07/04/2016

Publicações Abr 07

Publicações Abr 07

São Josemaria – Textos

AMA - Reflectindo - Quando sopra o vento

AMA - Comentários ao Evangelho Jo 3 31-36

CIC – Compêndio

Morte - o que as pessoas sentem

AT – Génesis


Agenda Quinta-Feira

Doutrina – 108

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
PRIMEIRA SECÇÃO: «EU CREIO» – «NÓS CREMOS»
CAPÍTULO SEGUNDO: DEUS VEM AO ENCONTRO DO HOMEM

A TRANSMISSÃO DA REVELAÇÃO DIVINA

11. Porquê e como deve ser transmitida a Revelação?

Deus «quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade» [1], isto é, de Jesus Cristo. Por isso, é necessário que Cristo seja anunciado a todos os homens, segundo o seu mandamento: «Ide e ensinai todos os povos» [2]. É o que se realiza com a Tradição Apostólica.




[1] 1 Tm 2,4
[2] Mt 28, 19

O que as pessoas sentem ao morrer

Resultado de imagem para morteO que as pessoas sentem ao morrer

…/5

Sensação de transcendência em religiosos, agnósticos e ateus:

O director do Tucson Medical Center, john lerma, especialista em cuidados paliativos, recopiou exemplos muito similares aos citados por penny em “Into the Light: Real Life Stories About Angelic Visits, Visions of the Afterlife, and Other Pre-Death Experiences” (New Page Books). Segundo os seus relatórios, cerca de 75% dos pacientes esperam que seus parentes saiam do quarto para morrer.

penny nega-se a acreditar que estas vivências sejam motivadas por alucinações: ‘Não é possível que várias pessoas vejam a mesma coisa e sejam capazes de descrever o que viram exactamente da mesma maneira, quando se trata de uma percepção distorcida da realidade’.

Os seus estudos mais recentes centram-se nas vivências compartilhadas pelas pessoas que acompanham os que estão em transe de morte. ‘Abrem uma via completamente nova de iluminação racional sobre a questão da vida após a morte, porque as pessoas que comunicam estas experiências são saudáveis. Costumam estar sentadas junto ao leito de morte de um ente querido quando têm uma dessas experiências maravilhosas e misteriosas’.

Fonte: ALETEIA



(Revisão da versão portuguesa por ama)

Pequena agenda do cristão


Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




Antigo testamento / Génesis

Génesis 7

Noé

1 Então o Senhor disse a Noé: "Entra na arca, t e toda a tua família, porque és o único justo que encontrei nesta geração.

2 Leva contigo sete casais de cada espécie de animal puro, macho e fêmea, e um casal de cada espécie de animal impuro, macho e fêmea, e leva também sete casais de aves de cada espécie, macho e fêmea, a fim de preservá-los em toda a terra.

3 Daqui a sete dias farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites, e farei desaparecer da face da terra todos os seres vivos que fiz".

4 E Noé fez tudo como o Senhor lhe tinha ordenado.

5 Noé tinha seiscentos anos de idade quando as águas do Dilúvio vieram sobre a terra.

6 Noé, seus filhos, a sua mulher e as mulheres de seus filhos entraram na arca, por causa das águas do Dilúvio.

7 Casais de animais grandes, puros e impuros, de aves e de todos os animais pequenos que se movem rente ao chão vieram a Noé e entraram na arca, como Deus tinha ordenado a Noé.

8 E, depois dos sete dias, as águas do Dilúvio vieram sobre a terra.

9 No dia em que Noé completou seiscentos anos, um mês e dezassete dias, nesse mesmo dia todas as fontes das grandes profundezas jorraram, e as comportas do céu se abriram.

10 E a chuva caiu sobre a terra quarenta dias e quarenta noites.

11 Naquele mesmo dia, Noé e seus filhos, Sem, Cam e Jafé, com a sua mulher e com as mulheres de seus três filhos, entraram na arca.

