04/07/2020

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Senhor, socorre-me.


Sinais inequívocos da verdadeira Cruz de Cristo: a serenidade, um profundo sentimento de paz, um amor disposto a qualquer sacrifício, uma eficácia grande, que dimana do próprio Lado de Jesus, e sempre – de modo evidente – a alegria: uma alegria que procede de saber que, quem se entrega de verdade, está junto da Cruz e, por conseguinte, junto de Nosso Senhor. (Forja, 772)

Aconselharei a quem quiser aprender com a experiência de um pobre sacerdote que não pretende falar senão de Deus, que, quando a carne tentar recobrar os seus foros perdidos, ou a soberba – que é pior – se revoltar e se encabritar, correr a abrigar-se nessas divinas fendas abertas no Corpo de Cristo pelos cravos que O seguraram à Cruz e pela lança que atravessou o Seu peito. Vamos como nos comover mais; derramemos nas Chagas de Nosso Senhor todo esse amor humano... e esse amor divino. Que isto é desejar a união, sentir-se irmão de Cristo, ser seu consanguíneo, filho da mesma Mãe, porque foi Ela que nos levou até Jesus.
Afã de adoração, ânsias de desagravo com sossegada suavidade e com sofrimento. Far-se-á vida na nossa vida a afirmação de Jesus: aquele que não toma a sua cruz para me seguir, não é digno de mim. E Nosso Senhor manifesta-se-nos cada vez mais exigente, pede-nos reparação e penitência, até nos fazer experimentar o fervoroso desejo de querer viver para Deus, pregado na cruz juntamente com Cristo. Mas guardamos este tesouro em vasos de barro frágil e quebradiço, para que se reconheça que a grandeza do poder que se vê em nós é de Deus e não nossa.
Vemo-nos acossados por toda a espécie de atribulações e nem por isso perdemos o ânimo; encontramo-nos em grandes apuros, mas não desesperados, ou sem recursos; somos perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não inteiramente perdidos: trazemos sempre no nosso corpo por toda a parte a mortificação de Jesus.
Parece-nos, além disso, que Nosso Senhor não nos escuta, que andamos enganados, que só se ouve o monólogo da nossa voz. Encontramo-nos como se não tivéssemos apoio na terra e fossemos abandonados pelo Céu. No entanto, é verdadeiro e prático o nosso horror ao pecado, mesmo ao pecado venial. Com a obstinação da Cananeia, prostramo-nos rendidamente como ela, que O adorou, implorando: Senhor, socorre-me. E desaparece a obscuridade, superada pela luz do Amor. (Amigos de Deus, 303–304)

LEITURA ESPIRITUAL


ACTOS DOS APÓSTOLOS 

I.            A IGREJA DE JERUSALÉM

4 Pedro e João perante o Sinédrio –
1 Estando eles a falar ao povo, surgiram os sacerdotes, o comandante do templo e os saduceus, 2 irritados por vê-los a ensinar o povo e a anunciar, na pessoa de Jesus, a ressurreição dos mortos. 3 Deitaram-lhes as mãos e prenderam-nos até ao dia seguinte, pois já era tarde. 4 No entanto, muitos dos que tinham ouvido a Palavra abraçaram a fé, e o número dos crentes elevou-se a cerca de cinco mil. 5 No dia seguinte, os chefes dos judeus, os anciãos e os escribas reuniram-se em Jerusalém 6 com o Sumo Sacerdote Anás, e ainda Caifás, João, Alexandre e todos os membros das famílias dos sumos sacerdotes. 7 Mandaram comparecer os Apóstolos diante deles e perguntaram-lhes: «Com que poder ou em nome de quem fizestes isso?» 8 Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos, 9 já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e sobre o modo como ele foi curado, 10 ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Nazareno, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se apresenta curado diante de vós. 11 Ele é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que se transformou em pedra angular. 12 E não há salvação em nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome, dado aos homens, que nos possa salvar.» 13 Ao verem o desassombro de Pedro e de João e percebendo que eram homens iletrados e plebeus, ficaram espantados. Reconheciam-nos por terem andado com Jesus, 14 mas, ao mesmo tempo, vendo de pé, junto deles, o homem que fora curado, nada encontraram para replicar. 15 Mandaram-nos, então, sair do Sinédrio e começaram sozinhos a deliberar: 16 «Que havemos de fazer a estes homens? Que um milagre notável foi realizado por eles é demasiado claro para todos os habitantes de Jerusalém e não podemos negá-lo. 17 No entanto, para evitar que a notícia deste caso se espalhe ainda mais por entre o povo, proibamos-los, com ameaças, de falar, doravante, a quem quer que seja, nesse nome.» 18 Chamaram-nos, então, e impuseram-lhes a proibição formal de falar ou ensinar em nome de Jesus. 19 Mas Pedro e João retorquiram: «Julgai vós mesmos se é justo, diante de Deus, obedecer a vós primeiro do que a Deus. 20 Quanto a nós, não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos.» 21 Eles, então, com novas ameaças, mandaram-nos em liberdade, não encontrando maneira de os castigar, por causa do povo; pois todos glorificavam a Deus pelo que tinha acontecido. 22 O homem curado miraculosamente tinha mais de quarenta anos.

