11/05/2016

Antigo testamento / Génesis 49

Génesis 49

Jacob abençoa os filhos

1 Então Jacob chamou seus filhos e dis­se: "Juntem-se ao meu lado para que eu vos diga o que vos acontecerá nos dias que virão.

2 "Reúnam-se para ouvir, filhos de Jacob; ouçam o que diz Israel, vosso pai.

3 "Rúben, você é meu primogénito, a minha força, o primeiro sinal do meu vigor, superior em honra, superior em poder.

4 Turbulento como as águas, já não será superior, porque tu subiste à cama do teu pai, ao meu leito, e o desonraste.

5 Simeão e Levi são irmãos; as suas espadas são armas de violência.

6 Que eu não entre no conselho deles, nem participe da sua assembleia, porque na sua ira mataram homens e a seu bel-prazer aleijaram bois, cortando-lhes o tendão.

7 Maldita seja a sua ira, tão tremenda, e a sua fúria, tão cruel!
Eu os dividirei pelas terras de Jacob e os dispersarei em Israel.

8 Judá, os seus irmãos o louvarão, a sua mão estará sobre o pescoço
dos teus inimigos; os filhos do teu pai se curvarão diante de ti.

9 Judá é um leão novo.
Tu vens subindo, filho meu, depois de matar a presa.
Como um leão, ele se senta; e deita-se como uma leoa; quem tem coragem de acordá-lo?

10 O ceptro não se apartará de Judá, nem o bastão de comando dos seus descendentes, até que venha aquele a quem ele pertence, e a ele as nações obedecerão.

11 Ele amarrará o seu jumento a uma videira; e o seu jumentinho, ao ramo mais selecto; lavará no vinho as suas roupas; no sangue das uvas, as suas vestimentas.

12 Seus olhos serão mais escuros que o vinho; os seus dentes, mais brancos que o leite.

13 Zebulom morará à beira-mar e se tornará um porto para os navios;
as suas fronteiras se estenderão até Sidom.

14 Issacar é um jumento forte, deitado entre as suas cargas.

15 Quando ele perceber como é bom o seu lugar de repouso e como é aprazível a sua terra, curvará os seus ombros ao fardo e se submeterá a trabalhos forçados.

16 Dã defenderá o direito do seu povo como qualquer das tribos de Israel.

17 Dã será uma serpente à beira da estrada, uma víbora à margem do caminho, que morde o calcanhar do cavalo e faz cair de costas o seu cavaleiro.

18 Ó Senhor, eu espero a tua libertação!

19 Gade será atacado por um bando, mas é ele que o atacará e o perseguirá.

20 A mesa de Aser será farta; ele oferecerá manjares de rei.

21 Naftali é uma gazela solta, que por isso faz festa.

22 José é uma árvore frutífera, árvore frutífera à beira de uma fonte, cujos galhos passam por cima do muro.

23 Com rancor arqueiros o atacaram, atirando-lhe flechas com hostilidade.

24 Mas o seu arco permaneceu firme; os seus braços continuaram fortes, ágeis para atirar, pela mão do Poderoso de Jacob, pelo nome do Pastor, a Rocha de Israel, pelo Deus de seu pai, que te ajuda, o Todo-poderoso, que te abençoa com bênçãos dos altos céus, bênçãos das profundezas, bênçãos da fertilidade e da fartura.

25 As bênçãos de vosso pai são superiores às bênçãos dos montes antigos, às delícias das colinas eternas.
Que todas essas bênçãos repousem sobre a cabeça de José, sobre a fronte daquele que foi separado dos seus irmãos.

26 Benjamim é um lobo predador; pela manhã devora a presa e à tarde divide o despojo".

A morte de Jacob

27 São esses os que formaram as doze tribos de Israel, e foi isso que o seu pai lhes disse, ao abençoá-los, dando a cada um a bênção que lhe pertencia.

