A mim parece-me que alguns Pastores
da Santa Igreja se esquecem de referir o "papel" que a Mulher nela
desempenha.
Por vezes poderá parecer que continuamos hoje em dia a condiderar a Mulher
como nos tempos de Jesus Cristo, alguém sem valor especial, como que destinada
apenas à procriação, propriedade do seu esposo, com deveres muito rigorosos e
nenhuns direitos.
Posso afirmar - e faço-o - que para Jesus Cristo isto não era de modo
nenhum verdade aplicável.
Jesus e os Doze andavam, como sabemos, em contínua deambulação pelas terras
de Israel.
Quem cuidava das suas roupas, lavando, remendando, mantendo-as dignas,
apresentáveis?
Jesus não haveria de querer que eles se apresentassem como um séquito
miserável vestido de andrajos.
Quem provia ao seu sustento?
Sim sabemos muito bem que Jesus e os Seus próximos passavam fome, de tal
modo que, algumas vezes ao passar por searas maduras mastigavam espigas cruas.
Tendo deixado as suas actividades, principalmente a pesca, não tinham
proventos de qualquer ordem.
É verdade... tinham um pequeno pecúlio comum que era uma bolsa onde muitos
depositavam algumas moedas como era costume, naquela época fazer com os Rabis e
seus seguidores próximos.
O encarregado desta bolsa era Judas que, conforme João afirma, retirava
dela para proveito próprio.
E, agora pergunto: Jesus ignorava isto?
Acredito que não, Jesus sabia absolutamente tudo mas, no entanto nunca fez
nenhum reparo.
Isto suscita-me uma interrogação... porquê???
Penso que a resposta está no desejo de Jesus de mostrar aos
"próximos" que preocupar-se com os bens, o dinheiro afasta e reduz
drásticamente aquilo que deve ser eminentemente secundário.
A "bolsa" é, deve ser algo muito sério para quem a detém. Usar a
bolsa comum não interessa se a muitos ou poucos, em proveito próprio é
absolutamente condenável.
Desde sempre, mas refiro-me particularmente aos tempos de agora, estes
abusos são recorrentes.
Pessoas que gerem instituições em quem muitos confiam os seus bens e que,
com hábeis "truques, manhas e esquemas se apoderam ou usam em proveito
próprio desses mesmos bens que lhes foram confiados.
Qual a diferença com Judas?
Este nome, Judas, sendo recorrente no tempo de Jesus, que eu saiba, nunca mais foi usado num
recém nascido. É um nome com uma "carga demasiado reles" para ser
suportada por quem quer que seja.
Volto um pouco atrás, ao tema "Mulher" para referir que
muitíssimas vezes assisti a cenas como esta: No final de uma manhã que, como
costume tinha começado bem cedo, havia que descansar um pouco. Tendo conseguido
encontrar um lugar ameno, sossegado, era muito frequente encontrarem uma toalha
no chão sobre a qual estavam alimentos frescos, recém confeccionados e, ao
lado, como que embrulhos de roupas limpas, os rasgões passajados, em perfeita
ordem.
Quem fazia isto?
Muitas mulheres que discretamente seguiam Jesus e os Doze.
Nunca "apareciam" ou se mostravam, ficavam como que numa sombra
discreta, apagada embora houvesse algumas com proeminência social como a esposa
de Gusa alto funcionário de Herodes.
E... hoje? Já não há dessas mulheres?
Graças a Deus há!
Estão, muitas delas que não todas, em conventos, retiradas do mundo, dedicando
todos os momentos da sua vida a rezar por todos os Filhos de Deus que somos
todos os homens.
Outras visitam pessoas necessitadas, mantém casas de acolhimento,
estabelecimentos de ensino a crianças.
Sem estas mulheres... que seria de nós?
Sei, conheço, tenho "experiência" própria do real valor da sua
intervenção junto de Deus.
São mulheres muito vulgares, banais que encontraram um refúgio para as suas
frustrações?
Nada mais errado!
Conheço pessoalmente muitas com cursos e habilitações universitárias,
inteligentes, capazes de desempenhar qualquer actividade de relevo e que, no
entanto resolveram, por vocação específica, pôr todos esses atributos ao
serviço de Deus Nosso Senhor.
Julgo que não devo entrar por confidências particulares e, portanto
limito-me referir que quando me é possível "uso e abuso" do
privilégio de poder conversar, pelo menos uma hora, com uma destas MULHERES.
Saio sempre outro, esmagado pela simplicidade, pela sabedoria que me foram
transmitidas.
Reflectindo
Sonhar
Pode-se sonhar estando acordado?
Pois claro que se pode.
E é bom?
Acho que sim porque independentemente que se sonha tal
significa que não se desiste de viver.
Com o avançar da idade talvez tenhamos a tendência
para considerar que não vale a pena.
Deixar tudo como está, fazendo os "ajustes"
mínimos e indispensáveis e... ficar por aí.
Não concordo!
Sem sonhos a vida não passará de uma rotina patética,
sem futuro diferente do dia de hoje.
Só que, o futuro tem de ser diferente sob pena não se
passar de tentar prolongar um presente o que, isso sim, é uma patetice.
Eu sonho muito com o que faria se as circunstâncias o
permitissem.
Mas... e se isso que sonho seja utópico ou pelo menos,
sem sentido prático?
Não me importo, sonho na mesma.
Bem sei que estes sonhos giram à volta de mim mesmo,
sou a pedra angular dos sonhos e o que sonho é pessoal e para minha
auto-satisfação.
Mas não sonho isolado, quer dizer, não sonho para
viver melhor.
Não!
Sonho como Pai e como Avô que reúne à sua volta toda a
família.
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