17/04/2015

2015.04.17








O que pode ver hoje em NUNC COEPI





Tu e eu procedemos como filhos de Deus? - São Josemaria – Textos

Evangelho, comentário, L. Espiritual (A beleza de ser cristão) - A beleza de ser cristão (Ernesto Juliá), AMA - Comentários ao Evangelho Jo 6 1-15, Ernesto Juliá Diaz

Temas para meditar - 420 - De prof, Rel. (S. Boaventura), S. Boaventura

Jesus Cristo e a Igreja – 63 - Jesus Cristo e a Igreja


Pequena agenda do cristão - Agenda Sexta-Feira

Evangelho, comentário, L. Espiritual (A beleza de ser cristão)


Semana II da Páscoa


Evangelho: Jo 6 1-15

1 Depois disto, passou Jesus ao outro lado do mar da Galileia, isto é, de Tiberíades. 2 Seguia-O uma grande multidão porque via os milagres que fazia em favor dos doentes. 3 Jesus subiu a um monte e sentou-Se ali com os Seus discípulos. 4 Ora a Páscoa, a festa dos judeus, estava próxima. 5 Jesus, então, tendo levantado os olhos e visto que vinha ter com Ele uma grande multidão, disse a Filipe: «Onde compraremos pão para dar de comer a esta gente?». 6 Dizia isto para o experimentar, porque sabia o que havia de fazer. 7 Filipe respondeu-Lhe: «Duzentos denários de pão não bastam para que cada um receba um pequeno bocado». 8 Um de Seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-Lhe: 9 «Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes, mas que é isso para tanta gente?». 10 Jesus, porém, disse: «Mandai sentar essa gente». Havia naquele lugar muita relva. Sentaram-se, pois; os homens em número de cerca de cinco mil. 11 Tomou, então, Jesus os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os entre os que estavam sentados; e igualmente distribuiu os peixes, tanto quanto quiseram. 12 Estando saciados, disse aos Seus discípulos: «Recolhei os pedaços que sobraram para que nada se perca». 13 Eles os recolheram, e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobraram aos que tinham comido. 14 Vendo então aqueles homens o milagre que Jesus fizera, diziam: «Este é verdadeiramente o profeta que deve vir ao mundo». 15 Jesus, sabendo que O viriam arrebatar para O fazerem rei, retirou-Se de novo, Ele só, para o monte.

Comentário:

Os Evangelhos relatam dois milagres semelhantes: a multiplicação de pães e peixes para alimentar as multidões que seguiam o Senhor.

Jesus Cristo começa a Sua vida pública exactamente com um milagre do mesmo tipo. Em Caná converte uma enorme quantidade de água em vinho de excelente qualidade.

São feitos grandiosos podendo mesmo apelidar-se de espectaculares. Terão sido os únicos? Estamos em crer que não.

O Coração misericordioso do Senhor, vibrando e sentindo sobremaneira as necessidades dos homens não deixa de acorrer de modo a satisfazê-las e, sempre, com uma largueza e generosidade que não pode deixar de comover-nos.

(ama, comentário sobre Jo 6, 1-15, 2014.05.02)

Leitura espiritual


a beleza de ser cristão

PRIMEIRA PARTE

O QUE É SER CRISTÃO?

I.            Relações que Deus estabelece com o homem.

…/3

Um esclarecimento. A afirmação “do nada” há-de entender-se no seu verdadeiro sentido, ou seja:

Toda a existência da criatura é obra de Deus, que dá vida, na sua totalidade, a seres que não tinham um entidade anterior certa “no nada”; mas que, simplesmente, não eram, não existiam. E, portanto, o “nada”, simplesmente, «não é”.

Só podemos fazer este juízo na nossa inteligência; não tem nenhuma correspondência com uma realidade externa a nós. Portanto “o nada” só pode contrapor-se ao “ser” no nosso pensamento e nem sequer como conceito de um objecto, mas como uma “ideia” fruto da operação intelectual de esvaziar conceptualmente a noção de “ser”.

Neste processo não temos de esquecer que, ao “esvaziar a noção de ser” se desvanece, não se converte em “ideia do nada”.

O falar «do nada” tem simplesmente, portanto, a função de abrir a porta do entendimento humano para compreender a possibilidade da não existência do que é “já e agora“.

Deus criou por amor e em plena liberdade.

Com palavras do Catecismo: «Cremos que Deus criou o mundo segundo a sua sabedoria».[i]

O mundo não é produto de uma necessidade qualquer, de um destino cego ou do azar: «Cremos que procede da vontade livre de Deus que quis fazer participar as criaturas do seu ser, da sua sabedoria e da sua bondade»[ii].

E, acrescentamos, da “sua liberdade”.

