04/02/2021

Leitura Espiritual Mar 03

 


Novo Testamento

 

Evangelho

 

Lc III, 1-20

 

Pregação de João Baptista

1 No décimo quinto ano do reinado do imperador Tibério, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes, tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe, tetrarca da Itureia e da Traconítide, e Lisânias, tetrarca de Abilena, 2 sob o pontificado de Anás e Caifás, a palavra de Deus foi dirigida a João, filho de Zacarias, no deserto. 3Começou a percorrer toda a região do Jordão, pregando um baptismo de penitência para remissão dos pecados, 4 como está escrito no livro dos oráculos do profeta Isaías: «Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor e endireitai as suas veredas. 5 Toda a ravina será preenchida, todo o monte e colina serão abatidos; os caminhos tortuosos ficarão direitos e os escabrosos tornar-se-ão planos. 6 E toda a criatura verá a salvação de Deus.’» 7 João dizia, então, às multidões que acorriam para serem baptizadas por ele: «Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera que está para chegar? 8 Produzi frutos de sincero arrependimento e não comeceis a dizer para convosco: ‘Nós temos Abraão como pai’; pois eu vos digo que Deus pode, destas pedras, suscitar filhos a Abraão. 9 O machado já se encontra à raiz das árvores; por isso, toda a árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo.» 10 E as multidões perguntavam-lhe: «Que devemos, então, fazer?» 11 Respondia-lhes: «Quem tem duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma, e quem tem mantimentos faça o mesmo.» 12 Vieram também alguns cobradores de impostos, para serem baptizados e disseram-lhe: «Mestre, que havemos de fazer?» 13 Respondeu-lhes: «Nada exijais além do que vos foi estabelecido.» 14 Por sua vez, os soldados perguntavam-lhe: «E nós, que devemos fazer?» Respondeu-lhes: «Não exerçais violência sobre ninguém, não denuncieis injustamente e contentai-vos com o vosso soldo.»

 

Testemunho de João Baptista

15 Estando o povo na expectativa e pensando intimamente se ele não seria o Messias, 16 João disse a todos: «Eu baptizo-vos em água, mas vai chegar alguém mais forte do que eu, a quem não sou digno de desatar a correia das sandálias. Ele há-de baptizar-vos no Espírito Santo e no fogo. 17 Tem na mão a pá de joeirar, para limpar a sua eira e recolher o trigo no seu celeiro; mas queimará a palha num fogo inextinguível.» 18 E, com estas e muitas outras exortações, anunciava a Boa-Nova ao povo.

 

João é encarcerado

19 Mas Herodes, o tetrarca, a quem João censurava por causa de Herodíade, mulher de seu irmão, e por todas as más acções que tinha praticado, 20 acrescentou a todas as más acções, mais esta: encerrou João na prisão.

 

Textos



  Morte

  Esta capacidade de inventar coisas novas, descobrir o que está oculto ou velado à evidência imediata, só é possível pela centelha divina que cada criatura humana tem dentro de si.

  O  seu corpo físico é um conjunto, magnífico, de células e órgãos que desempenham funções eficazes e imprescindíveis para a vida.

  Mas é a inteligência que lhe permite o saber, a memória, a evolução do pensamento e, a inteligência é a emanação da alma.

  Sendo o homem a imagem de Deus é natural que tenha parte, embora ínfima, da inteligência divina.

Mas, pergunta-se: nesse caso, todos os homens deveriam ter a mesma inteligência, quer dizer, a mesma capacidade de pensar?

Parece lógico que assim seja, mas para discutir o assunto, uma vez mais, esbarramos com a obra de Deus: a criação.

O Criador não tem como que um “armazém” de almas as quais vai distribuindo à medida que se forma um novo ser humano no seio de uma mulher.

  Não!

  Cada alma é criada para cada novo ser humano – Deus cria continuamente – e, assim, pode, embora palidamente, entender-se que não haja duas almas iguais.

  O que é absolutamente certo é que a alma é parte integrante do homem, ou, se quisermos dizer de outra forma o homem só é homem considerado como corpo e alma independentemente de estar completamente formado, adolescente ou na idade adulta.

A liberdade humana tem, assim, a sua expressão mais concreta e radical na opção, ou escolha, que o homem pode eleger em determinado sentido, coisa ou comportamento.

Mas, evidentemente, como já se disse, o conceito de liberdade absoluta só se aplica a Deus porque Ele é a Verdade.

  «A verdade vos tornará livres[1]

Temos, assim, que só de posse da verdade, o ser humano pode ser inteiramente livre porque, então, o seu exercício será orientado para Deus que é o único que convém.

Por outras palavras, seguir Deus, sendo um acto da vontade esclarecida, é a suma liberdade e exclusiva do ser humano.

  Quando algo - seja uma escolha ou opção - tem uma consequência, prémio ou castigo, a inteligência à qual o castigo repugna e o prémio seduz, está, de certo modo, condicionada no exercício da liberdade - o que parece demonstrado - daí que São Paulo tenha o conhecido desabafo: ‘Não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero.’ [2]

  Mas, comummente, diz-se que ser livre é exercer o livre arbítrio e, pelas mesmas razões, tal não corresponde à verdade uma vez que o arbítrio não é intrinsecamente livre. Exercê-lo comporta sempre uma responsabilidade que, em suma, se traduz nas consequências emergentes.

