26/03/2021

São Josemaria – Textos Março 26

 


Estou com Ele no tempo da adversidade

Ainda que tudo se vá abaixo e se acabe; ainda que os acontecimentos se sucedam ao contrário do previsto, com tremenda adversidade; nada se ganha perturbando-se. Além disso, recorda a oração confiante do profeta: "O Senhor é o nosso Juiz; o Senhor é o nosso Legislador; o Senhor é o nosso Rei; Ele é quem nos há-de salvar". Reza-a devotamente, todos os dias, para acomodar a tua conduta aos desígnios da Providência, que nos governa para nosso bem. (Forja, 855)

Quando a tentação do desânimo, dos contrastes, da luta, da tribulação, de uma nova noite da alma nos ataca – violenta –, o salmista põe-nos nos lábios e na inteligência aquelas palavras: estou com Ele no tempo da adversidade. Jesus, perante a Tua Cruz, que vale a minha; perante as Tuas feridas, os meus arranhões? Perante o Teu Amor imenso, puro e infinito, que vale o minúsculo fardo que Tu colocaste sobre os meus ombros? E os vossos corações e o meu enchem-se de uma santa avidez, confessando-Lhe – com obras – que morremos de Amor. Nasce uma sede de Deus, uma ânsia de compreender as Suas lágrimas; de ver o Seu sorriso, o Seu rosto... Julgo que o melhor modo de o exprimir é repetir novamente, com a Escritura: como o veado deseja a fonte das águas, assim a minha alma te anela, ó meu Deus! E a alma avança, metida em Deus, endeusada: o cristão tornou-se um viajante sedento, que abre a boca às águas da fonte. Com esta entrega, o zelo apostólico ateia-se, aumenta dia-a-dia – pegando esta ânsia aos outros – porque o bem é difusivo. Não é possível que a nossa pobre natureza, tão perto de Deus, não arda em desejos de semear no mundo inteiro a alegria e a paz, de regar tudo com as águas redentoras que brotam do lado aberto de Cristo, de começar e acabar todas as tarefas por Amor. Falava antes de dores, de sofrimentos, de lágrimas. E não me contradigo se afirmo que, para um discípulo que procura amorosamente o Mestre, é muito diferente o sabor das tristezas, das penas, das aflições: desaparecem imediatamente, quando aceitamos deveras a Vontade de Deus, quando cumprimos com gosto os Seus desígnios, como filhos fiéis, ainda que os nervos pareçam rebentar e o suplício pareça insuportável. (Amigos de Deus, 310–311)

Leitura Espiritual Mar 27

 


Novo Testamento

 

Evangelho

 

Lc XIII, 6-30

 

A figueira estéril

6 Disse-lhes, também, a seguinte parábola: «Um homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e foi lá procurar frutos, mas não os encontrou. 7 Disse ao encarregado da vinha: ‘Há três anos que venho procurar fruto nesta figueira e não o encontro. Corta-a; para que está ela a ocupar a terra?’ 8 Mas ele respondeu: ‘Senhor, deixa-a mais este ano, para que eu possa escavar a terra em volta e deitar-lhe estrume. 9 Se der frutos na próxima estação, ficará; senão, poderás cortá-la.’»

 

Cura da mulher encurvada

10 Um dia de sábado, ensinava Jesus numa sinagoga. 11 Estava lá certa mulher doente por causa de um espírito, há dezoito anos: andava curvada e não podia endireitar-se completamente. 12 Ao vê-la, Jesus chamou-a e disse-lhe: «Mulher, estás livre da tua enfermidade.» 13 E impôs-lhe as mãos. No mesmo instante, ela endireitou-se e começou a dar glória a Deus. 14 Mas o chefe da sinagoga, indignado por ver que Jesus fazia uma cura ao sábado, disse à multidão: «Seis dias há, durante os quais se deve trabalhar. Vinde, pois, nesses dias, para serdes curados e não em dia de sábado.» 15 Replicou-lhe o Senhor: «Hipócritas, não solta cada um de vós, ao sábado, o seu boi ou o seu jumento da manjedoura e o leva a beber? 16 E esta mulher, que é filha de Abraão, presa por Satanás há dezoito anos, não devia libertar-se desse laço, a um sábado?» 17 Dizendo isto, todos os seus adversários ficaram envergonhados, e a multidão alegrava-se com todas as maravilhas que Ele realizava.