A criação é um dom de Deus e um dom que ele impõe, certamente por amor, e ao mesmo tempo por obrigação: o homem não manifestou previamente Deus o seu desejo de existir.

Nenhum ser humano gozou do mínimo “direito de nascer” ou “desejo de nascer”, antes de ter sido concebido.

 Criada por amor e em liberdade, Deus não abandona a criação a uma sorte desconhecida.

«Viu Deus quanto tinha feito, e eis que estava muito bem».[iii]

Na criação está fechado e como que escondido, o tesouro inesgotável do coração de Deus, da beleza de todas as suas obras.

«Os Céus contam a glória de Deus, /a obra das suas mãos anuncia o firmamento;/ o dia comunica ao dia a sua mensagem, / e a noite á noite transmite a notícia».[iv]

O próprio Deus sustém a vida da criação:

«Realizada a criação, Deus não abandona a si mesma a sua criatura. Não só lhe dá o ser e o existir, como a mantém em todo o instante no ser; dá-lhe o obrar e leva-a ao seu termo.
Reconhecer esta dependência completa do Criador é fonte de sabedoria e liberdade, de gozo e de confiança».[v]

A ciência alcançou um certo grau de conhecimento sobre como o mundo está feito, como a criação está constituída, ainda que sempre será bastante mais o que resta ao homem conhecer, que o que, em qualquer momento da sua história, consiga desentranhar do mistério do mundo e dos homens que o rodeiam.

A ciência abandonou, todavia, e logicamente, qualquer possibilidade de descobrir a razão que explique porque existe o que existe. Einstein acertou ao confessar que a sua preocupação era “descobrir a mente de Deus ao criar e que tudo o resto eram minúcias”.

Por amor – que não é desejo nem necessidade das criaturas; antes doação de vida -, em liberdade.
Deus cria o mundo e o homem.
Deus é Amor e em Amor nos cria. E, precisamente porque nos ama, criou o homem à sua «imagem e semelhança”, como mais adiante veremos.

Qualquer outro intento de explicação da nossa origem é ineficaz e inútil.

Talvez nalgum momento do nosso viver nos moleste ser amados e queridos por Deus e até por uma pessoa; preferiríamos que se esquecessem de nós e nos deixassem sozinhos no nosso mundo, fechados na nossa própria imaginação.

Somos livres de nos comportarmos assim, é certo; o nosso comportamento, sem embargo, não seria outra coisa que querer negar a realidade que se nos impõe por si mesma.

Aceite esta resposta à primeira pergunta, como havemos de responder à segunda?

Para quê Deus criou o mundo?

Em textos clássicos da doutrina cristã podemos ler que Deus criou o homem:

“Para que o conheça, o ame e o sirva nesta vida; e goze dele para sempre na vida eterna”.

E em textos actuais é-nos recordado:
«De todas as criaturas visíveis, só o homem é capaz de conhecer e amar o seu Criador;[vi] só ele está chamado a participar, pelo conhecimento e o amor, na vida de Deus.
Para este fim foi criado e esta é a razão fundamental da sua dignidade»[vii].

Ou seja, sendo Deus amor, quis tornar o homem do seu ser, partícipe da sua vida; estabeleceu com ele uma série de relações vinculativas que já sintetizamos em três palavras: Criação, Redenção e Santificação.
Vínculos nos quais enraíza a razão mais alta da dignidade humana que «consiste da vocação do homem à união com Deus.
Desde o seu próprio nascimento, e no seu ser criatura, o homem é convidado ao diálogo com Deus.
Existe pura e simplesmente pelo amor de Deus, que o criou, e pelo amor de Deus, que o conserva. E só se pode dizer que vive na plenitude da verdade quando livremente reconhece esse amor e se confia por inteiro ao seu Criador».[viii]

Um esclarecimento prévio.
Desde o primeiro instante da sua criação, o homem é “capaz de Deus”.

Na narração bíblica a relação de Deus com Adão e Eva expressa de maneira simples e ao mesmo tempo inefável a capacidade do homem de se aproximar de Deus e a proximidade de Deus com o homem.

O homem esteve “ante Deus” na sua própria origem.

