31/01/2023

Publicações em Janeiro 31

 


Dentro do Evangelho

(Re Mc V, 1-20)

O que o Evangelista nos relata sobre a passagem de Jesus por Gerasa, deixa-me deveras confundido.

Porque é que Jesus consente que os demónios se instalem nos porcos levando-os a perecer afogados?

Penso que desejava levar os gerasenos a reflectir sobre os verdadeiros valores, dois mil porcos ou uma pessoa humana!

O facto de criarem porcos indica que os gerasenos eram judeus não crentes já que, para estes, aqueles animais eram considerados impuros mas tal não justifica a inversão de valores concretos, não pode comparar-se uma pessoa humana com um animal.

Esta “sem-razão”, este preconceito, conduz os gerasenos a expulsarem Jesus do seu território perdendo assim a oportunidade de, pelo menos, O interrogar sobre as razões que O levaram a proceder daquele modo, descartando assim, liminarmente, a possibilidade de conhecerem a Verdade que ali estava presente.

Daqui que, quando me acontece não entender as razões do procedimento do Salvador, Lhe dirija uma prece: ‘Senhor… ajuda-me a entender’!

 

Bioética

Parte 2 Prociação humana

 

Capítulo I

A sexualidade humana

A procriação humana, como a reprodução dos outros mamíferos, até há alguns anos era unicamente uma procriação sexual, e realizava-se só através da  cópula sexual. Hoje, as técnicas de fecundação in vitro e colonagem mudaram o panorama e criaram novos problemas. Para compreender bem o que é a procriação humana e os temas a ela ligados, como a anti-concepção e a reprodução artificial, convém iniciar algumas considerações de filosofia personalista sobre a sexualidade humana.

 

1 . Sob o ponto de vista da biologia

A pertença ao sexo masculino ou feminino fica determinada, desde a concepção, por factores genéticos, gonáticos, hormonais e morfológicos. Em Biologia fala-se de:

a)   Sexo cromosómico: é determinado pela presença ou ausência do cromossoma e no código genético do indivíduo. O sexo feminino, além de outros 44 cromossomas, é determinado por dois cromossomas iguais, que se designam com a letra X; na espécie humana, a mulher é determinada genéticamente pela fórmula 44xXX. O sexo masculino, além dos outros 44 cromossomas tem um cromossoma sexual igual ao X feminino e outro diferente que se indica com a letra Y; o varão é determinado genéticamente pela fórmula 44xXY. Está cientifíca e objectivamente provado que  é o sexo genético-cromossómico o que determina os outros componentes biológicos do sexo.

b)   Sexo gonático e ductual: o sexo cromossómico determina o desenvolvimento das gónodas no sentido masculino (testículo) ou feminino (ovário). O cromossoma Y ou X activa alguns genes responsáveis pela diferenciação das gónodas. As gónodas produzem determinadas hormonas que influem na sucessiva formação e fisologia dos orgãos genitais. O sexo ductual forma-se com base nos cromossomas e das gónodas; no varão compõe-se do epidímio, os conductos deferentes, a vesícula seminal, a próstata, as glandulas bulborectais e parte da uretera. Na mulher, do útero, as trompas e parte da vagina.

c)   Sexo genital: é determinado pelas características anatómicas a nível dos genitais externos. Enquanto o sexo interno (cromossómico ou gonádico) deriva de estruturas diferentes nos dois sexos, os genitais externos têm um esboço embrionário comum, que depois, sob o influxo das hormonas sexuais masculinas ou femininas, se desenvolve de modo diferente: glande, pénis e escroto no varão; clitóris, labios menores e maiores na mulher.

 

(Explicame la Bioética, guia explicativo dos temas mais controversos sobre a vida humana por Ramón Lucas y Lucas, trad de AMA).

 

(Explicame la Bioética, guia explicativo dos temas mais controversos sobre a vida humana por Ramón Lucas y Lucas, trad de AMA).

