12/05/2015

O que pode ver em NUNC COEPI em 12 de Maio

 O santo não nasce: forja-se
São Josemaria – Textos

AMA - Meditações de Maio – 2015

A beleza de ser cristão (Ernesto Juliá), Ernesto Juliá Diaz

Bento XVI - Pensamentos espirituais

Suma Teológica - Tratado do Verbo Encarnado - Quest 26- Art 2, São Tomás de Aquino

Agenda Terça-Feira



O santo não nasce: forja-se”

Tudo aquilo em que intervimos nós, os pobrezitos dos homens, mesmo a santidade, é um tecido de pequenas coisas que segundo a intenção com que se fazem podem formar uma tapeçaria esplêndida de heroísmo ou de baixeza, de virtudes ou de pecados. As gestas relatam sempre aventuras gigantescas, mas misturadas com pormenores caseiros do herói. Oxalá tenhas sempre em muito apreço é a linha recta as coisas pequenas. (Caminho, 826)

O principal requisito que nos é pedido bem conforme com a nossa natureza consiste em amar: a caridade é o vínculo da perfeição; caridade que devemos praticar de acordo com as orientações explícitas que o próprio Senhor estabelece: amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente, sem reservarmos nada para nós. A santidade consiste nisto.


É bem certo que se trata de um objectivo elevado e árduo. Mas não se esqueçam de que o santo não nasce: forja-se no jogo contínuo da graça divina e da correspondência humana. Um dos escritores cristãos dos primeiros séculos adverte, referindo-se à união com Deus: Tudo o que se desenvolve começa por ser pequeno. Ao alimentar-se gradualmente, com constantes progressos, é que chega a ser grande. Por isso te digo que, se quiseres portar-te como um cristão coerente sei que estás disposto a isso, embora te custe tantas vezes vencer-te ou puxar por esse pobre corpo deves ter muito cuidado com os mais pequenos pormenores, porque a santidade que Nosso Senhor te exige atinge-se realizando com amor de Deus o trabalho e as obrigações de cada dia, que se compõem quase sempre de pequenas realidades. (Amigos de Deus, nn 6–7)

Meditações de Maio 12

Salve Rainha, Mãe de misericórdia, Vida e doçura, Esperança nossa, A vós bradamos, Degredados filhos de Eva, A vós suspiramos, Gemendo e chorando, Neste vale de lágrimas.
Eia pois advogada nossa, Esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei,

E depois deste desterro,


Sim estamos aqui fora da nossa Pátria Definitiva, para a qual nascemos e à qual ganhámos direito com o nosso Baptismo.

Não esqueças, Senhora, as nossas fragilidades e o pouco que somos para conseguir alcançar as promessas do teu Divino Filho.


(ama, meditações de Maio, Salve Rainha, 2015)

Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?

Evangelho, comentário .L Espiritual (A beleza de ser cristão)


Semana VI da Páscoa


Beata Joana Princesa de Portugal

Evangelho: Jo 16 -5-11

5 «Agora vou para Aquele que Me enviou e nenhum de vós Me pergunta: Para onde vais? 6 Mas, porque vos disse estas coisas a tristeza encheu o vosso coração. 7 «Contudo, digo-vos a verdade: A vós convém que Eu vá, porque se não for, o Paráclito não virá a vós; mas, se for, Eu vo-l'O enviarei. 8 Ele, quando vier, convencerá o mundo quanto ao pecado, à justiça e ao juízo. 9 Quanto ao pecado, porque não creram em Mim; 10 quanto à justiça, porque vou para o Pai e vós não Me vereis mais; 11 quanto ao juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.

Comentário:

Justiça!

Sim, é o que a humanidade necessita urgentemente! Justiça é, no fim e ao cabo, o amor a Deus sobre todas as coisas, ao próximo como a nós mesmos.
Assim seremos justos e é impossível praticar-mos qualquer mal. 
Não esqueço que no AT chamam aos santos... Justos!

