Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
19/03/2019
Temas para reflectir e meditar
Tal como temos sempre algo a pedir também temos
obrigação de agradecer.
Somos filhos de Deus e os filhos têm sempre sobejos
motivos para agradecer aos pais.
Acresce que Este Pai Amantíssimo só quer o nosso bem e
tudo o que faz ou permite tem como objectivo a nossa felicidade.
AMA, reflexões, Dez 2018
Evangelho e comentário
TEMPO DA QUARESMA
São
José – Esposo da Virgem Maria
Evangelho: Lc 2, 41-51
41
Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. 42 Quando
Ele chegou aos doze anos, subiram até lá, segundo o costume da festa. 43 Terminados
esses dias, regressaram a casa e o menino ficou em Jerusalém, sem que os pais o
soubessem. 44 Pensando que Ele se encontrava na caravana, fizeram um dia de viagem
e começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. 45 Não o tendo
encontrado, voltaram a Jerusalém, à sua procura. 46 Três dias depois,
encontraram-no no templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes
perguntas. 47 Todos quantos o ouviam, estavam estupefactos com a sua inteligência
e as suas respostas. 48 Ao vê-lo, ficaram assombrados e sua mãe disse-lhe:
«Filho, porque nos fizeste isto? Olha que teu pai e eu andávamos aflitos à tua
procura!» 49 Ele respondeu-lhes: «Porque me procuráveis? Não sabíeis que devia
estar em casa de meu Pai?» 50 Mas eles não compreenderam as palavras que lhes
disse. 51 Depois desceu com eles, voltou para Nazaré e era-lhes submisso. Sua
mãe guardava todas estas coisas no seu coração.
Comentário:
Três dias de
angústia e preocupação extremas, foi o que a Santíssima Virgem e São José
passaram ao perder Jesus.
Decerto a
Senhora sabia no íntimo do seu coração que encontraria o seu Filho – não tinha
ainda chegado a hora de O ver partir – tal como constava nas Escrituras.
Mas… era o
seu Filho e uma Mãe sofre e alegra-se, vive em função desse ser que trouxe ao
mundo.
Três dias!
E nós?
Quantas quão amiúde perdemos Jesus e, por vezes, durante tanto tempo?
O que
fazemos?
A Senhora não
sabia onde O encontrar mas, nós sabemos muito bem onde Ele está sempre, sempre
à nossa espera.
Peçamos ao
Imaculado Coração de Maria que nos leve sempre pela mão de modo a encontrar o
Seu Filho sem demora nem tardança.
(AMA, comentário Lc 2 41-51, 09.06.2018)
Faz o que deves e está no que fazes
Fazei tudo por Amor. – Assim não há coisas pequenas: tudo é grande.
– A perseverança nas pequenas coisas, por Amor, é heroísmo. (Caminho, 813)
Queres deveras ser santo? – Cumpre o pequeno dever de cada momento
faz o que deves e está no que fazes. (Caminho, 815)
A santidade "grande" consiste em cumprir os
"pequenos deveres" de cada instante. (Caminho, 817)
Dizes-me: quando se apresentar a ocasião de fazer algo de
grande... então sim! – Então! Pretendes fazer-me crer, e crer tu seriamente,
que poderás vencer na Olimpíada sobrenatural, sem a preparação diária, sem
treino? (Caminho, 822)
Viste como ergueram aquele edifício de grandeza imponente? – Um
tijolo, e outro. Milhares. Mas um a um. – E sacos de cimento, um a um. E blocos
de pedra, que pouco representam na mole do conjunto. – E pedaços de ferro. – E
operários que trabalham, dia a dia, as mesmas horas... Viste como levantaram
aquele edifício de grandeza imponente?... À força de pequenas coisas! (Caminho, 823)
Não tens reparado em que "ninharias" está o amor humano?
– Pois também em "ninharias" está o Amor divino. (Caminho, 824)
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Aplicação no trabalho.
Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.
Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.
Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
Leitura espiritual
EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL
AMORIS LÆTITIA
DO SANTO PADRE FRANCISCO
AOS BISPOS AOS PRESBÍTEROS E AOS DIÁCONOS
ÀS PESSOAS CONSAGRADAS AOS ESPOSOS CRISTÃOS E A TODOS OS FIÉIS LEIGOS SOBRE O AMOR NA FAMÍLIA
CAPÍTULO IV
O AMOR NO MATRIMÓNIO
Casar-se por amor.