12 Com eles entraram todos os animais de acordo com as suas espécies: todos os animais selvagens, todos os rebanhos domésticos, todos os demais seres vivos que se movem rente ao chão e todas as criaturas que têm asas: todas as aves e todos os outros animais que voam.

13 Casais de todas as criaturas que tinham fôlego de vida vieram a Noé e entraram na arca.

14 Os animais que entraram foram um macho e uma fêmea de cada ser vivo, conforme Deus ordenara a Noé. Então o Senhor fechou a porta.

15 Quarenta dias durou o Dilúvio, e as águas aumentaram e elevaram a arca acima da terra.

18 As águas prevaleceram, aumen­tando muito sobre a terra, e a arca flutuava na superfície das águas.

16 As águas dominavam cada vez mais a terra, e foram cobertas todas as altas montanhas debaixo do céu.

17 As águas subiram até quase sete metros acima das montanhas.

18 Todos os seres vivos que se movem sobre a terra pereceram: aves, rebanhos domésticos, animais selvagens, todas as pequenas criaturas que povoam a terra e toda a humanidade.

19 Tudo o que havia em terra seca e tinha nas narinas o fôlego de vida morreu.

20 Todos os seres vivos foram exterminados da face da terra; tanto os homens como os animais grandes, os animais pequenos que se movem rente ao chão e as aves do céu foram exterminados da terra. Só restaram Noé e aqueles que com ele estavam na arca.

21 E as águas prevaleceram sobre a terra cento e cinquenta dias.

(Revisão da versão portuguesa por ama)










Reflectindo - 170

Quando sopra o vento


Parece um título apropriado para esta reflexão num dia como o de hoje de autêntico Inverno tempestuoso e frio.
Nem sempre o vento se pode associar a algo relativamente mau ou, pelo menos desconfortável.

Lembro por exemplo que o vento - neste caso, o sopro - que o Espírito Santo envia sobre os Apóstolos -  chamam-lhe "vento impetuoso" - ou o sopro que Cristo emitiu sobre eles dizendo: «recebei o Espírito Santo».
[i]

O vento da Fé que parece empurrar-nos para a frente quando a dúvida nos assalta;
O vento da esperança que afasta a névoa que nos esconde o caminho seguro;
O vento - antes brisa suave - que faz ondular o manto com que a nossa Mãe do Céu nos protege.

Sim, podemos concluir que na nossa vida o vento é uma constante e verdadeira ajuda para progredir, seguir em frente, limpar o passado menos bom, desanuviar as nuvens da dúvida ou da hesitação.


(ama, Reflexões, 2016.01.08)



[i] Cfr. Jo 19, 22

Evangelho, comentário, L. espiritual


Páscoa

Evangelho: Jo 3, 31-36

31 «Aquele que vem lá de cima é superior a todos. Aquele que vem da terra, é da terra, e terrestre é a sua linguagem. Aquele que vem do céu, é superior a todos. 32 Ele testifica o que viu e ouviu, mas ninguém recebe o Seu testemunho. 33 Quem recebe o Seu testemunho certifica que Deus é verdadeiro. 34 Aquele a Quem Deus enviou fala palavras de Deus, porque Deus não Lhe dá o Espírito por medida. 35 O Pai ama o Filho e pôs todas as coisas na Sua mão. 36 Quem acredita no Filho tem a vida eterna; quem, porém, não acredita no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele».

Comentário:

Esta longa conversa de Jesus com Nicodemos deveria ser leitura frequente de todo o cristão.

Pela própria boca do Senhor ficamos a saber com perfeita acuidade quanto precisamos sobre a Pessoa do Salvador, a Santíssima Trindade e os "planos" de Deus em relação às Suas criaturas.

Não nos deixemos "afastar" pela aparente erudição ou complexidade do discurso, antes vejamos a simplicidade grandiosa do Amor divino.