28 A seguir, Jacob deu-lhes estas instruções: "Estou para ser reunido aos meus antepassados. Sepultem-me junto dos meus pais na caverna do campo de Efrom, o hitita, na caverna do campo de Macpela, perto de Manre, em Canaã, campo que Abraão comprou de Efrom, o hitita, como propriedade para sepultura.

29 Ali foram sepultados Abraão e Sara, sua mulher, e Isaque e Rebeca, sua mulher; ali também sepultei Lia.

30 "Tanto o campo como a caverna que nele está foram comprados dos hititas".

31 Ao acabar de dar essas instruções aos seus filhos, Jacob deitou-se, expirou e foi reunido aos seus antepassados.

(Revisão da versão portuguesa por ama)







Maio - Santo Rosário - Quinto Mistério Doloroso


Jesus Morre na Cruz

Chegou ao fim o Teu calvário. O sofrimento, os insultos, o vexame de seres despido em público, o opróbrio de seres contado entre os salteadores, tudo se consumou.

Inclinas a cabeça gotejante, e expiras.

E o mundo cobre-se de trevas. E muitos ressuscitaram.

E eu?
Coberto pelas trevas ou ressuscitado?

Inclinado em prostração pelo sacrifício tremendo, coberto de crepes, as lágrimas correndo, o corpo alquebrado pela angústia do meu Senhor morto, ou, ao contrário, ressuscitado para a vida que acabas-Te de dar-me, para a luminosa realidade de Teu filho e irmão, para a felicidade de finalmente ter sido liberto da minha escravidão ao pecado?

Como pude eu, Senhor, mergulhar nas trevas?
Como posso eu, Senhor, passear-me indiferente ao Teu sacrifício?
Como é possível que eu não me transfigure num homem novo, diferente?
Porquê não começo a caminhar em frente, para Ti, em vez dos desvios que continuamente faço, das paragens para deter-me em coisas que não valem nada, nesta minha viagem para me juntar a Ti?
Nessa Cruz onde expiras-Te, caberei eu também?
Posso, Senhor, juntar-me a Ti de braços estendidos e participar conTigo?
Porque não quises-Te Senhor, que eu fosse, ao menos, esse ladrão que levasTe, hoje mesmo, conTigo para o Paraíso?

Mais fácil, muito mais fácil teria sido, sem dúvida. Tu queres de mim, Senhor, toda a minha entrega e eu não Te dou senão bocadinhos de mim, da minha vida e, mesmo esses, de má vontade e sem determinação.
Posso eu merecer este Teu sacrifício?
Decerto que sim, mas só com a Tua ajuda, Senhor. Só com a Tua ajuda constante.
Bastará um momento, uma fracção de segundo, que me falte o Teu apoio e eu sou de novo aquele que Te flagela, que Te coloca a coroa de espinhos, que Te trespassa o peito com a lança, que Te vê morrer sem compreender nada, sem fazer nada.
Não podes, Senhor, deixar-me. Tenho de ser digno da Tua morte, tenho de merecer o Teu calvário, a Tua Cruz.

Protesto eu que a minha cruz é pesada, difícil e, no entanto, não morro nela. Pelo contrário, constantemente sinto a Tua mão a ajudar-me a carregá-la, o seu peso descansar também no Teu ombro dorido. Pois é, Senhor, mas eu não passo de um pobre pecador, desnorteado por vezes, cheio de ambições, de vaidade e fraquezas. Tenho á minha frente a Tua cruz, essa enorme cruz onde morresTe por mim.
Inclino-me contristado e com o coração compungido pela dor de Te ver
partir, de Te ver morrer.
Sei porem que ressuscitarás e que estarás sempre comigo, até que resolvas chamar-me para o pé de Ti.
Nada mais quero, nada mais desejo.