 

O grão de mostarda e o fermento

18 Disse, então: «A que é semelhante o Reino de Deus e a que posso compará-lo? 19 É semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e deitou no seu quintal. Cresceu, tornou-se uma árvore e as aves do céu vieram abrigar-se nos seus ramos.» 20 Disse ainda: «A que posso comparar o Reino de Deus? 21 É semelhante ao fermento que certa mulher tomou e misturou com três medidas de farinha, até ficar levedada toda a massa.»

 

A porta estreita

22 Jesus percorria cidades e aldeias, ensinando e caminhando para Jerusalém. 23 Disse-lhe alguém: «Senhor, são poucos os que se salvam?» Ele respondeu-lhes: 24 «Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir. 25 Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, ficareis fora e batereis, dizendo: ‘Abre-nos, Senhor!’ Mas ele há-de responder-vos: ‘Não sei de onde sois.’ 26 Começareis, então, a dizer: ‘Comemos e bebemos contigo e Tu ensinaste nas nossas praças.’ 27 Responder-vos-á: ‘Repito-vos que não sei de onde sois. Apartai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade.’ 28 Lá haverá pranto e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacob e todos os profetas no Reino de Deus, e vós a serdes postos fora. 29 Hão-de vir do Oriente, do Ocidente, do Norte e do Sul, sentar-se à mesa no Reino de Deus. 30 E há últimos que serão dos primeiros e primeiros que serão dos últimos.»

 

Texto

 


MENSAGEM DE SUA SANTIDADE

JOÃO PAULO II

PARA A QUARESMA DE 1993

 

«Tenho sede» (Jo 19,28)

 

Amados irmãos e irmãs,

 

1. Durante o santo tempo da Quaresma, a Igreja retoma mais uma vez o caminho que conduz à Páscoa. Guiada por Jesus e seguindo os seus passos ela envolve-nos na travessia do deserto.

 

A história da Salvação deu ao deserto um significado religioso e profundo. Conduzido por Moisés e mais tarde iluminado por outros profetas, o Povo eleito pôde, através de privações e sofrimentos, experimentar a presença fiel de Deus e da sua misericórdia; alimentou-se com o pão descido do céu e extinguiu a sede com a água que brotava da rocha; o Povo de Deus cresceu na fé e na experiência do evento do Messias redentor.

 

Foi também no deserto que João Baptista pregou e as multidões acorreram a ele para receber, nas águas do Jordão, o baptismo de penitência: o deserto foi um lugar de conversão para acolher Aquele que vem para vencer a desolação e a morte ligadas ao pecado. Jesus, o Messias dos pobres que ele cumula de bens (cf. Lc 1, 53), deu início à sua missão assumindo a condição daquele que tem fome e sede no deserto.

 

Amados irmãos e irmãs, convido-vos, ao longo desta Quaresma, a meditar a Palavra de vida deixada por Cristo à sua Igreja a fim de que ilumine o itinerário de cada um dos seus membros. Reconhecei a voz de Jesus que vos fala, especialmente neste tempo de Quaresma, no Evangelho, nas celebrações litúrgicas, nas exortações dos vossos pastores. Escutai a voz de Jesus que, aflito pela fadiga e pela sede diz à Samaritana junto da fonte de Jacó: "dá-me de beber" (Jo 4, 7). Contemplai Jesus pregado na cruz, expirando, e escutai a sua voz apenas perceptível: "Tenho sede" (Jo 19, 28). Hoje Cristo repete o seu apelo e revive os tormentos da sua agonia nos nossos irmãos e nos pobres.

 

Convidando-nos, com a vivência da Quaresma, a percorrer os caminhos do amor e da esperança traçados por Cristo, a Igreja ajuda-nos a compreender que a vida cristã comporta o desapego dos bens supérfluos, a aceitação da pobreza que nos liberta e que nos dispõe a descobrir a presença de Deus e a acolher os nossos irmãos com solidariedade cada vez mais activa e em comunhão cada vez mais ampla.

 

Recordai, pois, a palavra do Senhor: "Quem der, nem que seja um copo de água fria a um destes pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa" (Mt 10, 42). Meditai com todo o coração e com esperança naquelas outras palavras: "Vinde, benditos de meu Pai,... pois tive sede e me destes de beber" (Mt 25, 34-35).

