- História verdadeira – Os sinais
- Quaresma 2017 - práticas básicas
- Fátima: Centenário - Oração diária
- Evangelho e comentário
- A Santa Missa é acção divina
- Reflectindo - 234
- Temas para meditar - 691
- Leitura espiritual
- Epístolas de São Paulo – 14
- A propósito da ideologia do género
- Doutrina - 239
- Pequena agenda do cristão
Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
14/03/2017
NUNC COEPI Publicações em14.03.2017
História verdadeira – Os sinais
Hoje dia 13 de Março - ao princípio da tarde, quando regressava do Centro
de Saúde onde tinha ido fazer o tratamento da “costura” da cirurgia a que fui
sujeito hás duas semanas, vinha pensando comigo mesmo que “tinha muito pouca sorte”,
a coisa estava melhor, mas não lhe adivinhava o fim… um contratempo, uma maçada...
Ouvi, então, alguém que me chamava: 'Senhor Manuel! Senhor
Manuel!'
Eu não me chamo Manuel, mas, isso não interessava porque
eu reconhecia a voz que me interpelava.
(Trata-se de uma pobre mulher de quarenta e poucos anos,
que teria sido bonita e, talvez, vistosa, mas que, de há uns anos para cá, era
como que um destroço humano. Devastada pelo uso de drogas e uma vida desregrada.
A Fernandinha conheci-a bem, falava com ela, oferecia-lhe o pequeno almoço na
leitaria próxima, e o certo é que, a pobre foi deixando as drogas até conseguir
libertar-se completamente. Mas, o mal estava feito e sem emprego nem recursos,
por ali anda na busca de uma ajuda para, pelo menos, comer alguma coisa. Eu
também falava – e falo - com ela, aproveitando sempre para lhe incutir coragem
levá-la a ter fé e esperança em Deus, a frequentar a Igreja próxima.
Na semana passada andava de muletas. Tinha sido sujeita a
uma cirurgia de transplante numa perna. Dei-lhe umas moedas, como sempre.)
Pois, quem me chamava por Senhor Manuel era ela, a
Isabel, de seu nome.
Não me apeteceu falar com ela, estava à volta com os meus
magnos problemas e, embora se travasse alguma luta interior, desculpei-me a mim
mesmo porque não me chamo Manuel.
Só que, a Isabel, continuava a chamar o Senhor Manuel com
insistência e angústia e percebi que vinha atrás de mim o que deveria ser, para
ela, um enorme sacrifício com as muletas.
Bom… está bem… mas, eu, não me chamo Manuel, continuava
eu resistindo ao apelo dramático que persistia atrás de mim.
De repente, oiço: Senhor António! Senhor António!
Parei de chofre e voltei-me para ela como se só então
tivesse entendido que era eu – António – que era interpelado.
Com lágrimas nos olhos disse-me: ‘Desculpe não me
lembrava do seu nome’.
Fiquei envergonhado, revoltado comigo mesmo.
Queria uma ajuda para ir de autocarro ao hospital…
Mais vergonha e revolta.
Dei-lhe a “extraordinária” quantia de cinco euros,
pedi-lhe que enxugasse as lágrimas, dei-lhe um abraço.
Regressando ao meu caminho para casa pensei, tive
absoluta certeza, que o Anjo da Guarda da Isabel lhe lembrara o meu nome.
Graças a este “sinal” pude redimir-me e, agora em casa, penso
como me sentiria se não o tivesse entendido tão claramente.
Sinto-me muito bem e muito grato.
AMA, reflexões, 13.03.2017
Quaresma 2017 - práticas básicas
Neste período que começou na Quarta-Feira de Cinzas e termina na Quarta-Feira da Semana Santa, somos convidados afazer o confronto especial entre as nossas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Este confronto deve levar-nos a aprofundar a compreensão da Palavra de Deus e a intensificar a prática dos princípios essenciais da fé.
É um tempo de transformação, em que nos devemos exercitar espiritualmente para podermos melhorar. É um tempo de alegria, em que devemos estar atentos às oportunidades de mais amar.
