

Quinto Mistério

Jesus perdido e achado no Templo

A primeira prova!
A primeira dor!
Como o teu coração amantíssimo de Mãe estaria angustiado e compungido com a ausência do teu Filho!? E a demora em encontrá-Lo!?
Ao teu espírito deveriam acorrer as palavras de Simeão e, mesmo sabendo que Ele tinha uma missão a cumprir, não deixavas de sentir aquele aperto no coração que uma mãe sente quando um filho pequeno desaparece sem explicação e não consegue encontrá-lo.
Onde poderia estar?
Eu, que ando por esta vida, tantas vezes, à procura de Jesus que, parece que Se afasta de mim para bem longe, também me sinto triste angustiado.
Porquê?
Porque Te afastaste, Senhor, de mim?
E mergulho dentro de mim mesmo, única forma séria de reflectir, e chego sempre à triste conclusão que, não foste Tu quem Se afastou mas, sim, eu é que me ausentei da Tua presença.
Tenho tantas coisas em que pensar; enormes preocupações que me consomem por dentro; inúmeros desejos por satisfazer; caminhos que quero tanto percorrer, embora saiba que não interessam e não conduzem a nada que valha a pena.
E, depois, são estas coisas todas que possuo – que julgo possuir – e as muitas outras que anseio vir a ter, que me mantêm agarrado ao meu lugar, estático e imóvel enquanto, Tu, caminhas sempre, esperando que Te siga.
Vou ficando para trás, preso a tudo isto que não vale nada e para nada interessa e vejo-Te esfumar no horizonte e, em vez de correr pressuroso atrás de Ti, fico-me inerte e como que morto.
Parece-me que Te oiço com as palavras de Tua Mãe: «Filho, porque procedeste assim connosco?» (Cfr. Lc 2, 41-52) Porque te deténs no caminho? Anda que, Eu, estou à tua espera!
E fico-me sem reposta, pois que Te hei-de eu dizer a não ser, confessar a minha fraqueza, a mostrar-te humildemente o pouco que sou, a pedir-Te que esperes por mim, que não Te afastes mais, que quero ir ter conTigo.

Sou tão feliz porque me ouves e deténs o passo e ficas, num gesto acolhedor, de amigo íntimo, à espera que eu, finalmente, volte para o pé de Ti.

É então que me dou conta da enorme desventura que é a Tua ausência, o não Te ter presente bem ao pé de mim e, como compreendo a Tua Mãe na sua procura ansiosa pelas ruas de Jerusalém durante esses três dias de alvoroço.

Digo-lhe, então, com o coração nas mãos: Minha Mãe, não deixes que me afaste nunca do teu Filho, do nosso Jesus.

Ensina-me a procurá-Lo onde Ele deverá estar à minha espera, em vez de andar perdido tentando encontrá-Lo onde Ele não pode estar. Leva-me pela tua mão – também sou teu filho, um filho pequeno – ao encontro dEle para que, juntos, possamos sossegar na Sua companhia.
(AMA, 1999)

