Dentro
do Evangelho – (cfr:
São Josemaria, Sulco 253)
EVANGELHO
(Re Mc II…)
O que está na minha mão fazer pelo meu amigo não
reconhece nem limitações nem “conveniências”. Abrir um buraco no telhado para
descer aos pés de Jesus o catre onde jaz o meu amigo doente (como o Evangelho
relata) não parece grande coisa, obstáculo intransponível; se o posso fazer…
faço-o com toda a naturalidade sem
considerar os reparos, críticas ou remoques dos que assistem.
O que me move é a vontade de ser útil ao meu amigo
sempre que necessite de mim, o mérito que a minha acção possa ter ficará suficientemente
“pago” com o seu agradecimento pelo serviço que lhe prestei.
Normalmente, o que se me pede, não é nada tão
espectacular, difícil, ou mesmo, insólito como este episódio que o Evangelista
relata, será, antes, a atenção sempre disponível nas pequenas incidências de
cada dia.
O meu amigo sabe que pode contar comigo, nas
grandes como nas pequenas coisas e que não o desapontarei nas suas
espectativas. Mais, mesmo que não precisa de pedir-me concretamente algo, sabe
que eu estou atento e me dou conta.
A amizade não tem uma medida, ou é… ou não é; não
espera retorno, faz o que sente que deve fazer sem olhar ao “custo” do que faz.
A amizade é como “uma
cidade amuralhada, nada prevalecerá contra ela”, diz a Escritura e, de facto, que consolo e
fortaleza sentimos com a presença e assistência de um amigo, não só quando as
circunstâncias são adversas, difíceis de suportar mas em todos os momentos, nas
alegrias que partilhamos e que, por isso mesmo, se convertem em maiores
alegrias.
«Já não
vos chamo servos mas amigos»… dirá Jesus
aos Seus mais íntimos e, repeti-lo-á, na hora dramática em Getsemani quando diz
a Judas: «Amigo, com um beijo trais
o Filho do Homem!»
Com que dor estas palavras e Jesus devem ter soado
nos ouvidos dos circunstantes, não própriamente pela traição em si mas pelo
beijo do amigo que trai!
Esta realidade
que me atinge como um raio, deixa-me sem palavras: Jesus é meu amigo! Sendo eu
como sou, sendo eu o que sou! É extraordinário. Durante os anos, e não são
poucos, quantas conversas, desabafos, queixas e pedidos Lhe tenho feito! Meu
amigo! Jesus é meu amigo. Com esta certeza, com este AMIGO que mais posso
precisar? Que posso temer!
Reflexão
Querer e Desejar
Faz parte da condição humana, logo, é comum, natural e legítimo. Mas, o desejo em si mesmo,
é volúvel e altera-se, diminui ou extinge-se, se o tempo passa sem se o
satisfazer ou, naturalmente, deixa de ter razão de existir. Logo, o desejo é um
sentimento.
Para querer o que for é necessário começar por desejar algo. Aqui será
conveniente examinar a conveniência e bondade do desejo. Se vale a pena, se
contribui para alguma melhoria do que for. Não se deve querer "só porque
sim", mas porque se impõe.
Logo, querer, é um acto da vontade.
Links sugeridos:
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