 

Durante a Quaresma de 1993, para concretizar a solidariedade e a caridade fraterna associadas à busca espiritual deste tempo forte do ano litúrgico, peço aos membros da Igreja que volvam particular atenção aos homens e mulheres, provados pela desertificação dramática das suas terras e àqueles que, em demasiadas regiões do mundo, têm falta deste bem elementar, mas indispensável à vida, que é a água.

 

Sentimo-nos inquietos por ver que hoje o deserto avança e abrange terras que ainda ontem eram prósperas e férteis. Não podemos esquecer que, em muitos casos, o próprio homem foi causa da esterilização de terras que se tornaram desertas e da poluição de águas que antes eram sãs. Quando não se respeitam os bens da terra, quando se abusa deles, age-se de maneira injusta e até mesmo criminosa, porque as consequências são miséria e morte para muitos nossos irmãos e irmãs.

 

Preocupa-nos também profundamente ver que inteiros povos, milhões de seres humanos, estão reduzidos à indigência, padecem a fome e são atingidos por doenças porque privados de água potável. De facto, a fome e numerosas doenças estão intimamente relacionadas com a seca e a poluição das águas. Lá onde as chuvas são raras e onde as nascentes de água secam, a vida torna-se mais frágil e diminui até desaparecer. Zonas imensas da Africa são atingidas por este flagelo; mas o mesmo verifica-se também nalgumas regiões da América Latina e da Austrália.

 

Além disso, está à vista de todos que o desenvolvimento industrial anárquico e o emprego de tecnologias que rompem o equilíbrio natural, causaram prejuízos graves ao ambiente, provocando sérias catástrofes. Corremos o risco de deixar em herança às gerações futuras, em muitas partes do mundo, o drama da sede e do deserto.

 

Convido-vos calorosamente a ajudar com generosidade as instituições, as organizações e as obras sociais que se ocupam das populações aflitas por carestias ou pela sede e submetidas às dificuldades da desertificação crescente. Exorto-vos igualmente a colaborar com todos aqueles que se esforçam por analisar cientificamente todos os factores da desertificação e por descobrir os meios para lhe pôr remédio.

 

Oxalá a generosidade activa dos filhos e das filhas da Igreja, bem como de todos os homens e mulheres de boa vontade, possa apressar a realização da profecia de Isaías: "Porque a água jorrará do deserto, e rios, da estepe. A terra seca se transformará em brejo, e a terra árida em mananciais de água" (35, 6-7)!

 

De todo o coração vos abençoo, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

 

Vaticano, 18 de Setembro de 1992.

 

IOANNES PAULUS PP. II

 

 

© Copyright - Libreria Editrice Vaticana

 

Leitura Espiritual Mar 26

 


Novo Testamento

 

Evangelho

 

Lc XII, 42-59; Lc XIII, 1-5

 

Exortação à vigilância

42 O Senhor respondeu: «Quem será, pois, o administrador fiel e prudente a quem o senhor pôs à frente do seu pessoal para lhe dar, a seu tempo, a ração de trigo? 43 Feliz o servo a quem o senhor, quando vier, encontrar procedendo assim. 44 Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens. 45 Mas, se aquele administrador disser consigo mesmo: ‘O meu senhor tarda em vir’ e começar a espancar servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se, 46 o senhor daquele servo chegará no dia em que ele menos espera e a uma hora que ele não sabe; então, pô-lo-á de parte, fazendo-o partilhar da sorte dos infiéis. 47 O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou e não agiu conforme os seus desejos, será castigado com muitos açoites. 48 Aquele, porém, que, sem a conhecer, fez coisas dignas de açoites, apenas receberá alguns. A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito será pedido.»