(ama, comentário sobre Jo 16, 5-11, 2010.05.11)


Leitura espiritual


a beleza de ser cristão

PRIMEIRA PARTE


XIII os mandamentos da lei de deus

…/2

Agora podemos compreender melhor o «mandamento novo» com que Cristo deu cumprimento à Lei e aos Profetas «amai-vos uns aos outros».
Se para o homem na sua constituição de criatura poeriam ser suficientes «a Lei e os Profetas», para o homem como cristão, como filhos de Deus, «a Lei e os Profetas» têm de ser convertidos, transformados pela Graça.
Na sua conversão está a sua realização e a sua plenitude segundo a plenitude do homem que é Cristo.

Daí que o cristão no seu caminho de santificação tenha de viver os Mandamentos com o espírito das Bem-Aventuranças, reflectido e contido no «mandamento novo»: ami-vos uns aos outros como Eu vos amei».
A explicação dessa plenitude parece clara e simples: só amando os outros seres humanos, toda a criação, como Cristo os ama, o amor de Cristo que vive em nós adquire e capacidade de nos transformar verdadeiramente em «filhos de Deus», em «Cristo Jesus», noutro «Cristo», no próprio «Cristo» e ao mesmo tempo é fruto dessa transformação.

Com o Catecismo podemos dizer que: «os preceitos do Decálogo estabelecem os fundamentos da vocação do homem, formado à imagem de Deus.
Proíbem o que é contrário ao amor a Deus e ao próximo e prescrevem o que lhes é essencial.
O Decálogo é uma luz oferecida à consciência de todo o homem para lhe manifestar a chamada e os caminhos de Deus e pata o proteger contra o mal:
‘Deus escreveu na tábuas da Lei o que os homens não liam nos seus corações’.[i] [ii]

Compreendemos assim que os Mandamentos vividos na nova luz de Cristo não se limitam a uma regra do actuar do cristão nem tampouco um «objectivo» que cada um de nós tem de alcançar (este aspecto vê-lo-emos com mais detalhe na Segunda Parte), repetimos, antes são fundamentalmente o canal pelo qual transita a nossa vida cristã.

Com efeito cada um de n´so cristãos sabendo que a nossa pessoa vive a sua natureza humana enxertada em Cristo e participa da «natureza divina», se descobre impulsionado pela caridade infundida pelo Espírito Santo «que foi derramado nos nossos corações».
É o começo e o desenvolvimento do viver do homem sendo «nova criatura» em Cristo Jesus.

Os Mandamentos convertem-se assim, repetimos, não em simples indicações dadas por Deus como legislação a um povo que tinha que formar e submeter à Lei com o fim de o manter no caminho recto para alcançar o fim assinalado pelo Criador, mas sim em luzes – e não só limites – que iluminam o caminho da sua conversão, da sua transformação, caminhos adequados para que o homem tenha sempre um ponto de referência seguro e claro que a vida de Cristo vive nele e possa dizer como São Paulo: «Vivo, mas já não sou eu que vivo, mas Cristo que vive em mim».[iii]

Não é estranho, mais, é lógico portanto, que os Mandamentos sejam os mesmos no Antigo e no Novo Testamento.
O homem cristão jamais deixa de ser criatura e esta permanência mostra-nos além disso e mais claramente o desejo de Deus de recuperar e de redimir no homem toda a criação e de a santificar em todos os detalhes e pormenores verdadeiramente humanos, libertando-a do pecado.

Com Cristo muda o espírito com que se hão-de viver estes Mandamentos porque muda o modo de como o homem se relaciona com Deus,
O homem deixou de ser servo para se converter em amigo de Deus, em filho de Deus em Cristo, em amigo e filho do Pai no Filho e por acção do Espírito Santo.

O próprio Cristo anuncia esta transformação da criatura em filho de Deus, esta conversão, ao proclamar o mandamento novo: «Já não vos chamo servos porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, a vós chamei-vos amigos porque vos dei a conhecer tudo quanto ouvi a meu Pai»[iv]

Como criatura, o homem caído no pecado tinha-se convertido a si próprio em servo, sem, por outro lado perder a condição de filho.
Servo não só no pecado mas também ante Deus a quem já não tratava como Pai.
E tinha-se tornado evidente ante os seus próprios olhos e sua incapacidade e a sua indignidade para ser outra coisa que «servo».
Como «servo» vê uma libertação ao estar submetido à lei e não viver o «peso» de ser filho.

Agora, na liberdade que Cristo nos ganhou na Cruz a criatura deixa de ser servo para se converter em amigo, em filho.

