31/12/2020

Pequena agenda do cristão

   


Quinta-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?

LEITURA ESPIRITUAL Dez 31

 

Evangelho

 

Mt IX 1 - 15

 

Jesus deixa a Galileia

 

1 Quando acabou de dizer estas palavras, Jesus partiu da Galileia e veio para a região da Judeia, na outra margem do Jordão. 2 Era seguido por grandes multidões e curou ali os seus doentes.

 

Matrimónio, divórcio e virgindade

 

3 Alguns fariseus, para o experimentarem, aproximaram-se dele e disseram-lhe: «É permitido a um homem divorciar-se da sua mulher por qualquer motivo?» 4 Ele respondeu: «Não lestes que o Criador, desde o princípio, fê-los homem e mulher, 5 e disse: Por isso, o homem deixará o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e serão os dois um só? 6 Portanto, já não são dois, mas um só. Pois bem, o que Deus uniu não o separe o homem.» 7 Eles, porém, objectaram: «Então, porque é que Moisés preceituou dar-lhe carta de divórcio, ao repudiá-la?» 8 Respondeu Jesus: «Por causa da dureza do vosso coração, Moisés permitiu que repudiásseis as vossas mulheres; mas, ao princípio, não foi assim. 9 Ora Eu digo-vos: Se alguém se divorciar da sua mulher - excepto em caso de união ilegal - e casar com outra, comete adultério.» 10 Os discípulos disseram-lhe: «Se é essa a situação do homem perante a mulher, não é conveniente casar-se!» 11 Respondeu-lhes Jesus: «Nem todos compreendem esta linguagem, mas apenas aqueles a quem isso é dado. 12 Há eunucos que nasceram assim do seio materno, há os que se tornaram eunucos pela interferência dos homens e há aqueles que se fizeram eunucos a si mesmos, por amor do Reino do Céu. Quem puder compreender, compreenda.»

 

Bênção das crianças

 

13 Apresentaram-lhe, então, umas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse por elas, mas os discípulos repreenderam-nos. 14 Jesus disse-lhes: «Deixai as crianças e não as impeçais de vir ter comigo, pois delas é o Reino do Céu.» 15 E, depois de lhes ter imposto as mãos, prosseguiu o seu caminho.

 



Temperança

 

  Disse-se que, entre outras características, a temperança assegura o domínio da vontade. Por isso mesmo é uma virtude cardeal, isto é, de primeira importância.

  O domínio da vontade não é nem fácil nem rápido.

É algo que depende exclusivamente do próprio e que, por norma, leva muito tempo a adquirir, às vezes, uma vida inteira não chega para se conseguir esta virtude.

  Porque é tão importante para o homem ter controlo sobre a sua vontade?

  Parece óbvio que fazendo o que se quer, como se quer e quando se quer, se chega a um distúrbio grave do comportamento e um péssimo hábito de agir sob estímulos ou impulsos sem considerar se os mesmos são bons, maus, valem ou não a pena levar a cabo.

Se se considerar que a vontade é ”cega”, chegamos à consideração que o que temos a fazer é dar-lhe “olhos” para ver em cada momento o que convém ao próprio e aos outros e, muitas vezes estas duas formas de ver podem estar em conflito: O que quero para mim pode não ser conveniente para o outro e, se assim for, não me convém.

  Quero, por exemplo, afirmar-me como crítico de determinada acção praticada por alguém.

Mas porquê? Devemos questionar.

O que é que eu vejo nesse acto que mereça crítica – não interessa se favorável ou não - e que capacidade tenho para a fazer?

Estou a ver bem, a apreciar devidamente?

  A temperança aconselha-me moderação, isto é, rigoroso exame da matéria em causa, para que a minha vontade seja esclarecida, informada quanto à bondade do que me é sugerido fazer.

  É muito provavelmente a principal característica do ser humano completo, nenhum outro ser possui esta virtude ou tem acesso a ela.