  Estas responsabilidades não são enjeitáveis ou de qualquer modo imputáveis a outrem que não ao próprio que com a sua opção lhes deu lugar.

Daqui que só pode escolher, optar - exercer a liberdade pessoal - quem for responsável no verdadeiro significado da palavra.

Ora temos de convir que para ser responsável é fundamental estar plenamente informado.

Quem não sabe ou interpreta mal não tem condições para assumir uma qualquer responsabilidade e, consequentemente, não pode, em verdade, ser livre.

  A ignorância coacta, condiciona, fortemente, o exercício da liberdade.

  Como se poderá escolher, optar por algo que não se conhece bem?

Não é sério nem, em absoluto, conveniente.

 

Os abundantes exemplos de quem assim procede e as consequências que daí advêm, são disso prova bastante.

  Querer algo não é o mesmo que desejá-lo.

  Querer é a vontade expressa num determinado sentido, ao passo que, desejar é um sentimento nascido de um estímulo de vária ordem.

  Da mesma forma, transformar o desejo - que acontece sempre primeiro - em querer, envolve responsabilidade, logo, conhecimento.

Não se pode querer algo que, especificamente, não se conhece, ao passo que é possível desejar de uma forma abrangente ou mesmo vaga.

  Mas, Deus, pouco ou nada tem a ver com tudo isto já que o homem é livre de proceder como quiser mesmo que o seu procedimento possa não ser o mais correcto.

  No fundo de todo este problema reside uma questão fundamental: Até ao início da redenção que Cristo nos conseguiu na Cruz, o Seu nascimento em Belém, o homem era apenas um descendente de Adão.

Criado por Deus, naturalmente, mas uma criatura.

Este acontecimento opera uma mudança radical na criatura humana: torna-a filha de Deus.

 

 



[1] Cfr. Jo 8, 30

[2] Rom 719

Dar bom exemplo

 

Filho: todos os mares deste mundo são nossos, e lá onde a pesca é mais difícil é também mais necessária. (Forja, 979)

Com a tua doutrina de cristão, com a tua vida íntegra e com o teu trabalho bem feito, tens que dar bom exemplo, no exercício da tua profissão e no cumprimento dos deveres do teu cargo, aos que te rodeiam: os teus parentes, os teus amigos, os teus companheiros, os teus vizinhos, os teus alunos... - Não podes ser um embusteiro. (Forja, 980)

Leitura espiritual Fev 04

 


Novo Testamento [i]


Evangelho


Mc VII, 1-23

 

Jesus e os fariseus

1 Os fariseus e alguns doutores da Lei vindos de Jerusalém reuniram-se à volta de Jesus, 2 e viram que vários dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar. 3 É que os fariseus e todos os judeus em geral não comem sem ter lavado e esfregado bem as mãos, conforme a tradição dos antigos; 4 ao voltar da praça pública, não comem sem se lavar; e há muitos outros costumes que seguem, por tradição: lavagem das taças, dos jarros e das vasilhas de cobre. 5 Perguntaram-lhe, pois, os fariseus e doutores da Lei: «Porque é que os teus discípulos não obedecem à tradição dos antigos e tomam alimento com as mãos impuras?» 6 Respondeu: «Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. 7 Vazio é o culto que me prestam e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos. 8 Descurais o mandamento de Deus, para vos prenderdes à tradição dos homens.» 9 E acrescentou: «Anulais a vosso bel-prazer o mandamento de Deus, para observardes a vossa tradição. 10 Pois Moisés disse: Honra teu pai e tua mãe; e ainda: Quem amaldiçoar o pai ou a mãe seja punido de morte. 11 Vós, porém, dizeis: "Se alguém afirmar ao pai ou à mãe: ‘Declaro Qorban’ - isto é, oferta ao Senhor - aquilo que poderias receber de mim...", 12 nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe, 13 anulando a palavra de Deus com a tradição que tendes transmitido. E fazeis muitas outras coisas do mesmo género.» 14 Chamando de novo a multidão, dizia: «Ouvi-me todos e procurai entender. 15 Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa tornar impuro. Mas o que sai do homem, isso é que o torna impuro. 16 Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça.» 17 Quando, ao deixar a multidão, regressou a casa, os discípulos interrogaram-no acerca da parábola. 18 Ele respondeu: «Também vós não compreendeis? Não percebeis que nada do que, de fora, entra no homem o pode tornar impuro, 19 porque não penetra no coração mas sim no ventre, e depois é expelido em lugar próprio?» Assim, declarava puros todos os alimentos. 20 E disse: «O que sai do homem, isso é que torna o homem impuro. 21 Porque é do interior do coração dos homens que saem os maus pensamentos, as prostituições, roubos, assassínios, 22 adultérios, ambições, perversidade, má fé, devassidão, inveja, maledicência, orgulho, desvarios. 23 Todas estas maldades saem de dentro e tornam o homem impuro.»