São Paulo recorda aos Gálatas com palavras imortais a transformação originada em Cristo:
«E assim antes que chegasse a Fé, estávamos encerrados sob a vigilância da Lei à espera da fé que deveria manifestar-se. De forma que até Cristo a Lei foi o nosso pedagogo, para sermos justificados pela Fé.
Mas uma vez chegada a Fé já não estamos sob o pedagogo. Pois todos sois filhos de Deus pela Fé em Cristo Jesus (…).
E se sois de Cristo já sois descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa».[v]

Em Cristo Abraão tem sentido, sentido e plenitude.

Na Redenção Cristo instaura para sempre a ordem da Caridade, a ordem do Espírito Santo.
E Ele diz: «amai-vos uns aos outros como Eu vos amei».
Este mandamento dá novo sentido à indicação de «amar o próximo como a sai mesmo» e a todos os outros preceitos.
É a expressão do coração da «nova criatura».

Vistos deste ângulo os Mandamentos adquirem uma luz e um significado que os liberta das «limitações da Lei» e converte-os em caminhos para o desenvolvimento e crescimento da graça no homem.

o amor a deus nos três primeiros mandamentos

Já recordamos que a vida da graça se manifesta primária e essencialmente na Fé, na Esperança e na Caridade.
Se os Mandamentos hão-de ser os caminhos para que essa vida cresça na alma o seu cumprimento converte-se em garantia no sinal de que o homem actua sob a acção das três virtudes teologais.

Co efeito os três primeiros Mandamentos recordam ao homem a sua condição de criatura e de filho de Deus e indicam-lhe o modo de encher de conteúdo as limitações que tem e vive como criatura.
Amando a Deus sobre todas as coisas, glorificando o Seu nome e vivendo com Ele as festas – que na realidade são memórias e participação no triunfo de Cristo na Ressurreição e na glória de Deus Pai – o homem não afasta o seu olhar do Céu e ao caminhar pela terra jamais perde o seu rumo em Deus e para Deus.
O seu coração está firme no Senhor, a sua inteligência tem sempre presente a glória do Altíssimo e goza nessa glória.
O conteúdo destes três primeiros Mandamentos esclarece-se todavia mais se considerarmos que o primeiro está assente na Caridade: « Amarás o Senhor teu Deus»; e na caridade se sustêm os outros.
O segundo: «não usar o nome do Senhor em vão», reforça o preceito de amar a Deus sobre todas as coisas, exigido no primeiro ao recordar ao homem que mantenha viva a plena confiança em Deus.
Se o homem usa em vão o nome de Deus, acabará por abandoná-lo como recurso inútil, perderia a proximidade e a simplicidade ante o seu olhar e ver-se-ia definitivamente despojado da esperança.

Para reforçar a caridade e a esperança recomenda-se-nos «santificar as festas».
E a razão parece clara.
O homem precisa de renovar sempre no seu interior a consciência da proximidade de Deus na sua vida, necessita que a sua inteligência não esqueça o anseio de Deus de viver com ele.
Necessita de uma «imersão» em Deus.
Essa é a missão do acto de fé profundo que o cristão faz germinar no seu espírito e na sua inteligência quando participa nas festas do Senhor que são a manifestação ais clara da permanência de Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem, no meio de nós os homens, na nossa história humana e, com Ele, o Pai e o Espírito Santo.

Vivendo estes três mandamentos compreende-se que as acções de graças que São Paulo dirige a Deus quando escreve as Tessalonicenses:
«não cessamos de dar graças a Deus porque ao receber apalavra de Deus que vos pregamos a acolhestes não como palavra de homem mas como na verdade é como palavra de Deus que permanece operante em vós os crentes».[vi]

Se o viver estes primeiros preceitos do Decálogo leva a um crescimento da Fé, da Esperança e da Caridade entende-se que também preparem o homem para viver cristãmente o respeito pela ordem da criação descrito nos outros preceitos.
E preparam-no porque lhe abrem os olhos da inteligência e da vontade para descobrir na criação, no mundo e neles próprios o projecto amoroso de Deus e lhe mantenham a esperança de poder alcançá-lo e viver no gozo de «amar a Deus sobre todas as coisas».


