23/04/2016

Publicações Abr 23

Publicações Abr 23

São Josemaria – Textos

AMA - Comentários ao Evangelho Jo 14 7-14, Confissões - Santo Agostinho

São Tomás de Aquino – Suma Teológica, Suma Teológica - Tratado da Vida de Cristo - Do género de vida que Cristo levou - Quest 45 Art. 4

Ideologia

Pecado original

CIC – Compêndio

AT – Génesis


Agenda Sábado

Pecado original

Resultado de imagem para a origem do pecadoPor que temos que sofrer as consequências do pecado de Adão e Eva, nossos primeiros pais?

…/5

Agora, se por um lado, em Adão todos pecaram, continua o Apóstolo, “pela obediência de um só todos se tornarão justos”.

Em Cristo, o novo Adão, todos temos acesso à santidade.

Através do sacramento do Baptismo a redenção alcançada pelo Senhor Jesus Cristo com a sua Cruz e Ressurreição é aplicada a cada um de nós, e nos tornamos livres do pecado original, orientados novamente para Deus, embora as consequências deste pecado – não o pecado original – persistirão em nós, e exigirão até o final das nossas vidas um intenso combate espiritual para vivermos de forma coerente com esta nova vida divina que nos vem pelo Baptismo.

Fonte: presbíteros

(Revisão da versão portuguesa por ama)

Pequena agenda do cristão


SÁBADO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Antigo testamento / Génesis

Génesis 23

A morte de Sara

1 Sara viveu cento e vinte e sete anos e morreu em Quiriate-Arba, que é Hebrom, em Canaã; e Abraão foi lamentar e chorar por ela.

2 Depois Abraão deixou ali o corpo da sua mulher e foi falar com os hititas:

3 "Sou apenas um estrangeiro entre vocês. Cedam-me alguma propriedade para sepultura, para que eu tenha onde enterrar a minha mulher".

4 Responderam os hititas a Abraão:

5 "Ouça-nos, senhor; o senhor é um príncipe de Deus no nosso meio. Enterre a sua mulher numa das nossas sepulturas, na que lhe parecer melhor. Nenhum de nós recusará ceder-lhe sua sepultura para que enterre a sua mulher".

6 Abraão levantou-se, curvou-se perante o povo daquela terra, os hititas, e disse-lhes: "Já que me dão permissão para sepultar a minha mulher, peço que intercedam por mim junto a Efrom, filho de Zoar, a fim de que ele me ceda a caverna de Macpela, que lhe pertence e se encontra no limite do seu campo. Peçam-lhe que a ceda a mim pelo preço justo, para que eu tenha uma propriedade para sepultura entre vós".

7 Efrom, o hitita, estava sentado no meio do seu povo e respondeu a Abraão, sendo ouvido por todos os hititas que tinham vindo à porta da cidade:

8 "Não, meu senhor. Ouça-me, eu cedo-lhe o campo e também a caverna que nele está. Cedo-os na presença do meu povo. Sepulte a sua mulher".

9 Novamente Abraão se curvou perante o povo daquela terra e disse a Efrom, sendo ouvido por todos: "Ouça-me, por favor. Pagarei o preço do campo. Aceite-o, para que eu possa sepultar a minha mulher".

10 Efrom respondeu a Abraão:

11 "Ouça-me, meu senhor: aquele pedaço de terra vale quatrocentas peças de prata, mas o que significa isso entre nós? Sepulte a sua mulher".

12 Abraão concordou com Efrom e pesou-lhe o valor por ele estipulado diante dos hititas: quatrocentas peças de prata, de acordo com o peso corrente entre os mercadores.

13 Assim o campo de Efrom em Macpela, perto de Manre, o próprio campo com a caverna que nele há e todas as árvores dentro das divisas do campo, foi transferido para Abraão como sua propriedade diante de todos os hititas que tinham vindo à porta da cidade.

14 Depois disso, Abraão sepultou a sua mulher Sara na caverna do campo de Macpela, perto de Manre, que se encontra em Hebrom, na terra de Canaã.

15 Assim o campo e a caverna que nele há foram transferidos para Abraão pelos hititas como propriedade para sepultura.

(Revisão da versão portuguesa por ama)









Doutrina – 122

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
PRIMEIRA SECÇÃO: «EU CREIO» – «NÓS CREMOS»
CAPÍTULO TERCEIRO: A RESPOSTA DO HOMEM A DEUS

EU CREIO

28. Quais as características da fé?

A Fé, dom gratuito de Deus e acessível a quantos a pedem humildemente, é uma virtude sobrenatural necessária para a salvação. O acto de fé é um acto humano, isto é, um acto da inteligência do homem que, sob decisão da vontade movida por Deus, dá livremente o seu assentimento à verdade divina. Além disso, a fé é certa porque fundada sobre a Palavra de Deus; é operante «por meio da caridade» [1]; é em contínuo crescimento, graças, em especial, à escuta da Palavra de Deus e à oração. Ela faz-nos saborear, de antemão, a alegria celeste.




