09/08/2021

NUNC COEPI: Publicações em Agosto 9

 


PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

Segunda-Feira

 

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me: 

Sorrir, ser amável.

 


LEITURA ESPIRITUAL

 

Evangelho

 

Lc VII, 1-56

Jesus é servido por piedosas mulheres

1 Em seguida, Jesus ia de cidade em cidade, de aldeia em aldeia, proclamando e anunciando a Boa-Nova do Reino de Deus. Acompanhavam-no os Doze 2 e algumas mulheres, que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demónios; 3 Joana, mulher de Cuza, administrador de Herodes; Susana e muitas outras, que os serviam com os seus bens.

 

Parábola do semeador

4 Como estivesse reunida uma grande multidão, e de todas as cidades viessem ter com Ele, disse esta parábola: 5 Saiu o semeador para semear a sua semente. Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, foi pisada e as aves do céu comeram-na. 6 Outra caiu sobre a rocha e, depois de ter germinado, secou por falta de humidade. 7 Outra caiu no meio de espinhos, e os espinhos, crescendo com ela, sufocaram-na. 8 Uma outra caiu em boa terra e, uma vez nascida, deu fruto centuplicado. Dizendo isto, clamava: Quem tem ouvidos para ouvir, oiça! 9 Os discípulos perguntaram-lhe o significado desta parábola. 10 Disse-lhes: A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino de Deus; mas aos outros fala-se-lhes em parábolas, a fim de que, vendo, não vejam e, ouvindo, não entendam. 11 O significado da parábola é este: a semente é a Palavra de Deus. 12 Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouvem, mas em seguida vem o diabo e tira-lhes a palavra do coração, para não se salvarem, acreditando. 13 Os que estão sobre a rocha são os que, ao ouvirem, recebem a palavra com alegria; mas, como não têm raiz, acreditam por algum tempo e afastam-se na hora da provação. 14 A que caiu entre espinhos são aqueles que ouviram, mas, indo pelo seu caminho, são sufocados pelos cuidados, pela riqueza, pelos prazeres da vida e não chegam a dar fruto. 15 E a que caiu em terra boa são aqueles que, tendo ouvido a palavra, com um coração bom e virtuoso, conservam-na e dão fruto com a sua perseverança.

 

Parábola da lâmpada

16 Ninguém acende uma candeia para a cobrir com um vaso ou para a esconder debaixo da cama; mas coloca-a no candelabro, para que vejam a luz aqueles que entram. 17 Porque não há coisa oculta que não venha a manifestar-se, nem escondida que não se saiba e venha à luz. 18 Vede, pois, como ouvis, porque àquele que tiver, ser-lhe-á dado; mas àquele que não tiver, ser-lhe-á tirado mesmo o que julga possuir.

 

A mãe e os parentes de Jesus

19 Sua mãe e seus irmãos vieram ter com Ele, mas não podiam aproximar-se por causa da multidão. 20 Anunciaram-lhe: ‘Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem ver-te.’ 21 Mas Ele respondeu-lhes: Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática.

 

Jesus acalma uma tempestade

22 Certo dia, Jesus subiu com os seus discípulos para um barco e disse-lhes: Passemos à outra margem do lago. E fizeram-se ao largo. 23 Enquanto navegavam, adormeceu. Um turbilhão de vento caiu sobre o lago, e eles ficaram inundados e em perigo. 24 Aproximaram-se dele e, despertando-o, disseram: ‘Mestre, Mestre, estamos perdidos!’ E Ele, levantando-se, ameaçou o vento e as águas, que se acalmaram; e veio a bonança. 25 Disse-lhes depois: Onde está a vossa fé? Cheios de medo e admirados, diziam entre eles: ‘Quem é este homem, que até manda nos ventos e nas águas, e eles obedecem-lhe?’

 