 

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30/01/2023

Publicações em Janeiro 30



(Re Lc 4, 21-30)

DENTRO DO EVANGELHO

Não nos admiraremos  ao constatar que alguns que melhor deveriam conhecer-nos não aceitem a “autoridade” no que dizemos porque, infelizmente, estão agarrados a preconceitos e ideias formadas rejeitando procurar entender o que ouvem ou vêm.

E porque têm de entender?

Talvez por duas razões principais:

A primeira será que ninguém aceita o que não entende;

A segunda porque o que fazemos não corresponde ao que dizemos .que os outros façam.

Tenhamos bem presente que se o que dizemos não os convence o exemplo da nossa vida, do que fazemos, fá-lo-á.

BIOÉTICA

2 . Princípios fundamentais da bioética

Uma vez que já estabelecemos quem é a pessoa humana e com base nos quatro níveis ou perspectivas fundamentais, estamos em condições de enunciar os princípios fundamentais que têm que guiar o comportamento bioético, respeitando, precisamente, a dignidade de cada pessoa..

 

Primeiro princípio

O valor absoluto da vida humana e da sua inviolabilidade. A vida humana não é só um processo orgânico, mas a vida de uma pessoa, que vale por si mesma, não é meio ou instrumento para outros, e tem dignidade e direitos próprios. A vida do homem tem valor absoluto e é inviolável porque só ele é unidade de corpo e espírito, quer dizer, porque só ele é «pessoa».

 

Segundo princípio

O nexo inseparável entre vida/verdade/liberdade. A vida, a verdade e a liberdade são bens inseparáveis, elos de uma mesma cadeia: quando um se parte, também se acaba violando o outro. Não se está na verdade quando não se acolhe e se ama a vida, e não há liberdade plena se não estiver unida à verdade. Separar a liberdade da verdade objectiva torna impossível a fundamentação dos direitos da pessoa sobre um sólida base racional e estabelece as premissas de comportamentos arbitrários e totalitários, tando dos indivíduos como das instituições. A respeito, são exemplares as palavras do Mestre de Nazareth: «a verdade vos tornará livres».

 

Terceiro princípio

Conhecer para curar, não para manipular. A finalidade natural e primária da medicina e do progresso técnico-científico é a defesa e a protecção da vida, não a sua manipulação ou eliminação. Portanto:

 

1 . É lícita toda a intervenção médica que favorece os desenvolvimento natural da vaidade de  uma pessoa (intervenção segundo a natureza); por exemplo, medicamentos, intervenções cirúrgicas.

2 . É ilícita toda a intervenção que se opõe ao desenvolvimento natural da vida de uma pessoa (intervenção contra a natureza); por exemplo, aborto, eutanásia.

3 . É ilícito todo o comportamento disconforme com as modalidades que a natureza humana indica para conseguir o desenvolvimento (intervenção não-natural); por exemplo, fecundação in vitro.

 

Quarto princípio

Nem tudo quanto é técnicamente possível, é moralmente admissível. Liberdade de investigação científica e da dignidade da pessoa caminham juntas. Não se trata de desconfiança e, muito menos, oposição ao desenvolvimento técnico-científico, mas de fazer com que este esteja ao serviço do homem e não da sua manipulação ou destruição. Por exemplo, é técnicamente possível assaltar um banco, mas tal não justifica que seja lícito.

 

Quinto princípio

As leis dos Estados  têm que tutelar o bem das pessoas. As leis dos Estados têm como objectivo natural a tutela dos bens das pessoas e a defesa dos mais debéis e dos inocentes das agressões injustas. Portanto, nenhuma lei civil que de algum modo atente contra este bem primordial (a vida é o primeiro e principal bem) poderá ser considerada moralmente legítima, nem sequer quando seja fruto do voto de uma maioria. Se isso acontecesse, faltaria toda a referência a valores comuns e a  uma verdade válida para todos.  Então, tudo seria convencional e negociável. Num estado democrático, a maioria faz a legalidade, mas não necessáriamente a moralidade.

 

Sexto princípio.