(ama, comentário sobre Jo 3 31-36 2015.04.16)


Leitura espiritual


SANTO AGOSTINHO – CONFISSÕES

LIVRO NONO

CAPÍTULO XII

As lágrimas negadas

Fechei-lhe os olhos, e uma tristeza imensa invadiu-me o coração, e já me ia desfazer em lágrimas; ao mesmo tempo, os meus olhos, obedecendo ao enérgico poder da minha vontade, fechavam a sua fonte até secá-la. Como foi angustiosa essa luta! E foi quando ela deu o último suspiro, que o meu filho Adeodato rebentou em soluços; mas, instado por todos nós, calou-se.

Deste modo a sua voz juvenil, voz do coração, calou em mim essa espécie de emoção pueril que me provocava o pranto. De facto, não julgávamos correcto celebrar aquele funeral com lágrimas e choro, pois tais demonstrações deploram geralmente o triste destino dos que morrem, ou a sua total extinção. A morte de minha mãe não era uma desgraça, e ela não morria para sempre, e disto estávamos certos pelo testemunho dos seus costumes, pela sua fé sincera e outras razões inequívocas.

Que era então o que tanto me pungia, senão a ferida recente causada pelo rompimento repentino do nosso dulcíssimo e querido convívio?

Era para mim grande consolação o testemunho que dera de mim, quando nesta última enfermidade, respondendo com ternura às minhas atenções, chamava-me de bom filho, e recordava com grande afecto o nunca ter ouvido da minha boca uma só palavra dura ou injuriosa contra ela. Entretanto, o que era, meu Deus e meu Criador, a solicitude que eu lhe tributava, em comparação com o devotamento servil que por mim suportava? Por me ver privado de tão grande consolo, sentia a alma ferida e a minha vida, que era uma só com sua, estava despedaçada.

Reprimido o pranto do Adeodato, Evódio tomou o saltério e começou a cantar um salmo, ao que todos respondíamos “Misericórdia e justiça te cantarei Senhor”. Conhecida a notícia da sua morte, acorreram muitos irmãos e mulheres piedosas e, enquanto os encarregados dos funerais faziam o seu ofício conforme o hábito, retirei-me para um lugar conveniente, junto com os amigos que julgavam oportuno não me deixar só. Falava sobre assuntos próprios das circunstâncias, e com o lenitivo da verdade mitigava o meu sofrimento, só conhecido por ti. Eles ignoravam-no e ouviam-me atentamente, julgando que não sofria nenhuma dor.

Mas eu, pertinho dos teus ouvidos, onde ninguém me podia escutar, censurava a minha sensibilidade e fraqueza e reprimia a onda de tristeza que me invadia; esta cedia por uns instantes, e novamente me arrastava com o seu ímpeto, embora não chegasse a derramar lágrimas ou alterar a face. Somente eu sabia quão oprimido estava o meu coração! E como me desgostava profundamente que as vicissitudes humanas tivessem tanto poder sobre mim, que são inelutáveis pela ordem natural e a sorte da nossa condição; a minha própria dor causava-me outra dor, e me afligia com dupla tristeza.

Quando o corpo foi levado à sepultura, fui e voltei sem derramar uma lagrima. Nem mesmo nas orações que te fizemos, quando oferecemos o sacrifício da nossa redenção por intenção da morta, cujo cadáver jazia junto ao sepulcro antes de ser inumado, como ali é costume, nem mesmo nessas orações, chorei. Mas durante todo o dia andei oprimido por grande tristeza interior; pedia-te como podia, com a mente perturbada, que aliviasses a minha dor. Mas não me atendias, sem dúvida para que fixasse, bem na memória, ao menos por esta única experiência, como são poderosos os laços do costume, mesmo numa alma que já não se alimentava de palavras enganadoras.

