14/12/2017

Adoro-te, amo-te, aumenta-me a fé

Quando o receberes, diz-lhe: – Senhor, espero em Ti; adoro-te, amo-te, aumenta-me a fé. Sê o apoio da minha debilidade, Tu, que ficaste na Eucaristia, inerme, para remediar a fraqueza das criaturas. (Forja, 832)


Assistindo à Santa Missa, aprenderemos a falar, a privar com cada uma das Pessoas divinas: com o Pai, que gera o Filho, que é gerado pelo Pai; e com o Espírito Santo, que procede dos dois. Habituando-nos a privar intimamente com qualquer uma das três Pessoas, privaremos com um único Deus. E se falarmos com as três, com a Trindade, privaremos também com um só Deus, único e verdadeiro. Amai a Santa Missa, meus filhos, amai a Santa Missa! E que cada um de vós comungue com ardor, mesmo que se sinta gelado, mesmo que não haja correspondência por parte da emotividade. Comungai com fé, com esperança e com caridade inflamada.

Não ama Cristo quem não ama a Santa Missa e quem não se esforça no sentido de a viver com serenidade e sossego, com devoção e com carinho. 0 amor transforma aqueles que estão apaixonados em pessoas de sensibilidade fina e delicada. Leva-os a descobrir, para que se não esqueçam de os pôr em prática, pormenores que são por vezes mínimos, mas que trazem a marca de um coração apaixonado. É assim que devemos assistir à Santa Missa. Por este motivo, sempre pensei que aqueles que querem ouvir uma missa rápida e atabalhoada demonstram com essa atitude, já de si pouco elegante, que não conseguiram aperceber-se do significado do Sacrifício do altar.


O amor a Cristo, que se oferece por nós, anima-nos a saber encontrar, uma vez terminada a Santa Missa, alguns minutos de acção de graças pessoal e íntima, que prolonguem no silêncio do coração essa outra acção de graças que é a Eucaristia. (Cristo que passa, nn. 91–92)

Temas para meditar

A força do Silêncio, 112


Sem as amarras do silêncio, a vida é um, movimento deprimente numa pequena barca frágil incessantemente batida pela violência das correntes.

O silêncio é o muro exterior que devemos erguer para proteger o edifício interior.



CARDEAL ROBERT SARAH

Evangelho e comentário

Tempo do Advento

São João da Cruz – Doutor da Igreja

Evangelho: Mt 11, 11-15

11 Em verdade vos digo: Entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista; e, no entanto, o mais pequeno no Reino do Céu é maior do que ele. 12 Desde o tempo de João Baptista até agora, o Reino do Céu tem sido objecto de violência e os violentos apoderam-se dele à força. 13 Porque todos os Profetas e a Lei anunciaram isto até João. 14 E, quer acrediteis ou não, ele é o Elias que estava para vir. 15 Quem tem ouvidos, oiça!»

Comentário:


Talvez não e, por isso mesmo, o Senhor termina com um apelo:
«Quem tem ouvidos, oiça!»

Isto como se dissesse: Perguntai o que não sabeis, esclarecei o que não entenderdes, não vos fiqueis na dúvida, na interrogação, dando voltas à imaginação. Se quiserdes e assim pedirdes, tudo vos será explicado com meridiana clareza.


(AMA comentário sobre Mt 11, 11-15, 11.09.2017)






Reflectindo

Abatimento


É o que se costuma chamar quando nos encontramos num estado de espírito em que não nos apetece fazer o que for.

A palavra em si pode significar desmoronamento, ruína, perda.

E, é bem verdade porque, quem se sente assim, fica quase apático, condicionado, incapaz de fazer algo positivo.

Remédio?

Não conheço outro: pedir ao Anjo da Guarda, auxílio urgente.



(AMA, reflexões, 09.08.2017)

Leitura espiritual

A PAZ NA FAMÍLIA

INTRODUÇÃO

DESEJOS DE PAZ

Se perguntarmos a uma pessoa recém-casada qual é o bem que mais deseja na
família, provavelmente responderá:
– O amor.
Se fizermos a mesma pergunta a um homem ou a uma mulher já maduros, com longos anos de convivência familiar, é provável que nos responda:

A paz.