Oração – para aprofundar e melhorar a minha relação com Deus. Trata-se de dar mais tempo e tempo de qualidade ao meu relacionamento com o Pai.
Esmola – para melhor amar e melhorar a minha relação com os outros. Estar atento aos que me rodeiam (Família, amigos, colegas de trabalho) e também aos que estão mais longe, mas que têm algum tipo de necessidades.
Jejum – para adquirir maior liberdade interior. Procurar as minhas dependências, aquelas que me limitam, afastam os outros, e tentar combatê-las.
Alguns exemplos destas três prácticas:
Oração
(como, quanto tempo, de que maneira)
|
Esmola
(ir ao encontro do outro de forma positiva)
|
Jejum
(libertar de manias, preconceitos, vícios)
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Meditação
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Ajudar financeiramente pessoas vítimas da actual crise
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Abster-se de beber ou comer o que nos dá maior prazer.
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Exame de consciência
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Dar atenção a alguém
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Televisão
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Eucaristia
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Ajudar instituições de cariz social
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Determinado tipo de conversas
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Reconciliação
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Agradecer
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Show off
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Rezar o terço
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Dizer coisas positivas
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Comentar ou fazer juízos de valor sobre o próximo
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Rezar pelos outros
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Um sorriso
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Evitar compras desnecessárias
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Fazer silêncio no meu dia
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Visitar um doente, um idoso.
|
Computador
|
E, no fim do dia, pensar em algo que fiz bem e em algo que poderia ter feito melhor.
(Síntese elaborada com base na Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2017)
Fátima: Centenário - Oração diária
Senhora de Fátima:
Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.
No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.
Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.
Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.
Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.
Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:
“Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.
Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.
AMA, Fevereiro, 2017
Evangelho e comentário
Evangelho:
Mt 23, 1-12
Naquele
tempo, Jesus falou à multidão e aos discípulos, dizendo: «Na cadeira de Moisés
sentaram-se os escribas e os fariseus. Fazei e observai tudo quanto vos
disserem, mas não imiteis as suas obras, porque eles dizem e não fazem. Atam
fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o dedo os
querem mover. Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens: alargam as
filactérias e ampliam as borlas; gostam do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros
assentos nas sinagogas, das saudações nas praças públicas e que os tratem por
‘Mestres’. Vós, porém, não vos deixeis tratar por ‘Mestres’, porque um só é o
vosso Mestre e vós sois todos irmãos. Na terra não chameis a ninguém vosso
‘Pai’, porque um só é o vosso pai, o Pai celeste. Nem vos deixeis tratar por
‘Doutores’, porque um só é o vosso doutor, o Messias. Aquele que for o maior
entre vós será o vosso servo. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha
será exaltado».
Comentário:
O tema principal deste
trecho de São Mateus é o “serviço”.
Não parece desajustado
porque quem o propõe é o “Servidor” por excelência: o próprio Jesus Cristo.
Parecerá a alguns que servir
não é “próprio” de criaturas livres e senhoras de si, mas antes, de outros que
não têm outra capacidade senão obedecer.
Ponho as coisas de outro
modo – talvez simplista – que me parece resolver de vez a questão:
Prefiro servir a minha
pessoa, a minha vontade, os meus desejos e ambições ou servir a Deus Nosso
Senhor?
A primeira opção é arriscada
porque sou um simples homem limitado e em permanente evolução;
A segunda é seguríssima
porque só pode ser para bem, porque Deus É, não evolui, não muda, sabe
absolutamente tudo o que melhor convém.
(ama, comentário sobre Mt 23 1-12, 2016.02.23)
A Santa Missa é acção divina
Não é estranho que muitos cristãos – pausados
e até solenes na vida social (não têm pressa), nas suas pouco activas actuações
profissionais, na mesa e no descanso (também não têm pressa) – se sintam
apressados e apressem o Sacerdote na sua ânsia de encurtar, de abreviar o tempo
dedicado ao Santíssimo Sacrifício do Altar? (Caminho, 530)
Toda a Trindade está presente no sacrifício do
Altar. Por vontade do Pai, com a cooperação do Espírito Santo, o Filho
oferece-Se em oblação redentora. Aprendamos a conhecer e a relacionar-nos com a
Santíssima Trindade, Deus Uno e Trino, três pessoas divinas na unidade da sua
substância, do seu amor e da sua acção eficaz e santificadora.