Lembrei-me então ir aos banhos, por ter ouvido dizer que a palavra banho (bálneo, em latim) vinha dos gregos, que o chamaram balanéion (tirar fora a ania), porque o banho aliviava as tristezas da alma. Mas eu o confesso à tua misericórdia – ó Pai dos órfãos: depois do banho fiquei como estava antes, porque  meu coração não expulsou o amargor da sua tristeza.

Depois adormeci. Ao despertar, a minha dor estava mitigada; só, no meu leito, lembrei-me dos versos cheios de verdade de teu Ambrósio. Porque, na verdade Tu és Deus, criador de quanto existe,
De todo o mundo supremo governante,
Que o dia vestes com tua luz brilhante,
E de sonhos gratos a noite triste
A fim de que os membros cansados
O descanso ao trabalho prepare
E as mentes cansadas, repare
E os peitos de pena oprimidos.

Depois, pouco a pouco voltava aos sentimentos de antes sobre a tua serva. Recordava a sua piedade para contigo, a sua solicitude e paciência comigo, da qual subitamente me via privado. E senti consolação em chorar diante de ti, por causa dela e por ela, e por minha causa e por mim. E deixei que as lágrimas reprimidas corressem à vontade, estendendo-as como um leito reparador sob o meu coração. Os teus ouvidos eram os que ali me escutavam, e não os de nenhum homem, que pudesse interpretar com soberba o meu pranto.

E agora, Senhor, to confesso nestas linhas: leia-o quem quiser, interprete-o como quiser. E se alguém julgar que pequei nessas lágrimas, que derramei sobre a minha mãe por alguns instantes, por minha mãe então morta a meus olhos, ela que me havia chorado tantos anos para que eu vivesse aos teus olhos, não se ria. Antes, é grande a sua caridade, chore por meus pecados diante de ti, Pai de todos os irmãos de teu Cristo!

CAPÍTULO XIII

Preces pela mãe morta

Agora, com a ferida do meu coração já sanada, na qual se podia censurar um afecto muito carnal, derramo diante de ti, meu Deus, pela tua serva, outra espécie de lágrimas, bem diferentes, aquelas que brotam do espírito comovido à vista dos perigos que corre toda alma que morre em Adão. É verdade que minha mãe, vivificada em Cristo, antes mesmo de ser livre dos laços da carne, viveu de tal modo, que o teu nome era louvado na sua fé e nos seus costumes. Contudo, não me atrevo a dizer que desde que a regeneraste no baptismo não saiu da sua boca nenhuma palavra contrária à tua lei. Porque a Verdade, que é teu Filho, disse: “Quem chamar a seu irmão louco será réu do fogo da geena”. Ai da vida dos homens, por mais louvável que seja, se tu a julgares sem a tua misericórdia! Mas porque não examinas os nossos pecados com rigor, confiadamente esperamos tomar lugar a teu lado. Quem enumera diante de ti os seus próprios méritos, que mais expõe senão os teus dons? Oh! Se os homens se reconhecessem como homens!

Se quem se glorifica se glorificasse no Senhor!

Por isso, Deus do meu coração, minha vida e minha gloria, esquecendo por um momento as boas ações de minha mãe, pelas quais te dou graças com alegria, peço-te agora perdão pelos seus pecados. Ouve-me pelos méritos daquele que é o médico das nossas feridas, que foi suspenso do madeiro da cruz e que, sentado agora à tua direita, intercede por nós junto a ti. Eu sei que ela sempre agiu com misericórdia, e que perdoou de coração todas as faltas contra ela cometidas; perdoa-lhe também as suas dívidas, se algumas contraiu em tantos anos que se seguiram ao baptismo. Perdoa-lhe, Senhor, perdoa-lhe, te suplico, e não entres em juízo com ela.

Triunfe a misericórdia sobre a justiça pois as tuas são palavras de verdade, e prometeste misericórdia aos misericordiosos. Se alguém o foi, deve-o à tua graça, tu que tens compaixão de quem te apraz, e usas de misericórdia com quem queres ser misericordioso.

