24/06/2015

O que pode ver em NUNC COEPI em Jun 24

O que pode ver em NUNC COEPI em Jun 24

São Josemaria - Textos

Eternidade, Santo Agostinho, Serm (Stº Agostinho)

AMA - Comentários ao Evangelho Lc 1 57-66 80,Virtudes

JMA (diálogos com o meu eu)


Agenda Quarta-Feira

DIÁLOGOS COM O MEU EU (18)

Então, como te sentes?
Não sei bem, o que te responder!

Porquê?
Entre a graça de serviço que Deus me deu, e os parabéns de tantos que me os expressam com amizade, fico assim, sem palavras!

Achas que não os mereces?
Não é uma questão de merecer, porque nunca merecerei nada. É uma questão de verem em mim aquilo que eu não consigo ver!

Como assim?
Porque Deus sabe melhor, e assim não me deixa ver o que os outros vêem, mas apenas me mostra a minha pequenez.

Achas-te “pequeno”?
Pois, o problema é esse mesmo. É que a maior parte das vezes me acho “maior” do que os outros, e assim Ele me vai conduzindo no caminho para perceber que sem Ele eu nada sou.


Marinha Grande, 23 de Outubro de 2013

Joaquim Mexia Alves

Evangelho, comentário, L. Espiritual




Tempo comum XII Semana

Nascimento de São João Baptista

Evangelho: Lc 1, 57-66, 80

57 Completou-se para Isabel o tempo de dar à luz e deu à luz um filho. 58 Os seus vizinhos e parentes ouviram falar da graça que o Senhor lhe tinha feito e congratulavam-se com ela. 59 Aconteceu que, ao oitavo dia, foram circuncidar o menino e chamavam-lhe Zacarias, do nome do pai. 60 Interveio, porém, sua mãe e disse: «Não; mas será chamado João». 61 Disseram-lhe: «Ninguém há na tua família que tenha este nome». 62 E perguntavam por acenos ao pai como queria que se chamasse. 63 Ele, pedindo uma tabuinha, escreveu assim: «O seu nome é João». Todos ficaram admirados.64 E logo se abriu a sua boca, soltou-se a língua e falava bendizendo a Deus. 65 O temor se apoderou de todos os seus vizinhos, e divulgaram-se todas estas maravilhas por todas as montanhas da Judeia. 66 Todos os que as ouviram as ponderavam no seu coração, dizendo: «Quem virá a ser este menino?». Porque a mão do Senhor estava com ele.
80 Ora o menino crescia e se fortificava no espírito. E habitou nos desertos até ao dia da sua manifestação a Israel.

Comentário:

Porque é que o seu nome é João?

Zacarias não revela que foi o Anjo que assim lho indicou e nem precisa, pois todos podem ver o milagre de ter recuperado a fala logo que o escreveu na tabuinha.

Assim é quando se faz a vontade de Deus, recupera-se o que se tinha perdido com a resistência ou indiferença aos Seus mandatos e, a alma, não poderá deixar de entoar com júbilo louvor e glória a Deus Nosso Senhor.

(ama, comentário sobre Lc 1, 57-66, 2009.11.19)


Leitura espiritual



Virtudes

5. As virtudes humanas

«As virtudes humanas são atitudes firmes, disposições estáveis, perfeições habituais da inteligência e da vontade, que regulam os nossos actos, ordenam as nossas paixões e guiam o nosso procedimento segundo a razão e a fé. Conferem facilidade, domínio e alegria para se levar uma vida moralmente boa. O Homem virtuoso é aquele que livremente pratica o bem» [1].

Estas adquirem-se mediante as forças humanas e são os frutos e germes de actos moralmente bons» [2], [3].

Entre as virtudes humanas há quatro chamadas cardeais, porque todas as outras se agrupam à volta delas.

São a prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança [4].

- «A prudência é a virtude que dispõe a razão prática para discernir, em qualquer circunstância, o nosso verdadeiro bem e para escolher os justos meios de o atingir» [5].