(cont)

ernesto juliá, La belleza de ser cristiano, trad. ama)





[i] Santo Agostinho
[ii] Catecismo n. 1962
[iii] Ga 2, 20
[iv] Jo 15, 15
[v] Ga 3, 23-29
[vi] 1 Ts 3, 13

Bento VXI – Pensamentos espirituais 50

Liberdade



Muitos [jovens] pensam, erradamente, que tomar compromissos ou decisões implica perder a liberdade. Convirá recordar-lhes que, pelo contrário, o Homem se torna tanto mais livre quanto mais incondicionalmente se compromete com a verdade e com o bem. Só poderão dar um sentido à vida e construir algo grande e duradouro se colocarem Jesus no centro da sua existência.

Discurso aos bispos do México em visita ad limina, 23.Set.05

(in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, Lucerna 2006)


Tratado do verbo encarnado 154

Questão 26: Da denominação dada a Cristo, de medianeiro entre Deus e os homens

Art. 2 — Se Cristo enquanto homem é o mediador entre Deus e os homens.

O segundo discute-se assim. Parece que Cristo, enquanto homem não é o mediador entre Deus e os homens.

1. — Pois, diz Agostinho: Uma só é a pessoa de Cristo, a fim de que não deixe de ser um. Cristo, não uma substância; a fim de afastada a benefício de mediador, não ser considerado Filho ou só de Deus ou só do homem. Ora, enquanto homem, não é Filho de Deus e do homem; mas simultaneamente, enquanto Deus e homem. Logo, não devemos dizer que seja mediador entre Deus e o homem, só enquanto homem.

2. Demais. — Assim como Cristo, enquanto Deus, tem a mesma natureza que o Pai e o Espírito Santo, assim, enquanto homem, tem a mesma natureza que os homens. Ora, por ter, como Deus, a mesma natureza que o Pai e o Espírito Santo, não pode chamar-se mediador. Assim, o Apóstolo: Ele é mediador entre Deus e os homens, a Glosa: Enquanto Verbo não é mediador, por ser igual a Deus, Deus perante Deus e simultaneamente uno com Deus. Logo, também enquanto homem não pode chamar-se mediador, por ter a mesma natureza que os homens.

3. Demais. — Cristo é chamado mediador, por nos ter reconciliado com Deus, o que realizou, delindo-nos do pecado, que nos separava de Deus. Ora, delir o pecado fá-lo Cristo, não como homem, mas como Deus. Logo, Cristo, enquanto homem, não é mediador, mas, como Deus.

Mas, em contrário, diz Agostinho: Cristo não é mediador por ser o Verbo; pois, o Verbo, absolutamente imortal e absolutamente feliz, está acima das misérias dos mortais. Mas é mediador enquanto homem.

Podemos considerar duas coisas no mediador: primeiro, a natureza de mediador; segundo, o ofício de unir. Ora, da natureza do mediador é distar de um e outro extremo. E quanto a unir, o mediador o faz, transferindo a um dos extremos o que é do outro. Ora, nada disto pode convir a Cristo, enquanto Deus, mas só enquanto homem. Pois, enquanto Deus, não difere do Pai e do Espírito Santo em natureza nem em poder de domínio. Nem o Pai e o Espírito Santo têm nada que não seja do Filho; de modo que pudesse deferir a outros o que é do Pai ou do Espírito Santo, como se de outrem o fosse. Pois, enquanto homem, difere de Deus em natureza; e dos homens, em dignidade e graça. E como homem, cabe-lhe unir os homens com Deus, transmitindo-lhes os preceitos e os dons, e satisfazer e interceder pelos homens, perante Deus. Por isso, verdadeirissimante se chama mediador, enquanto homem.

DONDE A REPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. - Eliminada de Cristo a natureza divina, ser-lhe à por consequência eliminada a singular plenitude das graças, que lhe convém, enquanto unigénito do Pai, como diz o Evangelho. De cuja plenitude lhe resulta o ser constituído superior de todos os homens, e mais próximo de Deus.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Cristo, enquanto Deus, é em tudo igual ao Pai. Mas também pela natureza humana excede os outros homens. Por isso, enquanto homem, pode ser mediador; mas não como Deus.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Embora convenha a Cristo, enquanto Deus, delir o pecado por autoridade própria, contudo, satisfazer pelo pecado do género humano só lhe convém; como homem. E, por isso, chama-se mediador entre Deus e os homens.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.