Paulo exortava com
veemência: «O Senhor vos faça crescer e
superabundar de caridade uns para com os outros»;[i] e acrescenta: «A
respeito do amor (...), exortamo-vos, irmãos, a progredir sempre mais».[ii]
Sempre mais.
O amor matrimonial não se
estimula falando, antes de mais nada, da indissolubilidade como uma obrigação,
nem repetindo uma doutrina, mas robustecendo-o por meio dum crescimento
constante sob o impulso da graça.[iii]
O amor que não cresce,
começa a correr perigo; e só podemos crescer correspondendo à graça divina com
mais actos de amor, com actos de carinho mais frequentes, mais intensos, mais generosos,
mais ternos, mais alegres. O marido e a mulher «tomam consciência da própria
unidade e cada vez mais a realizam».
O dom do amor divino que
se derrama nos esposos é, ao mesmo tempo, um apelo a um constante
desenvolvimento deste dom da graça.
Não fazem bem certas
fantasias sobre um amor idílico e perfeito, privando-o assim de todo o estímulo
para crescer. Uma ideia celestial do amor terreno esquece que o melhor ainda
não foi alcançado, o vinho sazonado com o tempo. Como recordaram os bispos do
Chile, «não existem as famílias perfeitas
que a publicidade falaciosa e consumista nos propõe. Nelas, não passam os anos,
não existe a doença, a tribulação nem a morte. (...) A publicidade consumista
mostra uma realidade ilusória que não tem nada a ver com a realidade que devem
enfrentar no dia-a-dia os pais e as mães de família».
É mais saudável aceitar
com realismo os limites, os desafios e as imperfeições, e dar ouvidos ao apelo
para crescer juntos, fazer amadurecer o amor e cultivar a solidez da união,
suceda o que suceder.[iv]
O diálogo.
O diálogo é uma modalidade
privilegiada e indispensável para viver, exprimir e maturar o amor na vida
matrimonial e familiar. Mas requer uma longa e diligente aprendizagem. Homens e
mulheres, adultos e jovens têm maneiras diversas de comunicar, usam linguagens
diferentes, regem-se por códigos distintos. O modo de perguntar, a forma de
responder, o tom usado, o momento escolhido e muitos outros factores podem
condicionar a comunicação. Além disso, é sempre necessário cultivar algumas
atitudes que são expressão de amor e tornam possível o diálogo autêntico.
Reservar tempo, tempo de
qualidade, que permita escutar, com paciência e atenção, até que o outro tenha
manifestado tudo o que precisava de comunicar. Isto requer a ascese de não
começar a falar antes do momento apropriado. Em vez de começar a dar opiniões
ou conselhos, é preciso assegurar-se de ter escutado tudo o que o outro tem
necessidade de dizer. Isto implica fazer silêncio interior, para escutar sem
ruídos no coração e na mente: despojar-se das pressas, pôr de lado as próprias
necessidades e urgências, dar espaço.
Muitas vezes um dos
cônjuges não precisa duma solução para os seus problemas, mas de ser ouvido.
Tem de sentir que se apreendeu a sua mágoa, a sua desilusão, o seu medo, a sua
ira, a sua esperança, o seu sonho. Todavia é frequente ouvir estes queixumes: «Não me ouve. E quando parece que o faz, na
realidade está a pensar noutra coisa». «Falo-lhe
e tenho a sensação de que está à espera que acabe de vez». «Quando lhe falo, tenta mudar de assunto ou
dá-me respostas rápidas para encerrar a conversa».
Desenvolver o hábito de dar real importância ao outro.
Trata-se de dar valor à
sua pessoa, reconhecer que tem direito de existir, pensar de maneira autónoma e
ser feliz. É preciso nunca subestimar aquilo que diz ou reivindica, ainda que
seja necessário exprimir o meu ponto de vista. A tudo isto subjaz a convicção
de que todos têm algo para dar, pois têm outra experiência da vida, olham
doutro ponto de vista, desenvolveram outras preocupações e possuem outras
capacidades e intuições. É possível reconhecer a verdade do outro, a
importância das suas preocupações mais profundas e a motivação de fundo do que
diz, inclusive das palavras agressivas. Para isso, é preciso colocar-se no seu
lugar e interpretar a profundidade do seu coração, individuar o que o apaixona,
e tomar essa paixão como ponto de partida para aprofundar o diálogo.