É a «norma recta da acção» [6].

- «A justiça é a virtude moral que consiste na constante e firme vontade de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido» [7], [8].

- «A fortaleza é a virtude moral que, no meio das dificuldades, assegura a firmeza e a constância na prossecução do bem.
Torna firme a decisão de resistir às tentações e de superar os obstáculos na vida moral.

A virtude da fortaleza dá capacidade para vencer o medo, mesmo da morte, e enfrentar a provação e as perseguições.
Dispõe a ir até à renúncia e ao sacrifício da própria vida, na defesa duma causa justa» [9], [10].

- «A temperança a virtude moral que modera a atracção dos prazeres e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados.
Assegura o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos nos limites da honestidade» […]
A pessoa temperante orienta para o bem os apetites sensíveis, guarda uma sã discrição e não se deixa arrastar pelas paixões do coração. A temperança é muitas vezes louvada no Antigo Testamento:

«Não te deixes levar pelas tuas más inclinações e refreia os teus apetites» [11].
No Novo Testamento, é chamada “moderação”, ou “sobriedade”» [12].

A respeito das virtudes morais, afirma-se que in medio virtus.

Isto significa que a virtude moral consiste no meio entre um defeito e um excesso [13].

In medio virtus não é uma chamada à mediocridade.

A virtude não é o termo médio entre dois ou mais vícios, mas a rectidão da vontade que, como num cume, se opõe a todos os abismos que são os vícios [14].

6. As virtudes e a graça. As virtudes cristãs

As feridas deixadas pelo pecado original na natureza humana dificultam a aquisição e o exercício das virtudes humanas [15], [16].
Para adquiri-las e praticá-las, o cristão conta com a graça de Deus que sara a natureza humana.

 Além disso, a graça, ao elevar a natureza humana a participar da natureza divina, eleva essas virtudes ao plano sobrenatural [17], levando a pessoa humana a actuar segundo a recta razão iluminada pela fé: numa palavra, a imitar Cristo.

Deste modo, as virtudes humanas tornam-se virtudes cristãs [18].

7. Os dons e os frutos do Espírito

«A vida moral dos cristãos é sustentada pelos dons do Espírito Santo. Estes são disposições permanentes que tornam o homem dócil aos impulsos do Espírito Santo» [19] [20].

Os sete dons do Espírito Santo são [21]:

1º - Sabedoria: para compreender e julgar com acerto acerca dos desígnios divinos.

2º - Entendimento: para penetrar na verdade sobre Deus.

3º - Conselho: para julgar e secundar nas acções singulares os desígnios divinos.

4º - Fortaleza: para acometer as dificuldades na vida cristã.

5º - Ciência: para conhecer a ordenação das coisas criadas por Deus.

6º - Piedade: para nos comportarmos como filhos de Deus e como irmãos dos nossos irmãos os homens, sendo outros Cristos.

7º - Temor de Deus: para repudiar tudo o que possa ofender a Deus, como um filho repudia, por amor, o que possa ofender o seu pai.

«Os frutos do Espírito Santo são perfeições que o Espírito Santo forma em nós, como primícias da glória eterna» [22].

São actos que a acção do Espírito Santo produz habitualmente na alma.

        A tradição da Igreja enumera doze:

«Caridade, Gozo, Paz, Paciência, Longanimidade, Bondade, Benignidade, Mansidão, Fidelidade, Modéstia, Continência, Castidade» [23].

8. Influência das paixões na vida moral

Pela união substancial da alma e do corpo, a nossa vida espiritual – o conhecimento intelectual e o livre querer da vontade – encontra-se sob o influxo (para o bem ou para o mal) da sensibilidade.

Este influxo manifesta-se nas paixões que são «emoções ou movimentos da sensibilidade, que inclinam a agir, ou a não agir, em vista do que se sentiu ou imaginou como bom ou como mau» [24].