Virtudes


Prudência 4

Os actos próprios da prudência: o conselho, o juízo e a reta decisão. A prudência envolve três atos: o conselho (consilium), o juízo prático (iudicium practicum) e o preceito (praeceptum), império (imperium) ou mandato(Cf. S.Th., II-II, q. 47, a. 8). Os dois primeiros são cognitivos e o terceiro é imperativo. O primeiro passo da prudência é o reconhecimento da própria limitação: a virtude da humildade. Admitir, em determinadas matérias, que não compreendemos tudo, que não podemos abarcar, em tantos casos, circunstâncias que é preciso não perder de vista à hora de ajuizar. Por isso recorremos a um conselheiro, não a um qualquer, mas a um competente. (...) Depois, é necessário julgar, porque a prudência normalmente exige uma determinação rápida e oportuna. Se às vezes é prudente adiar a decisão até ter todos os elementos para o juízo, outras vezes será imprudente não começar a pôr em prática, quanto antes, o que percebemos que se deve fazer, especialmente quando está em jogo o bem dos outros. (Amigos de Deus, 86).
Para ser prudente, não basta resolver aconselhar-se bem e julgar rectamente sobre o que se deve fazer. É preciso pôr em prática o que se julgou conveniente. Não o fazer, omiti-lo seria imprudente. Este acto, que consiste em pôr em prática o que se tem de fazer, é o acto próprio da virtude da prudência (Cf. S.Th., II-II, q. 47, a. 8). Portanto, a prudência pode definir-se como a virtude da função imperativa da razão prática que determina directamente a acção (M. RHONHEIMER, La perspectiva de la moral. Fundamentos de la ética filosófica, Rialp, Madrid 2000, 241. Cf. A. RODRÍGUEZ LUÑO, La scelta etica. Il raporto fra libertà & virtù, Milano 1988, 83ss).
É precisamente aqui que a relação íntima entre a prudência e a liberdade se pode apreciar melhor. Para pôr em prática o que se considerou conveniente, é necessário não nos deixarmos dominar pelo medo, pela preguiça, por nenhum laço que, em última análise, o egoísmo ou o orgulho nos lancem. Embora possa ser aconselhável saber aguardar conselhos e deliberações, logo que se tomou uma decisão, ela deve executar-se com rapidez e diligência. Aqui a palavra diligência (de diligo, amar) diz mais do que pode ser entendido na linguagem comum. Trata-se, neste caso, de actuar com prontidão, impelido pelo amor ao bem.

Josep-Ignasi Saranyana

Bibliografia básica: Catecismo da Igreja Católica, 1762-1770, 1803-1832 e 1987-2005.
Leituras recomendadas:
(São Josemaria, Homilia Virtudes humanas, in Amigos de Deus, 73-92.
KÜCKING, Marlies, Dicionário de (São Josemaria (2013), ILLANES José Luis, Entrada: Prudência.
TRIGO, Tomás, Scripta Theologica 34 (2002/1) 273-307

Perguntas e respostas


C. QUE IDEAIS ESCOLHER?

6.

Pergunto:
Exemplos de ideais vãos?

Respondo:
Comer, beber e estar deleitado.

Leitura espiritual Outubro 05


Cartas de São Paulo

Filipenses 4

1 Portanto, meus caríssimos e saudosos irmãos, minha coroa e alegria, permanecei assim firmes no Senhor, caríssimos.

CONCLUSÃO

Viver na alegria do Senhor –
2 Exorto Evódia e exorto Síntique a terem o mesmo pensamento no Senhor. 3 Sim, e a ti, fiel Sízigo, peço-te que as acolhas; são pessoas que, em conjunto, lutaram comigo pelo Evangelho, juntamente com Clemente e os meus restantes colaboradores, cujos nomes estão no livro da Vida. 4 Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo o digo: alegrai-vos! 5 Que a vossa bondade seja conhecida por todos. O Senhor está próximo. 6 Por nada vos deixeis inquietar; pelo contrário: em tudo, pela oração e pela prece, apresentai os vossos pedidos a Deus em acções de graças. 7 Então, a paz de Deus, que ultrapassa toda a inteligência, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. 8 De resto, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é respeitável, tudo o que possa ser virtude e mereça louvor, tende isso em mente. 9 E o que aprendestes e recebestes, ouvistes de mim e vistes em mim, ponde isso em prática. Então, o Deus da paz estará convosco.