[1] Gal 5,6

Evangelho, comentário, L. espiritual


Páscoa

Evangelho: Jo 14, 7-14

7 Se Me conhecêsseis, também certamente conheceríeis Meu Pai; mas desde agora O conheceis e já O vistes». 8 Filipe disse-Lhe: «Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta». 9 Jesus disse-lhe: «Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não Me conheces, Filipe? Quem Me viu, viu também o Pai. Como dizes, pois: Mostra-nos o Pai? 10 Não acreditais que Eu estou no Pai e que o Pai está em Mim? As palavras que vos digo, não as digo por Mim mesmo. O Pai, que está em Mim, Esse é que faz as obras. 11 Crede em Mim: Eu estou no Pai e o Pai está em Mim. 12 Crede-o ao menos por causa das mesmas obras. «Em verdade, em verdade vos digo, que aquele que crê em Mim fará também as obras que Eu faço. Fará outras ainda maiores, porque Eu vou para o Pai. 13 Tudo o que pedirdes em Meu nome, Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 14 Se Me pedirdes alguma coisa em Meu nome, Eu a farei.

Comentário:

São João insiste repetidamente na Filiação Divina de Jesus Cristo.

Ou melhor, na identificação de Jesus Cristo como O Filho único de Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.

Porquê?

Porque de facto se não acreditarmos nestas verdades da nossa Fé então nada valerá a pena.

Acreditar em Jesus Cristo é a base de toda a vida cristã e a justificação da nossa Fé.


(ama, comentário sobre Jo 14, 7-14, 2015.05.02)  


Leitura espiritual



SANTO AGOSTINHO – CONFISSÕES

CAPÍTULO XXVII

A medida do passado

Insiste, ó minha alma, e presta grande atenção: Deus é nosso apoio. Ele é que nos criou, e não nós. Olha para lá, para o lado onde desponta a aurora da verdade.

Eis, por exemplo, que uma voz corpórea começa a ressoar, e soa, e continua vibrando e deixar de soar; faz-se silêncio, a voz calou-se, passou e deixa de existir. Antes de soar, era futura, e não podia ser medida, pois ainda não existia; e agora também não o pode, porque já não existe mais. Só poderíamos medi-la quando ressoava, porque então havia o que medir. Mas mesmo então não era estável, porque vinha e passava. E não seria isso que a tornava mensurável?

Porque enquanto passava, estendia-se por um espaço de tempo que a tornava capaz de ser medida, porque o presente não tem duração alguma.

Admitamos que foi possível medi-la; eis, suponhamos agora, uma outra voz que começa a fazer-se ouvir; vibra de modo contínuo, sem nenhuma interrupção. Meçamo-la enquanto vibra, porque no momento em que deixar de vibrar será passada, e já não poderá ser medida. Meçamo-la, então, e avaliemos a sua duração. Mas ela vibra ainda, e só pode ser medida depois do início do fenómeno, quando começa a vibrar, até ao seu fim, quando deixa de vibrar. Porque é precisamente o intervalo que separa um começo de um fim que nós medimos. Por isso, uma voz, que ainda não terminou de ressoar, escapa à medida: é impossível dizer se ela será longa ou breve, se é igual a outra, simples ou dupla, ou qual a relação que tem com essa outra.

Mas quando terminar de soar, deixará de existir. Como, então, poderemos medi-la?

De facto, medimos o tempo; mas não o tempo que ainda não existe, nem o que já não existe, nem o que não tem duração alguma, nem o que está passando. Não é, portanto, nem o futuro, nem o passado, nem o presente, nem o que não tem limites que medimos: e, contudo, medimos o tempo.

Deus creator omnium (Deus, criador de tudo quanto existe): este verso é formado de oito sílabas, alternativamente breves e longas. As quatro breves, a primeira, a terceira, a quinta e a sétima – são simples em relação às quatro longas: a segunda, a quarta, a sexta e a oitava. Cada sílaba longa tem uma duração duas vezes maior que a breve. Eu pronuncio e percebo que é assim pelo testemunho claro dos meus sentidos. E por este testemunho que é fidedigno, meço uma longa por uma breve, e noto que ela a contém duas vezes.