O que for preciso, Senhor, o que for necessário fazer para merecer esta Tua morte, que eu o faça com a Tua ajuda, com o alento que sabes dar, com a Tua misericórdia e bondade infinitas.
E então, quando prostrado Te adorar, quando estiver no Teu seio, dir-Te-ei:


Obrigado Senhor, pela Tua morte, sem ela não estaria aqui gozando a Vida Eterna.

Evangelho, comentário, L. espiritual


Páscoa

Evangelho: Jo 17, 11-19


11 Já não estou no mundo, mas eles estão no mundo, e Eu vou para Ti. Pai Santo, guarda em Teu nome aqueles que Me deste para que sejam um, assim como Nós. 12 Quando Eu estava com eles, os guardava em Teu nome. Conservei os que Me deste; nenhum deles se perdeu, excepto o filho da perdição, cumprindo-se a Escritura. 13 Mas agora vou para Ti e digo estas coisas, estando ainda no mundo, para que eles tenham em si mesmos a plenitude da Minha alegria. 14 Dei-lhes a Tua palavra, e o mundo odiou-os, porque não são do mundo, como também Eu não sou do mundo. 15 Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do mal. 16 Eles não são do mundo, como Eu também não sou do mundo. 17 Santifica-os na verdade. A Tua palavra é a verdade. 18 Assim como Tu Me enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo. 19 Por eles Eu santifico-Me a Mim mesmo, para que também sejam santificados na verdade.


Comentário:


O discurso testamentário de Cristo continua pondo ainda mais ênfase nos três principais objectivos que o cristão deve tentar conseguir: a Verdade, a Unidade e a Santidade.

Verdadeiramente a última não é possível sem as outras duas e a terceira não se consegue sem conhecer e viver a primeira.

Também São Josemaria Escrivá insistia na "unidade de vida" para que a vida do cristão pudesse ser Verdadeira e, assim, alcançar a santidade pessoal.

(ama, comentário sobre Jo 17, 11-19, 2015.05.20)




Leitura espiritual



INTRODUÇÃO AO CRISTIANISMO

INTRODUÇÃO

“CREIO – AMÉM”

CAPÍTULO PRIMEIRO

Fé no Mundo Hodierno

  1. Dúvida e Fé Situação do homem frente ao problema "Deus”

…/3

3. O dilema da Fé no mundo de hoje

Tomada clara a aventura encerrada no seio da fé, é inevitável uma nova consideração, na qual se revela a agudeza especial da dificuldade de crer em relação ao homem de hoje. Ao abismo do "visível" e do "invisível" acrescenta-se, aumentando a dificuldade, o báratro do "outrora" e do "hoje". O paradoxo fundamental, já por si inerente à fé, aguça-se pelo facto de se apresentar a fé em roupagem de outrora, e até de se identificar com o passado, com a forma de vida e de existência de outrora. Todas as actualizações, chamem-se "desmitização" intelectual-académica ou aggiornamento eclesial-pragmático, em nada mudam a situação. Pelo contrário: tais esforços reforçam a suspeita de se apresentar aqui, nervosamente, como hodierno, o que, na verdade, é o passado. Essas tentativas de actualização trazem bem à tona da consciência até que ponto é "de ontem" aquilo que nos é apresentado; e a fé, deixando de parecer um salto temerário, asemelha-se a um salto desafiador da generosidade do homem, do trampolim da aparente totalidade do mundo visível para o aparente nada do invisível e incompreensível. Parece, antes, uma pretensão, um atrevimento, querer comprometer o hoje com o ontem, evocando-o como perpétuamente válido. E quem desejará fazê-lo numa época na qual, em lugar da ideia de "tradição" se colocou o conceito de "progresso"?