 

Por Jesus ou contra Jesus

49 «Eu vim lançar fogo sobre a terra; e como gostaria que ele já se tivesse ateado! 50 Tenho de receber um baptismo, e que angústias as minhas até que ele se realize! 51 Julgais que Eu vim estabelecer a paz na Terra? Não, Eu vo-lo digo, mas antes a divisão. 52 Porque, daqui por diante, estarão cinco divididos numa só casa: três contra dois e dois contra três; 53 vão dividir-se: o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra.» 54 Dizia também às multidões: «Quando vedes uma nuvem levantar-se do poente, dizeis logo: ‘Vem lá a chuva’; e assim sucede. 55 E quando sopra o vento sul, dizeis: ‘Vai haver muito calor’; e assim acontece. 56 Hipócritas, sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu; como é que não sabeis reconhecer o tempo presente?» 57 «Porque não julgais por vós mesmos, o que é justo? 58 Por isso, quando fores com o teu adversário ao magistrado, procura resolver o assunto no caminho, não vá ele entregar-te ao juiz, o juiz entregar-te ao oficial de justiça e o oficial de justiça meter-te na prisão. 59 Digo-te que não sairás de lá, antes de pagares até ao último centavo.»

 

Necessidade da penitência

XIII 1 Nessa ocasião, apareceram alguns a falar-lhe dos galileus, cujo sangue Pilatos tinha misturado com o dos sacrifícios que eles ofereciam. 2 Respondeu-lhes: «Julgais que esses galileus eram mais pecadores que todos os outros galileus, por terem assim sofrido? 3 Não, Eu vo-lo digo; mas, se não vos converterdes, perecereis todos igualmente. 4 E aqueles dezoito sobre os quais caiu a torre de Siloé, matando-os, eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? 5 Não, Eu vo-lo digo; mas, se não vos converterdes, perecereis todos da mesma forma.»

 

Texto

 


MENSAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II

PARA A QUARESMA DE 1991

 

 Amados irmãos e irmãs em Cristo:

 

A grande Encíclica de Leão XIII, a Rerum Novarum, da qual se comemora o centenário, iniciou um novo capítulo da doutrina social da Igreja. Pois bem, uma constante deste ensinamento é também o convite infatigável ao empenho solidário, tendente a debelar a pobreza e o subdesenvolvimento em que vivem milhões de seres humanos.

 

Não obstante a criação, com os seus bens, seja destinada a todos, hoje grande parte da humanidade continua a sofrer sob o peso intolerável da miséria. Numa tal situação há necessidade de caridade e solidariedade vividas, como afirmei na Encíclica Sollicitudo rei socialis, para significar quanto seja urgente actuar para o bem dos outros, e estarmos prontos a esquecer-nos de nós mesmos – no sentido evangélico – para servirmos os outros, em vez de os oprimir para nosso proveito.

 

1. Neste tempo de Quaresma dirigimo-nos de novo a Deus, rico de misericórdia, fonte de todo o bem, para lhe pedir que nos liberte do nosso egoísmo, e nos dê um coração novo e um novo espírito.

 

A Quaresma, e o período pascal que vem a seguir, põem diante de nós a identificação total de Nosso Senhor Jesus Cristo com os pobres. O filho de Deus, que se fez pobre por nosso amor, identifica-se com aqueles que sofrem. Esta identificação plena encontra a sua expressão mais evidente nas palavras do Senhor: «Todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequenos, foi a mim mesmo que o fizestes» (Mt 25, 40).

 

2. No ápice da Quaresma, a Quinta-feira Santa, a Liturgia recorda-nos a instituição da Eucaristia, memorial da paixão, morte e ressurreição de Cristo. É aqui, neste sacramento no qual a Igreja celebra a profundidade da sua fé, que devemos ir buscar a consciência viva de Cristo pobre, sofredor, perseguido. Aquele Cristo, Jesus, que tanto nos amou ao ponto de dar a sua vida por nós e que se dá a nós na Eucaristia como alimento de vida eterna, é o mesmo Cristo que nos convida a vê-lo no corpo e na vida daqueles pobres, com os quais manifestou a sua plena solidariedade.

 

São João Crisóstomo colheu magistralmente esta identificação, afirmando: «Se quiserdes honrar o Corpo de Cristo, não o desprezeis quando está nu; não honreis Cristo eucarístico com paramentos de seda, ignorando aquele outro Cristo que, fora dos muros da Igreja, sofre o frio e a nudez» (cf. Om. in Mattaheum, n. 50, 3-4, PG 58).

 

3. Neste tempo de Quaresma é bom reflectir sobre a parábola do rico opulento e de Lázaro. Todos os homens são chamados a participar no banquete dos bens da vida, e todavia tantos encontram-se ainda fora da porta, como Lázaro, enquanto «os cães iam lamber-lhe as feridas» (Lc 16, 11).