Expulsão de demónio em Gerasa

26 Chegaram à região dos gerasenos, situada defronte da Galileia. 27 Quando desceu para terra, veio-lhes ao encontro um homem da cidade, possesso de vários demónios que, desde há muito, não se vestia nem vivia em casa, mas nos túmulos. 28 Ao ver Jesus, prostrou-se diante dele, gritando em alta voz: ‘Que tens que ver comigo, Jesus, Filho de Deus Altíssimo? Peço-te que não me atormentes!’ 29 Jesus, efectivamente, ordenava ao espírito maligno que saísse do homem, pois apoderava-se dele com frequência. Prendiam-no com correntes e grilhões para o manterem em segurança, mas ele partia as cadeias e o demónio impelia-o para os desertos. 30 Jesus perguntou-lhe: Qual é o teu nome? ‘Legião’, - respondeu. Porque muitos demónios tinham entrado nele 31 e suplicavam-lhe que não os mandasse ir para o abismo. 32 Ora, andava ali uma grande vara de porcos a pastar no monte. Os demónios suplicaram a Jesus que os deixasse entrar neles. Ele permitiu. 33 Saíram, pois, do homem, entraram nos porcos e a vara lançou-se do alto do precipício ao lago, e afogou-se. 34 Ao verem o que se tinha passado, os guardas fugiram e levaram a notícia à cidade e aos campos. 35 As pessoas saíram para ver o que tinha acontecido. Vieram ter com Jesus e encontraram o homem, de quem tinham saído os demónios, sentado a seus pés, vestido e em perfeito juízo. 36 Os que tinham visto contaram-lhes como o possesso tinha sido salvo; 37 e toda a população da região dos gerasenos pediu a Jesus que se afastasse deles, pois estavam possuídos de grande temor. Jesus subiu para o barco e afastou-se dali. 38 O homem, de quem os demónios tinham saído, pediu-lhe para ficar com Ele. 39 Mas Jesus despediu-o, dizendo: Volta para a tua casa e conta o que Deus fez por ti. E ele foi anunciando por toda a cidade tudo o que Jesus lhe fizera.

 

A filha de Jairo e a hemorroísa

40 Quando regressou, Jesus foi recebido pela multidão, pois todos estavam à sua espera. 41 Veio ao seu encontro um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga. Caindo aos pés de Jesus, suplicava-lhe que entrasse em sua casa, 42 porque tinha uma filha única, de uns doze anos, que estava a morrer. E, quando Ele se dirigia para lá, a multidão apertava-o, a ponto de o sufocar. 43 Ora, certa mulher, que sofria de um fluxo de sangue havia doze anos, e que, tendo gasto com os médicos todos os seus haveres, não pudera ser curada por nenhum, 44 aproximou-se por detrás e tocou-lhe na orla do seu manto; e, naquele mesmo instante, o fluxo de sangue parou. 45 Jesus perguntou: Quem me tocou? Como todos o negassem, Pedro e os que estavam com Ele disseram: ‘Mestre, é a multidão que te aperta e empurra.’ 46 Jesus insistiu: Alguém me tocou, pois senti que saiu de mim uma força. 47 Vendo que não tinha passado despercebida, a mulher aproximou-se, a tremer; e, lançando-se aos pés de Jesus, contou diante de todo o povo por que motivo lhe tinha tocado e como ficara imediatamente curada. 48 Disse-lhe Jesus: Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz. 49 Ainda Ele estava a falar, quando alguém da casa do chefe da sinagoga veio dizer: ‘A tua filha morreu; não continues a incomodar o Mestre.’ 50 Mas Jesus, que tinha ouvido tudo, respondeu: Não tenhas receio; crê somente e ela será salva. 51 Ao chegar a casa, não deixou entrar ninguém com Ele, a não ser Pedro, João e Tiago, assim como o pai e a mãe da menina. 52 Todos a choravam e pranteavam. Jesus disse: Não choreis, porque ela não está morta, mas dorme. 53 E, por saberem que ela tinha morrido, troçavam de Jesus. 54 Mas Ele, tomando-a pela mão, chamou-a, dizendo em voz alta: Menina, levanta-te! 55 O espírito voltou-lhe, e imediatamente se levantou. Jesus mandou que lhe dessem de comer. 56 Os pais ficaram estupefactos, e Ele ordenou-lhes que não dissessem a ninguém o que tinha acontecido.

 

Comentário

 

 

Na sua viagem no mar da vida, Jairo, encontra-se com a tempestade. O drama da doença, da morte eminente da sua filha querida. É um personagem importante, mas perante a gravidade da situação sabe, no mais íntimo do seu coração que só com um milagre a sua filha recuperaria a saúde e alguém lhe terá dito que, Jesus, poderia fazer esse milagre. Talvez tenha ouvido falar dos milagres recentes que Ele fizera.

Também poderá ter ouvido falar do filho da viúva de Naim, ressuscitado em pleno cortejo fúnebre. Vai, portanto, ter com Ele à praia, não espera que o chame, adianta-se e decide-se.

A situação é grave, a tormenta violentíssima.