De passagem, deparamo-nos aqui com uma característica da moderna conjuntura, não sem importância para o nosso problema. Em constelações espirituais passadas o conceito de "tradição" conotava determinado programa; surgia como elemento protector em que o homem podia confiar; podendo apelar para a tradição, havia certeza de se encontrar no lugar certo. Hoje predomina o sentimento diametralmente oposto: tradição é o abandonado, o meramente de ontem; progresso é a promessa explícita do ser, de modo que o homem não se sente em casa dentro da tradição, do passado, mas dentro do progresso e do futuro. E também sob este ponto de vista há de parecer-lhe ultrapassada uma fé que lhe vem ao encontro com a etiqueta de "tradição", incapaz de lhe abrir um lugar para existir, a ele que vê no futuro a sua possibilidade e obrigação propriamente ditas. O que quer dizer que o primário escândalo da fé, a distância entre visível e invisível, entre Deus e não-Deus, se acha encoberto e bloqueado pelo escândalo secundário do "outrora" e do "hoje", pela antítese de tradição e progresso, pelo compromisso com o passado que parece estar incluído na fé.

O facto de nem o profundo intelectualismo da desmitização, nem o pragmatismo do aggiornamento serem capazes de convencer, sem mais, torna evidente que também a absorção do escândalo fundamental da fé cristã representa algo de muito profundo que não se pode abordar, sem mais nem menos, nem por meio de teorias, nem pela acção. Aliás, em certo sentido, justamente aqui se patenteia o específico do escândalo cristão, a saber, aquilo que se poderia denominar positivismo cristão, a inamovível positividade do crístico. Eis o que tenho em mente: a fé cristã não se ocupa somente com o eterno, como à primeira vista poderia supor-se, com o eterno que se conservasse como algo totalmente diverso, fora do mundo humano e do tempo; ela ocupa-se muito mais com o Deus na história, com Deus como homem. A fé apresenta-se como revelação, ao parecer vencer o abismo entre eterno e temporal, entre visível e invisível, fazendo-nos encontrar Deus como homem, o Eterno como temporal, Deus como um de nós. Aliás, a sua pretensão de ser revelação funda-se no facto de ela ter trazido o eterno, por assim dizer, para dentro do nosso mundo: "O que ninguém jamais viu – Ele no-lo explicou, aquele que descansa no peito do Pai" [1] – Cristo tornou-se "exegese" de Deus para os homens, quase estaria tentado a afirmar com base no texto bíblico. Mas contentemo-nos com o vocábulo português; o original autoriza-nos a tomá-lo bem ao pé da letra: Jesus realmente explicou (ou seja, desdobrou, abriu) a Deus, conduzindo-o para fora de si, ou, mais drasticamente, na primeira carta de João: libertou-o à nossa contemplação e palpação, de modo tal que o jamais avistado por alguém agora está ao alcance do nosso tacto histórico.

À primeira vista parece tratar-se realmente do máximo em revelação, do limite extremo de Deus patentear-se. O salto que até agora conduzia ao infinito parece abreviado a uma ordem de grandeza humana possível, bastando-nos, para tanto, dar uns poucos passos até àquele homem na Palestina, no qual o mesmo Deus se nos revela. Mas estamos aí diante de uma estranha duplicidade, como que dois rostos de Jano: o que parece ser, de entrada, a mais radical revelação e, em certa medida, permanece para sempre sendo não só uma revelação, como a revelação por excelência, no mesmo instante se trai como a treva mais pesada e o mais estranho disfarce. O que Deus parece trazer, em primeira mão, para bem perto de nós, a ponto de podermos palpá-lo como nosso semelhante, seguir-lhe as pegadas e até avaliá-las e medi-las, tudo isto torna-se, em sentido muito profundo, base para a "morte de Deus", que, a partir dali, há de imprimir o seu cunho irrevogável ao desenvolvimento da história e às relações humanas com Deus: Deus ficou tão perto de nós, que o pudemos matar e assim, ao que parece, ele cessa de ser Deus. Por isso, vemo-nos hoje um tanto desconcertados diante dessa "revelação" cristã e, confrontando-a com a religiosidade, sobretudo, da Ásia, lançamos a pergunta: não teria sido muito mais simples crer no eterno-oculto, confiando-se a ele em meditação e anseio? Não teria sido melhor Deus deixar-nos na nossa infinita distância? Não fora mais simples e mais realizável perceber o eternamente incompreensível mistério mediante serena contemplação, mediante uma fuga de tudo o que é profano, em vez de render-se ao positivismo da fé numa única figura, confinando a salvação do homem e do mundo, por assim dizer, a algo como a cabecinha de um alfinete, que mais não parece representar esse um e único ponto fortuito? Não será a morte definitiva o fatal destino desse Deus reduzido a um único ponto dentro de um mundo que relativiza intolerantemente o homem e sua história a um ínfimo grãozinho de pó no cosmos, a um ponto que só poderia ser considerado como centro do universo pelo homem na sua ingenuidade dos anos de infância, mas, uma vez ultrapassados estes anos, impor-se-ia a coragem de acordar do sono, esfregar os olhos e sacudir para longe de si um sonho louco, por lindo que tenha sido, entrosando-se incondicionalmente no formidável mecanismo para o qual a nossa insignificante vida está destinada, vida que, precisamente assim, deveria encontrar um sentido novo, na aceitação de sua insignificância?