Creio que já fizeste o que te suplico, mas desejo, Senhor, que acolhas os desejos de minha boca. Estando iminente o dia da sua morte, ela não desejou sepultar o corpo com grande pompa, ou que fosse embalsamado com preciosos aromas, nem desejou um rico monumento, nem se preocupou em tê-lo na pátria. Nada disto nos pediu, mas desejou apenas que nos lembrássemos dela ante o teu altar, onde servira todos os dias de sua vida, sabendo que nele se oferece a vítima santa, com cujo sangue se destrói o libelo da nossa condenação, e pelo qual vencemos o inimigo que conta as nossas faltas e procura com que nos acusar, nada achando naquele que é nossa vitória.

Quem poderá devolver-lhe seu sangue inocente? Quem poderá restituir-lhe o preço pago pelo nosso resgate, para nos arrancar ao inimigo? A este mistério de nossa redenção ligou a tua serva a sua alma com o vínculo da fé. Que ninguém a afaste da tua proteção. Que entre ela e ti não se interponha, nem pela força, nem pelo engano, o leão ou o dragão. Ela não responderá que nada deve, para não ser convencida e arrebatada pelo astuto acusador, responderá que as suas dívidas lhe foram perdoadas por aquele a quem ninguém pode restituir o que por nós pagou sem nada dever.

Que ela repouse em paz com o seu marido, antes e depois do qual não teve outro; a quem serviu, com uma paciência cujo fruto te oferecia, para o ganhar também para ti. Mas inspira, meu Senhor e meu Deus, inspira os teus servos, meus irmãos, os teus filhos, meus senhores, a quem sirvo de coração, com a palavra e com a pena, para que, ao lerem estas páginas, diante do teu altar se lembrem de Mónica, tua serva, e de Patrício, outrora seu esposo, pelos quais me introduziste misteriosamente nesta vida. Que se lembrem com piedoso afecto daqueles que foram os meus pais nesta vida transitória, e meus irmãos em ti, ó Pai, na Igreja Católica, nossa mãe, e meus concidadãos na eterna Jerusalém, pela qual suspira o teu povo na sua peregrinação desde a saída até ao regresso. Assim, graças às minhas confissões, o último desejo de Mónica será mais amplamente satisfeito com muitas orações do que só pelas minhas.

(Revisão de versão portuguesa por ama)



Fortes e pacientes: serenos

Se, por teres o olhar fixo em Deus, souberes manter-te sereno no meio das preocupações; se aprenderes a esquecer as ninharias, os rancores e as invejas; pouparás muitas energias, que te fazem falta para trabalhar com eficácia, em serviço dos homens. (Sulco, 856)

Quem sabe ser forte não se deixa invadir pela pressa de conquistar logo o fruto da sua virtude; é paciente. A fortaleza leva-nos realmente a saborear a virtude humana e divina da paciência. Mediante a vossa paciência, possuireis as vossas almas (Lc XXI, 19). A posse da alma exprime-se na paciência, que, na verdade, é raiz e custódia de todas as virtudes. Nós possuímos a alma com a paciência, porque, aprendendo a dominar-nos a nós mesmos, começamos a possuir aquilo que somos. E é esta paciência que nos leva também a ser compreensivos com os outros, persuadidos de que as almas, como o bom vinho, melhoram com o tempo.


Fortes e pacientes: serenos. Mas não com a serenidade daquele que compra a tranquilidade pessoal à custa de se desinteressar dos seus irmãos ou da grande tarefa, que corresponde a todos, de difundir ilimitadamente o bem por todo o mundo. Serenos, porque há sempre perdão, porque tudo tem remédio, menos a morte, e, para os filhos de Deus, a morte é vida. Serenos, ainda que seja só para poder actuar com inteligência: quem conserva a calma está em condições de reflectir, de estudar os prós e os contras de cada problema, de examinar judiciosamente os resultados das acções previstas. E depois, sossegadamente, pode intervir com decisão. (Amigos de Deus, 78–79).