07/09/2021

NUNC COEPI Publicações em Setembro 7

 


PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

Terça-Feira 

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

 

Propósito: Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me: Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?




LEITURA ESPIRITUAL

 

Evangelho

 

Mc XV, 1-47

 

Jesus no tribunal romano: Pilatos

1 Logo de manhã, os sumos sacerdotes reuniram-se em conselho com os anciãos e os doutores da Lei e todo o Sinédrio; e, tendo manietado Jesus, levaram-no e entregaram-no a Pilatos. 2 Perguntou-lhe Pilatos: «És Tu o rei dos Judeus?» Jesus respondeu-lhe: «Tu o dizes.» 3 Os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas. 4 Pilatos interrogou-o de novo, dizendo: «Não respondes nada? Vê de quantas coisas és acusado!» 5 Mas Jesus nada mais respondeu, de modo que Pilatos estava estupefacto.

 

Jesus e Barrabás

6 Ora, em cada festa, Pilatos costumava soltar-lhes um preso que eles pedissem. 7 Havia um, chamado Barrabás, preso com os insurrectos que tinham cometido um assassínio durante a revolta. 8 A multidão chegou e começou a pedir-lhe o que ele costumava conceder. 9 Pilatos, respondendo, disse: «Quereis que vos solte o rei dos judeus?» 10 Porque sabia que era por inveja que os sumos sacerdotes o tinham entregado. 11 Os sumos sacerdotes, porém, instigaram a multidão a pedir que lhes soltasse, de preferência, Barrabás. 12 Tomando novamente a palavra, Pilatos disse-lhes: «Então que quereis que faça daquele a quem chamais rei dos judeus?» 13 Eles gritaram novamente: «Crucifica-o!» 14Pilatos insistiu: «Que fez Ele de mal?» Mas eles gritaram ainda mais: «Crucifica-o!» 15 Pilatos, desejando agradar à multidão, soltou-lhes Barrabás; e, depois de mandar flagelar Jesus, entregou-o para ser crucificado.

 

Coroação de espinhos

16 Os soldados levaram-no para dentro do pátio, isto é, para o pretório, e convocaram toda a coorte. 17 Revestiram-no de um manto de púrpura e puseram-lhe uma coroa de espinhos, que tinham entretecido. 18 Depois, começaram a saudá-lo: «Salve! Ó rei dos judeus!» 19 Batiam-lhe na cabeça com uma cana, cuspiam sobre Ele e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante dele. 20 Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto de púrpura e revestiram-no das suas vestes.

 

A caminho do Calvário

Levaram-no, então, para o crucificar. 21 Para lhe levar a cruz, requisitaram um homem que passava por ali ao regressar dos campos, um tal Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo. 22 E conduziram-no ao lugar do Gólgota, que quer dizer 'lugar do Crânio'.

 

Jesus crucificado e escarnecido

23 Queriam dar-lhe vinho misturado com mirra, mas Ele não quis beber. 24 Depois, crucificaram-no e repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, para ver o que cabia a cada um. 25 Eram umas nove horas da manhã, quando o crucificaram. 26 Na inscrição com a condenação, lia-se: «O rei dos judeus.» 27 Com Ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita e o outro à sua esquerda. 28 Deste modo, cumpriu-se a passagem da Escritura que diz: Foi contado entre os malfeitores. 29 Os que passavam injuriavam-no e, abanando a cabeça, diziam: «Olha o que destrói o templo e o reconstrói em três dias! 30 Salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!» 31 Da mesma forma, os sumos sacerdotes e os doutores da Lei troçavam dele entre si: «Salvou os outros mas não pode salvar-se a si mesmo! 32 O Messias, o Rei de Israel! Desça agora da cruz para nós vermos e acreditarmos!» Até os que estavam crucificados com Ele o injuriavam.

 

Morte de Jesus

33 Ao chegar o meio-dia, fez-se trevas por toda a terra, até às três da tarde. 34 E às três da tarde, Jesus exclamou em alta voz: «Eloí, Eloí, lemá sabachtáni?», que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste? 35 Ao ouvi-lo, alguns que estavam ali disseram: «Está a chamar por Elias!» 36 Um deles correu a embeber uma esponja em vinagre, pô-la numa cana e deu-lhe de beber, dizendo: «Esperemos, a ver se Elias vem tirá-lo dali.» 37 Mas Jesus, com um grito forte, expirou. 38 E o véu do templo rasgou-se em dois, de alto a baixo. 39 O centurião que estava em frente dele, ao vê-lo expirar daquela maneira, disse: «Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!» 40 Também ali estavam algumas mulheres a contemplar de longe; entre elas, Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago Menor e de José, e Salomé, 41 que o seguiam e serviam quando Ele estava na Galileia; e muitas outras que tinham subido com Ele a Jerusalém.