Só com esse aprofundamento total da questão e com esse enfoque que coloca o escândalo, muito mais profundo, do "positivismo" cristão, ou seja o "estreitamento" de Deus dentro de um único ponto da história à frente do aparentemente secundário escândalo do "outrora" e do "hoje", só assim tocamos o fundo da problemática cristã da fé, tal como hoje deve ser enfrentada. Podemos crer ainda? Não, impõe-se uma pergunta mais radical: temos ainda a liberdade de crer, ou avoluma-se diante de nós um dever maior, a saber, o dever de romper com o sonho e de colocar-se dentro da realidade? O cristão de hoje deve perguntar-se assim; não pode contentar-se em constatar que, afinal, é possível ainda encontrar uma interpretação do cristianismo através de uma porção de rodeios e subterfúgios, interpretação que não se choque com nada. Se alhures declara um teólogo que "ressurreição da carne" quer dizer apenas que cada um diariamente deve arregaçar as mangas corajosamente na preparação do futuro, com certeza está afastado o escândalo. Mas terá havido sinceridade numa tal interpretação? Não existe uma falsidade perigosa em tais prestidigitações interpretativas, em tais malabarismos, com que se tenta manter em pé o cristianismo e defendê-lo? Ou, sentindo-nos compelidos a lançar mão de tais recursos, não estaríamos obrigados a reconhecer que alcançamos o fim da linha? Então, não deveríamos sujeitar-nos simplesmente à realidade concreta, sem lançar cortinas de fumo? Acentuemo-lo com energia: um cristianismo assim esvaziado da sua realidade através de uma tal interpretação significa falta de sinceridade face às perguntas dos não-cristãos, cujo "talvez não" afinal deveria urgir-nos da mesma maneira como desejamos que eles sejam urgidos pelo "talvez" cristão.

Tentando aceitar assim a pergunta do outro como o ininterrupto questionamento da nossa própria existência, impossível de ser concentrado nas páginas de um tratado para, a seguir, ser posto de lado, teremos o direito de constatar, também aqui, a existência de uma contra-pergunta. A tendência hodierna é supor, como realidade propriamente dita, o tangível, o que se pode provar. Mas, é permitido fazer isso? Parece caber aqui uma pergunta mais cuidadosa: O que, na verdade, é "o real"? Será somente o comprovado e o comprovável? Ou não será, quiçá, a averiguação, apenas uma determinada maneira de comportamento face à realidade, maneira que, de modo algum, pode abranger o todo e que até conduz à adulteração da verdade e da existência humana, sempre que for aceite como critério único da realidade? Lançando esta pergunta, tornamos ao dilema do "outrora" e do "hoje", aliás, postos agora frente à frente com a problemática específica do nosso "hoje". Tentemos analisá-la com mais clareza nos seus elementos essenciais.