Mas como uma sílaba só se faz ouvir depois da outra, se a breve vem primeiro, e a longa a seguir, como poderei reter a breve, como aplicá-la à longa, para compará-las e ver que esta contém aquela duas vezes, uma vez que a longa só começa a soar quando a breve deixou de se ouvir? E a própria sílaba longa, não me é possível medi-la enquanto está soando, porque eu só poderia medi-la quando se calasse. Mas ela, ao terminar, passou. Que é pois que eu meço? Onde está a breve, que seria minha medida? Onde está a longa, que meço? Apenas vibraram, foram-se, passaram, e não existem mais. Não obstante, eu meço-as e respondo com a segurança que me pode dar um sentido bem educado, que evidentemente uma é de duração simples e a outra dupla. Mas só poderei fazê-lo depois que ambas passaram e terminaram.

Logo, eu não meço as sílabas, que não existem mais, mas algo que permanece gravado na minha memória.

É em ti, meu espírito, que meço o tempo. Não me objectes nada, pois é assim. Não te perturbes com as ondas desordenadas das tuas emoções. É em ti, digo, que meço o tempo. A impressão que as coisas na sua passagem gravam em ti, perduram ainda depois que os factos passam. O que eu meço é esta impressão presente, e não as vibrações que a produziram e se foram. É ela que meço quando meço o tempo. Portanto, ou essa impressão é o tempo, ou eu não meço o tempo.

Mas quando medimos silêncios, e dizemos que o silêncio teve a mesma duração que certa palavra, não estamos dirigindo a nossa atenção para a medida dessa palavra, como se ainda pudéssemos ouvi-la, para podermos avaliar no espaço de tempo, o intervalo do silêncio? Com efeito, por vezes, sem abrir a boca ou dizer palavra, fazemos mentalmente poemas, versos, discursos; avaliamos a extensão do seu movimento, a sua duração, uns em relação aos outros, exactamente como se usássemos a voz.

Se alguém quisesse pronunciar um som prolongado, e regular antecipadamente, em pensamento, a sua duração, estima em silêncio a medida dessa duração e, confiando à memória, começa a emitir o som, que vibra até atingir o limite fixado. Ou melhor: esse som vibrou e vibrará, porque a parte que passou soou; a que ainda resta, soará e chegará ao seu fim. A atenção presente vai lançando o futuro para o passado, e o passado cresce com a diminuição do futuro, até que, esgotado o futuro, não haja mais que passado.

CAPÍTULO XXVIII

A medida do futuro

Mas o futuro, que ainda não existe, como pode diminuir ou consumir-se? E o passado, que já não existe, como pode aumentar, a não ser por existirem no espírito, autor dessas três transformações: a espera, a atenção e a lembrança? O objecto da sua espera passa pela atenção e se transforma em lembrança.

De facto, quem ousará negar que o futuro ainda não existe? Todavia, a espera do futuro já está no espírito. E quem poderá negar que o passado não mais existe? Contudo, a lembrança do passado ainda está no espírito. Enfim, haverá alguém que negue que o presente carece de duração, porque é um instante que passa? No entanto, perdura a atenção, diante da qual o seu objecto presente se retira continuamente. O futuro, portanto, não é longo, porque não existe.
 Um futuro longo seria apenas uma longa espera do futuro. Nem pode o passado ser longo, que também não existe. Um passado longo é uma longa lembrança do passado.

Digamos que eu queira cantar uma canção que conheço: antes de iniciar, a minha expectativa estende-se pela melodia como um todo. Quando começo, tudo o que se torna passado é armazenado na memória. A actividade do meu espírito divide-se em memória, onde guardo o que já disse, e em expectativa em relação ao que vou dizer. Contudo, a atenção está presente, e por seu intermédio o futuro torna-se passado. Quanto mais se aproxima o fim da canção, tanto menos se torna a expectativa e tanto maior a memória, até que aquela se esgota e a acção cumprida passa inteiramente para a memória.

E o que acontece com a canção tomada no seu conjunto, também ocorre com cada uma das suas partes, com cada sílaba; e também acontece com uma acção mais longa, da qual essa melodia talvez faça parte. O mesmo acontece com toda a vida do homem, da qual seus actos são partes. Sucede, enfim, com toda a história dos filhos do homem, da qual cada existência é apenas uma parte.

CAPÍTULO XXIX

A eternidade de Deus

Mas porque a tua misericórdia é superior a todas as vidas, e eis que a minha vida não é mais que distensão, e a tua destra me acolheu no meu Senhor, o Filho do homem, mediador entre ti, que és uno, e nós, que somos muitos e vivemos divididos por diversas paixões.

