02/12/2021

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Detenho-me hoje num "detalhe" que me chamou particularmente a atenção na leitura do Evangelho.

Foi o que Jesus disse a propósito do escândalo.

Como sempre, as Suas palavras só podem ter uma interpretação, talvez como que ser tentado a pensar... "Não foi bem isto o que disse... ou... falta aqui qualquer coisa..." seja uma consequência da minha maneira de ser, do meu carácter.

Tenho forçosamente de combater esta tendência de deixar levar-me por caminhos de especulação que só conduzem ao disfarce da realidade.

Tenho naturalmente considerar que os Evangelistas escreveram sobre o que viram Jesus fazer e ouviram Jesus dizer, ou btiveram de outras fontes absolutamente fidedignas, como nos casos de São Lucas que terá colhido directamente da Santíssima Virgem o relato de quanto aconteceu logo no início da Salvação, ou de São Marcos que transmite o que São Pedro lhe disse.

Não faz, portanto, qualquer sentido a minha interpretação pessoal, já que estou seguro que assistidos e guiados pelo Divino Espírito Santo escrevem a verdade.

Voltando ao princípio pode, num primeiro relance, parecer-me algo excessivo o que Jesus diz a propósito do escândalo.

Arrancar um olho... cortar uma mão!

Não é excessivamente radical!?!

Numa primeira reacção considero que sim... é!

Mas, depois detenho-me a considerar a "enormidade" do escândalo, sobretudo, como é no texto em apreço, quando o seu objecto são as crianças, os inocentes.

A própria Sociedade Civil considera o abuso dos inocentes como uma aberração que merece todo o rigor da justiça.

E, noto, inocentes não se restringe ás crianças de tenra idade mas, também, a todos que por motivos vários não podem ser considerados pessoas normais.

Abusar, ou usar, inocentes é infelizmente uma prática corrente desde sempre e, também, hoje em dia.

Penso que, quando pensamos nisto, somos, sou... sempre levado a considerar os abusos de carácter sexual, é natural, são os têm mais visibilidade, os que mais chocam a sensibilidade pública, a minha sensibilidade.

Estes abusos têm sempre consequências terríveis para o resto da vida dos abusados, uma delas é o que muitas vezes vemos nos filmes da TV: muitos "abusados serão futuros "abusadores", e assim será sempre.

Mas... e os outros abusos talvez em número muito maior, que não têm esse ferrete sexual?

A manipulação da maneira de pensar, a insidiosa educação pessoal que conduz a um exacerbado orgulho pessoal que se traduz em... "eu quero... eu posso... eu é que sei"!

Uma criança, um inocente, está com os olhos e os ouvidos bem abertos a ver e escutar o que dizem e fazem os outros, sobretudo os mais próximos que os rodeiam com particular relevo para os que de alguma forma conduzem a sua educação: Pais... Professores... etc.

Assimila, guarda, conserva dentro de si.

Daqui que me seja fácil concluir e preocupar a tremenda responsabilidade que têm estas pessoas, a tremenda responsabilidade que tive e que tenho até Deus me conservar vivo, de actuar, dizer, escrever... enfim... de alguma forma evitar escandalizar inocentes.

No Evangelho constam as palavras talvez mais duras que Jesus dirigiu a Pedro: "Retira-te de Mim satanáz tu és para Mim motivo de escândalo".

Pobre Pedro!

Quando amargamente arrependido por ter negado conhecer Jesus Cristo, as lágrimas amargas e sentidas que lhe escorriam dos olhos devem ter trazido à sua memória aquele episódio e, nessa altura deve, seguramente, ter compreendido o que Jesus lhe quis dizer: 'Escandaliza-Me, choca-Me que queiras ser obstáculo à Minha Missão que Me trouxe à terra'.

Pedro tinha, sem dúvida, um bom, excelente motivo para dizer o que disse... o entranhado amor que tinha pelo Mestre e, Jesus também, como sempre, teve absoluta razão no que lhe disse... nem o amor ou qualquer outro sentimento por mais nobre e genuíno que possa apresentar-se é superior à Justíssima e Amabilissima Vontade de Deus.

 

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