Nem todos dirão isso, certamente, mas muitos, sim. É que os anos de convívio entre marido e mulher, e entre pais e filhos, vão evidenciando, com luminosa clareza, que a paz é um bem inestimável, tanto mais precioso quanto mais frágil e difícil é de conseguir e de conservar.
– Paz! Pelo amor de Deus, quero paz lá em casa! – dizem alguns, com gemidos de náufrago que já não aguenta mais segurar-se numa tábua no meio da tormenta.
Têm ampla experiência das agruras da “guerra”: desavenças, incompreensões, brigas, maus humores, recriminações, injustiças, teimosias, desafios, reclamações monótonas...
A esses, a harmonia parece-lhes um sonho que lhes escapou das mãos há muito tempo, como se fosse um balão perdido no espaço, sem meio algum de o recuperar.
A harmonia familiar é um ideal que essas pessoas entristecidas amam, com um amor ardente e dolorido, unido à convicção amarga de que a paz familiar estável não existe na terra ou, caso exista, é uma lotaria que não os contemplou.
Uma lotaria, uma questão de sorte.
É assim que muitos vêem as alegrias da paz familiar.
Uns são agraciados e outros não.
Qualquer pessoa – pai, mãe, filho – que se queixa da falta de paz familiar costuma dispor de uma explicação para essa infelicidade: a má sorte de ter que conviver com um cônjuge ou filhos – ou pais – de caráter difícil, de temperamento insuportável, de...
Instintivamente, o queixume pela falta de paz toma a forma de uma acusação.
Sabemos bem quem são os culpados, e sabemos bem de que males são culpados.
É a grosseria do marido, é a indisciplina e o desrespeito dos filhos, é a tirania irracional dos pais...
Ou, então: “É que não me compreendem, não me escutam, não acreditam em mim, não têm responsabilidade, não têm ordem, gritam à toa, ofendem...
Assim, não é possível ter paz!”
Em face dessa tendência para a acusação dos outros, parece-me muito sugestivo o seguinte comentário de um escritor brasileiro:
“Nos casos de conflitos entre pessoas (o autor está tratando do divórcio), asseveramos que a única solução, o único termo ou desenlace perfeito só pode ser atingido quando se chega à confrontação leal e verídica de um sentimento de culpa. Um desentendimento jamais poderá ser resolvido se as partes obstinadamente fogem dessa confrontação. Consegue-se um apaziguamento com evasivas, com fórmulas conciliatórias como aquela: «ninguém tem culpa»; mas só se consegue uma cura profunda e fecunda no momento em que cada parte queixosa seja capaz de um duplo ato moral: o do reconhecimento de sua culpa, na base de uma genuína humildade; e o da ciência proporcionada e justa da culpa alheia, num ato de misericórdia, predisposto ao perdão [...].
O remédio específico para os humanos desentendimentos não pode ser puramente psicológico. Há de ser moral, e não é outro senão o acto de humildade e o acto de generosidade” [i].

É um conselho lúcido e muito útil.
Sim. Quando cambaleia ou naufraga a paz familiar, a primeira coisa que devemos fazer é deixar de lado toda e qualquer acusação, por objetiva e justa que pareça, e começar pela tarefa humilde de reconhecer as nossas culpas:
“Qual é a minha parte de culpa no mal-estar familiar?”
Ninguém nos pede que assumamos toda a culpa, mas sim que comecemos por enxergá-la e aceitá-la sem desculpas, como passo prévio para conquistar ou reconquistar a paz no lar.
Depois disso, poderemos dar o segundo passo, o da ponderação serena e objetiva da culpa alheia, e então estaremos em condições de encarar essa culpa com a disposição generosa de compreender e perdoar, de corrigir e ajudar.

AS CORDAS DO CORAÇÃO

Uma comparação simples pode ajudar-nos a perceber melhor a conveniência de começar reconhecendo a nossa culpa.
O coração humano pode ser comparado a um instrumento de cordas. Imagine, se quiser, um violino, uma harpa, ou um piano, que tem cordas também.
É claro que, para extrair do instrumento uma música harmoniosa – uma sinfonia, uma rapsódia, uma sonata –, é necessário um bom intérprete.
Mas não adianta dispor do melhor intérprete do mundo, se o instrumento tem as cordas soltas ou mal afinadas.
Por mais que o virtuoso se esforce, só conseguirá dissonâncias roucas ou estridentes, ruídos abafados, cacofonias.
A primeira coisa que fazem os músicos de uma orquestra, antes de que o regente levante a batuta e imponha o silêncio expectante do início do concerto, é afinar os instrumentos. Qualquer amante da música lembra-se desses barulhinhos inconfundíveis de violoncelos, violinos e contrabaixos a regular as cordas.
Pois bem, o coração também tem as suas cordas.

Umas cordas que se chamam virtudes ou defeitos.
São as cordas da humildade ou do orgulho, da fortaleza ou da moleza, da preguiça ou da laboriosidade, do otimismo ou do pessimismo, da generosidade ou da mesquinhez...

Virtudes que soam bem, ou defeitos que soam mal.

(cont)

FRANCISCO FAUS [ii]





[i] Gustavo Corção, Claro Escuro, 3a. ed., Agir, Rio de Janeiro, 1963, pág. 105;
[ii] Francisco Faus é licenciado em Direito pela Universidade de Barcelona e Doutor em Direito Canónico pela Universidade de São Tomás de Aquino de Roma. Ordenado sacerdote em 1955, reside em São Paulo, onde exerce uma intensa atividade de atenção espiritual entre estudantes universitários e profissionais. Autor de diversas obras literárias, algumas delas premiadas, já publicou na coleção Temas Cristãos, os títulos:
O valor das dificuldades;
O homem bom;
Lágrimas de Cristo, lágrimas dos homens;
A língua;
A paciência;
A voz da consciência.

Pequena agenda do cristão

Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?