As paixões são movimentos do apetite sensível (irascível e concupiscível).

Podem chamar-se também, em sentido amplo, “sentimentos” ou “emoções” [25].

Por exemplo, são paixões o amor, a ira, o temor, etc.

«A mais fundamental é o amor, provocado pela atracção do bem.

O amor causa o desejo do bem ausente e a esperança de o alcançar.
Este movimento tem o seu termo no prazer e na alegria do bem possuído.

A apreensão pelo mal causa o ódio, a aversão e o receio do mal futuro; este movimento termina na tristeza pelo mal presente ou na cólera que a ele se opõe» [26].

As paixões influem muito na vida moral

«Em si mesmas, as paixões não são nem boas nem más» [27].

«São moralmente boas quando contribuem para uma acção boa, e más, no caso contrário» [28], [29].

Pertence à perfeição humana que as paixões estejam reguladas pela razão e dominadas pela vontade [30].

Depois do pecado original, as paixões não se encontram submetidas ao império da razão, e com frequência inclinam a levar a cabo o que não é bom [31].
Para as encaminhar habitualmente para o bem necessita-se da ajuda da graça, que sara as feridas do pecado, e da luta ascética.

A vontade, se é boa, utiliza as paixões ordinariamente para o bem [32].

Pelo contrário, a má vontade que segue o egoísmo, sucumbe às paixões desordenadas ou usa-as para o mal [33].

francisco díaz 2012/09/20

Bibliografia básica:

Catecismo da Igreja Católica, 1762-1770, 1803-1832 e 1987-2005.

Leituras recomendadas:

São Josemaria, Homilia «Virtudes humanas», em Amigos de Deus, 73-92.

(Revisão gráfica e da versão portuguesa por ama.)