Amplitude mental, para não
se encerrar obsessivamente numas poucas ideias, e flexibilidade para poder
modificar ou completar as próprias opiniões. É possível que, do meu pensamento
e do pensamento do outro, possa surgir uma nova síntese que nos enriqueça a
ambos. A unidade, a que temos de aspirar, não é uniformidade, mas uma «unidade na diversidade» ou uma «diversidade reconciliada».
Neste estilo enriquecedor
de comunhão fraterna, seres diferentes encontram-se, respeitam-se e
apreciam-se, mas mantendo distintos matizes e acentos que enriquecem o bem
comum. Temos de nos libertar da obrigação de ser iguais. Também é necessária
sagacidade para advertir a tempo eventuais «interferências», a fim de que não
destruam um processo de diálogo. Por exemplo, reconhecer os maus sentimentos
que poderiam surgir e relativizá-los, para não prejudicarem a comunicação. É
importante a capacidade de expressar aquilo que se sente, sem ferir; utilizar
uma linguagem e um modo de falar que possam ser mais facilmente aceites ou
tolerados pelo outro, embora o conteúdo seja exigente; expor as próprias
críticas, mas sem descarregar a ira como uma forma de vingança, e evitar uma
linguagem moralizante que procure apenas agredir, ironizar, culpabilizar,
ferir. Há tantas discussões no casal que não são por questões muito graves; às
vezes trata-se de pequenas coisas, pouco relevantes, mas o que altera os ânimos
é o modo de as dizer ou a atitude que se assume no diálogo.
Ter gestos de solicitude pelo outro e demonstrações de
carinho.
O amor supera as piores
barreiras. Quando se pode amar alguém ou quando nos sentimos amados por essa
pessoa, conseguimos entender melhor o que ela quer exprimir e fazer-nos compreender.
É preciso superar a fragilidade que nos leva a temer o outro como se fosse um «concorrente».
É muito importante fundar
a própria segurança em opções profundas, convicções e valores, e não no desejo
de ganhar uma discussão ou no facto de nos darem razão.
Por último, reconheçamos
que, para ser profícuo o diálogo, é preciso ter algo para se dizer; e isto
requer uma riqueza interior que se alimenta com a leitura, a reflexão pessoal,
a oração e a abertura à sociedade. Caso contrário, a conversa torna-se aborrecida
e inconsistente. Quando cada um dos cônjuges não cultiva o próprio espírito e
não há uma variedade de relações com outras pessoas, a vida familiar torna-se
endogâmica e o diálogo fica empobrecido.
Amor apaixonado.
O Concílio Vaticano II
ensinou que este amor conjugal «compreende
o bem de toda a pessoa e, por conseguinte, pode conferir especial dignidade às
manifestações do corpo e do espírito, enobrecendo-as como elementos e sinais
peculiares do amor conjugal».
Deve haver qualquer motivo
para um amor sem prazer nem paixão se revelar insuficiente a simbolizar a união
do coração humano com Deus: «Todos os místicos afirmaram que o amor sobrenatural
e o amor celeste encontram os símbolos que procuram[v] mais no amor matrimonial do que na amizade, no sentimento
filial ou na dedicação a uma causa. E o motivo encontra-se precisamente na sua
totalidade».
Sendo assim, por que não determo-nos
a falar dos sentimentos e da sexualidade no matrimónio?
(cont)
(revisão da versão
portuguesa por AMA)
[iii] Discurso às famílias
do mundo inteiro por ocasião da sua peregrinação a Roma no Ano da Fé (26 de
Outubro de 2013): AAS 105 (2013), 978. 135 Summa theologiae, II-II, q. 24, art.
7.
[iv] Conc. Ecum. Vat. II,
Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et spes, 48. 137 Conferência Episcopal do Chile, La vida y la familia: regalos de Dios
para cada uno de nosotros (21 de Julho de 2014).
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