Logo a seguir ao lavabo, o sacerdote invoca:
Recebei, ó Santíssima Trindade, esta oblação que Vos oferecemos em memória da
Paixão, Ressurreição e Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo. E, no final da
Santa Missa, há outra oração de inflamada reverência ao Deus Uno e Trino: Placeat tibi, Sancta Trinitas, obsequium
servitutis meae... agradável Vos, seja, ó Trindade Santíssima, o obséquio
da minha vassalagem: fazei que por misericórdia este Sacrifício oferecido por
mim, posto que indigno aos olhos da vossa Majestade, Vos seja aceitável, e que
para mim e para todos aqueles por quem o ofereci, seja um sacrifício de perdão.
A Santa Missa – insisto – é acção divina,
trinitária, não humana. O sacerdote que celebra serve o desígnio divino do
Senhor pondo à sua disposição o seu corpo e a sua voz. Não age, porém, em nome
próprio, mas in persona et in nomine
Christi, na Pessoa de Cristo e em nome de Cristo.
O amor da Trindade pelos homens faz com que,
da presença de Cristo na Eucaristia, nasçam para a Igreja e para a humanidade
todas as graças. Este é o sacrifício que profetizou Malaquias: desde o nascer
do sol até ao poente, o meu nome é grande entre as nações, e em todo o lugar se
sacrifica e se oferece ao meu nome uma oblação pura. É o Sacrifício de Cristo,
oferecido ao Pai com a cooperação do Espírito Santo, oblação de valor infinito,
que eterniza em nós a Redenção, que os sacrifícios da Antiga Lei não conseguiam
alcançar. (Cristo que passa, 86)
Reflectindo - 234
O meu "serviço" é o apostolado e os meios o
blog Nunc Coepi.
Tenho consciência do alcance do mesmo por isso me
aplico em fazer o melhor;
até aqui tudo bem, só que me tenho deixado invadir
pela vaidade e feito alarde do "êxito".
O Senhor chamou a minha atenção enviando um
"sinal" que compreendi como se de viva voz me dissesse:
Estás a trabalhar para Mim, para minha glória ou, ao
contrário, estás a fazê-lo. por ti, para tua satisfação e vaidade?
Pois bem, vais ter o dobro do trabalho porque tudo
quanto fizeste tem de ser refeito, os ficheiros encontrados e novamente
arrumados.
Espero que te sirva de lição!
Asseguro-te, Senhor, que vou fazer um esforço para não
me esquecer que o que faço, faço-o como mero instrumento, sou apenas a mão que escreve
o que me ditas, a inteligência que põe em execução o que me insinuas.
Mas como sou tão fraco e "pouca coisa",
ajuda-me.
(AMA,
reflexões, serviço, 22.12.2016)
Temas para meditar - 691
«Fiat»
Esse espaço de tempo que se ganha com a dilação (na resposta) deixa ampla margem à acção das forças obscuras do pecado, que podem pesar decisivamente na vitória da natureza sobre a graça e afogar ao nascer o fiat que ia decidir sobre a sorte futura da pessoa no sentido planeado por Deus.
(federico suarez A Virgem Nossa Senhora Éfeso 4ª Ed. nr. 65)
Leitura espiritual
Vol. 2
LIVRO X
O que pensa o platónico Plotino da iluminação do Alto.