[1] Catecismo, 1804
[2] Catecismo, 1804
[3] O cristão desenvolve as virtudes com a ajuda da graça de Deus que, ao sarar a natureza humana, dá força para as praticar e ordena-as a um fim mais elevado.
[4] cf. Catecismo, 1805
[5] Catecismo, 1806
[6] Conduz a julgar rectamente sobre o modo de agir: sem retrair da acção (cf. s. tomás de aquino, Summa Theologiae, II-II, q. 47, a. 2).
«Não se confunde, nem com a timidez ou o medo, nem com a duplicidade ou dissimulação. É chamada “auriga virtutum – condutor das virtudes,” porque guia as outras virtudes, indicando-lhes a regra e a medida.
É a prudência que guia imediatamente o juízo da consciência.
O homem prudente decide e ordena a sua conduta segundo este juízo.
Graças a esta virtude, aplicamos sem erro os princípios morais aos casos particulares e ultrapassamos as dúvidas sobre o bem a fazer e o mal a evitar» (Catecismo, 1806).
[7] Catecismo 1807
[8] O homem não pode dar a Deus o que Lhe deve ou o justo em sentido estrito.
Por isso, a justiça para com Deus chama-se mais propriamente “virtude da religião”, «dado que a Deus Lhe basta que cumpramos à medida das nossas possibilidades» (s. tomás de aquino, Summa Theologica, II-II, q. 57, a. 1, ad 3).
[9] Catecismo, 1808
[10] «No mundo tereis tribulação. Mas confiai: Eu venci o mundo» (Jo 16, 33).
[11] Sir 18, 30
[12] Catecismo, 1809
[13] Por exemplo, a laboriosidade consiste em trabalhar tudo o que se deve, que é um meio entre um menos e um mais.
Opõe-se à laboriosidade trabalhar menos do devido, perder o tempo, etc.
E também se opõe trabalhar sem medida, sem respeitar outras coisas que também se devem fazer (deveres de piedade, de caridade, etc.).
[14] O princípio in medio virtus é válido somente para as virtudes morais, as quais têm por objecto os meios para alcançar o fim, e nesses meios há sempre uma medida.
Pelo contrário, não é válido no caso das virtudes teologais, porque estas virtudes (fé, esperança e caridade) têm directamente a Deus por objecto.
Por isso, não é possível um excesso: “crer demasiado”, “esperar demasiado” em Deus” ou “amá-Lo em excesso”.
[15] cf. Catecismo, 1811
[16] A natureza humana está ferida pelo pecado.
Por isso, tem inclinações que não são naturais como consequência do pecado.
Do mesmo modo que não é natural coxear, devido à consequência de alguma doença, como não seria natural mesmo que toda a gente coxeasse, nem sequer são naturais as feridas que deixou o pecado original e os pecados pessoais na alma: a tendência para a soberba, a preguiça, a sensualidade, etc.
Com a ajuda da graça e com esforço pessoal, estas feridas podem-se ir curando, de modo que o homem seja e se comporte como corresponde à sua natureza e condição de filho de Deus.
Esta saúde consegue-se por meio das virtudes.
De modo semelhante, a doença agrava-se com os vícios.
[17] cf. Catecismo, 1810
[18] Assim, há uma prudência que é virtude humana, bem como uma prudência que é sobrenatural, infundida por Deus na alma, juntamente com a graça.
Para que uma virtude sobrenatural possa produzir fruto – actos bons – precisa da correspondente virtude humana.
Por exemplo e no caso das outras virtudes cardeais: a virtude sobrenatural da justiça, exige a virtude humana da justiça; e o mesmo acontece com a fortaleza e a temperança.
Dito doutra maneira, a perfeição cristã – a santidade – exige e compreende a perfeição humana.
[19] Catecismo, 1830
[20] Para compreender melhor a função dos Dons do Espírito Santo na vida moral, pode-se acrescentar a seguinte explicação clássica: assim como a natureza humana tem algumas potências (inteligência e vontade) que permitem realizar as operações de entender e querer, assim a natureza elevada pela graça tem potências que lhe permitem realizar actos sobrenaturais. Estas potências são as virtudes teologais (fé, esperança e caridade).
São como os remos de um barco, que permitem avançar em direcção ao fim sobrenatural.
No entanto, este fim supera-nos de tal modo, que não bastam as virtudes teologais para o alcançar.
Deus concede, juntamente com a graça, os dons do Espírito Santo, que são novas perfeições da alma que permitem que seja movida pelo mesmo Espírito Santo.
São como a vela de um barco, que lhe permite avançar com o sopro do vento.
Os dons aperfeiçoam-nos em ordem a tornarmo-nos mais dóceis à acção do Espírito Santo, que se converte assim em motor da nossa actuação.
[21] cf. Catecismo, 1831
[22] Catecismo, 1832
[23] Gl 5, 22-23
[24] Catecismo 1763
[25] É preciso ter em conta que também se fala de “sentimentos” ou “emoções” supersensíveis ou espirituais que não são propriamente “paixões” porque não estão sujeitos aos movimentos do apetite sensível.
[26] Catecismo, 1765
[27] Catecismo, 1767
[28] Catecismo 1768
[29] Por exemplo, há uma ira boa, que se indigna perante o mal, e também há uma ira má descontrolada ou que move ao mal (como acontece na vingança); há temor bom e há temor mau, que paralisa para fazer o bem; etc.
[30] Cf. s. tomás de aquino, Summa Theologica, I-II, q. 24, aa. 1 e 3.
[31] Em certas ocasiões podem dominar de tal modo a pessoa, que a responsabilidade moral se reduz ao mínimo.
[32] «A perfeição moral consiste em que o homem não seja movido para o bem só pela vontade, mas também pelo seu apetite sensível, segundo esta palavra do Salmo: “O meu coração e a minha carne exultam no Deus vivo” (Sl 84, 3)» (Catecismo, 1770).
«As paixões são más se o amor for mau, boas se for bom» (santo agostinho, De Civitate Dei, 14, 7)
[33] cf. Catecismo, 1768