 

Sepultura de Jesus

42 Ao cair da tarde, visto ser a Preparação, isto é, véspera do sábado, 43 José de Arimateia, respeitável membro do Conselho que também esperava o Reino de Deus, foi corajosamente procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. 44 Pilatos espantou-se por Ele já estar morto e, mandando chamar o centurião, perguntou-lhe se já tinha morrido há muito. 45 Informado pelo centurião, Pilatos ordenou que o corpo fosse entregue a José. 46 Este, depois de comprar um lençol, desceu o corpo da cruz e envolveu-o nele. Em seguida, depositou-o num sepulcro cavado na rocha e rolou uma pedra sobre a entrada do sepulcro. 47 Maria de Magdala e Maria, mãe de José, observavam onde o depositaram.

 

Comentário

 

Chegou ao fim o Teu calvário. O sofrimento, os insultos, o vexame de seres despido em público, o opróbrio de seres contado entre os salteadores, tudo se consumou.

Inclinas a cabeça gotejante, e expiras. E o mundo cobre-se de trevas. E muitos ressuscitaram. E eu? Coberto pelas trevas ou ressuscitado? Inclinado em prostração pelo sacrifício tremendo, coberto de crepes, as lágrimas correndo, o corpo alquebrado pela angústia do meu Senhor morto, ou, ao contrário, ressuscitado para a vida que acabas-Te de dar-me, para a luminosa realidade de Teu filho e irmão, para a felicidade de finalmente ter sido liberto da minha escravidão ao pecado?

Como pude eu, Senhor, mergulhar nas trevas? Como posso eu, Senhor, passear-me indiferente ao Teu sacrifício? Como é possível que eu não me transfigure num homem novo, diferente? Porquê não começo a caminhar em frente, para Ti, em vez dos desvios que faço continuamente, das paragens para deter-me em coisas que não valem nada, nesta minha viagem para me juntar a Ti?

Nessa Cruz onde expiras-Te, caberei eu também? Posso, Senhor, juntar-me a Ti de braços estendidos e participar conTigo? Porque não quisesTe Senhor, que eu fosse, ao menos, esse ladrão que levaste conTigo para o Paraíso? Mais fácil, muito mais fácil teria sido, sem dúvida. Tu queres de mim, Senhor, toda a minha entrega e, eu, não Te dou senão bocadinhos de mim, da minha vida e, mesmo esses, de má vontade e sem determinação.

Posso eu merecer este Teu sacrifício? Decerto que sim, mas só com a Tua ajuda, Senhor. Só com a Tua ajuda constante. Bastará um momento, uma fracção de segundo, que me falte o Teu apoio e eu sou de novo aquele que Te flagela, que Te coloca a coroa de espinhos, que Te trespassa o peito com a lança, que Te vê morrer sem compreender nada, sem fazer nada. Não podes, Senhor, deixar-me. Tenho de ser digno da Tua morte, tenho de merecer o Teu calvário, a Tua Cruz.

Protesto eu que a minha cruz é pesada, difícil e, no entanto, não morro nela. Pelo contrário, constantemente sinto a Tua mão a ajudar-me a carregá-la, o seu peso descansar também no Teu ombro dorido. Pois é, Senhor, mas eu não passo de um pobre pecador, desnorteado por vezes, cheio de ambições, de vaidade e fraquezas. Tenho à minha frente a Tua cruz, essa enorme cruz onde morresTe por mim.

Inclino-me contristado e com o coração compungido pela dor de Te ver partir, de Te ver morrer. Sei porem que ressuscitarás e que estarás sempre comigo, até que resolvas chamar-me para o pé de Ti. Nada mais quero, nada mais desejo.

O que for preciso, Senhor, o que for necessário fazer para merecer esta Tua morte, que eu o faça com a Tua ajuda, com o alento que sabes dar, com a Tua misericórdia e bondade infinitas. E então, quando prostrado Te adorar, quando estiver no Teu seio, dir-Te-ei: Obrigado Senhor, pela Tua morte, sem ela não estaria aqui gozando a Vida Eterna.

 

(AMA, 1999)

 


 

SANTÍSSIMA VIRGEM

 

CARTA ENCÍCLICA

REDEMPTORIS MATER

DO SUMO PONTÍFICE

JOÃO PAULO II

SOBRE A BEM-AVENTURADA

VIRGEM MARIA

NA VIDA DA IGREJA

QUE ESTÁ A CAMINHO

 

 

Veneráveis Irmãos, caríssimos Filhos e Filhas: saúde e Bênção Apostólica!