Nesta questão nenhuma divergência existe entre nós e esses eminentes filósofos: viram, e de várias maneiras e desenvolvidamente o disseram nos seus escritos, que a felicidade destes seres, tal qual como a nossa, procede de um objecto inteligível pela luz, que para eles é Deus, mas que é algo diferente deles — o qual os esclarece de tal forma que ficam iluminados e, participando dessa luz, permanecem perfeitos e felizes. Muitas vezes e insistentemente afirma Plotino, desenvolvendo o pensamento de Platão, que a alma, que se crê seja a alma do mundo, não recebe a sua felicidade de fonte diversa da nossa; e esta fonte é uma luz distinta da alma, a qual criou a alma, e cuja iluminação inteligível a fez inteligivelmente resplandecer. Fez também uma comparação entre estes seres incorpóreos e os corpos celestes explêndidos e graciosos: Deus seria o Sol e a alma a Lua. Julga-se, de facto, que a Lua é iluminada por acção do Sol. Assim, pois, para este grande platónico, a alma racional — digamos antes intelectual e este género, no seu pensamento, encerra também as almas dos seres imortais e bem-aventurados, cujas residências ele coloca, sem hesitar, nas moradas celestes — não tem acima de si qualquer outra natureza além da de Deus, que fez o mundo e por quem ela própria foi feita. E que esses seres celestes não têm outra fonte de vida feliz e de luz para entenderem a verdade, que não seja a que nós temos, — também ele o diz, no que está de acordo com o Evangelho onde se lê:
Houve um homem enviado por Deus, cujo nome era João. Veio como testemunha para dar testemunho da luz, para que todos por seu intermédio cressem n 'Ele. Ele não era a luz, mas devia dar testemunho da luz. Havia uma verdadeira luz que ilumina
todo o homem que vem a este mundo [i].
Esta distinção basta para mostrar que a alma racional ou intelectual, tal com o a refere João, não podia ser por si própria a luz, mas que a participação em um a outra luz, a verdadeira, a tornava luminosa. O próprio João o confessa quando o testemunha dizendo
CAPÍTULO III
Do verdadeiro culto de Deus de que se afastaram os platónicos porque, embora tenham conhecido o criador do universo, prestaram honras divinas aos anjos, quer aos bons quer aos maus.
Se assim é, se os platónicos ou quaisquer outros que seguem estas opiniões, conhecendo a Deus, com o Deus o glorificassem e lhe rendessem graças, não se teriam «perdido no vazio dos seus pensamentos» — tornando-se uns, às vezes, causadores dos erros populares ou, outras vezes, não se atrevendo a resistir a tais erros. Teriam, sem dúvida, reconhecido que a esses seres imortais e bem-aventurados, assim com o a nós infelizes e mortais, para obterem a imortalidade e a felicidade se impõe o culto do único Deus dos deuses que é o nosso e o deles.
A este devemos o serviço chamado em grego λατρεία, quer nos ritos sagrados quer em nós próprios. Porque todos, em conjunto e cada um, somos o seu templo: ele digna-se habitar quer na concórdia de todos nós quer em cada um em particular; não está mais em todos do que em cada um; nem se alarga pela massa nem se diminui pela participação. Quando se eleva para Ele, o nosso coração torna-se altar seu: o seu Unigénito é o Sacerdote com que o aplacamos; oferecemos-lhe vítimas cruentas quando, pela sua verdade, lutamos até ao sangue; oferecemos-lhe suavíssimo incenso quando na sua presença estamos abrasados em religioso e santo amor; dedicamos-lhe e devolvemos-lhe os dons que nos concede e a nós próprios; publicamos e consagramos a memória dos seus benefícios em festas solenes em dias certos com receio de que, no decorrer do tempo, se infiltre em nós um ingrato esquecimento; sacrificamos-lhe no altar do nosso coração uma hóstia de humildade e de louvor ao fogo duma fervente caridade. Para o vermos com o pode ser visto e para nos unirmos a Ele, purificamo-nos de toda a mancha do pecado e dos maus desejos e consagramo-nos ao seu nome. Realmente Ele é a fonte da nossa felicidade e a meta de todas as nossas aspirações. Elegendo-o, ou melhor reelegendo-o, — pois tínhamo-lo perdido por negligência — reelegendo-o a Ele (religentes — donde vem, diz-se, a palavra «religião»), nós caminhamos para Ele por amor para descansarmos quando a Ele chegarmos: e assim seremos felizes porque em tal meta alcançamos a perfeição. Porque o nosso bem, acerca de cuja meta surge entre os filósofos um grave problema, mais não é do que estarmos unidos a Deus, o único cujo abraço incorpóreo, se é que é permitido falar nestes termos, fecunda a alma intelectual e a enche de verdadeiras virtudes. É-nos ordenado que amemos este bem com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, com todas as nossas forças. E para Ele que nos devem conduzir aqueles que nos amam: é para Ele que devemos conduzir aqueles que amamos. Cumprem-se assim os dois preceitos de que dependem toda a lei e os profetas:
Amarás o Senhor teu Deus, com todo o teu coração,
com toda a tua alma, com todo o teu espírito,[iii]
com toda a tua alma, com todo o teu espírito,[iii]
e
Para que o homem saiba de facto amar-se a si próprio, foi-lhe fixado um fim, ao qual, para ser feliz, deve referir todos os seus actos; — porque quem se ama, mais não quer que ser feliz: e este fim consiste em unir-se a Deus.