Por ele me unirei àquele, que por ele se uniu a nós, e liberto dos antigos dias, recolherei o meu ser seguindo a tua Unidade. Esquecido do passado, sem me preocupar com as coisas futuras e transitórias, atento apenas àquilo que é eterno, não com dispersão mas com todas as minhas forças buscarei a palma da vocação celeste, onde ouvirei a voz do teu louvor, e onde contemplarei a tua alegria, que não conhece futuro nem passado.

Agora, porém, os meus anos transcorrem em lamentos, e tu, meu consolo, ó Senhor, meu Pai, tu és eterno. Mas eu me dispersei no tempo, cuja ordem ignoro; tumultuosas vicissitudes despedaçam os meus pensamentos, entranhas da minha alma, até o dia em que, purificado pelo fogo do teu amor, me una a ti.

CAPÍTULO XXX

Deus e o tempo

E repousarei imutável em ti, na tua verdade, na minha forma. Não mais tolerarei as perguntas das pessoas que, pela enfermidade que é a pena do seu pecado, tem mais sede de saber do que lhes permite a sua capacidade, que dizem: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra?” – ou ainda: “Como lhe veio a ideia de criar algo, se antes nunca fizera nada” – Concede-lhes, Senhor, que reflictam no que dizem, que compreendam que não se pode falar nunca onde não há tempo. Quando se diz que alguém nunca fez nada, que se quer dizer senão que esse tal nada fez em tempo algum? Que eles compreendam que não pode existir tempo na ausência da criação, e se deixem de semelhantes falácias.

Que também atentem para o que têm diante de si, para compreender que tu, antes de todos os tempos, és o Criador eterno de todos os tempos, e que nenhum tempo te é co-eterno, nem criatura alguma, embora algumas estejam acima dos tempos. [1]

CAPÍTULO XXXI

Conclusão

Senhor, meu Deus, que abismos profundos os dos teus segredos, e quão longe deles me levaram as consequências dos meus pecados! Cura os meus olhos, para que eu me alegre com a tua luz!

Se houvesse de facto um espírito de ciência e de presciência tão grandes para conhecer o passado e o futuro, como conheço qualquer canto popular, esse espírito nos encheria de extraordinária admiração e espanto. Nada, com efeito, lhe seria oculto no passado e nos séculos vindouros, exactamente como, ao entoar essa melodia, sei tudo o que cantei desde o começo, e tudo o que falta cantar até o fim. Mas longe de mim a ideia de identificar um tal conhecimento àquele que tens de todas as coisas futuras e passadas, ó Criador do Universo, Criador dos espíritos e dos corpos. A tua ciência é incomparavelmente mais admirável e mais misteriosa.

Porque aquele que canta ou escuta uma melodia conhecida, dividido entre a expectativa das notas por vir e a lembrança das notas passadas, passa por impressões diferentes. Mas contigo não se dá nada semelhante, tu que és imutável e eterno, Criador verdadeiramente eterno dos espíritos. Como no princípio, conheceste o céu e a terra, sem que o teu espírito mudasse o seu saber, assim criaste o céu e a terra, sem que a tua acção passasse por etapas distintas. Que aquele que compreende isto te louve, assim como o que não compreende. Oh! Como és sublime! E os de coração humildes são a tua morada! Levantas os que caíram, e os que graças a ti continuam erectos, não caem nunca.

(Revisão de versão portuguesa por ama)





[1] (Agostinho se refere aqui, aos anjos e demónios)

Tratado da vida de Cristo 96

Questão 45: Da transfiguração de Cristo

Art. 4 — Se convenientemente se acrescentou o testemunho da voz paterna que dizia: Este é o meu filho dilecto.

O quarto discute-se assim. — Parece que se acrescentou inconvenientemente o testemunho da voz paterna que dizia: este é o meu filho dilecto.

1. — Pois, como diz a Escritura, Deus fala uma vez e segunda vez não repete uma mesma causa. Ora, no baptismo, isso mesmo o proclamara a voz paterna. Logo, não era conveniente que ainda fosse de novo proclamado na transfiguração.

2. Demais. — No baptismo, simultaneamente com a voz paterna apareceu o Espírito Santo em forma de pomba. O que não se deu na transfiguração. Logo, parece que não devia ter havido a proclamação do Pai.

3. Demais. — Cristo começou a ensinar depois do baptismo. E contudo no baptismo a voz do Pai não veio advertir os homens a ouvi-lo. Logo, nem o devia ter feito na transfiguração.