Agradecimento aos Filipenses –
10 É grande a alegria que sinto no Senhor por, finalmente, terdes feito com que desabrochasse o vosso amor por mim. É que tínheis o interesse, mas faltava a oportunidade. 11 Não falo assim por me sentir carecido. Pois, no meu caso, aprendi a ser autónomo nas situações em que me encontre. 12 Sei passar por privações, sei viver na abundância. Em toda e qualquer situação, estou preparado para me saciar e passar fome, para viver na abundância e sofrer carências. 13 De tudo sou capaz naquele que me dá força. 14 Entretanto, fizestes bem em tomar parte na minha tribulação. 15 Vós bem o sabeis, filipenses: no início da pregação do Evangelho, quando saí da Macedónia, nenhuma outra igreja esteve em comunhão comigo na permuta de dar e receber, a não ser apenas vós: 16 em Tessalónica e por duas vezes me enviastes socorro para as minhas necessidades. 17 Não é que eu esteja à procura de donativos; o que procuro, sim, é que aumente o produto, que está registado na vossa conta. 18 Sim, tudo recebi em abundância. Estou plenamente fornecido, depois de receber de Epafrodito o que veio da vossa parte: um odor perfumado, um sacrifício que Deus aceita e lhe é agradável. 19 E o meu Deus há-de compensar-vos plenamente em todas as necessidades, segundo a sua riqueza, na glória que se tem em Cristo Jesus. 20 A Deus nosso Pai, a glória pelos séculos dos séculos! Ámen!

Saudação final –
21 Saudai cada um dos santos em Cristo Jesus. Saúdam-vos os irmãos que estão comigo. 22 Saúdam-vos todos os santos, mas em especial os da casa de César. 23 A graça do Senhor Jesus Cristo esteja com o vosso espírito!        

Amigos de Deus

304 
       
A Santa Cruz

Afã de adoração, ânsias de desagravo com sossegada suavidade e com sofrimento.
Far-se-á vida na nossa vida a afirmação de Jesus: aquele que não toma a sua cruz para me seguir, não é digno de mim.
E Nosso Senhor manifesta-Se-nos cada vez mais exigente, pede-nos reparação e penitência, até nos fazer experimentar o fervoroso desejo de querer viver para Deus, pregado na Cruz juntamente com Cristo.
Mas guardamos este tesouro em vasos de barro frágil e quebradiço, para que se reconheça que a grandeza do poder que se vê em nós é de Deus e não nossa.

Vemo-nos acossados por toda a espécie de atribulações e nem por isso perdemos o ânimo; encontramo-nos em grandes apuros, mas não de­sesperados, ou sem recursos; somos perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não inteiramente perdidos: trazemos sempre no nosso corpo por toda a parte a mortificação de Jesus.

Parece-nos, além disso, que Nosso Senhor não nos escuta, que andamos enganados, que só se ouve o monólogo da nossa voz. Encontramo-nos como se não tivéssemos apoio na terra e fossemos abandonados pelo Céu.
No entanto, é verdadeiro e prático o nosso horror ao pecado, mesmo ao pecado venial.
Com a obstinação da Cananeia, prostramo-nos rendidamente como ela, que O adorou, implorando: Senhor, socorre-me.
E desaparece a obscuridade, superada pela luz do Amor.

305     
   
É a hora de clamar: lembra-Te das promessas que me fizeste, para me encher de esperança; isto consola-me no meu nada e enche o meu viver de fortaleza.
Nosso Senhor quer que contemos com Ele para tudo: Vemos com evidência que sem Ele nada podemos e que com Ele podemos tudo.
E confirma-se a nossa decisão de andar sempre na Sua presença.

Com a claridade de Deus no entendimento, que parece inactivo, torna-se-nos indubitável que, se o Criador cuida de todos - mesmo dos ini­migos -, quanto mais cuidará dos amigos!
Convencemo-nos que não há mal nem contradição que não venham por bem: Assim assentam com mais firmeza, no nosso espírito, a alegria e a paz que nenhum motivo humano poderá arrancar-nos, porque estas visitas deixam sempre em nós algo de Seu, algo divino. Louvaremos o Senhor Nosso Deus que efectuou em nós coisas admiráveis e compreenderemos que fomos criados com capacidade de possuir um tesouro infinito.