 

INTRODUÇÃO

 

4. Para isso nos prepara já o Concílio Vaticano II, ao apresentar no seu magistério a Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja. Com efeito, se «o mistério do homem só se esclarece verdadeiramente no mistério do Verbo Incarnado» ― como proclama o mesmo Concílio ― então é necessário aplicar este princípio, de modo muito particular, àquela excepcional «filha da estirpe humana», àquela «mulher» extraordinária que se tornou Mãe de Cristo. Só no mistério de Cristo «se esclarece» plenamente o seu mistério. Foi assim, de resto, que a Igreja, desde o princípio, procurou fazer a sua leitura: o mistério da Incarnação permitiu-lhe entender e esclarecer cada vez melhor o mistério da Mãe do Verbo Incarnado. Neste aprofundamento teve uma importância decisiva o Concílio de Éfeso (a. 431), durante o qual, com grande alegria dos cristãos, a verdade sobre a maternidade divina de Maria foi confirmada solenemente como verdade de fé da Igreja. Maria é a Mãe de Deus (= Theotókos), uma vez que, por obra do Espírito Santo, concebeu no seu seio virginal e deu ao mundo Jesus Cristo, o Filho de Deus consubstancial ao Pai. “O Filho de Deus ... ao nascer da Virgem Maria, tornou-se verdadeiramente um de nós…”, fez-se homem. Deste modo, pois, mediante o mistério de Cristo, resplandece plenamente no horizonte da fé da Igreja o mistério da sua Mãe. O dogma da maternidade divina de Maria, por sua vez, foi para o Concílio de Éfeso e é para a Igreja como que uma chancela no dogma da Incarnação, em que o Verbo assume realmente, sem a anular, a natureza humana na unidade da sua Pessoa.

 

 

 


REFLEXÃO

 

Exame pessoal 2

 

Exame pois claro!

Como se fosse assim algo de extraordinário, com um merecimento enorme!

Ainda se fosse verdadeiro, profundo, detalhado!

Mas não é, não costuma passar de uma revisão da memória onde me perco em inúmeras coisas sem importância nenhuma, em vez de ir ao "fundo", ao cerne onde nascem os meus defeitos, os meus erros.

Desejo tirar esta capa de "bem-comportado" com que me cubro para poder apresentar-me ao Senhor tal qual sou, ou, por outras palavras, como Ele sabe que sou.

Só com a Tua ajuda o conseguirei e, por isso Te peço me ajudes.

 

(AMA, 2018)

 


SÃO JOSEMARIA textos

 

Aqui estou, porque me chamaste

Chegou para nós um dia de salvação, de eternidade. Uma vez mais se ouvem os assobios do Pastor Divino, as suas palavras carinhosas: "Vocavi te nomine tuo". – Chamei-te pelo teu nome. Como a nossa mãe, Ele convida-nos pelo nome. Mais: pelo apelativo carinhoso, familiar. Lá, na intimidade da alma, chama, e é preciso responder: "Ecce ego, quia vocasti me". Aqui estou, porque me chamaste; decidido a que desta vez não passe o tempo como a água sobre os seixos rolados, sem deixar rasto. (Forja, 7)

Um dia (não quero generalizar; abre o coração ao Senhor e conta-lhe tu a história) talvez um amigo, um cristão normal e corrente como tu, te tenha feito descobrir um panorama profundo e novo e ao mesmo tempo tão antigo como o Evangelho. Sugeriu-te a possibilidade de te empenhares seriamente em seguir Cristo, em ser apóstolo de apóstolos. Talvez tenhas perdido então a tranquilidade e não a terás recuperado, convertida em paz, até que, livremente, "porque muito bem te apeteceu" – que é a razão mais sobrenatural – respondeste a Deus que sim. E veio a alegria, vigorosa, constante, que só desaparece quando te afastas d'Ele. Não me agrada falar de escolhidos nem de privilegiados. Mas é Cristo quem fala disso, quem escolhe. É a linguagem da escritura: elegit nos in ipso ante mundi constitutionem – diz São Paulo – ut essemus sancti, escolheu-nos antes da criação do mundo para sermos santos. Eu sei que isto não te enche de orgulho, nem contribui para que te consideres superior aos outros homens. Essa escolha, raiz do teu chamamento, deve ser a base da tua humildade. Costuma levantar-se porventura algum monumento aos pincéis dum grande pintor? Serviram para fazer obras-primas mas o mérito é do artista. Nós – os cristãos – somos apenas instrumentos do Criador do mundo, do Redentor de todos os homens. (Cristo que Passa,3)