4. Demais. — Não devemos dizer a outros o que não poderiam suportar, conforme o Evangelho: Eu tenho ainda muitas coisas, que vos dizer, mas vós não nas podeis suportar agora. Ora, os discípulos não podiam suportar a voz do Pai, pois, diz o Evangelho: Ouvindo isto, os discípulos caíram de braços e tiveram grande medo. Logo, a voz paterna não se lhes devia manifestar.

Mas, em contrário, a autoridade da Escritura Evangélica.

SOLUÇÃO. — A adopção de filhos de Deus supõe uma certa conformidade entre a imagem e quem é realmente Filho de Deus. O que de dois modos se dá. Primeiro, pela graça, conferida nesta vida; que é uma conformidade imperfeita. Segundo, pela glória da pátria, que será a conformidade perfeita, segundo o Evangelho: Agora somos filhos de Deus e não apareceu ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando ele aparecer, seremos semelhantes a ele; porquanto nos outros o teremos bem como ele é. Ora, como recebemos a graça pelo baptismo, e a transfiguração foi um prenúncio do esplendor da glória futura, por isso, tanto no baptismo como na transfiguração foi conveniente manifestar-se a filiação natural de Cristo, pelo testemunho do Pai. Por que só o Pai é perfeitamente cônscio dessa perfeita geração, simultaneamente com o Filho e o Espírito Santo.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — O lugar citado deve ser referido à eterna locução de Deus, pela qual Deus Padre proferiu o Verbo, co-eterno consigo. E contudo podemos dizer que Deus, com voz material, proferiu duas vezes o mesmo verbo, mas não com o mesmo fundamento; mas para mostrar o modo diverso pelo qual os homens podem participar da semelhança da filiação eterna.

RESPOSTA À SEGUNDA. — No baptismo quando foi anunciado o mistério da primeira regeneração, manifestou-se a obra de toda a Trindade, porque aí se manifestou o Filho encarnado, apareceu o Espírito Santo em figura de pomba e o Pai se anunciou verbalmente. Assim também na transfiguração, que é o sacramento da segunda regeneração, toda a Trindade se manifestou — o Pai, pela voz; o Filho, pela sua humanidade; o Espírito Santo, pela nuvem luminosa. Porque, assim como, no baptismo dá a inocência, designada pela simplicidade da pomba, assim na ressurreição dará aos eleitos o esplendor da sua glória e a libertação de todo mal, simbolizados pela nuvem luminosa.

RESPOSTA À TERCEIRA — Cristo veio dar-nos a graça actual, mas só prometer a glória, com a sua palavra. Por isso e convenientemente na transfiguração os homens são advertidos a ouvi-lo, não porém no baptismo.

RESPOSTA À QUARTA. — Foi conveniente que os discípulos se terem aterrorizado com a voz do Pai e prostrarem-se, a fim de ficar assim claro que a excelência dessa glória que então se manifestava, excede toda a compreensão e toda a capacidade dos mortais, segundo a Escritura: Nenhum homem me verá e depois viverá. E por isso diz Jerónimo, que a fragilidade humana não pode suportar o esplendor de uma tão grande glória. Mas Cristo cura-nos dessa fragilidade, introduzindo-nos na glória. O que significam as, palavras que lhes disse: Levantai-vos e não temais.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.



Os frutos saborosos da alma mortificada

Estes são os saborosos frutos da alma mortificada: compreensão e transigência para as misérias alheias; intransigência para as próprias. (Caminho 198)

Penitência é tratar sempre os outros com a maior caridade, começando pelos teus. É atender com a maior delicadeza os que sofrem, os doentes e os que padecem. É responder com paciência aos maçadores e inoportunos. É interromper ou modificar os nossos programas, quando as circunstâncias – sobretudo os interesses bons e justos dos outros – assim o requerem.


A penitência consiste em suportar com bom humor as mil pequenas contrariedades do dia; em não abandonar o trabalho, mesmo que no momento te tenha passado o entusiasmo com que o começaste; em comer com agradecimento o que nos servem, sem caprichos importunos. (Amigos de Deus, 138)

O que são as Ideologias

IDEOLOGIAS

1. O que são as ideologias?

Ideologia é um conjunto de ideias estruturadas que influem em algum campo da vida.
É um modo de pensar em torno de ideais mais ou menos abarcantes. Por exemplo, pode-se dizer que o madridismo é uma pequena ideologia que agrupa pensamento em torno do futebol.


Da mesma forma, a ecologia é uma ideologia em torno do cuidado com a natureza.