E eu, sempre atento, constato que:   «Cai-lhe aos pés» (Mc 5, 22). Uma atitude de enorme humildade, de profunda entrega.

Cair aos pés de Jesus é “meio caminho andado” para alcançar a misericórdia que se implora.

Que tem de mais ajoelharmo-nos? Não é Ele o Criador e Senhor de todas as coisas?

Esta passagem tão linear deve fazer-nos pensar na facilidade com que, por vezes, nos aproximamos de Jesus.

Por exemplo, em frente do Sacrário, onde Ele está presente em Corpo, Alma e Divindade como nos comportamos? Ajoelhamos reverentemente ou, se não o podemos fazer, detemo-nos sem pressas e fazemos uma vénia conveniente, sentida, própria de quem se sabe servo que cumprimenta o seu Senhor?

E como O recebemos na Sagrada Comunhão? Aproximamo-nos com respeito, com profundo recolhimento interior? Se Ele Se nos entrega em Corpo, Alma e Divindade para nosso alimento, não será para nós bastante recebê-lo como alimento?  A comunhão deve ser um acto íntimo e respeitoso, feito com decoro e compenetração. Diria até, com cerimónia. Trata-se de Deus Nosso Senhor, Criador dos Céus e da Terra e de todas as coisas visíveis e invisíveis. O respeito, nunca demasiado, pelas coisas sagradas e, sobretudo, pela Sagrada Eucaristia, deve ser uma atitude permanente em nós e deveríamos esforçar-nos para o fazer também sentir aos outros. Lembra-me de antigamente se comungar de joelhos, que é a atitude natural de recolhimento interior e respeito do homem para com Deus. Os tempos são outros, evidentemente, e a prática comum hoje em dia é comungar-se de pé. Ajoelhar-se diante de Jesus é uma atitude constante no Evangelho.

Pouco antes deste relato sobre Jairo, São Marcos conta-nos o que aconteceu com um leproso: «Vem ter com Ele um leproso que, suplicando e lançando-se de joelhos Lhe diz: Se quiseres, podes limpar-me»(Mc 1, 40).

De facto, qualquer atitude corporal pode ser adequada para se falar com Deus. Perante o nosso progenitor também não costumamos tomar nenhuma atitude especial, claro está, dentro das normas do respeito que nos merece. Mas, na oração, que é o nosso diálogo com Deus a nossa postura deverá ser, além de amor filial, e preferencialmente, de recolhimento, de veneração de reconhecimento do nosso “nada” perante o Criador de todas as coisas. A resposta de Jesus a esta postura de humildade e entrega confiante é sempre generosa, pronta, extraordinária. Ele comove-Se, enternece-Se, sente-Se movido a satisfazer o que pedimos.             

Jairo não sabe nada destas coisas, sabe apenas que, aquele Homem em frente do qual se prostra é a sua única esperança naquela grande aflição. Reconhece, assim, a Omnipotência de Jesus e, por causa deste reconhecimento que é já, em si mesmo, uma graça de Deus, toma a atitude de entrega, de submissão, de profundo respeito por Quem, sabe no íntimo do seu coração de pai amargurado, pode salvar a sua filha.

Jesus tem de se deter junto daquele homem que se ajoelha a Seus pés. A conversa interrompe-se, faz-se silêncio na multidão próxima, todos ficam expectantes do que se vai seguir. Jairo explica, certamente com um acento de ansiedade: «A minha filhinha está em agonia, Vem impor-Lhe as mãos, para que se salve e viva!» (Mc 5, 23).         

Jesus entende muito bem a mensagem. Nela, Jairo, diz tudo quanto quer, o que precisa, o que deseja do Mestre. Diz o que o traz ali, à Sua presença, a urgência que o impele, a gravidade da situação que o consome e, com total confiança, faz o pedido, simples, concreto, objectivo.

É assim que devemos rezar. Não nos ficarmos por “generalidades”. Como as crianças, dizer exactamente o que desejamos, pedir o que queremos, abrir a alma e o coração sem medos nem receios. Como as crianças – Pai, quero isto, quero aquilo , sem rodeios nem falsas razões.