306
        
A Santíssima Trindade

Tínhamos começado com orações vocais, simples, encantadoras, que aprendemos na nossa meninice e que gostaríamos de não perder jamais.
A oração, que começou com essa ingenuidade pueril, desenvolve-se agora em caudal largo, manso e seguro, porque acompanha a nossa amizade com Aquele que afirmou: «Eu sou o caminho».
Se amarmos Cristo assim, se com divino atrevimento nos refugiarmos na abertura que a lança deixou no Seu peito, cumprir-se-á a promessa do Mestre: «qualquer que me ame observará a minha doutrina e meu Pai o amará e viremos a ele e nele faremos morada».

O coração sente então a necessidade de distinguir e adorar cada uma das pessoas divinas.
De certo modo, é uma descoberta que a alma faz na vida sobrenatural, como as de uma criancinha que vai abrindo os olhos à existência. E entretém-se amorosamente com o Pai e com o Filho e com o Espírito Santo; e submete-se facilmente à actividade do Paráclito vivificador, que se nos entrega sem o merecermos: Os dons e as virtudes sobrenaturais!

307
        
Corremos como o veado que anseia pelas fontes da água; com sede, a boca gretada pela secura.
Queremos beber nesse manancial de água viva. Sem atitudes extrava­gantes, mergulhamos ao longo do dia nesse caudal abundante e claro de águas frescas que saltam até à vida eterna.
As palavras tornam-se supérfluas, porque a língua não consegue expressar-se; o entendimento aquieta-se.
Não se discorre, olha-se!
E a alma rompe outra vez a cantar um cântico novo, porque se sente e se sabe também olhada amorosamente por Deus a toda a hora.

Não me refiro a situações extraordinárias.
São, podem muito bem ser, fenómenos ordinários da nossa alma: uma loucura de amor que, sem espectáculo, sem extravagâncias, nos ensina a sofrer e a viver, porque Deus nos concede a Sabedoria.
Que serenidade, que paz então, metidos no caminho estreito que conduz à vida.

308
        
Ascética?
Mística?
Não me interessa.
Seja o que for, ascética ou mística, que importa?
É mercê de Deus.
Se procuras meditar, o Senhor não te negará a sua assistência.
Fé e obras de fé!
Obras, porque o Senhor - tu já reparaste nisso desde o princípio e eu já to fiz notar a seu tempo - cada dia é mais exigente.
Isto já é contemplação e união; e assim há-de ser a vida de muitos cristãos, avançando cada um pela sua própria via espiritual - são infinitas - no meio dos afazeres deste mundo, mesmo sem se darem conta disso.

Uma oração e uma conduta que não nos afastam das nossas actividades correntes, que nos conduzem a Nosso Senhor no meio dos nossos nobres empenhos terrenos.
Ao elevar a Deus todas essas ocupações, a criatura diviniza o mundo. Tenho falado tantas vezes do mito do rei Midas que convertia em ouro tudo aquilo em que tocava!
Podemos converter em ouro de méritos sobrenaturais tudo o que tocamos, apesar dos nossos erros pessoais.

309
        
Assim actua o Nosso Deus.
Quando aquele filho regressa, depois de ter gasto o seu dinheiro, vi­vendo mal, depois - sobretudo - de se ter esquecido do pai, o pai diz: «depressa, trazei aqui o vestido mais rico e vesti-lho e colocai-lhe um anel no dedo; calçai-lhe as sandálias. Tomai um vitelo gordo, matai-o e comamos e celebremos um banquete».
O Nosso Pai, Deus, quando recorremos a Ele com arrependimento, tira riqueza da nossa miséria e força da nossa debilidade.
Que preparará para nós, se não O abandonarmos, se O procurarmos todos os dias, se Lhe dirigirmos palavras carinhosas confirmadas pelas nossas acções, se Lhe pedirmos tudo, confiados na Sua omnipotência e na Sua misericórdia?
Só por o filho voltar a Ele, depois de o atraiçoar, prepara um banquete. Que nos concederá, a nós, que procurámos ficar sempre ao Seu lado?