Princípio da acção com duplo efeito. É um princípio comum em ética, mas muito importante e de que falaremos várias vezes aplicado aos temas bioéticos. Uma acção voluntária pode ter, além do efeito naturalmente desejado, outro efeito indirecto que é uma consequência de nenhum modo desejada, nem como fim nem como meio, mas que é tolerada enquanto se encontra inevitavelmente ligada ao que se deseja directamente. Assim, por exemplo, uma pessoa submete-se a um tratamento contra a leucemia que provova, com efeito indirecto não desejado, a calvícíe. Para distinguir o efeito directo do indirecto numa acção pode utilizar-se o deguinte critério. Para que o efeito indirecto seja tal têm que verificar-se as deguintes condições:

1 . A acção tem de ser boa em si, ou pelo menos, indiferente. Por exemplo, mentir para ganhar a lotaria e depois dar o dinheiro em benificência não seria uma acção boa em si e, portanto, é ilícito.

2 . O efeito mau não pode ser a causa, nem o meio para alcançar o efeito bom directamente querido. Por exemplo, a mentira no caso anterior, é a causa e o meio e, portanto é ilícita.

3 . Não tem porque existir nenhuma outra alternativa válida para alcançar o efeito bom. No exemplo anterior há outras opções: ganhar o dinheiro, que o doe a uma instituição de beneficência, etc.

4 . O efeito bom tem tem que ser proporcionalmente superior ou, pelo menos, equivalente ao efeito mau. Por exemplo, no caso do aborto, não se daria tal proporção se, para curar uma constipação, a mãe tomasse uma substância que que provocasse a expulsão do embrião.

 

(Explicame la Bioética, guia explicativo dos temas mais controversos sobre a vida humana por Ramón Lucas y Lucas, trad de AMA).

 

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29/01/2023

Publicações em Janeiro 29

  


DENTRO DO EVANGELHO

 

(Re Mc 4, 35-41)

Ao reflectir sobre este trecho que São Marcos escreve surgem-me várias ponderações:

- Os discípulos estão assustados com a tempestade e como que em último recurso resolvem acordar o Mestre.

- A pergunta que fazem «não te importa que pereçamos» revela um apelo quase desesperado ao amor que sabem que Ele lhes tem.

- Não sabem o que O Senhor vai fazer para resolver a situação mas confiam que fará alguma coisa.

- Os numerosos milagres a que já assistiram levam-nos a recorrer ao Seu auxílio.

- De facto… não conhecem Jesus porque se espantam com o que Ele faz: «Quem é este homem, que até o vento e o mar lhe obedecem?»

BIOÉTICA

Capítulo 2 Pressupostos e princípios fundamentais da bioética

 

1 . Pressupostos da bioética

Na epistomologia bioética existem quatro níveis fundamentais:

1 . Os problemas científicos relacionados com a vida humana nos seus diferentes estádios.

2 .  Os problemas antropológicos-metafísicos, relativos à natureza humana, a espiritualidade do homem, a noção de pessoa.

3 . Os problemas éticos.

4 . Os problemas jurídico-legislativos.

 

Estas quatro perspectivas podem evitar cair no que Ortega y Gasset chamou «o terrorismo dos laboratórios», segundo o qual, «se uma coisa é possível, então é boa». Esquecê-los é não ter presente a distinção aristotélica entre:

- a técnica, cujo fim é o bonum operis (a perfeição da acção), e

- a ética, cujo fim é bonum operandis (o bem do homem).

Históricamente fala-se de três princípios em bioética:

1 . Princípio de autonomia (autodeterminação da pessoa).

2 . Princípio de beneficência (o melhor bem para a pessoa) e de não maleficência (não prejudicar a pessoa).

3 . Princípio de justiça (equa-repartição dos pesos/benefícios).

 

Por razões de maior clareza, aqui prefere-se falar de seis princípios fundamentais:

 

(Explicame la Bioética, guia explicativo dos temas mais controversos sobre a vida humana por Ramón Lucas y Lucas, trad de AMA).

 

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