Adiantando a consideração que temos de fazer sobre a passagem da criatura a pessoa, recolhemos aqui estas afirmações do Catecismo sobre esta dualidade:
«A pessoa humana, criada à imagem de Deus, é um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual. O relato bíblico expressa esta realidade com uma linguagem simbólica quando afirma que ‘Deus formou o homem com pó da terra e insuflou nas suas narinas o alento da vida e tornou o homem um ser vivo. Portanto, o homem na sua totalidade é querido por Deus».[ix]

E, pouco mais adiante, aclara:
«Por vezes costuma distinguir-se entre alma e espírito. Assim, São Paulo roga para o nosso «ser inteiro, o espírito, a alma e o corpo», seja conservado sem mancha até à vinda do Senhor: A Igreja ensina que «esta distinção não introduz uma dualidade na alma. ‘Espírito’ significa que o homem está ordenado desde a sua criação ao seu fim sobrenatural, e que a sua alma é capaz de ser elevada gratuitamente à comunhão dom Deus».[x]

Ou seja, e para a finalidade que aqui contemplamos e que nos interessa sublinhar; o homem desde a sua criação, em toda a sua história, sempre foi e viveu natural, espiritual e sobrenaturalmente, na unidade da sua pessoa, do seu «eu”.

Conceptualmente, podem distinguir-se e separar as noções de natural-espiritual e sobrenatural.
Na vida do homem, todavia, não existe distinção nem divisão. O ser e o actuar do homem é sempre, e ao mesmo tempo, natural-espiritual e sobrenatural.

Em concreto: o homem não foi criado “naturalmente” num princípio, como animal; e elevado depois, num segundo instante, “sobrenaturalmente”, a ser «imagem, semelhança e filho de Deus».
Desde o princípio, o homem foi criado na sua plenitude humana, «filho de Deus», e á sua «imagem e semelhança».

(cont)

ernesto juliá, La belleza de ser cristiano, trad. ama)




[i] cfr. Sb 9, 9
[ii] Catecismo n. 295
[iii] Gn 1, 31
[iv] Sal 19, 2-3
[v] Catecismo, n. 301
[vi] Gaudium et spes, 12, 3
[vii] Catecismo, n. 356
[viii] Gaudium et spes, 19
[ix] Catecismo n. 362
[x] Catecismo n. 367

Tu e eu procedemos como filhos de Deus?

Um filho de Deus não tem medo da vida nem medo da morte, porque o fundamento da sua vida espiritual é o sentido da filiação divina: Deus é meu Pai, pensa, e é o Autor de todo o bem, é toda a Bondade. – Mas tu e eu procedemos, de verdade, como filhos de Deus? (Forja, 987)

A nossa condição de filhos de Deus levar-nos-á – insisto – a ter espírito contemplativo no meio de todas as actividades humanas – luz, sal e levedura, pela oração, pela mortificação, pela cultura religiosa e profissional –, fazendo realidade este programa: quanto mais dentro do mundo estivermos, tanto mais temos de ser de Deus. (Forja, 740)


Quando se trabalha por Deus, é preciso ter "complexo de superioridade" – fiz-te notar. – Mas – perguntavas-me – isso não é uma manifestação de soberba? – Não! É uma consequência da humildade, de uma humildade que me faz dizer: – Senhor, Tu és o que és. Eu sou a negação. Tu tens todas as perfeições: o poder, a fortaleza, o amor, a glória, a sabedoria, o império, a dignidade... Se eu me unir a Ti, como um filho quando se põe nos braços fortes do pai ou no regaço maravilhoso da mãe, sentirei o calor da tua divindade, sentirei as luzes da tua sabedoria, sentirei correr pelo meu sangue a tua fortaleza. (Forja, 342)

Temas para meditar - 420


Comunhão eucarística



Ainda que tibiamente aproxima-te mesmo assim da comunhão confiado na misericórdia de Deus. 

Precisa-se tanto mais de remédio, quanto mais uma pessoa se sente doente. 



(são boaventura, De prof. Rel. Livro 2 cap 78) 

Jesus Cristo e a Igreja – 63


Celibato eclesiástico: História e fundamentos teológicos [i]


A Legislação do II Concílio Trullano.

Qual foi, então, a legislação da própria Igreja Oriental frente às essas disposições imperiais? Como já foi referido, no Oriente há uma atividade que é desenvolvida em conjunto com a Igreja Ocidental sobre questões de fé, mas nunca chegou a uma legislação comum em matéria disciplinar.
Uma vez que o Concílio Trullano I, dos anos 680/81, não tinha emitido disposições disciplinares, o imperador Justiniano II convocou um segundo Concílio “em Trullo”, no Outono de 690. Nele se tentou reunir toda a legislação disciplinar da Igreja bizantina, e decidir as necessárias atualizações e complementos, incluindo a legalização de situações carentes, de facto, do necessário suporte normativo. Isso foi feito através da promulgação de 102 cânones, que foram acrescentados mais tarde ao antigo Syntagma adauctum, transformando-se dessa forma no último Código da Igreja Bizantina.

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)





[i] Card. alfons m. stickler, Cardeal Diácono de São Giorgio in Velabro


Pequena agenda do cristão

Sexta-Feira

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?