A oração dos fiéis –
23 Logo que foram postos em liberdade, foram ter com os seus e contaram-lhes tudo quanto os sumos sacerdotes e os anciãos lhes tinham dito. 24 Depois de tudo terem ouvido, ergueram a voz a Deus, numa só alma, e disseram: «Senhor, Tu é que fizeste o Céu, a Terra, o mar e tudo o que neles se encontra. 25 Tu disseste pelo Espírito Santo e pela boca do nosso pai David, teu servo: 'Porque bramiram as nações e os povos formaram vãos projectos? 26 Levantaram-se os reis da Terra e os chefes coligaram-se contra o Senhor e contra o seu Ungido.' 27 Sim, realmente, Herodes e Pôncio Pilatos coligaram-se nesta cidade com as nações e os povos de Israel, contra o teu Santo Servo Jesus, a quem ungiste, 28 para levarem a cabo tudo quanto determinaste antecipadamente, pelo teu poder e sabedoria. 29 Agora, Senhor, tem em conta as suas ameaças e concede aos teus servos poderem anunciar a tua palavra com todo o desassombro, 30 estendendo a tua mão para se operarem curas, milagres e prodígios, em nome do teu Santo Servo Jesus.» 31 Tinham acabado de orar, quando o lugar em que se encontravam reunidos estremeceu, e todos ficaram cheios do Espírito Santo, começando a anunciar a palavra de Deus com desassombro.

Partilha dos bens –
32 A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma. Ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas entre eles tudo era comum. 33 Com grande poder, os Apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e uma grande graça operava em todos eles. 34 Entre eles não havia ninguém necessitado, pois todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas, traziam o produto da venda 35 e depositavam-no aos pés dos Apóstolos. Distribuía-se, então, a cada um conforme a necessidade que tivesse. 36 Assim, um levita cipriota, de nome José, a quem os Apóstolos chamaram Barnabé, isto é, «filho da consolação», 37 possuía uma terra; vendeu-a e trouxe a importância, que depositou aos pés dos Apóstolos.