Quando, portanto, àquele que já sabe amar-se a si próprio se prescreve que ame o seu próximo com o a si mesmo — que é que se lhe ordena senão que exorte o seu próximo a amar a Deus com todas as suas forças? Este é que é o culto de Deus, esta é que é a verdadeira religião, esta é que é a recta piedade, este é que é o serviço só a Deus devido!
Portanto, toda a imortal potestade, por maior que seja a sua virtude, se ela nos ama como a si mesma, deseja ver-nos submetidos, para sermos felizes, àquele em quem ela própria encontra a sua felicidade pela submissão. E, portanto, se não presta culto a Deus, é infeliz, porque está privada de Deus. Se lhe presta culto, não quer ser adorada
em vez de Deus. Bem ao contrário, aplaude e adere com todas as forças do seu amor a esta máxima divina:
CAPÍTULO IV
O sacrifício só é devido ao verdadeiro Deus.
Não falo, por agora, das outras homenagens religiosas que
prestamos a Deus: pelo menos o sacrifício, ninguém se atreva a dizer que ele é
devido a outrem que não a Deus. Muitos ritos acabaram por ser retirados do
culto de Deus para serem desviados para as honras humanas, devido quer a um a
excessiva humildade quer a pestilenta adulação. Todavia, eram tidos por homens
aqueles que assim se homenageavam por se considerarem dignos de culto, de
veneração e, acabando-se por forçar as coisas, de adoração. Mas quem vez alguma
pensou que devia oferecer sacrifícios a outro que não àquele que se sabe, se
julga ou se finge ser Deus? Quão antigo é o culto prestado a
Deus por sacrifícios mostram-no cabalmente os dois irmãos Caim e Abel: Deus reprovou o sacrifício do mais velho e olhou complacente para o do mais novo.
Deus por sacrifícios mostram-no cabalmente os dois irmãos Caim e Abel: Deus reprovou o sacrifício do mais velho e olhou complacente para o do mais novo.
(cont)
(Revisão da versão portuguesa por ama)
Epístolas de São Paulo – 14
II. CULTO DE ACORDO
COM O EVANGELHO (12,1-15,13)
Capítulo 13
Colaborar com as autoridades
1Que
todos se submetam às autoridades públicas, pois não existe autoridade que não
venha de Deus, e as que existem foram estabelecidas por Deus. 2Por isso, quem
resiste à autoridade opõe-se à ordem querida por Deus, e os que se opõem
receberão a condenação. 3É que os detentores do poder não são temidos por quem
pratica o bem, mas por quem pratica o mal. Não queres ter medo da autoridade?
Faz o bem e receberás os seus elogios. 4De facto, ela está ao serviço de Deus,
para te incitar ao bem.
Mas,
se fazes o mal, então deves ter medo, pois para alguma coisa ela traz a espada.
De facto, ela está ao serviço de Deus para castigar aquele que pratica o mal.
5É por isso que é necessário submeter-se, não só por medo do castigo, mas
também por razões de consciência.
6É
também por essa razão que pagais impostos; aqueles que têm de se ocupar disso
são funcionários de Deus. 7Dai a cada um o que lhe é devido: o imposto, a quem
se deve o imposto; a taxa, a quem se deve a taxa; o respeito, a quem se deve o
respeito; a honra, a quem se deve a honra.