Quando muito, um cão tem um instinto que o conduz a fazer algo e, esse instinto é suficiente e bastante para que o faça a menos que o treino a que tenha sido submetido o impeça de o fazer. Não tem, portanto, capacidade de escolha nem possibilidade de eleição.

Logo, parece lógico que agindo sem controlo da sua vontade, o homem se coloca a mesmo nível do cão e as consequências deste comportamento serão sempre graves porque se demite de uma prerrogativa excelente que lhe foi dada por Deus.

  Como a vontade se vai desenvolvendo com o crescimento do indivíduo, esse desenvolvimento tem de ser acompanhado pela temperança que vai, por assim dizer, formatando a vontade para aquilo que convém.

Aqui exercem um papel predominantemente crucial, os formadores, em primeiro lugar os pais, o ambiente familiar, os educadores e o meio em que se desenvolve a formação da pessoa.

  A formação rabínica recebida por São Paulo, uma vez convertido ao cristianismo estava bem patente quando declarava: “Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero”. [1]

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



[1] Rm 7, 15-25

Reflexão

 



Ameaças à Igreja - Relativismo


  O relativismo, que justifica tudo e qualifica tudo como de igual valor, atenta o carácter absoluto dos princípios cristãos.

 

(São Paulo VI, encíclica Ecclesiam Suam nº 18).

Oração pelos Sacerdotes

                                         

                                           



Meu Senhor Jesus Cristo:

Dai à Vossa Igreja Sacerdotes Santos que se entreguem ao serviço exclusivo da Igreja e das almas, ao anúncio fiel da palavra de Deus, à administração dos Sacramentos, em especial da Eucaristia e da Penitência, obedientes ao Magistério da Igreja e observando amorosamente a Sagrada Liturgia, para exemplo e guia seguro do Povo de Deus.

(AMA, 2009)




Com autorização eclesiástica

Um novo ano: recomeçar

 


*“A vida cristã é um constante começar e recomeçar, uma renovação em cada dia.” (São Josemaria, “Cristo que passa”, 114).

 

*Qui habitat in adiutorio Altissimi in protectione Dei coeli commorabitur – Habitar sob a protecção de Deus, viver com Deus: eis a arriscada segurança do cristão. É necessário convencermo-nos de que Deus nos ouve, de que está sempre solícito por nós, e assim se encherá de paz o nosso coração. Mas viver com Deus é indubitavelmente correr um risco, porque o Senhor não Se contenta compartilhando; quer tudo. E aproximar-se d'Ele um pouco mais significa estar disposto a uma nova rectificação, a escutar mais atentamente as suas inspirações, os santos desejos que faz brotar na nossa alma, e a pô-los em prática.

Desde a nossa primeira decisão consciente de viver integralmente a doutrina de Cristo, é certo que avançámos muito pelo caminho da fidelidade à sua Palavra. Mas não é verdade que restam ainda tantas coisas por fazer? Não é verdade que resta, sobretudo, tanta soberba? É precisa, sem dúvida, uma outra mudança, uma lealdade maior, uma humildade mais profunda, de modo, que, diminuindo o nosso egoísmo, cresça em nós Cristo, pois illum oportet crescere, me autem minui, é preciso que Ele cresça e que eu diminua.

Não é possível deixar-se ficar imóvel. É necessário avançar para a meta que São Paulo apontava: não sou eu quem vive; é Cristo que vive em mim. A ambição é alta e nobilíssima: a identificação com Cristo, a santidade. Mas não há outro caminho, se se deseja ser coerente com a vida divina que, pelo Baptismo, Deus fez nascer nas nossas almas. O avanço é o progresso na santidade; o retrocesso é negar-se ao desenvolvimento normal da vida cristã. Porque o fogo do amor de Deus precisa de ser alimentado, de aumentar todos os dias arreigando-se na alma; e o fogo mantém-se vivo queimando novas coisas. Por isso, se não aumenta, está a caminho de se extinguir. (Cristo que Passa, 58)