Longe da nossa conduta, portanto, a lembrança das ofensas que nos tenham feito, das humilhações que tenhamos padecido - por mais injustas, grosseiras e rudes que tenham sido - porque é impróprio de um filho de Deus ter um registo preparado para apresentar depois uma lista de ofensas.
Não podemos esquecer o exemplo de Cristo.
Não se muda a nossa fé cristã como quem muda um vestido: pode enfraquecer ou robustecer-se ou perder-se.
Com esta vida sobrenatural revigora-se a fé e a alma aterra-se ao considerar a miserável nudez humana sem o auxílio divino.
E perdoa e agradece: meu Deus, se contemplo a minha pobre vida não encontro nenhum motivo de vaidade e menos ainda de soberba; só encontro abundantes razões para viver sempre humilde e compungido.
Sei bem que a melhor nobreza é servir.




Deus está junto de nós continuamente


É preciso convencermo-nos de que Deus está junto de nós continuamente. Vivemos como se O Senhor estivesse lá longe, onde brilham as estrelas, e não consideramos que também está sempre ao nosso lado. E está como um pai amoroso - quer mais a cada um de nós do que todas as mães do mundo podem querer a seus filhos - ajudando-nos, inspirando-nos, abençoando... e perdoando. Quantas vezes fizemos desanuviar a fronte dos nossos pais, dizendo-lhes, depois de uma travessura: Não torno a fazer mais!...Talvez naquele mesmo dia tenhamos tornado a cair... E o nosso pai, com fingida dureza na voz, de cara séria, repreende-nos... ao mesmo tempo que se enternece o seu coração, conhecedor da nossa fraqueza, pensando: Pobre rapaz, que esforços faz para se portar bem! É necessário que nos embebamos, que nos saturemos de que É Pai e muito Pai nosso, O Senhor que está junto de nós e nos Céus. (Caminho, 267)

Descansai na filiação divina. Deus É um Pai cheio de ternura, de amor infinito. Chama-Lhe Pai muitas vezes durante o dia e diz-lhe - a sós, na intimidade do teu coração - que O amas, que O adoras, que sentes o orgulho e a força de seres Seu filho. Tudo isto pressupõe um autêntico programa de vida interior, que é preciso canalizar através das tuas relações de piedade com Deus - poucas, mas constantes, insisto - que te permitirão adquirir os sentimentos e as maneiras de um bom filho.
Devo prevenir-te, no entanto, contra o perigo da rotina - verdadeiro sepulcro da piedade - a qual se apresenta frequentemente disfarçada com ambições de realizar ou empreender gestas importantes, enquanto se descuida comodamente a devida ocupação quotidiana. Quando notares essas insinuações, põe-te diante Do Senhor com sinceridade. Pensa se não te terás aborrecido de lutar sempre nas mesmas coisas, porque na realidade não estavas à procura de Deus. Vê se não terá decaído a tua perseverança fiel no trabalho, por falta de generosidade, de espírito de sacrifício. Nesse caso, as tuas normas de piedade, as pequenas mortificações, a actividade apostólica que não produz fruto imediato parecem-te tremendamente estéreis. Estamos vazios e talvez comecemos a sonhar com novos planos, para calar a voz do nosso Pai do Céu, que exige de nós uma lealdade total. E, com um pesadelo de grandezas na alma, lançamos no esquecimento a realidade mais certa, o caminho que sem dúvida nos conduz direitos à santidade. Aí temos um sinal evidente de que perdemos o ponto de vista sobrenatural, a convicção de que somos meninos pequenos, a persuasão de que o nosso Pai fará em nós maravilhas, se recomeçarmos com humildade. (Amigos de Deus, 150)

Pequena agenda do cristão

SeGUNDa-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?