O amor é o cumprimento da Lei
8Não
fiqueis a dever nada a ninguém, a não ser isto: amar-vos uns aos outros. Pois
quem ama o próximo cumpre plenamente a lei.
9De
facto: Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, bem
como qualquer outro mandamento, estão resumidos numa só frase: Amarás o teu
próximo como a ti mesmo. 10O amor não faz mal ao próximo. Assim, é no amor que
está o pleno cumprimento da lei.
Viver na luz
11Sabeis
em que tempo vivemos: já é hora de acordardes do sono, pois a salvação está
agora mais perto de nós do que quando começámos a acreditar. 12A noite
adiantou-se e o dia está próximo. Despojemo-nos, por isso, das obras das trevas
e revistamo-nos das armas da luz.
13Como
quem vive em pleno dia, comportemo-nos honestamente: nada de comezainas e
bebedeiras, nada de devassidão e libertinagens, nada de discórdias e invejas.
14Pelo contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não vos entregueis às
coisas da carne, satisfazendo os seus desejos.
A propósito da ideologia do género
2. Confrontados com uma forte mudança cultural
Reconhecemos, sem dúvida, que, no longo caminho do amadurecimento
cultural e civilizacional, nem sempre se atribuiu aos dois âmbitos do humano (o
masculino e o feminino) o mesmo valor e semelhante protagonismo social.
Especialmente a mulher, não raramente, foi vítima de forte sujeição ao homem e
sofreu alguma menorização social e cultural. Graças a Deus, tais situações
estão progressivamente a ser ultrapassadas e a condição feminina, antigamente
conotada com a ideia de opressão, hoje está a revelar-se como enorme potencial
de humanização e de desenvolvimento harmonioso da sociedade.
No desejo de ultrapassar esta menoridade social da
mulher, alguns procederam a uma distinção radical entre o sexo biológico e os
papéis que a sociedade, tradicionalmente, lhe outorgou. Afirmam que o ser
masculino ou feminino não passa de uma construção mental, mais ou menos
interessada e artificial, que, agora, importaria desconstruir. Por conseguinte,
rejeitam tudo o que tenha a ver com os dados biológicos para se fixarem na
dimensão cultural, entendida como mentalidade pessoal e social. E, por
associação de ideias, passou-se a rejeitar a validade de tudo o que tenha a ver
com os tradicionais dados normativos da natureza a respeito da sexualidade
(heterossexualidade, união monogâmica, limite ético aos conhecimentos técnicos
ligados às fontes da vida, respeito pela vida intra-uterina, pudor ou reserva
de intimidade, etc.). É todo este âmbito mental que se costuma designar por
ideologia do género ou gender.
A ideologia do género surge, assim, como uma antropologia
alternativa, quer à judaico-cristã, quer à das culturas tradicionais não
ocidentais. Nega que a diferença sexual inscrita no corpo possa ser
identificativa da pessoa; recusa a complementaridade natural entre os sexos;
dissocia a sexualidade da procriação; sobrepõe a filiação intencional à
biológica; pretende desconstruir a matriz heterossexual da sociedade (a família
assente na união entre um homem e uma mulher deixa de ser o modelo de
referência e passa a ser um entre vários).
(cont)
Doutrina - 239
Compêndio
PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO
DA FÉ
PRIMEIRA SECÇÃO: «EU CREIO»
– «NÓS CREMOS»
CAPÍTULO SEGUNDO: DEUS VEM
AO ENCONTRO DO HOMEM
A SAGRADA ESCRITURA
19. Como ler a Sagrada
Escritura?
A
Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com a ajuda do Espírito Santo e
sob a condução do Magistério da Igreja segundo três critérios:
1)
Atenção ao conteúdo e à unidade de toda a Escritura;
2)
Leitura da Escritura na Tradição viva da Igreja;
3)
Respeito pela analogia da fé, isto é, da coesão entre si das verdades da fé.
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Aplicação no trabalho.
Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.
Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.
Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
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