O Senhor sabe muito bem o que precisamos e o que é melhor para nós e nunca deixará de nos ouvir como desejamos ser ouvidos. Dar-nos o que pedimos depende da Sua Vontade e do bem que o que pedimos pode, ou não, ser para nós. Mas, Ele, sabe mais, sempre, fará o que é melhor para nós, por isso mesmo podemos – e devemos dizer: ‘Sei que farás sempre melhor que aquilo que Te peço. Aceito a Tua Vontade Santa sobre todas as coisas. Ámen’

Voltamos ao leproso. «Se quiseres podes limpar-me» (Mc 4, 5-40). Que manifestação de fé, confiança absoluta no Senhor! Uma confissão tão simples, sem rodeios, sem muitas palavras não pode deixar de tocar no fundo do Coração amantíssimo de Jesus. Ele olha para aquele homem, um destroço humano de quem todos se afastam com repulsa e compadece-Se de tal forma que faz algo tão extraordinário, - que deve ter espantado tanto os circunstantes -, que o evangelista achou que o deveria fazer constar: «Ele, enternecido, estendeu a mão e tocou-o» (Mc 1, 41). Jesus não sente repulsa por ninguém, por mais doente que o homem possa estar, por mais grave ou horroroso que seja o mal que o afecta. Pois se não há pior mal que o pecado, nem nada mais horrível, e, Ele, nos acolhe, esquece, perdoa! Jesus não nos afasta nunca, somos nós que nos afastamos dele.  

Claro, Jesus, é Deus e, nós somos humanos, mas, não obstante, Ele quer que O imitemos em tudo, mas, sobretudo, no perdão. Por isso fez constar na oração que ensinou, de uma forma muito clara, essa necessidade de perdoar para ser perdoado. Se Deus fizesse exactamente o que Lhe pedimos e nos perdoasse só na medida em que perdoamos os outros – tal como rezamos no Pai-nosso – que desgraçados seríamos. Felizmente, que o Senhor sabe muito bem de que “massa somos feitos” e, na Sua Infinita Misericórdia concede-nos um “desconto” precioso no nosso compromisso.

Tão difícil perdoar! Tão difícil não julgar! Senhor, ajuda-me a conter-me no meu tão frequente julgamento dos outros. Intimamente e de viva voz. Põe na minha frente o espelho dos meus próprios defeitos e faltas de carácter, tudo aquilo que julgo ver nos outros. Não valho nada, não sei nada, não tenho nada, não sou nada.

Ao ver a Seus pés aquele pai angustiado, com certeza que Jesus Se debruçou a levantá-lo do solo. Jairo é tão claro e determinado, mostra tanta confiança e fé que Jesus foi «com ele».

 

(AMA, 1998)

 

 


VIRTUDES

 

5. As virtudes humanas

 

5.1

As virtudes humanas são atitudes firmes, disposições estáveis, perfeições habituais da inteligência e da vontade, que regulam os nossos actos, ordenam as nossas paixões e guiam o nosso procedimento segundo a razão e a fé. Conferem facilidade, domínio e alegria para se levar uma vida moralmente boa. O Homem virtuoso é aquele que livremente pratica o bem (Catecismo, 1804). Estas adquirem-se mediante as forças humanas e são os frutos e germes de actos moralmente bons (Catecismo, 1804).

 


REFLEXÃO

Levou consigo apenas os três discípulos que tinham contemplado a Sua glória no monte Tabor, para que aqueles que viram o Seu poder vejam também a Sua tristeza e descubram nessa mesma tristeza que era verdadeiro homem. E, porque tinha tomado toda a humanidade, tomou as propriedades do homem: o temor, a angustia, a natural tristeza; pois é lógico que os homens vão para a morte contra a sua vontade.

 

(Teofilato, Enarratio in Evangelium Marci)


 

SÃO JOSEMARIA - textos

 

Apostolado

Querias atrair ao teu apostolado aquele homem sábio, aquele poderoso, e aquele cheio de prudência e virtudes. Pede por eles, oferece sacrifícios e prepara-os com o teu exemplo e com a tua palavra. – Não: vêm? – Não percas a paz; é que não são precisos. Julgas que não havia contemporâneos de Pedro sábios e poderosos, e prudentes, e virtuosos, fora do apostolado dos primeiros doze? (Caminho, 802)

Corta o coração aquele clamor – sempre actual! – do Filho de Deus, que se lamenta porque a messe é grande e os operários são poucos. - Esse grito saiu da boca de Cristo, para que também tu o ouvisses: como lhe respondeste até agora? Rezas, pelo menos diariamente, por essa intenção? (Forja, 906)

Para seguir o Senhor, é preciso dar-se de uma vez, sem reservas e com fortaleza: queimar as naves com decisão, para que não haja possibilidades de retroceder. (Forja, 907)