 

Texto:



  Trabalho

  De facto, trabalhar é colaborar com Deus de uma forma directa. Por isso mesmo, longe de um castigo, pena ou sujeição, o trabalho, qualquer que seja, é algo grandioso e de enorme valor.

«Ut operaretur» para que trabalhe, este foi o mandato do Criador ao primeiro ser humano. [1]

  E porquê, podemos perguntarmo-nos?

  Bom, não nos cabe questionar as decisões do Criador porque, em primeiro lugar, tem autoridade absoluta sobre a criatura e, portanto, determinar o que esta deve ou não fazer. E depois, acresce uma razão, a nosso ver, determinante: a criatura tem necessariamente uma função que é a razão pela qual foi criada.

  Não faz nenhum sentido - temos de usar termos humanos - criar alguma coisa, neste caso, um ser humano, só porque sim, isto é, sem nenhum objectivo concreto.

O Criador, de facto, não precisa de nada; e se fez uma Obra, um Mundo complexo e belo, povoado de seres animais e vegetais de uma infinidade de espécies, perfeitamente organizadas e interdependentes, num ''jogo'' espantoso de complexidade e harmonia, tudo isto e muitíssimo mais que nem se consegue descrever, foi por um acto da Sua Vontade soberana, tendo, como diz a Bíblia, «achado que tudo era bom» [2]; e, como último acto, criar o ser humano, foi, repete-se uma vez mais, por Amor.

  Sim, Amor com maiúscula porque é Amor Divino.

É que Deus, sendo a plenitude do Amor, não pode deixar de praticar actos de amor e, de facto, fá-lo constantemente quando cria uma nova alma para uma vida humana que se inicia.

  Bom, mas considerando todo o anterior, tendo concluído que o homem foi criado por Amor, porque é que Deus lhe deu esse mandato: ut operaretur, que trabalhasse?

  Só se encontra uma explicação coerente e que se resume no desejo do Criador, que o ser humano fosse como que ''um Seu colaborador'' na obra da Criação.

Tudo estava pronto, por assim dizer, mas havia, e há, algo que falta e que tem a ver não só com a própria evolução de tudo o criado - o ser humano também - mas com os segredos que continuam à espera de serem desvendados.

  Como é evidente, a evolução do conhecimento faz do homem de hoje um ser muito diferente dos primeiros progenitores.

No entanto, tudo quanto foi descoberto e dominado pelo homem ao longo da história da humanidade, já existia tal como no homem existiam, desde o princípio, as capacidades para o descobrir.

  Digamos, pois, que este é o mandato que se referiu, como se Deus dissesse: ‘tens aqui tudo quanto achei conveniente criar, agora, põe as tuas capacidades no domínio de tudo quanto existe, evoluindo tu mesmo nas tuas capacidades e potências, para conseguir esse objectivo. Por isso te dei uma alma que é a Minha Imagem impressa em ti e a fonte da inteligência. Nisto te diferencias de todos os outros seres existentes na Natureza, ou seja, és, de facto, superior a todos eles’.

  Posto desta forma prosaica, percebe-se o mandato e, uma vez mais, se revela o Amor de Deus dando ao homem tais capacidades.

  E o caminho continua e continuará até ao fim dos tempos.

  O homem vai produzindo trabalho, descobrindo coisas novas, aperfeiçoando técnicas, acrescentando saber, aumentando a sua capacidade de controlo e, nisto, realmente, o homem satisfaz-se e goza.

Na verdade, tudo depende do homem porque o Criador não estabeleceu nem regras, nem metas, nem calendários.

Foi, e é, o homem quem foi organizando tudo isso, aproveitando as diferentes capacidades e características de cada um, organizando as sociedades, regulamentando os processos e estabelecendo os caminhos a percorrer.

 

 



[1] Gen, cap. 2

[2] Cfr. Gen 1, 33



[i] Sequencial todos os dias do ano

Reflexão

Correcção

 

"Corrigir os que erram" é um dever cristão. Corrigir não tem a ver com criticar. A crítica está sempre conectada com uma consideração pessoal ao passo que a correção tem de "estabelecer" a verdade sobre o que for.

Daqui que seja absolutamente necessário pedir, antes de actuar, a assistência do Divino Espírito Santo e, em particular, do Seu Dom de Ciência, para que o que fizermos estar de acordo com a sã Doutrina.

 

(AMA, 2020)

Oração pelos sacerdotes

                                           

                                           



Meu Senhor Jesus Cristo:

Dai à Vossa Igreja Sacerdotes Santos que se entreguem ao serviço exclusivo da Igreja e das almas, ao anúncio fiel da palavra de Deus, à administração dos Sacramentos, em especial da Eucaristia e da Penitência, obedientes ao Magistério da Igreja e observando amorosamente a Sagrada Liturgia, para exemplo e guia seguro do Povo de Deus.

(AMA, 2009)


Com autorização eclesiástica

Festas

 



S. JOÃO DE BRITO, presbítero e mártir

Pequena agenda do cristão - Quinta-Feira

 


Quinta-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?