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A Igreja na história 9
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A Idade Moderna (até 1789, ano do início da Revolução Francesa) 2
A Igreja Católica, embora
assolada pela crise e pela defecção de tantos povos em poucos decénios, soube
encontrar energias insuspeitas para reagir e começar a realizar uma verdadeira
reforma; este processo histórico tomou o nome de Contra Reforma, cujo clímax é
a celebração do Concílio de Trento (1545-1563), no qual se proclamaram, com
clareza, algumas verdades dogmáticas postas em dúvida pelos protestantes (cânon
das Escrituras, sacramentos, justificação, pecado original, etc.), e se tomaram
também decisões disciplinares que robusteceram e tornaram mais compacta a
Igreja (por exemplo, a instituição dos seminários e a obrigação de residência
dos bispos nas respectivas dioceses). O movimento da Contra Reforma Católica
pôde também valer-se da actividade de muitas ordens religiosas fundadas no séc.
XVI; trata-se de iniciativas de reforma no âmbito das ordens mendicantes
(capuchinhos, carmelitas descalços), ou institutos de clérigos regulares
(jesuítas, teatinos, barnabitas, etc.). Assim, a Igreja saiu da crise
profundamente renovada e reforçada, e pôde compensar a perda de algumas regiões
europeias com uma difusão verdadeiramente universal, graças à obra missionária.
No séc. XVIII a Igreja
teve que combater dois inimigos, o Regalismo e a Ilustração. O primeiro
coincidiu com o desenvolvimento da monarquia absoluta; apoiados na organização
de uma moderna burocracia, os soberanos dos estados europeus conseguiram
instaurar um sistema de poder autocrático e total, eliminando as barreiras que
se interpunham (instituições de origem medieval como o sistema feudal, os
privilégios eclesiásticos, os direitos das cidades, etc.). Neste processo de
centralização do poder, os monarcas católicos tenderam a invadir o âmbito de
jurisdição eclesiástica, na tentativa de criar uma Igreja submetida e dócil em
relação ao poder do rei; é um fenómeno que assume nomes diversos, dependendo
dos estados, regalismo em Portugal e Espanha, galicanismo em França, josefismo
nos territórios dos Habsburgo (Áustria, Boémia, Eslováquia, Hungria, Eslovénia,
Croácia, Lombardia, Toscana, Bélgica), jurisdiccionalismo em Nápoles e Parma.
Este fenómeno teve o seu ponto mais acalorado na expulsão dos jesuítas por
parte de muitos governos e na ameaçadora pressão sobre o papado para que
suprimisse a ordem (como sucedeu em 1773).
carlo
pioppi
Bibliografia básica
J. Orlandis, História
Breve do Cristianismo, Rei dos Livros, 1993.
M. Clemente, A Igreja no
tempo, Grifo, 2000.
A. Torresani, Breve storia
della Chiesa, Ares, Milano 1989.
(Resumos
da Fé cristã: © 2013, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)