 

Se ignorássemos a multidão imensa de pessoas humanas que não só estão privadas do estricto necessário para viver (alimento, casa, assistência médica) mas que não têm sequer a esperança num futuro melhor, tornar-nos-íamos como o rico opulento que finge não ver o pobre Lázaro (cf. Lc 16, 19-31).

 

Devemos, por isso, ter bem impressa nos olhos a imagem da miséria assustadora, que aflige tantas partes do mundo; e por isso, com esta intenção, repito o apelo que – em nome de Jesus Cristo e em nome de toda a humanidade – dirigi a todos os homens durante a minha última visita ao Sahel: «Como julgará a história uma geração que, tendo todos os meios para nutrir (aquelas populações) do planeta, com indiferença fratricida se recusa a fazê-lo?... Como pode deixar de ser um deserto, um mundo no qual a pobreza não encontra um amor capaz de dar a vida?» (cf. L'Osservatore Romano, 31 de Janeiro de 1990, p. 6).

 

Volvendo o nosso olhar para Jesus Cristo, o bom Samaritano, não podemos esquecer que – desde a pobreza da manjedoura à espoliação total da Cruz – Ele se fez um com os últimos. Ensinou-nos o desapego das riquezas, a confiança em Deus, a disponibilidade à partilha. Exorta-nos a volver o olhar para os nossos irmãos e irmãs, que vivem na miséria e no sofrimento, com o espírito de quem - pobre - sabe que depende totalmente de Deus e Dele tem necessidade absoluta. O modo como nos comportamos será a verdadeira, autêntica medida do nosso amor a Ele, fonte de vida e de amor, e sinal de nossa fidelidade ao seu Evangelho. Que a Quaresma aumente em todos esta consciência e este empenho de caridade, para que não passe em vão mas nos conduza, verdadeiramente renovados, para a alegria da Páscoa.

 

 

IOANNES PAULUS PP. II

 

 

© Copyright - Libreria Editrice Vaticana

 

 

 

 

Ano de São José

 


A fé, o amor e a esperança de José

A justiça não consiste na mera submissão a uma regra; a rectidão deve nascer de dentro, deve ser profunda, vital, porque o justo vive da fé. Viver da fé: estas palavras que foram, mais tarde, tema frequente de meditação para o apóstolo São Paulo, vêem-se realizadas superabundantemente em São José. O seu cumprimento da vontade de Deus não é rotineiro nem formalista, mas espontâneo e profundo. A lei que todo o judeu praticante vivia não foi para ele um simples código nem uma fria recompilação de preceitos, mas expressão da vontade de Deus vivo. Por isso, soube reconhecer a voz do Senhor quando esta se lhe manifestou inesperada e surpreendente. (São Josemaria, Cristo que passa, 41)

Perguntas e respostas

 


A FECUNDAÇAO IN VITRO

A. DADOS SOBRE A FECUNDAÇÃO IN VITRO

1. Como se faz a fecundação in vitro?

 

As etapas que se seguem na FIVET (Fecundação In Vitro e Transferência do Embrião) são:

Obtenção de espermatozóides e oócitos, que se depositam várias horas numa solução de cultivo de um recipiente em cristal, um vitro, até que se comprove a fecundação.

Trasladação dos embriões para outra cultura onde se incubam por alguns dias.

Selecção de embriões sãos e eliminação dos restantes. Os sãos dividem-se em dois grupos.

Uns transferem-se para a mulher. Os restantes congelam-se a -196 C para usos posteriores.

Reflexão na Quaresma

 


No tempo de Quaresma que estamos a viver, o cristão é convidado a preparar-se para a Páscoa da Ressurreição de Jesus Cristo, vivendo de forma algo diferente do habitual nomeadamente na contenção dos divertimentos e exageros, fazendo alguns actos de mortificação voluntária que ajudarão a melhor corresponder a esse convite procurando imitar o Salvador ao retirar-se para o deserto durante quarenta dias.

Para concretizar, NUNC COEPI sugere que, pelo menos nos dias de Sexta-Feira, se abstenha ou, pelo menos modere o visionamento da televisão.

Pequena agenda do cristão

      

Sexta-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?

Pequena agenda do cristão

  


Quinta-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?