(cont)

joseph ratzinger, Tübingen, verão de 1967.

Revisão da versão portuguesa por ama

(cont)





[1] Jo 1,18

Compreender a Vontade de Deus

E os silêncios de Deus? 4

É no silêncio de Deus que o cristão aprende a crescer na fé e na confiança no Senhor.
Não sejamos crianças na fé.

Nesse silêncio sagrado somos obrigados a apurar os ouvidos interiores e a criar novas antenas para tentar compreender a vontade de Deus.

É preciso, então, não se deixar afundar na hora da tormenta, mas esperar com fé na Providência divina que não falha.
No meio do fogo das tribulações, é preciso continuar a caminhar, ainda que gemendo e chorando, “como se visse o invisível” [i].

(cont)

filipe aquino

(Revisão da versão portuguesa por ama)




[i] Hb 11, 27

Doutrina – 140

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO PRIMEIRO CREIO EM DEUS PAI

OS SÍMBOLOS DA FÉ

44. Qual é o mistério central da fé e da vida cristã?


O mistério central da fé e da vida cristã é o mistério da Santíssima Trindade. Os cristãos são baptizados no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Pequena agenda do cristão


Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




Conta-lhe tudo o que te acontece

– Queres amar a Virgem? – Pois então conversa com Ela! – Como? – Rezando bem o Rosário de Nossa Senhora. Mas, no Rosário... dizemos sempre o mesmo! – Sempre o mesmo? E não dizem sempre a mesma coisa os que se amam?... (Prólogo ao Santo Rosário)

Quanto cresceriam em nós as virtudes sobrenaturais se conseguíssemos verdadeira devoção a Maria, que é Nossa Mãe! Não nos importemos de lhe repetir durante todo o dia – com o coração, sem necessidade de palavras – pequenas orações, jaculatórias. A devoção cristã reuniu muitos desses elogios carinhosos na Ladainha que acompanha o Santo Rosário. Mas cada um de nós tem a liberdade de os aumentar, dirigindo-lhe novos louvores, dizendo-lhe o que – por um santo pudor que Ela entende e aprova – não nos atreveríamos a pronunciar em voz alta.

Aconselho-te – para terminar – que faças, se o não fizeste ainda, a tua experiência particular do amor materno de Maria. Não basta saber que Ela é Mãe, considerá-la deste modo, falar assim d'Ela. É tua Mãe e tu és seu filho; quer-te como se fosses o seu único filho neste mundo. Trata-a de acordo com isso: conta-lhe tudo o que te acontece, honra-a, ama-a. Ninguém o fará por ti, tão bem como tu, se tu não o fizeres.

Asseguro-te que, se empreenderes este caminho, encontrarás imediatamente todo o amor de Cristo; e ver-te-ás metido na vida inefável de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Conseguirás forças para cumprir bem a Vontade de Deus, encher-te-ás de desejos de servir todos os homens. Serás o cristão que às vezes sonhas ser: cheio de obras de caridade e de justiça, alegre e forte, compreensivo com os outros e exigente contigo mesmo.


Este e não outro é o carácter da nossa fé. Recorramos a Santa Maria, que Ela nos acompanhará com um passo firme e constante. (Amigos de Deus, 293)

Temas para meditar - 631

Santa Missa

O Santo Sacrifício compendia o que há-de ser a nossa conduta: adoração amorosa, acção de graças, expiação, petição. 

Quer dizer, dedicação a Deus e, por Ele, aos outros. 

Na Missa deve confluir quanto nos pese e nos oprima, quanto nos encha de alegria e ilusão, cada detalhe do afazer quotidiano; temos de ir com as nossas preocupações e as dos outros, as do mundo inteiro.

(javier echevarríaCart. aos fiéis da prelatura do Opus Dei ano da Eucaristia, 2004.10.06)