Sobre a Leitura espiritual 1

Esta prática da leitura espiritual diária é muito aconselhada pelos directores espirituais.
É um momento de calma e tranquilidade que nos pacifica e  faz com que possamos reflectir com mais facilidade.
Juntamente com o  Evangelho diário deverá ter um tempo aproximado de quinze minutos.
Evidentemente que tanto a leitura do Evangelho como a própria leitura espiritual são para ser lidas pausadamente meditando no que se lê e, muito provavelmente guardando no coração esses mesmos pensamentos.
Seguramente que ao longo do dia nos serão de grande ajuda e auxílio.
A leitura espiritual  não é senão algo que alguém meditou e que achou por bem pôr por escrito para servir outros.
A vida dos Santos pode servir de leitura espiritual mas penso que estas embora normalmente ricas em bons exemplos têm características mais do tipo biográfico que podem desviar a atenção.
Por isso julgo que a leitura espiritual deve ser mais ou menos como a oração mental e ajudará muito nesta prática.
Não interessa muito a extensão do livro ou escrito que estamos a utilizar. Para o efeito podem muito bem ser compilações de pensamentos, reflexões etc. sobre os assuntos que interessam à nossa alma e, sobretudo, à nossa formação cristã.
Os quinze minutos de leitura espiritual diária contarão no fim do ano mais de quinhentas horas que nos enriqueceram e fizeram progredir na nossa cultura religiosa e na consolidação da nossa fé cristã.
Talvez que seja útil não utilizar um livro completo sobre um determinado tema mas ir alternando com outros textos cujos temas variam entre si.
Explico:
Estar a ler todos os dias um livro cujo tema de fundo seja a Esperança, pode tornar-se cansativo ou, até, monótono, daí que intercalar uns dias com, por exemplo, temas do Magistério, discursos do Santo Padre, pode tornar a Leitura Espiritual mais viva e interessante.
Ao mesmo tempo o nosso director espiritual ponderando circunstâncias particulares que estamos a viver em determinado período pode aconselhar uma leitura que vá mais ao encontro do que nos convém.
Aliás e muito conveniente ouvir previamente o que ele tem para nos dizer sobre o assunto.
Não convém ter ilusões a este respeito supondo que qualquer escrito de cariz espiritual nos pode ser útil, fazer bem.
Corremos o risco de não entender muito do que lemos e, não entendendo que fruto se colhe?
A formação espiritual deve começar como todas as coisas: pelo princípio, pelo básico estruturando o espírito de forma consistente e segura.
Depois o caminho vai evoluindo num progresso natural que surge como uma necessidade de aperfeiçoamento e melhoria  espiritual que nos impele para assuntos mais exigentes no que respeita à sua compreensão e, sobretudo, ao aproveitamento prático para a nossa vida espiritual.
(Evidentemente que a vida do ser humano tem sempre uma componente espiritual)
Precisamente o que mais nos distingue dos outros seres é o espírito,  isto é a alma que  é com o que o selo indelével que o Criador garante não só a Sua criação como a Sua propriedade plena e absoluta.
É naturalmente este espírito que constantemente se interroga, sente desejos de saber mais, compreender melhor.
E como obter este desiderato a não ser pelo estudo, interrogação e desejo sincero de conhecer?

Não aceitamos submeter-nos a uma cirurgia complexa  se não temos um mínimo de certeza que o médico que vai  intervir não tiver qualquer aptidão para a praticar.
Haverá algo mais complexo que a vida humana?
E essa complexidade não requer  - para nosso bem - cuidados e assistência prestados por quem tem capacidades para tal?
O Senhor avisou várias vezes: Cuidado com os falsos profetas; Atentai nos lobos vestidos com pele de cordeiro!
Temos de ser prudentes e cuidar muito bem das nossas escolhas.
Não tenhamos dúvida que há gente que sabe muito bem como manipular uma consciência e levá-la por onde não convém.
Quem tenta seriamente progredir na vida espiritual pode estar certo de um especial empenho do demónio em levantar toda a espécie de artimanhas e dificuldades para o afastar desse propósito.
O Anjo da nossa Guarda - se lho pedirmos - estará particularmente atento de forma a prestar-nos um auxílio precioso.
Aliás damos-lhe exactamente o nome que traduz a sua principal missão: a nossa guarda e protecção.
Recorramos, pois a ele. Nunca nos defraudará.
Pois bem, é natural que no mês de Maio a leitura recaia sobre textos ou reflexões sobre a Santíssima Virgem já que este mês lhe é especialmente dedicado.
Uma das decisões importantes que podemos tomar é o empenho em rezar o Santo Rosário com mais atenção e de forma mais pausada meditando nos sucessivos mistérios que o compõem.
Tal ajudará muito à eficácia da oração.
Devoção e calma sem ser "a despachar" o que, no mínimo será uma falta de respeito.
Rezar o Santo Rosário não é uma prática "para cumprir" mas a expressão de um genuíno desejo de louvar e agradar à nossa Mãe do Céu.
Não esqueçamos que Maria é o caminho para o Coração Amantíssimo de Jesus esse mesmo Coração que não "resiste" às petições da Sua Mãe.

Por isso, talvez, Nossa Senhora não nos tenha deixado a fórmula de uma oração "especial" mas sim uma veemente recomendação: fazei o que Ele vos disser.
Peçamos com confiança: Minha Mãe ensina-me a Vontade do teu Filho e ajuda-me a cumpri-la com amor e devoção.

El reto del amor

Temas para reflectir e meditar


Solidão 6


Chegados aqui poderemos abordar o aspecto cristão do assunto.


Começo por afirmar que não é próprio de um cristão ser solitário.


Bem ao contrário um cristão tem de ser solidário como já se referiu quando não fere de forma mais ou menos grave o mandato recebido de Cristo: amai-vos uns aos outros.


AMA, reflexões, Carvide, 14.08.2019